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É possível atravessar décadas a fio mantendo sua mente ativa e capaz, como um corpo em forma
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Um dos maiores medos associados ao envelhecimento se encontra na perda da capacidade mental. Doenças como o Alzheimer e a demência se encontram enraizadas no imaginário popular como se fossem compulsórias assim que se adentra a melhor idade. Mas elas estão longe de ser uma sentença e é muito possível manter uma mente ativa mesmo para quem já tem uma alta quilometragem na estrada da vida.
Para se ter essa conversa, é preciso, primeiro, estabelecer o parâmetro: o que é uma mente ativa? É uma que não se encontra estagnada. Que é plenamente capaz de interpretar a realidade de maneira independente, tendo novas ideias e mantendo o aprendizado até o fim da vida. E que segue absorvendo novas informações sem grandes empecilhos também.
Os caminhos da mente ativa
A mente ativa é o equivalente a ter um corpo em forma. E como diz o ditado romano: mens sana in corpore sano, ou mente sã num corpo são. Ambos estão intrinsecamente relacionados, e, como sempre, os exercícios físicos são grandes aliados de um bem-estar mental também.
Eles devem ser sempre realizados de acordo com a capacidade física da pessoa. Porém, na maturidade, ela pode estar mais limitada. Ainda assim, existem diversas outras formas de manter o cérebro afiado. Ter um hobby ajuda a manter o foco, ou ter um animal de estimação cria responsabilidades importantes para evitar a tal estagnação.
Jogos como o xadrez, as palavras cruzadas e, se vencida a barreira tecnológica, como te contamos aqui neste artigo, até os videogames, são intelectualmente desafiantes. Jogos de tabuleiro, por exemplo, podem servir a três propósitos: a diversão, o estímulo mental e a inclusão.
Esse último é muito importante e também não pode ser negligenciado. O ser humano é um animal social até o fim e, de acordo com o neurocirurgião Sanjay Gupta, autor do livro “Mente Afiada”, a falta de uma conexão com outras pessoas pode agravar até o risco de AVC. Sentir a inclusão, seja na própria família ou em quaisquer outros grupos, é extremamente benéfico a quem a solidão mais aflige.
Hoje em dia é cada vez mais fácil, inclusive, unir essa parte social com um aprendizado mais acadêmico. Por mais que muitas pessoas pensem o contrário, nunca deixamos de aprender. Assim, muitas pessoas já na terceira idade têm optado por fazer uma faculdade, motivadas por essa vontade que elas ainda têm de conhecer novos horizontes. Já existem cursos focados para quem tem mais de 60 anos, e esse ambiente universitário pode ser também de inclusão, novos contatos e amizades.
Ainda que por hobby, uma graduação pode também nortear a vida de uma pessoa que já se sente perdida diante de tantos anos passados. É o que Gupta escreve sobre a importância de se encontrar um propósito: “pensar na última coisa que te fez sentir uma energia intensa e partir daí”, aconselha o neurocirurgião.
Propósito, para que te quero?
Encontrar tal propósito nem sempre é fácil. Se fosse, não estaríamos discutindo isso há séculos na filosofia. Mesmo assim, só a tentativa, a busca por uma visão de mundo que englobe isso, já faz diferença. O propósito, afinal, é a gente que dá. E isso não muda na terceira idade.
Muitas coisas mudam. Outras, nem tanto. Não perdemos nossa humanidade com o envelhecimento. Muitos dos bons hábitos que nos beneficiam ao longo de toda a vida vão continuar o fazendo mesmo quando já se caminhou um percurso distante. Dieta balanceada, exercícios físicos, atividades no geral que ensinam, incluem e divertem: tudo isso é ótimo para pessoas de todas as idades.
Envelhecer ainda é, claro, um processo impactante, mas não é, e nem precisa ser, assustador. É apenas um processo natural, envolto pelas mudanças passadas ao longo de toda uma vida. A mente pode sentir tudo isso e ainda assim continuar ativa, esperta, ligeira. É uma questão de cuidados que você pode tomar e, quanto antes começar, melhor.
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