Eu posto, tu postas e eles curtem. Ou não...
O que você vai encontrar por aqui: 
  • Quanto tempo os brasileiros ficam na internet;
  • Como as redes sociais afetam seu cérebro;
  • Os 4 principais estressores das redes sociais;
  • FOMO versus JOMO;
  • Estratégias para diminuir o vício do celular;
  • Dicas de livros, podcast e documentários;
  • Um novo jeito de conhecer o mundo.
Boa leitura! 
Você sabe quanto tempo fica conectado na internet por dia? Acha que conseguiria passar um dia inteiro offline?
 
Segundo os dados divulgados pela App Annie, empresa responsável pelos relatórios do State of Mobile 2021, os brasileiros passam, em média, quase 5 horas por dia conectados no celular. Parece muito? E é. O mundo tecnológico trouxe uma série de benefícios para nossas vidas, mas o uso excessivo tem cobrado o seu preço. FOMO (fear of missing out - medo de ficar de fora, em tradução livre), FOBO (fear of better options - medo de oportunidades melhores serem desperdiçadas, em tradução livre) e a mais nova síndrome, FONO (fear of the new normal - medo do novo normal, em tradução livre), são alguns acrônimos que se tornaram conhecidos entre nós e buscam sintetizar alguns dos distúrbios que ganham força na era digital, com seu crescimento potencializado pela pandemia. 

Para superar tanto medo e ansiedade, cresce o número de pessoas que se posicionam intencionalmente do lado de fora das redes. Conhecido como JOMO (joy of missing out - prazer em ficar por fora, em tradução livre), esse movimento de contracultura vai para muito além de simplesmente “desligar o celular”. Ele tem a ver com uma atitude proativa na busca de um bem-estar e aproveitamento do tempo, sempre offline. 

Acreditamos que vale a pena entender um pouco mais sobre os impactos de uma vida cada vez mais conectada. Esperamos com isso ajudar você na busca por uma melhor qualidade de vida por meio de estratégias que te ajudem a assumir o controle do seu tempo e das suas escolhas.
Fundo no assunto
Você está vivendo a sua vida?


Todos nós, em maior ou menor grau, já sentimos um certo desconforto quando nos desconectamos das redes sociais (será que estou perdendo algo?), ou quando estamos em frente a milhões de opções de escolha (e se a outra opção for melhor que a escolhida?), nesse contexto pandêmico, quando imaginamos sair das telas para o contato cara a cara (será que posso dar um abraço?), também nos afligimos em algum nível. Apesar de não serem medos necessariamente vinculados à internet, a permanência exagerada no mundo virtual tem estimulado cada vez mais esse sentimento em nós.

As redes sociais, em especial, têm gerado um impacto bastante negativo na nossa saúde mental. A principal questão é que essas ferramentas foram desenhadas para serem altamente viciantes, como explica esse vídeo:
Para o cérebro, as redes sociais oferecem recompensas imediatas com muito pouco esforço, o que te faz desejar cada vez mais este tipo de estímulo. A cada interação, uma boa dose de dopamina, um dos hormônios do bem-estar, é liberada no organismo e cientistas descobriram que estes centros de recompensa no cérebro estão muito mais ativos quando falamos de nós mesmos. Não é de surpreender que 80% da comunicação nas redes sociais seja tão autocentrada.

Ao mesmo tempo, muitos estudos mostram um aumento significativo da ansiedade e da depressão derivados do uso excessivo desses canais de comunicação. Afinal, basta estar conectado para cair na armadilha de acreditar que o mundo inteiro está se divertindo muito mais do que você. Segundo Bailey Parnell, especialista em mídias sociais, isso se dá especialmente por 4 tipos de estressores presentes neste universo on-line, como ela explica
 nesse vídeo
 Mas as redes sociais, por si só, não são ruins nem boas, são só a mais recente das ferramentas que utilizamos para fazer algo que sempre fizemos: contar histórias e nos comunicar. O princípio de uma relação saudável com essa tecnologia é a consciência de como ela pode nos afetar e estar alerta para os sinais. Para Bobby Mook, palestrante do TEdx UNC, o que está por trás de toda essa ansiedade são questões da essência humana como: sou amado? Serei lembrado? Sou significante para o mundo? E uma das chaves para sua superação é perguntar-se: o que esse medo está tentando me dizer? 

E é exatamente para responder essa pergunta e refletir sobre os efeitos de uma vida exageradamente online que, a cada dia, mais pessoas adotam uma atitude oposta a este medo de estar perdendo algo e desfrutam, intencionalmente, dos momentos offline. O JOMO, que em tradução livre significa o prazer de ficar de fora, vem ganhando notoriedade e pode ser a resposta para recuperarmos nossa sanidade. 

Como explicamos nesta matéria, é a partir da aceitação de que não faremos parte de tudo e de que cada escolha é uma renúncia, que poderemos dizer não para o imediatismo imposto por uma sociedade 100% conectada e estar mais presentes e atentos ao que acontece ao nosso redor. É quando você se dá a oportunidade de ficar de fora do que está acontecendo no mundo que você pode aproveitar o momento presente, estabelecer conexões profundas com aqueles que estão ao seu lado e enxergar propósito na sua vida.
O que dizem por aí
Saio, não saio... E agora, o que é que eu faço?

 
      
                           
A cada ano, um novo filme, uma nova série ou documentário surge nas telas para nos fazer refletir sobre os impactos da vida online. A série britânica Black Mirror, no episódio Queda livre em sua terceira temporada (2016), nos fez refletir sobre o potencial danoso de uma sociedade pautada por likes e avaliações nas redes sociais. Nesse episódio, as pessoas são avaliadas 24 horas por seus comportamentos e postagens e sua pontuação determina seu status social, podendo ser privadas de trabalho, acesso a serviços e até moradia caso tenham uma baixa pontuação. 

Nesse sentido, o Instagram modificou esta ferramenta na plataforma, deixando opcional para seus usuários se desejam ou não ver os likes nas publicações. Em 2020, o documentário O Dilema das Redes teve uma importante repercussão e pesquisas sobre como excluir o Facebook aumentaram em 250% após sua exibição. A geração Z tem liderado a debandada das redes sociais e uma pesquisa realizada com mais de 5 mil jovens de 22 países mostrou que 1 em cada 5 jovens desativou pelo menos uma rede social no último ano.

Mas será que é preciso um corte radical? Será que para ser feliz é necessário sair de todas as redes sociais? Acreditamos que a resposta não é o desaparecimento total, mas a retomada do controle do seu tempo e do que você consome na internet. Para te ajudar a compreender seu uso e até mesmo seu nível de dependência da internet, novos aplicativos têm surgido para monitorar não só o tempo gasto online, mas também quantas vezes você desbloqueia a tela, quais os aplicativos mais usados, além de criar estratégias para te incentivar a ficar longe do celular. 

É o caso do aplicativo Moment, que além de te passar um relatório de suas atividades, também permite que você crie metas para superar o vício. Já o Forest usa a estratégia da gamificação do seu tempo offline (uma árvore vai crescendo à medida que você se mantém longe da tela) e garante que as árvores virtuais serão transformadas em árvores reais. Eles afirmam que mais de 1 milhão de árvores já foram plantadas pelos usuários. 
Menos é mais 


Agora que você entendeu o quão viciante a internet é capaz de ser e a importância de se estabelecer uma “dieta digital” (com o consumo de conteúdos saudáveis em quantidades moderadas), deixamos aqui algumas dicas para você se desprender das telinhas e desfrutar de uma conexão mais profunda com seu interior.
 
Quer saber mais? Separamos alguns conteúdos que podem te ajudar a fazer um mergulho ainda mais profundo, não deixe de conferir!


Minimalismo Digital - Cal Newport


Podcast Gama: A tela precisa ser um canal para uma interação social e educativa de qualidade.


O Dilema das Redes
 

Que tal olhar para o mundo lá fora a partir de outros olhares? O WindowSwap é um site para sair um pouco da rotina e te leva para ver o mundo através da janela do outro.