Para Inspirar
O antigo teste de personalidade é amplamente usado em terapias e no mercado de trabalho e publicitário
16 de Abril de 2020
Você já deve ter ouvido falar em Carl Gustav Jung. O célebre médico é considerado um dos pais da psicanálise ao lado de seu ex-melhor amigo, Sigmund Freud, lá no começo do século passado, em 1900. Apesar de precursor no tema, Jung dissociou-se da psicanálise e de Freud ainda nos primórdios dessa clínica específica.
Suas contribuições ao estudo da psique humana foram muitas - e são amplamente utilizadas até hoje, seja nos consultórios de psicologia e, porque não, no mercado de trabalho.
Um de seus trabalhos mais reconhecidos e difundido foi o pensamento de que somos compostos por múltiplas personalidades, linha que inspirou a criação posterior dos
12 arquétipos da personalidade por outros estudiosos.
A partir do estudo de símbolos e mitos, provenientes de diferentes culturas e eras, Jung traçou moldes e padrões de comportamentos que definem formas específicas de ser e estar em uma sociedade. Essas formas são também inscrições que estão no chamado inconsciente coletivo, e são refletidas em toda a sociedade.
Arquétipos são “uma tendência inata para gerar imagens com intensa carga emocional que expressam a primazia relacional da vida humana”. Eles definem características particulares de cada ser humano, baseado em signos registrados na sociedade e impressos na coletividade. Sendo assim, nenhuma personalidade é completamente individual, pois foi moldada e construída com base do que o indivíduo recebeu e consumiu enquanto ser coletivo.
Desde a criação desses arquétipos, algumas mudanças, releituras, apropriações e desconstruções já foram feitas em torno deles. O nome de alguns já sofreram alterações para se adaptarem a um teste específico, ou a alguma situação particular. As áreas de Recursos Humanos de muitas empresas, por exemplo, costumam aplicar o teste dos 12 arquétipos com seus funcionários, para definir as particularidades, bônus e ônus de cada um.
A publicidade também pode utilizar os arquétipos ao seu favor, aliados aos conceitos de signos e semióticas. Um exemplo prático é: quando você pensa em um carro, o que vem a sua cabeça? Velocidade, agilidade? E quando uma marca utiliza um carro em seu logotipo, qual associação será feita automaticamente em seu inconsciente? Que é uma marca potente, ágil, forte, muito provavelmente.
É importante ressaltar que um único indivíduo pode se identificar com mais de um arquétipo. Isso porque somos seres complexos e feito de muitas camadas e propósitos. Estima-se que há sempre um signo de maior identificação, e outros dois secundários.
Mas afinal, quais são esses arquétipos? Conheça um pouco de cada um deles e veja em qual você se identifica!
O SÁBIO
Para ele, não há supremacia maior que a do conhecimento. Ele faz do intelecto não só sua principal característica, mas também principal objetivo de vida. E é assim que o sábio se posicionará diante dos seus desafios: buscando resolvê-los sempre por meio da lógica e de soluções inteligente. São pessoas, em geral, acadêmicas e não tanto criativas.
O INOCENTE
Otimista por essência, o inocente tende a ver o lado positivo de todas as intempéries. Facilmente adaptável, o inocente busca, acima de tudo, ser feliz e ser reconhecido e aprovado. Pode ter dificuldade em enxergar malícia e lidar com conflitos - mesmo os que são necessários para seu crescimento.
O EXPLORADOR
Ter um explorador ao lado é a certeza de que ousadia e aventuras serão rotina! Seu desejo de descobrir ao mundo e a si mesmo com profundidade contagiam a todos aos seu redor, e refletem em seus projetos pessoais. Seus aspectos negativos podem ficar em torno da falta de organização e insatisfação crônica, trazendo um traço de inconstância ao seu perfil.
O GOVERNANTE
Não há outro adjetivo que o defina melhor se não líder. Absoluto em tudo que faz, o governante não tem medo de jogar conforme as regras, e sabe se impor em qualquer situação. Excelência e racionalidade são seus sobrenomes, mas a constante busca pelo poder pode ser a principal pedra no seu caminho. Tem dificuldade em se contentar com o agora e com os processos naturais de evolução.
O CRIADOR
Muito semelhante ao explorador, o criador não possui um espírito tão liberto, mas sua mente é igualmente viajante. Sua principal “magia” é a criação, pois ele é capaz de trazer uma nova roupagem totalmente diferente mesmo aos processos mais antigos e arcaicos. Seu defeito é, muitas vezes, pensar mais do que agir, ou ensaiar voos mais altos do que lhe são cabíveis.
O CUIDADOR
Esse arquétipo é perfeito para aqueles que se sentem quase que na obrigação de cuidar do próximo. A proteção quase que maternal pode ser aplicada tanto aos que o cercam, como aos seus gostos pessoais, e projetos. Ao mesmo tempo que é ótimo tê-lo por perto, sua necessidade de estar com tudo e todos sob controle pode ser sufocante aos controlados, e nocivo à si mesmo, que se sobrecarrega e acaba perdendo a capacidade de discernir com distanciamento dos problemas.
O MAGO
Um tanto quanto místico, o mago pode ser o grande revolucionário de um ambiente se souber como canalizar esse poder. Capaz de enxergar além do que se vê, ele costuma ser um ser intuitivo e pouco prático, mas sempre buscando o crescimento e a transformação de si e dos seus. Por vezes, pode se tornar um ser idealista e um pouco solitário.
O HERÓI
O herói pode ser definido como o ponto de encontro entre o cuidador e o governante. Suas causas podem ser nobres, mas seus métodos nem sempre. Sua vitalidade e força podem ser empenhados para o bem e para o mal, que são conceitos mutáveis e pessoais. Tende a ser muito ambicioso.
O AMANTE
O amante possui semelhanças com o inocente. Sua sensibilidade o faz enxergar beleza em tudo, e isso pode ser muito positivo em situações adversas da vida. Porém, o amante deixa sua emoção falar muito mais alto do que sua razão, e relaciona toda possibilidade de felicidade com o fato de estar sendo amado ou não. São pessoas de grande senso estético e delicadeza no tom.
O BANDIDO
O bandido pode ser lido como “fora da lei” em alguns testes de arquétipos que vemos por aí. Dentro de um contexto de trabalho, o bandido pode ser o indivíduo com aversão a regras e dificuldade em segui-las. Mas isso nem sempre é por ser uma pessoa transgressora, às vezes ele é só muito independente e não gosta de ser pressionado ou influenciado. Pode ser autodestrutivo e auto sabotador por conta de sua rebeldia.
O TOLO
Você já conviveu com alguém que é capaz de fazer piada até si mesmo? Pois então você já esteve ao lado do tolo, um ser despido de máscaras e por vezes sincero até demais. Ele não se leva a sério e consegue fazer de qualquer ambiente mais leve, mas pode ser um pouco preguiçoso e presunçoso também.
O ÓRFÃO
Melancólico e um pouco dramático, o melhor que pode acontecer na vida do órfão é ter um cuidador por perto. Mas isso é também o pior, pois assim, ele nunca aprenderá a se cuidar sozinho. Seu poder de empatia é alto, pois sabe reconhecer sua dor no outro, mas pode tender a se vitimizar e tratar os outros com ironia.
Para descobrir o seu, existem diversos testes pela internet, mas o mais confiável é buscar um profissional da área da psicologia que possa aplicá-lo. Aliado ao processo da terapia, você poderá descobrir revelações extremamente construtivas para sua evolução pessoal, encontrando cada vez mais o seu propósito de vida dentro da sua jornada de autoconhecimento.
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temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história de Alexandra Loras. Ela, que
vivenciou o racismo ainda dentro de casa, e outras situações degradantes ao
longo de sua vida, se lançou em uma jornada de autoconhecimento sem volta e com
várias etapas e faces.
Em uma dessas etapas, seus caminhos se cruzaram com um ritual dos mais antigos:
a ayahuasca. “Foi a noite mais linda da minha vida. Eu já fui seis vezes ao
Burning Man, um evento colaborativo que acontece no meio de um deserto dos
Estados Unidos. Já participei de mais de 100 retiros de desenvolvimento
pessoal. Na Europa, as experiências são muito focadas na racionalidade. Mas a
ayahuasca me conectou diretamente com o meu coração”, relembra.
“Nas visões da ayahuasca, eu vi uma
mulher negra na frente de um caldeirão com um turbante branco na cabeça. É como
se fosse uma entidade minha. Eu enxerguei a força dela. Enxerguei o meu poder
de transformar vidas e de poder impactar mulheres. Depois que eu tive essa
epifania, o mundo conspirou. Quando você está na sua essência, os portais se
abrem. Através das plantas sagradas indígenas eu me encontrei”, conclui.
Vítima de muito tabu, o ritual ainda é mal compreendido por muitos. Hoje, vamos
desmistificar esse conceito e te contar um pouco mais sobre a ayahuasca e
porque tanta gente procura por esse caminho para se reencontrar.
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