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O que você vai encontrar por aqui: - Entendendo a menopausa
- Os principais sintomas
- Os efeitos da menopausa no cérebro
- O que é a perimenopausa?
- O mercado e as empresas estão olhando para a menopausa
- Dicas de como se preparar para a chegada dessa fase da vida
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Você já parou para pensar sobre a menopausa? Está preparada para a sua chegada?
Basicamente, mais da metade da humanidade já passou, está passando ou irá passar por esta fase da vida que pode ser bastante desafiadora, para não dizer caótica. Ela marca o fim do ciclo reprodutivo em corpos femininos e, apesar de impactar muita gente, ainda é considerada um enorme tabu na sociedade. Envolta de estigmas e até vergonha, o silêncio em torno do assunto deixa milhares de mulheres perdidas sobre o que está acontecendo consigo e como tratar os sintomas mais perturbadores do processo, afinal são mais de 76 deles.
E se a menopausa já é um tema enigmático, a perimenopausa cai em um limbo ainda mais profundo. Ela é a fase que precede o início oficial da menopausa, podendo durar de 2 a 10 anos, e é marcada por flutuações hormonais tão significativas que levam muitas pessoas a confundirem seus sintomas com problemas de saúde mental. Alterações de humor intensas, crises de ansiedade, irritabilidade e depressão são algumas das ocorrências que aparecem no início da perimenopausa, porém acabam não recebendo um tratamento adequado por não serem associados aos efeitos do estrogênio. |
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Com tantas mudanças no corpo e na mente, numa fase da vida em que a maturidade dá seus sinais trazendo muitas incertezas e medos, a menopausa e a perimenopausa acabam impactando a qualidade de vida de muitas mulheres, que muitas vezes navegam por esses mares sem uma bússola que as oriente.
Assim, acreditamos que vale a pena quebrar o silêncio em torno desse tema para que possamos nos preparar para a chegada desse rito de passagem na vida de tantas mulheres. Seja você a pessoa que vai viver a menopausa em primeira mão ou será rede de apoio para uma amiga, irmã, esposa ou mãe, esperamos que esse conhecimento possa te ajudar a passar por esse momento com gentileza, acolhimento, resiliência e gratidão pelos profundos aprendizados que ele certamente trará. |
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Fundo no assunto O fim para um novo começo Menopausa é o nome dado ao último ciclo menstrual, definido de forma retroativa após 12 meses consecutivos sem a ocorrência de sangramento. Ela ocorre de forma natural, geralmente entre os 45 e os 55 anos de idade, e é marcada por uma queda permanente nas concentrações dos principais hormônios femininos: o estrogênio e a progesterona. Isso se dá porque a mulher nasce com um número já determinado de folículos (estruturas que abrigam os óvulos), que vão se esgotando ao longo da vida.
É muito raro que homens trans vivenciem a menopausa nessa idade, já que normalmente optam por terapias hormonais que cortem o ciclo menstrual ou realizam uma histerectomia, que é a retirada do útero, tubas e ovários, conduzindo a uma menopausa precoce. Mas, caso só bloqueiem seus ciclos com anticoncepcional, poderão igualmente viver a menopausa e seus sintomas como as mulheres cisgênero.
Com a revolução da longevidade, tema que já falamos por aqui, cada dia mais mulheres não só estarão na menopausa, mas poderão viver até 30 anos na pós-menopausa, ou seja, toda uma nova vida adulta sem os hormônios que seus organismos estavam acostumados a produzir. Estimativas apontam que, em 2025, mais de um bilhão de mulheres no mundo estarão nessa fase. E se todos nós precisamos nos preparar para essa maratona da vida, no caso das mulheres a preparação fica ainda mais intensa, pois a falta de estrogênio traz uma série de desafios que exigem atenção especial.
Muito além da menopausa ser simplesmente o fim do ciclo reprodutivo da mulher, ela traz consigo uma série de sintomas físicos, mentais e emocionais que podem afetar a qualidade de vida delas. E como cada uma é única, não haverá duas jornadas iguais e, portanto, não há uma solução para todas.
Uma pesquisa realizada pela Phenology, marca de saúde feminina da healthtech Hologram Sciences, feita com 30 mil mulheres, mostrou mais de 15 mil combinações únicas de sintomas durante a menopausa, o que mostra a necessidade de uma abordagem individualizada para lidar com esse momento. Ainda assim, o estudo mostrou que 50% das mulheres não tratam os sintomas da menopausa, seja por não saberem se o que estão sentindo é devido a ela, ou pela falta de acesso a soluções existentes e até pela resistência em reconhecer sua condição devido a tantos estigmas.
Dos sintomas mais comuns, destacam-se:
- Ondas de calor. Também conhecido como fogachos, é considerado o sintoma mais comum da menopausa, ocorrendo em mais de 80% das mulheres. Ele acontece porque a queda de estrogênio provoca uma desregulação do termostato do corpo. São caracterizados por uma súbita sensação de calor centralizada na parte superior do tórax e rosto, que logo pode se generalizar e durar de 2 a 4 minutos. Também podem ocorrer calafrios, tremores e sentimentos de ansiedade. Sua frequência e intensidade são muito variadas, mas são particularmente comuns a noite.
- Distúrbios do sono. A variação hormonal aumenta a possibilidade de fragmentação do sono e despertar precoce, piorando muito a qualidade desse descanso. Ainda, as ondas de calor provocam suores noturno que dificultam ainda mais que a pessoa repouse profundamente e podem também agravar os sintomas de cansaço e irritabilidade.
- Ressecamento vaginal e queda na libido. A deficiência de estrogênio causa estreitamento do epitélio vaginal, resultando em atrofia e secura, além de coceira e dor durante a relação sexual. Isso agrava outro sintoma comum da menopausa, que é a diminuição da libido.
- Perda muscular e ganho de peso. A queda hormonal impacta tanto o funcionamento do metabolismo quanto a forma que o corpo armazena gordura. Normalmente há um acúmulo de gordura na barriga e ao redor da cintura.
- Variação de humor. A diminuição nos níveis de estrogênio e progesterona afetam a produção de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, responsáveis por regular o humor. Isso pode gerar ansiedade e depressão, especialmente quando associados a outros sintomas incômodos da menopausa e ao estigma social.
- “Brain fog” ou nevoeiro mental. O impacto da menopausa no cérebro irá causar alterações cognitivas como problemas para lembrar das coisas, dificuldade de concentração, falta de foco e clareza mental e um sentimento parecido com uma ressaca.
- Outros possíveis sintomas: perda de cabelo, perda de densidade óssea, dores de cabeça, dores musculares, câimbras, unhas quebradiças, entre outros. No Brasil, há especialistas que afirmam que o número de sintomas pode chegar a 76.
Novos estudos em neurociência mostram que muitos desses sintomas tem menos relação com os ovários e mais relação com o cérebro, ou seja, são sintomas neurológicos. Isso porque o cérebro feminino é rico em receptores de estrogênio, principalmente as regiões que controlam a memória (hipocampo), o humor (amigdala), o sono (tronco encefálico) e a temperatura corporal (hipotálamo).
O declínio característico do estrogênio durante a menopausa pode não só afetar o funcionamento dessas regiões, mas pesquisadores acreditam ser capaz de mudar a própria estrutura do cérebro. Lisa Mosconi, neurocientista que vem estudando as diferenças no cérebro de homens e mulheres, comenta neste Ted Talk que a queda dos hormônios femininos faz com que os neurônios comecem a desacelerar e envelhecer mais rapidamente. Esse processo pode levar ao desenvolvimento de placas de amiloides, responsáveis pela doença de Alzheimer, o que explica porque elas têm duas vezes mais risco de desenvolver a doença do que eles. |
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A menopausa causa também um declínio de 30% nos níveis de energia do cérebro, independente da idade em que ocorra. Isso mostra que o cérebro feminino é mais sensível ao envelhecimento hormonal do que ao envelhecimento cronológico. Essas informações são importantes para que possamos compreender e validar o sentimento de tantas mulheres que sentem que estão literalmente enlouquecendo durante esse processo. Segundo Lisa, é preciso dar tempo para que o cérebro possa se adaptar a esta transição. E para quem está preocupado com uma possível perda na performance cognitiva, Lisa tranquiliza dizendo que não há diferença de performance nos cérebros de homens e mulheres antes ou após a menopausa, e brinca “podemos estar cansadas, mas continuamos afiadas”.
Embora a maioria das mulheres estejam familiarizadas com o termo menopausa e seus sintomas mais comuns, muitas desconhecem não só outros possíveis sintomas (como a sensação de insetos andando sobre a pele ou queimação na boca) como o fato de que eles começam a aparecer anos antes da menopausa propriamente dita. Esse período de transição é conhecido como perimenopausa ou climatério.
Essa fase é longa e dura entre 2 e 10 anos, o que poderia levar uma mulher de 35 anos a apresentar sintomas de perimenopausa ainda que os exames como contagem de óvulos e testes hormonais indiquem que ela está bem longe da última menstruação. É muito difícil identificar quando ela começa exatamente porque os sintomas são variados e nem sempre são necessariamente uma irregularidade no ciclo (seja de frequência, fluxo ou intensidade) ou as famosas ondas de calor.
A pouca educação sobre o assunto entre os profissionais de saúde também torna esse diagnóstico mais complexo. Um estudo mostrou que nos Estados Unidos, por exemplo, somente 31% dos ginecologistas obstetras fazem cursos formais sobre a menopausa e perimenopausa. Assim, cada profissional irá indicar algo diferente frente aos sintomas relatados pelas mulheres, não necessariamente associando tais sintomas a perimenopausa.
Especialmente nessa fase, as flutuações hormonais as levam a apresentarem sintomas de saúde emocional que podem ser confundidos com problemas mentais. Infelizmente, é mais comum do que gostaríamos os relatos de que, ao falarem de perimenopausa com seus ginecologistas, foram descredibilizadas e indicadas a procurarem um psiquiatra.
Porém, o estudo da Phenology revelou que essas sensações são mais comuns no início da perimenopausa, enquanto as ondas de calor, o suor noturno e os problemas de saúde sexual ficam mais pronunciados na fase pós-menopausa. Com isso, as mulheres são mais propensas a sofrer episódios de depressão graves durante a transição para a menopausa do que em qualquer outra fase, sem receber um tratamento adequado a sua condição. |
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O que dizem por aí Ela não vai me parar A verdade é que passou da hora de falarmos mais sobre a menopausa e a perimenopausa em todos os ambientes que nos cercam e, assim, quebrar este tabu social que invisibiliza tantas pessoas. Já estamos dando passos importantes nessa direção, embora ainda lentos.
Os movimentos de envelhecimento positivo, que comentamos nesse outro Tema da Vez, tem contribuído para tal e a cada dia surge um novo perfil nas redes sociais sobre o assunto, uma nova marca de suplementos especialmente desenvolvidos para essa fase ou uma nova celebridade falando abertamente de seu processo. Como a Angelica, por exemplo, que compartilhou sua jornada com a menopausa precoce em nosso podcast Historias para Refletir, e Oprah Winfrey, que convidou a atriz Drew Barrymore e Maria Shriver para uma conversa aberta sobre o assunto no programa The Life You Want e afirmou estar empenhada na missão de mudar o estigma da menopausa na sociedade.
O mercado também tem olhado para essa fase na vida das mulheres e está em pleno crescimento, especialmente impulsionado pela indústria de beleza e bem-estar. Globalmente, ele foi avaliado em US$ 15,4 bilhões em 2021 e com potencial de crescer a uma taxa anual de 5,29% até 2030, segundo um relatório da consultoria Grand View Research. São US$ 600 bilhões em oportunidade para as empresas, mas somente 5% das femtechs fundadas em 2019 miraram nesse público, como a Plenapausa, primeira femtech brasileira focada em menopausa e a IAMStripes, da atriz Naomi Watts, com produtos para anuviar os sintomas e levar mais informação sobre o tema. “Entrei nesse período completamente perdida e quero que as mulheres se sintam apoiadas”, disse ela em um vídeo da marca.
Mas, de acordo com o WGSN, a narrativa dessas marcas não deve ser a de como reverter o envelhecimento, mas a de como otimizar os processos naturais do corpo com foco em longevidade, qualidade de vida e bem-estar, trazendo empoderamento e celebração para esta nova fase.
Uma pequena, mas crescente porcentagem de empresas no Brasil e no mundo também estão procurando desenvolver programas para acolher e reter seus talentos femininos durante o climatério. São empresas que entenderam o impacto significativo desses sintomas em uma fase que a mulher pode estar no topo de sua carreira, assim como os custos com as perdas de produtividade que, globalmente, podem chegar a US$ 150 bilhões anualmente, segundo a consultora americana Frost & Sullivan. E de acordo com a associação de RH Society for Human Resource Management, 20% da força de trabalho nos EUA está vivendo a menopausa.
Ainda, um estudo conduzido no Reino Unido mostrou que uma em cada dez mulheres deixaram seus empregos devido aos sintomas do climatério, seja por falta de apoio no local de trabalho para lidar com esse período, falta de acesso a tratamentos ou receio de que sintomas como as ondas de calor e o brainfog possam prejudicar suas carreiras. Outra pesquisa, realizada pela Carrot Fertility, mostra que 77% das mulheres se sentem constrangidas de falar no assunto no trabalho.
Com isso, empresas como a Microsoft, a Palantir Technologies, o banco britânico Standard Chartered Plc, a Diageo, entre outras, estão criando benefícios para mulheres em menopausa como: materiais educativos para a equipe e lideranças com diretrizes sobre o tema; cobertura para tratamento dos sintomas; acesso a especialistas; licenças remuneradas e até acomodações pensadas para acolher as mulheres em momentos de crise, como as ondas de calor por exemplo. “As políticas de menopausa no trabalho têm baixo custo e alto impacto”, diz Miriam Paoli, CEO e cofundadora da No Pausa, organização latino-americana com o objetivo de visibilizar a menopausa na sociedade e no trabalho. |
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Sabemos que falar sobre a menopausa e todos os seus desdobramentos pode dar uma certa vertigem, afinal, são muitas mudanças e adaptações necessárias para viver esta nova fase da vida. Talvez possamos pegar um pouco de inspiração com as baleias Orcas, um dos raros animais que também experimentam isso. Para essa espécie, a fêmea pós menopausa é quem lidera o grupo em momentos de estresse e defende os jovens de ataques. Assim, longe da menopausa ser um fim, ela pode ser encarada como um novo começo, repleto de infinitas possibilidades.
Porém, não podemos negligenciar os desafios únicos que as mulheres irão enfrentar em sua jornada para a maturidade e os cuidados específicos que devem adotar para viver esta fase plena de saúde e satisfação. Com a chegada da menopausa, cada escolha em direção a hábitos mais saudáveis terá um impacto ainda mais significativo no bem-estar. Dito isso, deixamos aqui algumas dicas de como se preparar para a esse momento tão transformador: |
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Quer saber mais? Separamos alguns conteúdos que podem te ajudar a fazer um mergulho ainda mais profundo, não deixe de conferir! |
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