Para Inspirar

Alexande Rossi em "Os animais têm muito a nos ensinar"

O quarto episódio da décima quinta temporada do Podcast Plenae é do educador de animais Eduardo Rossi, representando o pilar Relações

21 de Abril de 2024



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Alexandre Rossi: A gente tá muito afastado da natureza, e o convívio com os animais de estimação ajuda a restabelecer essa conexão. Os nossos pets têm várias necessidades que não são muito compatíveis com o mundo em que eles estão vivendo hoje, com a gente. Só que a nossa situação é praticamente idêntica à deles. O ser humano tá vivendo numa sociedade e num habitat muito diferente daquele onde viveu por milhares de anos. A única diferença entre os pets e a gente é que a gente tem mais consciência do que eles. 

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Geyze Diniz: Alexandre Rossi sempre esteve rodeado de bichos. Seu interesse pelo comportamento animal o levou a trabalhar com isso. Conhecido como Doutor Pet, Alexandre adotou alguns vira-latas, entre eles a Estopinha, que ficou conhecida nas redes sociais e faleceu recentemente. Sua morte o ajudou a superar outra perda, e reforçou a ajuda que os animais podem oferecer aos humanos. Eu sou Geyze Diniz e esse é o Podcast Plenae. Ouça e reconecte-se.

Alexandre Rossi: No meu aniversário de 5 anos, eu ganhei um aquário com um casal de lebistes, um tipo de peixe. Foi o primeiro presente que eu lembro de ter ganhado. O aquário era em formato de cubo, tinha uns 30 centímetros de cada lado e o fundo preto. O macho era todo bonitão, enquanto a fêmea parecia um peixinho comum. 

Eu passava horas observando os lebistes. Eu percebi que, toda vez que ia dar comida, eles ficavam agitados. Eles iam pra superfície, porque a ração boiava, e comiam um monte. Meus pais sabiam que eu adorava tudo relacionado a animais não humanos e me deram outros peixes. Eu tinha uns cascudinhos que, às vezes, ficavam escondidos e acabavam sem comida, porque os lebistes comiam primeiro. Então, eu batia no vidro para avisar que ia dar comida e começava um alvoroço no aquário. 

De uma maneira muito elementar, eu fui vendo que podia influenciar o comportamento de cada peixe. Eu tava diante do que a gente apelida como comportamento supersticioso. Quando você dá o sinal da recompensa, com comida, o animal tende a repetir o mesmo comportamento mais vezes. Com uns 6 anos, eu comecei a ensinar um monte de coisinhas pros peixes. Ensinei um deles a deitar no fundo do aquário. Ensinei outro, um Oscar, a puxar uma cordinha pra tocar um sino e pedir comida. 

O Dudu, um dos meus cinco irmãos, adorava esse truque. Quando os amigos dele iam em casa, ele me pedia pra fazer o peixe tocar o sino. O Oscar ficava meio fora da água se debatendo, então molhava todo mundo. Daí em diante, eu não parei mais. Eu reproduzia os peixes e trocava os que nasciam por objetos no pet shop, que naquela época nem se chamava assim. Depois, eu tive outros bichos. Não lembro onde foi que me deram um girino. Eu cuidei desse girino e ele virou uma rã. 

Quando eu estava na terceira série, eu convidei os coleguinhas da classe pro aniversário da minha rã. Eu nunca comemorei meus aniversários, mas sempre celebrei os dos meus animais. Até hoje é assim. As crianças trouxeram mosca e minhoca de presente pra rã. Eu tenho contato com alguns amigos do primário e eles ainda se lembram desse aniversário.

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Mais tarde, eu tive uma aranha caranguejeira. No meu prédio, quando aparecia uma barata, já me interfonavam, porque todo mundo gostava de ver a caranguejeira comendo a barata. Se alguém queria assustar uma pessoa na vizinhança, era só pedir para eu andar com a mão fechada, como se eu estivesse carregando alguma coisa. O pessoal já saia correndo, porque não sabia o que podia ser. 

Eu fiquei conhecido pelos bichos que eu criava. Eu tive cobra, lagarto, iguana, cágado, coelho. Tive muitos hamsters também, que meu pai me deu depois de me desafiar a ficar uma semana sem falar a palavra “hamster”.  A gente morava num apartamento pequeno em nove pessoas: seis filhos, meu pai, minha mãe e minha avó. A minha avó dormia no quartinho da área de serviço da, que era do lado da lavanderia, e as gaiolas ficavam ali, junto com os aquários.

A minha avó se incomodava muito com os hamsters, porque eles ficavam correndo de madrugada na rodinha e atrapalhavam o sono dela. O meio termo foi eu tentar ficar lubrificando as rodinhas para não fazer nenhum barulho. Acho que a minha avó acabou se acostumando com o ruído.

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Sempre que morria algum bicho meu, a minha mãe, que é bióloga, falava: “Olha, já morreu. Não quer aproveitar e aprender mais sobre biologia e anatomia?” Ela me ajudava a dissecar os animais, me explicava o que tava por dentro deles e o que podia ter acontecido. Pra mim era uma coisa normal. Depois é que eu fui percebendo que as pessoas ficavam surpresas com isso. 

Quando eu fui entrar na faculdade, eu não sabia o que eu ia estudar. Até que, um dia, eu deitei na minha cama e olhei pra estante. Eu tinha uma quantidade enorme de livros sobre criação de animais. Na hora me veio que a escolha óbvia era zootecnia. Eu entrei no curso já sendo um PhD em criação de bichos. 

A faculdade foi muito bacana, mas eu senti falta de mais conhecimento em psicologia, e acabei fazendo mestrado nessa área. Numa aula da pós-graduação, eu aprendi que alguns animais que têm o cérebro grande em relação ao corpo aprendem a se comunicar através de sinais arbitrários.

Teve uma gorila, por exemplo, que aprendeu libras. Aí, numa conversa com meu orientador, eu falei: “Olha, me desculpa, mas os cachorros podem muito bem fazer o que, teoricamente, só os grandes cérebros são capazes”. Ele me falou: Alexandre, você consegue comprovar isso? Seria muito legal”. E aí eu falei pra ele que conseguia. Eu tinha uma Weimaraner, mas ela já era super treinada por mim.

Então, eu resolvi adotar um vira-lata, pra mostrar que qualquer cachorro poderia aprender. E foi assim que a Sofia entrou na minha vida. Eu peguei ela na rua, perto do aeroporto em São Paulo. Ela tava sozinha, não tinha dono e era alimentada pelos moradores da região. Eu treinei a Sofia e demonstrei no mestrado que ela podia se comunicar através de sinais aprendidos. Hoje, tem mais de 100 citações à Sofia em livros e artigos científicos publicados.

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Nessa época, eu apresentava um quadro chamado Doutor Pet, no Domingo Espetacular, na Record, que tinha uma audiência muito grande. Nesse programa, eu ensinava dicas pra melhorar a relação entre as pessoas e os seus bichinhos. A Sofia aparecia na TV e eu percebi que, por causa dela, as adoções de vira-latas aumentaram muito.

Então, eu quis que o meu próximo cachorro também fosse um vira-lata. Eu queria também um animal que tivesse sido devolvido por uma família, pra mostrar que é realmente possível mudar o comportamento de um bicho problemático. Esse pet foi a Estopinha.

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A Estopinha logo virou uma celebridade. Eu criei uma página pra ela no Facebook de brincadeira. Cresceu tanto, que ela virou o segundo pet com mais seguidores no Facebook do mundo. Quando eu adotei a Topa, prometi que eu ia cuidar dela até o fim. Ela viveu 14 anos e morreu há poucos meses. Como eu já tive muitos animais, eu sabia que num determinado momento a dor da perda ia passar e eu ia ficar bem de novo. Mas esse luto ainda tá sendo bastante difícil pra mim. 

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Durante o processo de finitude da minha cachorrinha, eu abri pros meus seguidores nas redes sociais e na TV o que realmente tava acontecendo. E, conforme eu fui abrindo, fui vendo que eu tava mexendo num ponto muito importante e delicado do ser humano, que é o luto pelo animal de estimação. É delicado, porque muita gente julga quem se apega demais a algum bicho.

Eu entrei em contato com muitas pessoas que estavam mexidas pelas perdas que elas tiveram também. Eu tive consciência de que eu estava ajudando uma grande parte da população ao me expor do jeito que eu me expus. Eu recebi uma avalanche gigantesca de empatia, das pessoas chorando e sofrendo comigo.

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A morte da Estopinha complementou a minha missão, que é falar sobre como cuidar bem dos animais, sobre como melhorar a nossa vida e vida a deles. Sem querer ser muito supersticioso, eu acho que até nisso a Topa me ajudou.  A morte do pet é um pedaço super importante dessa relação, e eu jamais tinha pensado em me envolver com isso.

É comum que as pessoas não queiram mais ter pets depois de perder um. Pra mim, no luto da Estopinha, caiu a ficha de que isso acontece porque essas pessoas não elaboraram a morte do bicho de uma forma saudável.  No meu caso, eu sinto que a morte da Estopinha ajudou a curar um pouquinho a dor pelo luto da minha irmã, que morreu de câncer, em 2021.

Antes da morte da Estopinha, eu tive meio que um sonho acordado em que eu e a minha irmã estávamos caindo num abismo, ao lado de uma duna de areia. A gente estava caindo, caindo, caindo. Eu ficava tentando me agarrar na areia e, ao mesmo tempo, tentando impedir que a minha irmã caísse. Mas, obviamente, a duna continuava desmoronando. Eu estava desesperado, chorando. Quando eu entendi que não tinha mais o que fazer, eu pensei: eu vou abraçar ela. Aí eu abracei e a gente continuou caindo.

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Quando a minha irmã morreu, no meio da pandemia, eu não pude abraçar ela. Ela tinha feito quimioterapia, radioterapia e estava radioativa. A gente precisava vestir um colete de chumbo, pra não se contaminar com a radiação, A gente usava máscara e não podia chegar muito perto, porque ela estava sem imunidade nenhuma. Isso me pegou muito. 

Nesse sonho acordado, caiu a ficha de que eu queria que a Estopinha morresse abraçada comigo. E foi isso que aconteceu. Chegou um momento em que eu vi que a Topa estava muito mal. Ela estava vivendo com doses altas de morfina, anti-inflamatório e corticoide. A gente estava segurando ela de uma forma quase que artificial demais. Eu senti que ela estava indo embora. Na noite em que ela morreu, eu não dormi e senti na minha mão o coração dela parando de bater. Naquele momento, é como se eu tivesse abraçado a minha irmã. 

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Essa é uma das inúmeras situações da minha vida em que os meus bichos me ajudaram. Eu tive depressão desde pequeno. Por mais que as pessoas nos deem palavras de apoio, a gente se sente julgado por elas. Com os animais eu nunca tive essa sensação. Além disso, com eles, eu me transportava pra um outro mundo. Quando eu olhava os peixinhos no aquário, lá na infância, eu me sentia quase como um peixe nadando na água. Observar os pássaros me despertava o prazer de voar. 

Todo mundo que estuda comportamento animal aprende que o humanizar bicho é errado, ponto e acabou. Eu discordo. O ser humano evoluiu cuidando de um monte de crianças na tribo, e agora não tem mais essa configuração social. O resultado é que a gente cuida do pet como se fosse um neném, porque a gente tem essa necessidade pra levar uma vida mais plena. 

Quando eu entendi isso, eu parei de julgar que humanizar é errado, pelo menos do ponto de vista do ser humano. Mas é errado pensando no cachorro ou no gato?  Eu criei uma regra para mim. Não é errado, desde que o tutor tenha consciência disso e saiba como humanizar o animal. A espécie real tem determinadas necessidades, que precisam ser respeitadas. A pessoa precisa achar saídas que beneficiam os dois sempre que possível, ou que pelo menos, não faça mal pra nenhuma das partes. Quando me perguntam: “Pô, você é pai dos seus cachorros e da sua gata?”. Eu respondo que sou. Eu sou pai de pet.

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Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.

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Para Inspirar

Desmistificando conceitos: o que é o capacitismo?

Conheça o significado do termo e como ele se desdobra no nosso dia a dia, mesmo sem que a gente perceba

14 de Outubro de 2020


Se você já ouviu o quinto episódio da segunda temporada do Podcast Plenae - Histórias Para Refletir , então já conheceu a história do empresário Rodrigo Hübner Mendes. Nele, Rodrigo conta como sua tetraplegia mudou toda a sua vida - e não só a respeito de sua mobilidade.

De fato, Rodrigo pôde ressignificar e reconhecer o seu corpo como seu principal veículo de locomoção e detentor de sua essência - essa que mora dentro de nós e é imutável, independente do que aconteça com o nosso físico. Mas, mais do que isso, ele passou a olhar mais o mundo ao seu redor, e se deu conta de tantas pessoas que vivenciaram o mesmo trauma do que ele, mas com menos condições financeiras.

Para além desse lindo relato, o episódio de Rodrigo traz o tema da deficiência física ao nosso portal, assim como o fez Henry Zylberstajn na nossa primeira temporada Sabemos que existem diversas deficiências, de diferentes naturezas. Mas o que todos eles vivenciam em comum? O capacitismo.


Entendendo o conceito

Capacitismo é toda a discriminação, violência ou atitude preconceituosa contra a pessoa com deficiência e se expressa desde formas mais sutis até as mais gritantes, segundo definição dada pela psicóloga e palestrante Solyana Coelho ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Apesar de o termo não constar na Constituição Federal Brasileira, há uma lei promulgada em 2015, no Estatuto da Pessoa com Deficiência, que prevê a igualdade de oportunidades e tratamento como um direito à pessoa com deficiência, que não deve ser vítima de nenhuma espécie de discriminação.

Para a lei, “Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.”

O conceito, segundo a escritora Leandra Migotto para o portal AzMina , “está associado com a produção de poder e se relaciona com a temática do corpo por uma ideia de padrão corporal perfeita; também sugere um afastamento da capacidade e da aptidão dos seres humanos, em virtude da sua condição de deficiência.”


Na prática

O Capacitismo é um dos muitos preconceitos que temos arraigados na sociedade e acabamos perpetuando mesmo sem perceber. Quem nunca ofereceu uma ajuda não solicitada à um deficiente, partindo-se do princípio que ele não conseguiria realizar aquela tarefa simples?

Ou usou termos do tipo “não temos braço para fazer isso”, como quem diz não ter condição para realizar determinada tarefa? Há até as manifestações de surpresa diante da mera existência de um deficiente físico, como observamos no cartum de Ricardo Ferraz.                                 

Apesar de ingênuas e livre de más intenções, essas são atitudes capacitistas. A própria palavra deficiente, no dicionário da Língua Portuguesa, não possui cunho positivo, indica sempre uma falta, uma incapacidade. Percebe-se que o problema está na raiz e está em todos nós.

E está até mesmo ao nosso redor. Nossas cidades são capacitistas. Mas como, se elas não falam e, logo, não podem ser preconceituosas? Explicamos: elas foram feitas por pessoas que nunca se atentaram aos problemas que um deficiente pode enfrentar para se deslocar.

Ainda que a lei obrigue as “diferentes instâncias e instituições sociais, como o trabalho, o Estado, a escola, a famílias entre outros” a garantirem as condições necessárias para que uma pessoa com deficiência tenha direito a acessibilidade e ao desenvolvimento independente, nem sempre isso acontece.

O que não fazer

Conhecido como o maior canal sobre deficiência do YouTube Brasil, o canal “Vai uma mãozinha aí?” é feito pela youtuber Mariana Torquato, que conta como é o seu cotidiano “sobrevivendo sem uma das mãos”, como define a própria.

Mais do que dicas de penteados e dicas mais leves, Mariana também aborda discussões importantes e intensas a respeito do assunto tratado nesta matéria. Capacitismo, aliás, foi tema de um dos seus primeiros vídeos do canal, que você confere clicando aqui .

Um de seus vídeos, “Coisas que os deficientes não aguentam mais ouvir” fez tanto sucesso que ela criou a parte dois, com mais dicas do que não fazer quando estiver na presença ou não de um deficiente. Elencamos aqui alguns de seus ensinamentos ditos no vídeo:

  • Infantilizá-lo, como um garçom que pergunta ao acompanhante “o que ele vai pedir” e ignora sua própria capacidade de fazer o pedido
  • Tratá-lo como fonte constante de inspiração
  • Comparar suas experiências pessoais e assumir que, a partir delas, vocês dois experienciaram as mesmas dificuldades.
  • Dizer frases como “Deus sabe o que faz”, ou “reza para acontecer um milagre” ou “você deve ter sido ruim em uma vida passada”. Manifestações religiosas desse tipo são extremamente ofensivas.
  • Duvidar de sua vida afetiva, assumindo que todo acompanhante é familiar e, ao perceber que não é, parabenizar o parceiro por isso, como se o fato dele se relacionar com um deficiente fosse uma ação benevolente de sua parte.

Essas são só algumas situações elencadas por Mariana, com base em uma entrevista feita pela mesma com dezenas de deficientes. Ela também gravou u m vídeo dedicado especialmente à ditados populares capacitistas , como dizer “João sem braço”, “em terra de cego, quem tem olho é Rei” ou ofender alguém dizendo que essa pessoa “está surda” ou “é um retardado”.

Agora que você já sabe como o capacitismo é presente no nosso cotidiano, mesmo sem que a gente perceba, que tal nos policiarmos para fazer do mundo um lugar cada dia melhor e mais inclusivo?

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