Para Inspirar

O que a Sardenha pode nos ensinar sobre longevidade

Respeito pelos mais velhos, prática de exercícios e uma vida de trabalho relaxada promovem bem-estar

10 de Junho de 2019


Quando o explorador, pesquisador e autor Dan Buettner começou a investigar o conceito de Zonas Azuis - as cinco regiões do mundo onde as pessoas vivem mais tempo - , ele foi capturado pela Sardenha , uma ilha italiana no Mar Mediterrâneo. Na Sardenha, há tantos centenários quanto centenárias, uma raridade que chamou a atenção de Buettner. "Esta região é diferente, porque é onde os homens vivem mais tempo", disse Buettner à NBC News Better . “Para cada homem centenário nos EUA, há cinco mulheres centenárias. Na Sardenha, a proporção é de um para um.” Como em todas as Zonas Azuis, Buettner afirma que não há uma causa determinante, mas vários fatores que, como um todo, contribuem para a longevidade. Inclusão etária Ao contrário de muitos países do Ocidente, onde os idosos vivem segregados da sociedade, na Sardenha eles são integrados. As pessoas mais velhas são admiradas por sua sabedoria e colocadas para trabalhar, se possível, como todas as outras pessoas da família. "Seria uma vergonha para a família ter pais idosos em uma casa de repouso. Então, quando as pessoas mais velhas estão em casa, elas cuidam do jardim, limpam a casa, cozinham ou olham as crianças", diz Buettner. Sebastian Piras, fotógrafo e cineasta da Sardenha que mora em Nova York, mas mantém uma casa na ilha e a visita com frequência, diz que os membros mais velhos costumam morar com seus filhos adultos. “Geralmente haverá duas ou três gerações morando na mesma casa”, diz Piras. "A conexão familiar é forte e existe um esforço em manter a família unida.” Vinho rico em antioxidantes Nos últimos anos, Piras observou que os hábitos alimentares estão se expandindo na Sardenha. Isto parece ser o resultado de a região se tornar mais acessível a pessoas de fora, assim como o fluxo de imigrantes trazendo seus próprios estilos para a cozinha. Mas um ingrediente básico persevera: o vinho cannonau, que Buettner aponta, é particularmente rico em antioxidantes. Dieta e exercício Buettner diz que a culinária da Sardenha é essencialmente camponesa. "A comida é composta por feijão, verduras e grãos integrais", afirma. “Eles também comem muito pão e queijo, principalmente Pecorino.” Para Buettner, no entanto, a dieta é responsável por "talvez apenas 25 por cento" do quadro de longevidade na Sardenha. Um componente maior que contribui para a vida longa da população pode ser a quantidade de exercício que as pessoas praticam todos os dias. Por causa da natureza íngreme e montanhosa da paisagem, e do "estilo de vida pastoral" ativo, como diz Buettner, "eles estão recebendo exercícios de baixa intensidade e média intensidade o tempo todo. Há dezenas de períodos de esforço físico ao longo do dia e as pessoas não estão dirigindo na maior parte do tempo; eles estão andando. Almoço rico Na Sardenha, o almoço é a maior refeição do dia, composta por três pratos, possivelmente com salada, massa caseira e queijo pecorino. Trata-se de uma refeição rica, seguida de uma soneca. Muitas pessoas não precisam voltar ao escritório depois do almoço. O jantar é a refeição mais leve do dia, tipicamente servido no fim da noite, enquanto o café da manhã se toma cedo e muitas vezes é bem doce. Baixo estresse Trabalho com baixa carga de estresse é outro ingrediente da longevidade da Sardenha, segundo Buettner, especialmente para os homens. Os homens são tradicionalmente os chefes de família na Sardenha, enquanto as mulheres gerenciam a casa, as crianças, as refeições e as finanças "Essas pessoas não estão sentadas em um escritório durante todo o dia e, em seguida, tentando chegar à academia", diz Buettner. “Elas têm uma vida de trabalho relaxada e, geralmente, se você lhes perguntar as prioridades, você ouvirá repetidas vezes que a família é a número um. E não há opção para a solidão.” Fonte: Nicole Spector, para NBC News Better Síntese: Equipe Plenae Leia o artigo completo aqui .

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Desmistificando conceitos: o que é o salário emocional?

Mais do que benefícios financeiros, há um movimento cada dia mais sólido de empresas que buscam recompensar seus funcionários de outras formas

26 de Maio de 2021


Que atire a primeira pedra quem não gosta de receber um aumento de cargo e, consequentemente, no salário também. Faz parte do crescimento vivenciar essas etapas para alcançar metas, objetivos e propósitos profissionais, e não há nada de errado em querê-los.

Mas, será que só isso basta para manter muitos engajados em seus empregos? A opinião dos especialistas é unânime: não. E, para isso, existe o salário emocional. “Ele é o aspecto não financeiro e intangível do que é o salário, e tem mais a ver com autonomia, enriquecimento de cargo, horários flexíveis, bom relacionamento entre a equipe - fatores mais do contexto macro do que coisas pontuais que acontecem” explica Beatriz Cançado, especialista em Gestão de Pessoas e mestre em psicologia organizacional pela Universidade de Columbia.

“Existe um certo tanto de salário financeiro que é o mínimo para a pessoa não ficar insatisfeita e isso é um fato que precisa ser seguido. Porém, depois que essas condições são atingidas, não vale a pena eu ficar investindo só nisso. Posso pagar o que for e o colaborador ainda não estará insatisfeito com as condições. Daí pra cima é preciso investir nesses benefícios emocionais”, continua Beatriz.

Marcio Ogliara, professor de educação executiva da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da Faculdade Getúlio Vargas e da Fundação Instituto de Administração (FIA), concorda com a afirmação anterior. “Tenho mais de 30 anos de vivência com RH e há muito tempo já percebemos que não é só o dinheiro. Tem gente que troca de empresa pra ganhar menos, mas porque existem outras compensações onde a pessoa começa ter mais estímulos”, explica.


Fatores envolvidos

E quais seriam esses estímulos? “Acho que a primeira coisa é oportunidade de crescimento e desenvolvimento profissional. Muita gente procura empresas que às vezes têm uma carga de trabalho pesada, mas existe uma oportunidade de aprendizado muito grande”, continua Marcio.

“Ter sensibilidade com relação ao momento do colaborador, que ele tenha espaço para a convivência familiar, espaço de crescimento pessoal, viajar, fazer cursos que interessam a ele pessoalmente: isso tudo é uma dimensão importante que precisa ser trabalhada”, diz.

O professor ainda lembra que esse esforço precisa ser não só da empresa, mas principalmente do gestor, que é quem estará diretamente conectado com esse trabalhador e saberá qual “recompensa” não-financeira. Afinal, o que funciona como salário emocional para um, pode não ser tão interessante para o outro.

“A organização entra nessa relação de uma forma mais macro, tendo uma cultura boa, valores, metas, uma coisa mais estrutural. Já o chefe é que vai conhecer seus subordinados e entender o que aquela pessoa quer: é uma oportunidade de desenvolvimento? Mais autonomia e mais convívio com a família? Horários flexíveis? Ou o transporte é uma questão para ela e o teletrabalho vai ser bom?”, pondera.

É importante lembrar que o trabalho deve ser a junção desses fatores. Para manter um empregado feliz e engajado, é preciso que haja um perfeito equilíbrio entre salário financeiro e o emocional. “Pagar muito abaixo e dar um monte de benefícios funcionou para uma geração de pessoas que se contentavam com isso. Mas elas cresceram, começaram a casar e ter filhos, e viram que é preciso ter dinheiro”, diz Beatriz.

Para isso acontecer de forma honesta e realmente eficaz, é preciso que a relação de todos os envolvidos seja transparente e que a empresa esteja aberta a conversas francas - inclusive sobre dinheiro, um velho tabu do mercado. “Dentro das organizações, uma das coisas mais complicadas é gerir as comparações. O ideal é que sua oferta salarial seja sempre equiparável com as organizações de fora, e que dentro as posições tenham salário equivalente”, explica Marcio.

“O que acontece é que muitas organizações não têm esse equilíbrio interno para fazer essa divulgação. Hoje em dia já existem algumas iniciativas para isso, startups e empresas novas estão se arriscando mais, sem medo dos problemas que a transparência pode trazer. Mas isso, definitivamente, ainda não é um assunto ainda bem resolvido”, conclui.

Para a mexicana Marisa Elizundia, especialista em recursos humanos, em entrevista à BBC , para saber o seu salário emocional, é preciso “identificar quais são os fatores do salário emocional que são mais importantes para você e avaliar se eles coincidem com coisas que sua empresa valoriza” e, em seguida, “avaliar como sua empresa os coloca — ou não — em prática.”

Para entender o que pagaria o seu salário financeiro, você tem que conhecer a fundo suas contas e suas necessidades. Mas, para entender o seu salário emocional, você precisa ser verdadeiro com o seu propósito e suas motivações. Você saberia metrificar a sua felicidade? Traçar essa meta pode ser importante para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Mergulhe em suas vontades!

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