Coloque em prática
Apesar do tabu acerca do tema da morte na cultura Ocidental, falar sobre o assunto pode ser vantajoso para todos os lados.
26 de Agosto de 2020
Morte: palavra que causa efeitos diversos por si só - geralmente negativos. Atualmente, por conta da pandemia, é tema diariamente debatido nos telejornais. Afinal, já atingimos a triste marca de 100 mil mortos no Brasil em decorrência da covid-19.
Mas morrer é tão natural quanto viver. Deixar de existir faz parte do processo da existência, e é a única certeza que temos enquanto seres vivos que somos. Habitamos o mundo com a certeza de que um dia mudaremos de endereço - seja lá qual for ele. Olhar o ciclo da vida com sabedoria e afeto pode mudar não só os seus processos pessoais de luto, mas as decisões que toma enquanto os anos se passam.
Tanto que algumas culturas tratam esse momento de passagem como algo a ser celebrado. Diversas crenças - sobretudo orientais - promovem até mesmo festas, oferendas e outras celebrações que dignifiquem a partida daquele ente tão querido, que tanto foi em vida, e muito será em morte.
Mas então, por que devemos falar ainda mais sobre ela?
“Mesmo sendo tema frequentemente discutido em tantas frentes, o desafio ainda é grande quando a conversa passa para a mesa de jantar” comenta a administradora Layla Vallias. “Porém, colocar o tema debaixo do tapete não está nos ajudando: o Brasil é considerado , pela Economist Intelligence Unit, um dos piores países para se morrer” continua.
E o que deve ser feito para iniciar essa mudança? “Precisamos lidar com mais naturalidade sobre esse assunto e isso começa com o diálogo” diz. Pensando nisso, Layla criou a primeira startup brasileira focada no mercado maduro e no planejamento de fim de vida, a Janno .
Para ajudar nesse desafio, a empresa criou listas de checklist que podem ajudar àqueles que pretendem se organizar para que, quando o momento chegar, esteja tudo encaminhado - evitando o drama burocrático posterior que se desenrola em meio à um luto.
Além disso, conversamos com Layla para sabermos: o que devemos conversar com nossos pais e avós sobre legado e futuro? Mais do que ouvir suas histórias de vida, é preciso conhecê-los com mais profundidade para enfrentar essa etapa tão delicada com mais facilidade e sabedoria. Em conversa com a empreendedora, selecionamos 6 dicas para começar:
Antes de iniciar a conversa, faça uma lista de tudo que você precisa saber e organizar nesse planejamento de legado e finitude. Lembre que além dos documentos mais lembrados como testamento, número da apólice de seguro de vida, há outras decisões a serem tomadas que são tão importantes quanto, por exemplo, saber como seu pai quer ser cuidado no caso de algum imprevisto, o chamado Testamento Vital.
O melhor dia para começar a lidar com o assunto é ontem, e o segundo melhor é hoje, como reforçou à Layla o advogado Flávio Belliboni, que atua com Direito Familiar e Sucessório há mais de 40 anos no escritório Pinheiro Neto Advogados. Portanto, falar sobre isso o mais rápido possível e enquanto seus pais estão saudáveis é o ideal e vai prevenir bastante dor de cabeça e que as preferências deles sejam honradas até o fim.
A gente sabe, falar sobre finitude pode assustar se não for tratado com leveza. Uma dica é se aproveitar de uma notícia da TV, jogos ou até uma sessão pipoca. Os filmes têm o poder de nos colocar no lugar das personagens, vivenciando junto com elas aquela situação. Um exemplo disso é o filme " Como Eu Era Antes de Você" , romance água com açúcar de Thea Sharrock, mas que pode render boas reflexões sobre autonomia e independência. Há também o Cartas na Mesa, jogo traduzido pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia que trata de situações difíceis de um jeito lúdico, e ainda o clássico de Adam Sandler, Click. Por fim, um dos filmes mais recentes da Disney, Viva, a Vida é uma Festa , trata do tema com graça e delicadeza - e pode ser um bom ponto de partida.
Nos estudos realizados pela Janno, não foi raro Layla ouvir de seus entrevistados que, quando tentavam falar sobre o assunto com os filhos, eles se negavam a continuar a conversa. Portanto, se seu pai ou mãe quiserem falar sobre desejos, legado e finitude, escute e o apoie. Apesar de 87% dos brasileiros não se sentirem preparados para lidar com a própria morte, conforme a idade passa, fica cada vez mais fácil: 3 em cada 10 brasileiros acima de 65 anos não acham difícil falar sobre o tema. Isso acontece porque os maduros lidam com o assunto, em geral, de forma mais prática.
Depois de conversar com mais de 3.000 americanos 55+ sobre como pensam e lidam com o legado, Kevin Henfman, Diretor do Bank of America, descobriu que 7 em cada 10 entrevistados querem ser lembrados pelas memórias e momentos compartilhados com quem amam. Ajudar seus pais a organizar suas memórias, conselhos e aprendizados é um presente e tanto para quem fica, para você e seus filhos. Você pode começar convidando-os a escrever suas memórias em um caderno e até brincar de jornalista entrevistando-os. “Indico o livro Pai/Mãe, me conta sua história da holandesa Elma Van Vliet”.
Depois de conversar com a sua família, organize seus documentos importantes, tome as decisões e comece a realizar as ações necessárias. Separe em tópicos que vão da vida jurídica a digital, isso pode facilitar o processo. O Dr. Flávio Bellinoni, diz que, se fosse para priorizar, todo mundo deveria ter no mínimo: um testamento, seguro de vida, plano funeral e pelo menos uma conta conjunta. De nada adianta organizar tudo e não contar pra ninguém. Depois de tomar todas as decisões relacionadas ao planejamento de fim de vida, registre as informações em um lugar seguro e compartilhe com alguém de sua confiança, ou em serviços como o da própria Janoo.
Agora que você já possui essas dicas, é hora de começar. Lembre-se: essa organização de documentos não deve ser necessariamente um momento mórbido. Tratar com amor e praticidade são as chaves para garantir que o legado daqueles que você ama serão para sempre garantidos. E que propósito lindo para se ter, não?
Coloque em prática
Pensando em criar o seu filho em um ambiente cercado por estímulos de amor e gratidão? O Hooponopono pode te ajudar nessa empreitada.
15 de Dezembro de 2021
No Podcast Plenae, em diferentes temporadas, tivemos exemplos de pessoas que se conectaram com sua espiritualidade ainda muito cedo. Como é o caso da Fafá de Belém, que tem uma história com a fé mesmo antes de nascer e faz dela o centro de sua vida até hoje. Paulo Vicelli, que tem Jesus como um amigo pessoal e Fernanda Souza, que se libertou de crenças limitantes para abraçar o sagrado em tudo que a cerca.
O monge Satyanatha pode não ter tido a religião ou algum dogma ainda muito jovem - afinal, se encontrou com o budismo já adulto. Mas, uma vez budista, tudo começou a fazer sentido: ainda na infância, sua avó salvou a sua vida pois reconheceu nele sintomas que já havia visto em outra criança que ela ajudava, e que infelizmente veio a óbito. Para ele, tudo está conectado de forma que nós, seres humanos, ainda não sabemos explicar.
Por fim, tivemos também a modelo Isabella Fiorentino contando, justamente, como suas crenças a guiaram pelas fases mais difíceis que passou e como isso se tornou um objetivo dentro da sua maternidade: ensinar a fé para seus filhos. Inspirados por esse episódio, fomos investigar se é possível aprender a ser mais espiritual. E a resposta é: sim.
Para isso, é preciso antes de mais nada, servir como um espelho para seus filhos. É por meio de demonstrações e de estímulos externos que ele vai se conectar com algo superior - e caso isso demore, ou eventualmente não aconteça, é preciso que haja aceitação, pois só ela é capaz de manter um lar sereno e vibrando em paz e amor.
Te contamos neste artigo um pouco mais do ritual havaiano conhecido como Ho'oponopono. Sua proposta principal é assumir responsabilidades diante dos acontecimentos da vida e entender qual foi o seu papel dentro delas - um pouco semelhante até mesmo à Comunicação Não-Violenta, que explicamos aqui como funciona, e também ao Estoicismo, que te apresentamos aqui.
Uma vez identificado o seu papel dentro da história, é hora de repetir o mantra principal da filosofia, que se relaciona principalmente com compaixão, perdão e empatia: Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Sou grato. Lembrando que não é preciso repeti-las em voz alta, pode ser somente mentalmente. Mais do que perdoar ao outro, é importante perdoar a si mesmo, e compreender que muito do que nos acontece, só ocorre porque permitimos determinadas situações.
Para transmitir esses ensinamentos aos seus filhos, é preciso que você realmente os absorva para a sua vida. Sabemos que a primeira infância exerce bastante poder sobre quem somos futuramente. Portanto, nesse momento, mais vale o que você é e faz do que o que você diz e ensina.
Utilizar o método havaiano feito para “para limpar crenças limitantes, padrões de autossabotagem, bloqueios e todo tipo de memória negativa que carregamos ao longo de nossa vida”, como nos lembra o portal Personare, vai ser importante na jornada de autoconhecimento e também de conhecer melhor a sua cria.
“Lembrem-se: as memórias surgem para serem libertadas. E as crianças fazem isso por nós, pois as memórias atuam através delas. Assim, ao identificar isto, comece a limpá-las, falando as seguintes frases para si mesmo: ‘Eu sinto muito. Me perdoe. Te amo. Sou grata(o)’”, diz a psicóloga Maria Cristina no artigo mencionado acima.
Não é preciso que haja um evento traumático para começar a aplicar os ensinamentos da filosofia havaiana. Você pode usá-lo sempre que houver um mau comportamento, pois por trás dele, uma memória difícil pode estar se apresentando ou um padrão problemático da casa pode estar sendo perpetuado. Para isso:
Comece a ampliar o seu olhar para eles e para si também. A ideia é estar prestando atenção em si e no seu entorno. Lembre-se: é possível ensinar uma educação positiva, como Telma Abrahão nos ensinou, mas é preciso estar atento e disponível para as manutenções que todas as relações pedem.
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