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Uma única sessão de exercício já beneficia a saúde mental

Segundo pesquisa, exercício aumenta a cognição e o desempenho da memória em pessoas mais velhas

16 de Setembro de 2019


Várias pesquisas científicas já comprovaram que o exercício faz bem à saúde física e mental. Um novo estudo sugere que, no que diz respeito à cognição, o benefício acontece imediatamente após a atividade física.

Pesquisa

Para confirmar a relação entre exercício físico e bem-estar em idosos, cientistas da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, recrutaram 34 pessoas entre 60 e 80 anos. Todos eram saudáveis, mas não regularmente ativos. No estudo, cada participante pedalou em uma bicicleta ergométrica por 20 minutos, em duas ocasiões diferentes.

Em uma, com resistência leve e, em outra, com intensidade elevada. Antes e depois de cada sessão de exercício, cada participante foi submetido a exames no cérebro e a um teste de memória.

Resultado

Após uma única sessão de exercícios, alguns participantes experimentaram maior conectividade entre o chamado lobo temporal medial (que circunda o hipocampo, isto é, o centro de memória do cérebro) e o córtex parietal e o córtex pré-frontal. Trata-se de duas regiões que fazem parte da cognição e memória.

Para Michelle Voss, coautora do estudo, o resultado da pesquisa pode motivar pessoas a praticar atividade física por causa do benefício imediato. "Em termos de mudança comportamental, você pode dizer a si mesmo: 'vou ser ativo hoje’”, diz ela. “Entender exatamente quanto tempo os benefícios duram após uma única sessão de exercícios e por que alguns se beneficiam mais do que outros são orientações empolgantes para pesquisas futuras”, afirmou Voss.

Exercícios rigorosos podem parecer assustadores, especialmente à medida que envelhecemos. Por isso, uma descoberta do estudo foi a de que alguns indivíduos se beneficiaram imensamente de exercícios leves e de baixo impacto, enquanto outros não. A pesquisa científica também revelou que o exercício contínuo ou a longo prazo não tem necessariamente um efeito maior do que um exercício isolado.

Isso porque os efeitos do exercício sobre a cognição mental são rápidos e não duram muito. Mais pesquisas precisam ser feitas sobre como o exercício modifica e auxilia a função cerebral. Também é preciso compreender melhor quanto tempo esses benefícios duram e por que algumas pessoas se beneficiam mais que outras.

Fonte: Jacqueline Ahearn, para Being Patient
Síntese: Equipe Plenae
Leia o artigo original aqui.

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Desmistificando conceitos: o que é o afeto?

Mais do que o significado comum, que relacionamos aos sentimentos bons dirigidos à alguém, afeto vai além disso e reverbera de diferentes formas dentro de nós

4 de Novembro de 2020


Segundo o site Origem da Palavra , especialista em oferecer etimologia de termos comuns no nosso dia a dia, “afeto” e “afetar”, possuem a mesma raiz. “Elas derivam  do latim AFFECTIO, “relação, disposição, estado temporário, amor, atração”, da raiz de AFFICERE, “fazer algo, agir sobre, fazer, manejar (...)”.

Indo por essa linha, o doutor em ciências sociais pela PUC-SP e professor na Faculdade Casper Líbero, Luís Mauro de Sá, discorre em vídeo para a Casa do Saber , sobre o conceito do afeto baseado, sobretudo, nos estudos do filósofo Baruch de Espinosa - aquele mesmo, citado em nossa matéria sobre Panteísmo . Mais do que discorrer sobre as manifestações divinas, o estudioso holandês também debruçou-se sobre a alma humana.                                

Apesar de sermos seres racionais, somos muito afetados também pelas nossas emoções

Luís Mauro começa o vídeo falando sobre a dualidade mais antiga que permeia o ser humano: somos seres racionais, mas muito afetados também pelas nossas emoções, ainda que em tempos modernos elas insistam em ser sufocadas pelo nosso cotidiano.

O professor defende que, para sermos compreendidos - e, porque não, nos compreender - precisamos levar em consideração “a dimensão fundamental do afeto”. Para isso, ele se vale nos escritos da filosofia, e não necessariamente a contemporânea.

Mesmo que tenha publicado seus principais escritos ainda no século 18, Espinosa já ressaltava a importância justamente de estarmos atentos aos nossos afetos. O filósofo foi um desses casos não tão raros de escritores valorizados postumamente. Até porque, em sua época Espinosa era considerado um ateu a ser renegado.

Isso, é claro, era mentira - e se dava somente pelo fato do filósofo ter criticado, muitas vezes, a forma como os estudos teológicos endurecem as concepções possíveis de Deus, como explica o professor de História e Filosofia da UNIFESP, Fernando Dias Andrade em vídeo para a Casa do Saber .

                                             
Para Spinoza, Deus é maior e mais forte do que as amarras da religião

Para ele, religião é um conjunto de verdades simples e irrefutáveis, que até mesmo a razão é capaz de reconhecê-las como verdadeiras. São elas: Deus existe; Devemos amar o próximo; Devemos cumprir nossas promessas; entre outras. Cientistas como Albert Einstein passaram a se autodenominarem como “espinozistas”, gerando ainda mais resistência ao filósofo por parte dos teólogos da época.

Deu para perceber que, apesar de polêmico, o filósofo era também avesso à firulas, por assim dizer. De caráter mais prático, ele buscava entender o que eram as coisas de fato e como elas repercutiam em nós. E é aí que voltamos ao afeto e ao professor Luís Mauro: devemos ir além do que conhecemos por afeto, geralmente relacionados ao carinho destinado à alguém, ou sempre num sentido mais positivo.

Isso está correto, mas não se delimita somente a isso. O afeto mora também em tudo aquilo que nos afeta de alguma maneira, aquilo que “move a minha alma”. Ele está ligado ao verbo afetar - aquilo que me afeta, seja qual for sua forma. Exatamente da forma que explicamos ainda no início dessa matéria, quando trouxemos a etimologia da palavra.

Valorizar somente a nossa racionalidade é uma armadilha, pois isso nos coíbe de valorizar o tempo dos nossos afetos. Ainda que em tempos de redes sociais estejamos falando cada vez mais sobre nós, também estamos o fazendo de forma cada vez mais rasa, sem parar para prestar atenção justamente no que verdadeiramente nos afeta.

Para o psicanalista Wilson Klain, em Café Filosófico gravado pela TV Cultura , o afeto “nasce no corpo, parte do corpo e age sobre o corpo”. Portanto, ele é indissociável de nós mesmos. Apesar de serem como “nuvens”, segundo o próprio, por não serem físicos ou possíveis de serem pegos na mão, eles são sentidos profundamente por nós. São produzidos pelo organismo e, simultaneamente, são orgânicos.

                                          
Pode-se concluir, portanto, que afetos são conjuntos de manifestações orgânicas e atribuições psíquicas que permeiam todas as nossas emoções, tanto as positivas como as negativas. Ele nunca é neutro, pois vem sempre repleto de significados, alegrias, tristezas, dores ou prazeres. Justamente porque, em sua essência, ele nos afeta.

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