Coloque em prática

Como me reconectar com meus filhos?

Se esse laço está um pouco frouxo, respire fundo, pois nem tudo está perdido. É possível apertá-lo com ajuda de algumas dicas e uma dose de paciência e empatia

17 de Janeiro de 2024


Nos primeiros anos de vida de um ser humano, os tutores são o grande norte de sua vida e representam tudo que ele tem. Com o passar do tempo, é natural - e até mesmo esperado - que essa criança ganhe independência e explore novos horizontes. 

Nesse processo, o mundo lá fora parece ganhar uma amplitude nunca antes vista e uma importância maior do que qualquer outra coisa em sua vida. Os amigos se tornam parte fundamental da sua formação e o distanciamento em casa pode acontecer.

Mas, o que fazer a respeito? Como se reconectar com esse filho que pode ir ficando cada vez mais distante? Te contamos melhor abaixo!

Entendendo as fases


Nascemos, crescemos e morremos - essa é a ordem para todos nós se não houver nenhuma infeliz intercorrência no meio do caminho. Mas o segredo está nessa segunda fase: crescemos. Afinal, esse crescimento não se dá da mesma maneira para todos, tanto no âmbito individual quanto social.


Há, por exemplo, a primeira infância, que como te explicamos neste artigo, é um período que reverbera por toda a vida adulta. Já a adolescência é um conceito moderno, visto que há cem anos um jovem de 14 anos possuía outras atribuições e expectativas do que o mesmo jovem hoje em dia. 

O recorte cultural e socioeconômico também vai exercer um papel importante no entendimento desses conceitos. A falta de independência e prolongamento dos estudos são alguns dos fatores que fazem a adolescência ir para além dos 18 anos, como explica esse artigo no Jornal da USP.

Mas há um consenso entre a academia científica e, claro, os tutores: esse período que se estende, aproximadamente, dos 12 aos 18 anos, pode ser desafiador em diferentes aspectos. Essa fusão entre muitos hormônios que interferem no humor do indivíduo, atrelado a uma criação neuropsíquica de sua autonomia e independência, podem trazer ruídos dentro de casa. 

Isso porque esse jovem, que ainda está com o seu cérebro em desenvolvimento, pode ter dificuldade em se expressar da forma que os pais esperam, bem como ter a sua tomada de decisões afetada por um córtex pré-frontal ainda imaturo e uma necessidade social de estar com os seus semelhantes - a velha preferência pelos amigos que todo mundo já conhece.
 

O que fazer


Pensando nessa conexão, entrevistamos então um… adolescente! O resultado completo está neste artigo, publicado aqui no Plenae em 2021. Dentre suas dicas aos pais, Leonardo pontua: 

  • Deixar crenças positivas para seus filhos, dizendo “você consegue, tenha fé, compare você somente com você mesmo” 

  • Ser um espelho positivo 

  • Ensinar a importância de ter gratidão e do valor do esforço 

  • Evitar o excesso de “nãos” que pode ser prejudicial para a autoestima e também minar o seu livre arbítrio e a vontade de vencer na vida. 

  • Incluir os filhos na conversa da família, tanto no âmbito profissional quanto pessoal, pois prepara seu seu filho para o futuro desde já

Neste artigo do Washington Post, traduzido pelo jornal Estadão, o psicólogo, professor associado e codiretor do Programa de Psicologia Escolar e da Escola Colaborativa de Saúde Mental da Universidade de Wisconsin em Madison, Andy Garbacz, separa ainda outras dicas: 


  • Preste mais atenção ao positivo. “Nossos filhos nos mostram mais das coisas a que damos atenção – sejam positivas ou negativas. Preste atenção às coisas positivas, e as crianças vão mostrar comportamentos mais positivos. Da próxima vez que seu filho escovar os dentes, guardar os brinquedos ou disser algo gentil a um amigo, preste atenção, comente, diga que você percebeu e como está feliz”, diz. 

  • Confie em seus pontos fortes. “Reserve um tempo a cada semana para escrever o que ter filhos significa para você e quais são seus pontos fortes como pai ou mãe.”

  • Elogie seu filho quando ele seguir as expectativas - mas saiba acolher quando não. “Escreva algumas expectativas da família com as quais todos possam concordar, como guardar itens quando terminarmos de usá-los ou tratar os outros como você gostaria de ser tratado. Depois que todos concordarem com três a cinco expectativas, observe se seu filho as segue – elogie, encoraje, saiam para um passeio como comemoração.”

  • Conecte-se com a escola do seu filho. “Nossos filhos se beneficiam da consistência e, quando os adultos de suas vidas trabalham juntos, há mais consistência em casa e na escola.” Estar próximo aos amigos do seu filho também é importante para você e para ele!

Outra dica de ouro para restaurar qualquer relacionamento é a empatia, esse sentimento que falamos mais por aqui e que nos dá a capacidade de nos colocar no lugar do outro. É possível exercitá-la e achar a medida certa para senti-la, afinal, ela em excesso pode ser um problema também. 

Por fim, não se esqueça nunca de que você é o adulto da relação e deve estar mais preparado para lidar com esse indivíduo que está em formação - e que até mesmo a mentira tem um papel nesse processo, como te contamos aqui. Acredite: você é capaz inclusive de fazê-lo tomar melhores decisões, como também falamos por aqui. Paciência e amor, em primeiro lugar. 

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Coloque em prática

Ter um cão melhora a saúde do coração

Quem já teve cachorro sabe o quanto o animal desperta alegria, afetividade e brincadeiras.

17 de Julho de 2018


Grupo de pesquisadores suecos encontrou evidências estatísticas de que a convivência com os cães faz bem à saúde do homem. Quem já teve cachorro sabe o quanto o animal desperta alegria, afetividade e brincadeiras. Estimula hábitos saudáveis – como caminhar e socializar com a vizinhança. “O cachorro pode funcionar como muleta social”, diz o autor principal do estudo, Tove Fall, epidemiologista da Universidade de Uppsala, na Suécia.

A pesquisa

Na Suécia, todos os cães são registrados na Junta Sueca de Agricultura e identificados por número com tatuagem na orelha ou chip subcutâneo. Os pesquisadores levantaram dados demográficos de 3,4 milhões de pessoas com idades entre 40 e 80 anos. Descartaram aqueles com registro de doenças cardíacas.

Os dados foram cruzados com Registros de Causa Morte de 2001 a 2014. Controlaram idade, sexo, estado civil, renda e outros fatores. Os donos de cães apresentaram risco de morte diminuído em 20%, em geral, e em 23 % por motivo de doenças cardíacas. O estudo completo publicado no fim de 2017 está aqui.

Influência da raça

Donos de Pointers Ingleses (ou Perdigueiros) e de Retrievers apresentaram melhores resultados. Isso pode significar que os benefícios podem variar de acordo com as raças, segundo Fall. Este não foi, no entanto, um estudo de causa e efeito. Leia o artigo original aqui. Uma série de estudos anteriormente publicados já apontavam para a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares. Destaca-se o da Associação Americana de Cardiologia, realizado em 2013.

Fonte: Nicholas Bakalar
Síntese: Equipe Plenae

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