Esta é uma edição especial do Tema da Vez, dedicada a celebrar a vida daquele que não só é a razão da existência do Plenae ao lado de sua esposa Geyze, mas que nos inspira todos os dias com suas palavras e, especialmente, com o exemplo de quem colocou em prática cada um dos pilares que nos sustentam.  

Desde muito cedo, Abilio iniciou uma busca incessante para uma vida plena, repleta de saúde e bem-estar, a partir do equilíbrio dos seus seis pilares. Relembrar sua trajetória é embarcar em uma jornada marcada por determinação, coragem e inovação. 

Em cada passo dessa caminhada, ele nos lembra da importância de cultivar a saúde física, mental e emocional. Nos mostra a beleza de ter uma espiritualidade viva e cotidiana. Nos inspira a cuidar com carinho de nossas relações e participar ativamente na transformação positiva de nosso contexto. Deixa claro que o propósito dessa vida é ser feliz e que podemos e devemos assumir o comando de nossa embarcação rumo a esse horizonte.
Sua motivação de sempre aprender algo novo e sua capacidade de se reinventar uma e outra vez possibilitaram a construção de um legado que certamente será levado adiante. O profundo desejo de compartilhar suas experiências e aprendizados deu vida a projetos como o Plenae, e nossa missão será para sempre manter viva sua memória, seus ensinamentos e sua paixão pela vida.  

Assim, acreditamos que vale a pena revisitar a história de Abilio Diniz, relembrando cada um dos pilares que possibilitaram que ele se tornasse a pessoa que é: grande por essência. Que este Tema da Vez possa expressar nossa profunda gratidão pela sua existência e cumprir com um de seus objetivos mais caros: inspirar todos ao seu redor a ser feliz.  
Fundo no assunto
“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez” 
 
Abilio passou por quase todos os tipos de experiências e provações. Como empresário, construiu a maior rede varejista brasileira, o Grupo Pão de Açúcar; assumiu a presidência do Conselho de Administração da BRF; se tornou o terceiro maior acionista global do Carrefour; e ainda se aventurou por novas searas com a abertura da O3 Capital e a Altitude, uma gestora de venture capital lançada no ano passado, que usa recursos da família para investimentos em startups.  

Para gerenciar todas as demandas e interesses familiares, em 2006 Abilio criou a Península Participações, que além da prática empresarial, conta também com um braço social: o Instituto Península. O foco do instituto é destinar investimentos nas áreas de educação, com projetos como o Vivescer e o Instituto Singularidades, e também destinar investimentos no esporte, com o Impulsiona e o NAR (Núcleo de Alto Rendimento esportivo), uma de suas grandes paixões.  

   


Ainda, se tornou professor da Fundação Getúlio Vargas com o curso Liderança 360º; apresentador de programas de TV com “Olhares Brasileiros” e “Caminhos com Abilio Diniz” na CNN e escritor de duas autobiografias, “Caminhos e escolhas” e “Novos caminhos, novas escolhas”.  

Mas engana-se quem, ao ler esta lista de eventos bem-sucedidos, acredita ter sido essa uma jornada em linha reta. Não foram poucos os desafios que Abilio enfrentou e que o fizeram revisitar uma e outra vez seus valores e se apoiar em seus pilares na busca da resiliência, do equilíbrio e da superação. Como ele disse em uma entrevista na CNN, “as pessoas veem as glórias que eu conquisto, mas não veem os tombos que eu levo”. 
Da ruptura familiar, passando pela quase falência do GPA, o sequestro, sua saída do grupo e, por fim, o maior golpe da vida, a perda de seu filho João Paulo, Abilio nos mostra que a jornada do herói é marcada por obstáculos à primeira vista intransponíveis, mas que com garra, determinação e fé nada é impossível. 

 

Abilio nunca acreditou em destino. Ele sempre dizia que somos nós, a partir de nossas escolhas, que determinamos quem queremos ser. Em suas palestras, ele deixava claro a importância de termos um propósito claro na vida, saber onde queremos chegar e, assim, nos tornarmos “condutores – nunca passageiros - do carro de nossas vidas”.  

Como estratégia, ele afirmava a necessidade de estarmos constantemente questionando nossos objetivos: vou buscar o quê? Por quê? De que forma? “É só a partir dessas respostas que podemos ter a convicção de que estamos diante de algo tão importante que vale a pena lutar com determinação e garra”, escreveu em seu livro.   

Afirmava que seu maior propósito de vida era ser feliz, aprender e compartilhar. Para ele, a felicidade era um estado de espírito, a capacidade de amar desde as pequenas coisas às grandes conquistas. E como tudo na vida, sabia que o amor era um aprendizado que merecia sua dedicação mais profunda.  



E assim ele se descrevia como um eterno aprendiz. Incansável em sua busca por ser melhor hoje do que ontem, buscou aperfeiçoar-se em cada um dos pilares que acreditava serem fundamentais para a qualidade de vida. Afinal, são muitos os papéis e atividades que precisamos desempenhar em vida e é a partir do equilíbrio desses papéis que, como ele sempre afirmava, poderemos alcançar a plenitude.  

Compartilhar os aprendizados adquiridos na busca da felicidade e do bem-estar o motivaram, ao lado de Geyze, a criar o Plenae, que tem como objetivo disseminar práticas e hábitos de vida que promovam a saúde integral, mantendo vivo seu olhar sempre otimista perante a vida e incentivando o aprendizado contínuo na busca de uma vida longeva e de qualidade. 

 

Abilio sempre defendeu o autoconhecimento como chave para criar uma vida com qualidade. Neste Ted Talk, ele compartilhou uma experiência que o levou a compreender a importância do cuidado da mente para a saúde como um todo. Brincava que havia começado a se preparar para a velhice com 29 anos, momento em que o estresse psicológico começava a mostrar marcas em sua condição física.  

Observar suas emoções, compreender suas motivações, ações e reações, se tornaram ferramentas essenciais para uma transformação profunda. A maior compreensão de si trouxe mais resiliência, melhorou suas relações, o ensinou a gerenciar o stress e definir o que era realmente importante em sua vida. Assim, defendia que todos deveriam fazer algo para conhecer a si mesmo, seja com uma terapia, seja com a meditação ou qualquer outra prática do estudo de si.  


Além de um grande empresário, Abilio sempre foi um grande atleta. Desde cedo teve os esportes como grande aliado, sendo a força motriz que impulsionava a superação de si. Foi tricampeão de motonáutica, conquistou o primeiro lugar na tradicional Mil Milhas Brasileiras em 1970 ao lado do irmão e completou por duas vezes a maratona de Nova York.  

                               


Sempre motivou todos ao seu redor a dedicarem tempo para a prática de atividades físicas e aos sedentários dizia: “gostaria de convencer você a provar a emoção e o gosto do desafio de se disciplinar a fazer exercícios regularmente. É uma sensação de liberdade ter a consciência de que seu corpo não vai abandoná-lo, que ele está pronto a levá-lo ao ponto que você estabeleceu. Essa comunhão entre corpo e mente faz a gente se sentir pleno, livre e dono de si”. Hoje não temos dúvidas da importância da atividade física para nossa saúde e longevidade e Abilio foi exemplo exímio da veracidade desse conceito. 

E se o exercício é rei, a alimentação é a rainha no reinado da saúde do corpo. Não há como ter qualidade de vida comendo mal e Abilio sempre defendeu a necessidade de cuidar daquilo que colocamos no prato: “seu organismo lhe agradece a cada decisão certa tomada à mesa”. Defendia uma alimentação sem exageros e radicalismo, afirmando sempre que o que engorda e faz mal é a regra, não a exceção. Ou seja, se na maior parte do tempo você se alimenta com aquilo que promove a saúde, pode, sem culpa, se permitir a uma extravagância de vez em quando.  


Abilio sempre afirmou a importância do pilar da espiritualidade em sua vida. Considerava Deus um “amigão” com quem conversava diariamente, até nos momentos mais corriqueiros da vida. Essa profunda amizade com Ele e sua fé inabalável era o que considerava seu traço mais extraordinário. “Nada se mostrou mais poderoso em meus dias de tempestade – e nos dias de bonança – do que a força espiritual que sustento. Minha fé é uma alavanca empreendedora, com o poder de vitalizar, construir, resolver problemas, unir, solucionar e, sobretudo, me colocar no devido lugar perante Ele”, escreveu em sua autobiografia. 

Tinha uma disciplina rigorosa com sua prática espiritual, tanto quanto com seus exercícios ou alimentação, iniciando o dia com um programa espiritual que ele, inclusive, compartilhava em suas redes. Esses momentos de conexão lhe proporcionavam esperança, afastavam sentimentos de solidão e fortaleciam a certeza de estar sempre protegido e amparado por uma força maior. Pedinte fervoroso, seguia duas regras básicas: questionava se seu pedido era justo e se havia feito a sua parte para obter o que queria. “Quando essas duas perguntas são respondidas com honestidade, de forma positiva, e o pedido é feito com fé, temos êxito no que desejamos. Garanto a você.” 


E se tem uma chave para alcançarmos uma vida repleta de saúde, bem-estar e felicidade, ela sem dúvida se encontra nas nossas relações. E aqui Abilio sempre enfatizou a importância de cultivar o amor em cada uma delas, começando pela relação consigo mesmo, passando pelas relações familiares, estendendo-se as relações de amizade, trabalho, e até com seu país.  



Considerava o amor uma atitude a ser observada e treinada, como qualquer outra habilidade. Tendo provado os reveses causados pelo ódio, fruto de uma fase da vida em que a agressividade lhe era companheira, Abilio desenvolveu um olhar cada dia mais amoroso e cuidadoso para consigo e os demais. Também aprendeu a perceber as sutilezas do amor, manifestadas nas pequenas coisas do dia a dia e expressas como otimismo e entusiasmo pela vida. “Na presença do amor, todas as coisas que fazemos se transformam numa fonte de prazer puro e genuíno”, compartilhou.  


Abilio sempre dizia que cada um de nós tem algo único para agregar no mundo. Para ele, participar ativamente de nosso contexto, contribuindo para torná-lo um lugar melhor, era fundamental para criar uma vida de qualidade. Assim, movido por seu amor pelo país, dedicou quase 10 anos da sua vida como membro do Conselho Monetário Nacional na década de 80.  

Durante a pandemia, fez grandes doações junto à sua família para iniciativas de auxílio aos mais vulneráveis. Apoiou financeiramente a criação do Pacto contra Fome, movimento liderado por sua esposa Geyze, que busca contribuir no combate à fome através da construção de sinergias entre governo, setor privado e sociedade civil. Também colaborou ativamente durante o desastre natural que atingiu São Sebastião em 2023, demonstrando seu comprometimento com a comunidade e a sociedade em geral.  
O que ele sempre disse por aí
“Minha maior ousadia foi sempre pensar grande” 


                           

Abilio, sem dúvida, foi grande. Sempre dizia que, desde a juventude, havia feito a escolha de “ser alguém que passasse por essa vida de uma maneira marcante”, e assim o fez. Tinha como meta ser o melhor em tudo o que fazia. O sucesso, afirmava, era somente uma consequência do amor e da dedicação nessa busca. E ainda que não se considerasse nada extraordinário, suas realizações nas diferentes esferas da vida dizem o contrário.  

Dizia que “para ser velho basta ter idade, mas para ser jovem qualquer idade serve”, e com isso foi não só um exemplo de longevidade, mas de como podemos reinventar a maturidade e viver toda uma nova vida adulta, repleta de sonhos e realizações, quando muitos acreditam ser hora de desacelerar e se recolher.  

Em um momento da vida que a maior parte das pessoas estão pensando em aposentaria, Abilio se lançou em novos projetos empresariais e sociais, casou-se novamente e teve dois filhos. Segundo ele, isso lhe trouxe ainda mais vida e energia para seguir se dedicando aos pilares que lhe proporcionavam saúde e bem-estar. Quando falava em tempo, projetava uma vida imortal para silenciar as vozes que pudessem limitar seus desejos.  

E imortal se tornou.  

Ainda que não gostasse de falar em legado, se afirmando no aqui e agora, Abilio deixou um patrimônio material e imaterial gigantesco. Sua história estará para sempre eternizada no Espaço Horizontes, um espaço dedicado a compartilhar essa rica trajetória, presente de sua esposa Geyze e seus filhos Ana, João, Adriana, Pedro, Rafaela e Miguel quando completou 80 anos. Seus pilares seguirão sendo alimentados e compartilhados pelo Plenae, mantendo vivo seu propósito. E sua vida seguirá pulsando no coração de todos aqueles que o amará para sempre, na esperança infinita de que um dia voltarão a se encontrar. 

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Podcast: Episódio #469 / Abilio Diniz - Flow



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