Para Inspirar

Desmistificando conceitos: o que é o jornalismo de comunidade?

Feito e direcionado para dar voz a um público específico, essa vertente do jornalismo nasceu de uma necessidade e conquista cada vez mais espaço

30 de Agosto de 2024


No último episódio do Podcast Plenae, conhecemos a brilhante história do comunicador Rene Silva, que desde os 11 anos já começou a dar seus primeiros passos como jornalista, em uma iniciativa escolar ainda bem pequena, mas que já mostrava o seu potencial. 

A questão é que essa sementinha foi plantada e não parou de florescer. À frente do Voz das Comunidades, um dos principais veículos do segmento, Rene se tornou um representante importante dessa área conhecida como “jornalismo de comunidade”. Você já ouviu falar nele? Se a resposta for não, continue sua leitura para entender. E se você já conhece, continue também na leitura para conhecer outras iniciativas!

O porquê 


Para começar a explicar do que se trata o jornalismo de comunidade, é possível revisitar novamente o episódio de Rene. Em uma de suas falas mais potentes, ele nos lembra da ocupação feita em 28 de novembro de 2010, por 3.500 homens da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Marinha e da Polícia Federal no Complexo do Alemão. As cenas, que marcaram o noticiário nacional e rodaram o mundo todo, focaram na operação e nunca na população no entorno - que se sentia, com toda razão, ameaçada e fragilizada.

“As pessoas no Brasil inteiro queriam saber como estava a vida dentro da comunidade, e eu comecei a postar as notícias no Twitter, na conta do Voz. Eu escrevia coisas do tipo: ‘Nesse momento, as escolas e as creches da comunidade pararam de funcionar; o ônibus parou de circular; o comércio fechou’. A cobertura da mídia estava muito focada nas apreensões de drogas, nas mortes, essas informações que as autoridades passam. Mas eu estava reportando o impacto daquela operação no cotidiano de milhares de pessoas que moravam ali e não conseguiam sair para trabalhar ou voltar para casa. A situação estava cada vez mais tensa dentro da comunidade. E eu tinha acesso a informações exclusivas, que a grande mídia não tinha”, diz.

De uma hora para outra, como contamos em seu Plenae Apresenta, Rene ganhou milhares de seguidores por ter virado narrador em tempo real daquela megaoperação. Ele tinha apenas 16 anos e se tornou uma “espécie de correspondente de guerra”, como ele mesmo define. Depois disso, as barreiras da comunidade foram rompidas e a grande mídia se tornou parceira do jornal Voz das Comunidades, agora já no plural. As redações dos jornais, das rádios e das TVs começaram a abrir espaço para assuntos que aconteciam dentro das favelas, não focando só nos problemas, mas para as notícias boas também.

Isso nada mais é do que o jornalismo de comunidade, que tem por essência trazer temas relacionados à, claro, uma comunidade. E ele surge justamente dessa necessidade de jogar luz aos problemas de uma parcela da população que historicamente é deixada às margens, ou seja, não recebe sequer atenção midiática aos seus problemas que são muito específicos.

“Acredito que essa capacidade de a pessoa que produz conteúdo refletir sobre si e seu entorno é um dos grandes trunfos do jornalismo de comunidade. Sua visão de mundo contribui para uma percepção singular, que se reflete nas reportagens. Fora desse segmento, dificilmente uma pessoa jornalista vai entender tão bem um dilema, um problema ou a importância de uma solução quanto quem vive aquilo diariamente”, comenta Ludimila Honorato, jornalista de saúde especializada em jornalismo científico pela Unicamp, com grande bagagem no jornalismo de comunidade. 

Para ela, a grande relevância desse segmento está em “romper estereótipos, fortalecer identidades e fazer ecoar as vozes de quem está na comunidade”. Essa comunidade, vale dizer, pode se tratar de um espaço físico e geográfico, sim, mas também de um grupo social específico que não está concentrado em um só espaço. “A gente ouve com frequência o termo ‘dar voz’ a alguém; mas penso que não precisamos dar voz a ninguém, porque as pessoas já têm a própria voz, e o jornalismo de comunidade é um meio de potencializar o discurso delas”, pontua ela. 

Sua experiência pessoal com o segmento ultrapassou as linhas de carreira e atingiu o pessoal: foram as trocas que ela teve com a equipe e com os jovens que faziam parte das formações do É Nóis, escola de jornalismo para jovens da periferia, que a fizeram se enxergar como parte da periferia também. 

“Foi ali que passei a ter consciência de onde eu vinha e quem eu era. Nasci e cresci na zona leste de São Paulo, mas para mim sempre pareceu normal morar longe de tudo e de todos, passar quatro horas ou mais por dia dentro do transporte público para trabalhar e ter pouco lazer por perto. Pessoas que não conheciam meu bairro tinham medo de ir para lá, enquanto eu não entendia bem o porquê. Eu não questionava muito o meu entorno até então. Foi na É Nois, conversando com pares e produzindo conteúdo acerca do lugar em que vivíamos, que tive a minha visão de mundo transformada”, relembra.

Outras iniciativas


Além da própria Voz das Comunidades, muito bem liderada por Rene, há ainda outras iniciativas que valem a pena conhecer e, assim, mergulhar em um mundo que pode até estar um pouco distante de você, mas que também te diz respeito. Afinal, somos todos um grupo só. 

  • É Nóis: um laboratório fundado em 2009 com foco no público jovem, que trabalha para impulsionar diversidade, representatividade e inclusão no jornalismo brasileiro. 

  • Agência Mural: Jornalismo local combatendo estereótipos e garantindo acesso à informação.

  • Rede Cajueira: uma iniciativa que busca descentralizar a mídia no Brasil e fortalecer o jornalismo independente feito no Nordeste. O projeto foi criado em 2020 por quatro jornalistas nordestinas.

  • Periferia em movimento: fundada em 2009 por jovens jornalistas das periferias da Zona Sul de São Paulo, tem como missão fazer um jornalismo sobre, para e a partir das periferias.

  • ANF - Agência de Notícias da Favela: fundada pelo jornalista André Fernandes em janeiro de 2001 como um projeto, foi logo reconhecida pela Reuters como a primeira agência de notícias de favelas do mundo. A ANF foi criada para atender a demanda da imprensa e da sociedade, que precisavam obter informações sobre que acontecia no contexto das favelas do Rio de Janeiro. 

Acompanhe o trabalho feito por esses e outros veículos especializados no jornalismo de comunidade e, se puder, apoie financeiramente ou oferecendo algum apoio voluntário. Divulgar, por exemplo, já é um ótimo começo! É possível fazer muito mesmo fazendo um pouco todo dia.

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Para viver muito bem, fique em harmonia com a natureza

O ritmo frenético e estressante das cidades do século 21 faz com que a maioria das pessoas tenha pouco contato com a natureza. Para alcançar a longevidade com vitalidade é importante que haja a retomada dessa conexão.

5 de Julho de 2018


O ritmo frenético e estressante das cidades do século 21 faz com que a maioria das pessoas tenha pouco contato com a natureza. Para alcançar a longevidade com vitalidade é importante que haja a retomada dessa conexão. Pílulas, poções, aulas de ginástica e produtos alimentares sem glúten jamais conseguirão reproduzir o que uma existência natural holística pode proporcionar. Abaixo algumas sugestões para você começar a se reintegrar ao plano mestre da “Mãe Natureza”:
  1. Ecossistema. Pare de fantasiar que existe um segredo para uma vida longa e saudável. Não bastam apenas os genes certos, água pura, relações de qualidade, alimentos preparados em casa, atividades físicas regulares, uma fé forte ou viver em um ambiente mais natural. É todo o ecossistema que precisa ser pensado. Extrair um ou dois desses elementos e apertá-los em um estilo de vida frenético do século 21 nunca renderá longevidade de alta qualidade. Crie seu próprio ecossistema com os recursos da vida moderna.
  2. Harmonia com a natureza. Muitos centenários vivem uma vida em harmonia com os ritmos da natureza. Crie seu próprio ecossistema mente-corpo-espírito incorporando o seguinte:
    • Mente da natureza: tudo na natureza é ditado por um “plano de vida”. Os processos naturais são práticos e cheios de significado, desde o nascimento de uma criança até a abertura de uma flor. Ter um propósito de vida dá sentido para sair da cama todas as manhãs e seguir com prazer, energia e alegria.
    • Nutrição da natureza: prefira os alimentos naturais. Está morrendo de fome e sem tempo, mas quer uma refeição natural deliciosa? Sem problemas. Felizmente, existem agora vários lugares para obter comida natural saudável e rápida.
    • Conexão com a natureza: a ciência mostra o quanto pode ser saudável. Fique ao ar livre e passe o maior tempo possível na natureza. É tão simples quanto uma caminhada no parque. Some isso aos seus exercícios usuais.
    • Ambiente natural: viva o mais próximo possível da natureza. Se você não mora no campo, plante um jardim comunitário, por exemplo, ou cultive ervas na cozinha. Saia para áreas verdes nos fins de semana ou férias. Uma caminhada já é um bom começo para se contemplar a grandiosidade da natureza.
  3. Qualidade de vida é fundamental. Estudo recente que compara os grupos socioeconômicos mais baixos nos Estados Unidos e na Costa Rica descobriu que a mortalidade por doença cardíaca é 54 % maior nos americanos e 12%, nas americanas. O resultado tem a ver com a dieta de alimentos processados e outras doenças como obesidade, hipertensão, tabagismo, estresse urbano, condições de saúde mental, privação de sono e estilo de vida sedentário.
  4. Vida longa e vibrante e morte rápida. Este é o destino que todos queremos. A natureza dá, mas também tira. A vida é boa até deixar ser, e queremos que a primeira fase seja longa e rica, e que a última seja bem breve.
Leia o artigo completo aqui.

Fonte: Pam Peeke Síntese: Equipe Plenae

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