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Desmistificando conceitos: o que é a dismorfia corporal?

Será que o que você olha no espelho é real? Saiba mais sobre a Dismorfia Corporal, também conhecida como “síndrome da feiura imaginada”.

9 de Abril de 2021


Na quarta temporada do Podcast Plenae - Histórias Para Refletir, conhecemos a jornada de Duda Schietti, terceira apresentada e representante do pilar Mente. Vítima de um AVC precoce recorrido a tempo, a ex-estilista conseguiu, graças aos inúmeros tratamentos e ótimos especialistas ao seu redor, ficar com poucas sequelas após o ocorrido.

Mas ter o lado direito de seu rosto paralisado e um pouco torto abalou sua autoestima como ela jamais imaginaria. Foi preciso uma longa imersão em seu próprio eu, por meio de atividades físicas, mudança em sua alimentação e muita terapia para que ela conseguisse se reconectar consigo mesma.

Duda revela que, até hoje, não são todos os dias que são bons. Vaidosa, ter de se acostumar com uma nova versão de si lhe foi muito custoso. Dividir essa trajetória com os seus seguidores em sua conta no Instagram foi também parte do que a salvou desse buraco profundo e depressivo. Aliás, foi também o que lhe deu um novo rumo e um novo ofício para seguir em frente.

O espelho está mentindo

No caso de Duda, houve de fato uma alteração em seu exterior que a fizesse questionar sua própria beleza. Mas e quando o complexo de inferioridade estética mora somente em sua cabeça, de forma que nenhuma intervenção estética ou qualquer mudança provocada poderiam te fazer mais satisfeito?

Isso pode indicar que você sofre de Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), um transtorno psicológico que não é novo e já afetava célebres figuras como Michael Jackson, mas tem sido cada vez mais estudado e relatado em consultas, onde o sujeito se enxerga de maneira diferente no espelho.

É uma obsessão excessiva pelo próprio corpo aliada a uma supervalorização de pequenas características consideradas não muito favoráveis. Conhecida também como “Síndrome da Feiura Imaginária”, ela pode afetar a autoestima do sujeito de maneira 360°, levando-o a uma insegurança perigosa e até a uma depressão.

E ela não é pouca coisa: segundo essa pesquisa , que avalia sobretudo a relação entre as altas queixas cosméticas e a dismorfia, a TDC já aparenta afetar quase 2% da população brasileira. Ela já é reconhecida pela Associação Americana de Psiquiatria (APA) e pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que categorizam transtornos psicológicos e psiquiátricos.

O que fazer

Assim como a FOMO , a alta da síndrome também pode estar sendo impulsionada por conta das redes sociais. Em uma entrevista ao Plenae , a psicóloga Camilla Viana já apontava que a nossa relação com as mídias sociais deve ser mais saudável. Para ela, é preciso praticar o “unfollow terapêutico”.

“O Instagram é a plataforma mais relevante hoje, mas é preciso estar atento às suas atividades por lá. Busque perfis de influência positiva, busque se informar sobre as consequências dos procedimentos estéticos - por conta do fenômeno da disformia que os filtros podem causar -, não busque ser aquela blogueira que é cheia de procedimento estético e ainda manipula fotos, porque isso mexe diretamente com a autoimagem de qualquer pessoa”, diz.

O assunto é tão sério que hoje em dia já se discute a chamada Disformia do Snapchat, uma rede social onde se publicam imagens que somem em 24h. Foi lá que nasceram os tão famosos filtros de selfie, onde uma imagem de seu rosto pode sofrer alterações para se parecer com outra coisa.

Como dito pelo Dr. Cristiano Nabuco em seu blog sobre o assunto, é “desnecessário lembrar que esses pacientes dificilmente ficarão satisfeitos com as intervenções na face, simplesmente porque não há nada errado com elas”.

Há alguns remédios psiquiátricos que um médico pode receitar para lidar e atenuar as consequências da dismorfia. Mas mais do que seguir exemplos positivos e procurar ajuda médica, você não deve abrir mão de entender em um ambiente de psicoterapia a raiz desses sentimentos.

Público alvo

Esse é um distúrbio bastante clássico na adolescência, onde nosso corpo enfrenta mudanças e há muita pressão social quanto a nossa aparência, sem falar na bomba de hormônio que nos invade. Mas ele pode afetar adultos da mesma maneira, sem escolher o sexo.

Homens e mulheres são afetados, mas tendem a manifestar de maneiras diferentes: enquanto o primeiro pode ter uma preocupação mais focada em seu órgão genital ou até na perda de cabelos, a segunda pode estar mais atenta ao quadril, nádegas ou sua pele. A eles, com a progressão da idade, a síndrome tende a diminuir antes do que a elas.

Porém, os sintomas característicos tendem a se apresentar da mesma maneira para ambos: problemas com autoestima, obsessão com miudezas do corpo, dificuldade com a vida social, comportamentos compulsivos e excesso - ou evitamento - de espelhos. Este site oferece um teste para que você se identifique com alguns sintomas, mas o olhar de um especialista é imprescindível.

Médicos que não são da área psicológica podem estar ligados também nesse processo, como um cirurgião plástico que detecta, em seu paciente, uma obsessão pela correção de deformidades puramente imaginárias. Nesses casos, o seu dever é encaminhá-lo para atendimento especializado.

Segundo a psicóloga Suelen Tebaldi, em vídeo para o canal Casule , esses pacientes podem passar de 3 a 5 horas por dia pensando em seus defeitos imaginários, e é isso que difere de uma vaidade normal, passando a ser patológico e prejudicial a sua vida.

Suelen revela que não há uma causa comum em todos, pois podem ser uma junção de fatores genéticos, psicológicos e ambientais. Ela ainda lembra que em casos mais graves, o transtorno pode levar a hospitalização e a pensamentos suicidas.

Comece ainda hoje a ser mais gentil consigo mesmo. Questione-se: o que eu vejo é a realidade? Pergunte às pessoas que você mais ama, divida com elas suas angústias e procure sempre a ajuda de um profissional. A jornada do autoconhecimento e da autoaceitação por vezes pode ser árida, mas sempre vale a pena.

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Renda, idade e educação afetam a visão de mundo

Uma pesquisa elaborou mais de 100 perguntas e chegou à conclusão que renda, idade e educação interferem no modo como os australianos enxergam o mundo

22 de Novembro de 2018


Um estudo ambicioso começou a ser realizado durante as eleições da Austrália, em 2017, para entender a visão de mundo do eleitor. Intitulada de Political Persona Project , a pesquisa elaborou mais de 100 perguntas e chegou à conclusão que renda, idade e educação interferem no modo como os australianos enxergam o mundo. O levantamento foi realizado em parceria com o Centro de Pesquisa Social da ANU (Universidade Nacional Australiana) e a empresa de pesquisa política holandesa Kieskompas e entrevistou 2.600 australianos. O estudo também contou com o apoio da Fairfax, um gigante da mídia no país. Em proporções diferentes de acordo com o perfil, o eleitor se diz decepcionado e acha que o mundo está mudando rápido demais. Decepção. O salário interferiu na satisfação com a vida em geral. Dos assalariados de baixa renda – entre R$ 45 mil e R$ 144 mil por ano –, 36% estão decepcionados. Apenas 16% dos assalariados de alta renda, que recebem a partir de R$ 250 mil por ano, têm a mesma percepção. Mudança. Metade dos que ganham menos acha que o mundo está mudando com frequência e velocidade. Concordam com isso apenas 26% daqueles com salários mais altos. “Pessoas com mais recursos são capazes de se adaptar porque têm meios para isso”, disse Ariadne Vromen, professora de sociologia política da Universidade de Sydney. “Eles têm renda disponível para comprar novas tecnologias, educação e treinamento. Muitos deles estão por trás de muitas mudanças sociais e econômicas como líderes de sociedade.” Haves or Have-nots A ANU dividiu os eleitores em “haves” (os que possuem) e “have-nots” (os que não possuem) a partir da renda, educação e idade. Rachel Katterl, de 31 anos, por exemplo, é uma das “haves”. Possui diploma de pós-graduação e renda anual de quase R$ 276 mil. Ela se define politicamente “com tendência para a esquerda”. Também confessa estar desiludida com a política australiana – uma visão compartilhada por 75% dos australianos, de acordo com as pesquisas do projeto. Ao contrário da maioria dos menos privilegiados, quando a situação política e econômica mais ampla fica aguda, ela encontrou no próprio mundo razões para ser otimista. “Eu acho que (a política australiana) é bastante difícil… Observar tudo o que está acontecendo apenas aumenta meu desejo de reforçar minha própria bolha”, disse ela. “Conscientemente, alterei minhas fontes de referências.” Ela prefere focar na vida presente. “Tendo a não pensar de forma mais ampla. Sei que tenho muito privilégio e muita sorte, por isso, preciso aproveitar para me concentrar nas coisas que posso controlar, ao invés de estagnar e ficar chateada com os macros eventos.” Em Melbourne, a arquiteta e consultora Helen Day, de 47 anos, diz que está “muito positiva” e acredita que o país apresenta inúmeras oportunidades, apesar do crescimento da população. “Há mais potencial para as pessoas criarem meios de subsistência com suas paixões e seus verdadeiros interesses, seja um serviço de nicho, seja um novo produto ou uma especialização, se você for um acadêmico”, disse Helen Day, que possui mestrado na Faculdade de Economia de Londres e ganha mais de R$ 250 mil por ano. “No geral, eu sou muito positiva, mas observo que, como em qualquer processo de crescimento urbano, há sempre problemas em torno da disparidade social e da violência. Com o bem, sempre virá mal.” Leia o artigo completo aqui . Fonte: Inga Ting Síntese: Equipe Plenae

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