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Como se treinar para ser mais paciente

Algumas pessoas nascem com talento para a paciência, mas especialistas dizem que o resto de nós pode aprender como melhorar essa habilidade

10 de Julho de 2019


A dose de paciência para lidar com as adversidades da vida varia de pessoa para pessoa. No entanto, segundo especialistas, todos nós - até o indivíduo mais pavio curto - podemos nos tornar mais pacientes, se nos dedicarmos a isso. "É como ser atlético", compara Debra Comer, professora da Universidade Hoftstra, nos Estados Unidos, que pesquisa socialização e comportamentos organizacionais.

Algumas pessoas são naturalmente atléticas e outras menos, mas qualquer uma pode começar a se exercitar e melhorar as suas habilidades nessa área. "O mesmo acontece com paciência" disse ela à NBC News Better.

Tendência individual.
A personalidade desempenha um papel no porquê de alguns de nós tendem a responder aos contratempos da vida com mais calma do que outros. Estudos mostraram, por exemplo, que pessoas mais abertas a novas experiências têm mais jogo de cintura, ao contrário daquelas sem esses traços.

Mas esses fatores são apenas parte da história. Os hábitos que desenvolvemos, a capacidade de regular emoções e nossas expectativas em uma dada situação afetam nossa capacidade de reagir com paciência, assim como variáveis ​​situacionais como se estamos cansados, doentes, com fome ou estressados.

Envelhecimento.
Pesquisas têm relacionado a impaciência com a incapacidade de lidar com fatores estressores e praticar o autocontrole. Um estudo de 2016 publicado no periódico PNAS ​descobriu que o comportamento impaciente estava ligado a pessoas com telômeros mais curtos, uma parte do DNA que influencia como as células envelhecem.

O resultado sugere que a impaciência pode, portanto, acelerar o processo de envelhecimento em nossos corpos. Um estudo de Sarah A. Schnitker, professora de psicologia e neurociência na Universidade Baylor, nos Estados Unidos, vinculou a impaciência à solidão, maior incidência de sintomas depressivos e emoções negativas.

Outro trabalho da pesquisadora relacionou a paciência a coisas positivas, como a satisfação com a vida, autoestima, autocontrole e até mesmo a capacidade de perseguir e atingir metas. Você pode ficar melhor em ser paciente.

Veja como, segundo Schnitker:

 1. Identifique a emoção que está sentindo
Reconheça que você está começando a perder a paciência e identifique qual emoção está no centro dessa resposta. Você está com raiva porque não pode chegar em casa mais rápido? Está triste ou se sentindo rejeitado porque um evento foi cancelado? Está ansioso para não chegar à sua consulta a tempo?

2. Reformule o que pensa sobre a situação
Coloque-se no lugar da outra pessoa. Lembre-se: o que está desencadeando sua impaciência muitas vezes não diz respeito a você. Por exemplo, a caixa registradora não quebrou apenas para que a sua compra de supermercado levasse mais tempo, ou o trem não está lotado esta manhã para que você não consiga um lugar.

3. Pense com o seu propósito em mente
Claro, é irritante que outra entrevista de emprego não tenha lhe dado uma nova posição, mas você está procurando uma mudança de carreira que o ajude a atingir suas metas de longo prazo. Aguentar qualquer atraso ou frustração que esteja enfrentando ajudará você a chegar onde deseja ir.

Fonte: Sarah DiGiulio
Síntese: Equipe Plenae
Leia o artigo completo aqui.

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Os três caminhos para a felicidade - segundo a ciência

Utopia para uns, objetivo para outros, a tão conhecida e almejada felicidade tornou-se debate científico, bem como os caminhos para alcançá-la

11 de Julho de 2022


Muito se fala sobre felicidade e também muito se apresentam caminhos múltiplos. Aqui no Plenae, o tema já foi abordado diretamente de diferentes maneiras: sua relação com a gratidão, sua relação com propósito, como capturá-la e ainda o que é o bem-estar subjetivo. Isso sem contar as inúmeras vezes que a felicidade apareceu em artigos de forma indireta. 


Mas buscar por essa alegria plena é tão instigante que até mesmo a ciência se desdobra sobre esse mistério vez ou outra. E agora, novamente, chega a conclusões que podem ser de grande valia para quem está buscando. Um recente artigo publicado na revista Forbes americana trouxe a visão de psicólogos e especialistas e também 3 passos práticos para ser feliz. 


Existem duas formas de sentir felicidade: a momentânea, atrelada a algo mais rápido e mais potente que gera até mesmo a liberação de hormônios como dopamina e serotonina; e a felicidade mais contida, que se dá diante de uma conquista mais duradoura e, apesar de não gerar picos tão altos, tende a afetar mais na sua qualidade de vida e percepção sobre o seu próprio bem-estar.


A segunda se faz mais importante quando o assunto é “ter uma vida feliz” e não só “ter momentos felizes”. É como te contamos aqui, neste artigo sobre IKIGAI, o método oriental para encontrar propósito na vida. Pesquisadores liderados por Vlad Costin, da Universidade de Sussex, Inglaterra, concordam com a importância das duas, mas vão além: encontrar um significado para a vida ganha mais força com o tempo e está intimamente ligada a essa felicidade plena.


“O significado é a teia de conexões, entendimentos e interpretações que nos ajudam a compreender nossa experiência e formular planos direcionando nossas energias para a conquista do nosso futuro desejado. É o significado que nos dá a sensação de que nossas vidas importam, fazem sentido e são mais do que a soma de nossos segundos, dias e anos”, dizem.


Definir o que é importante


Dessa definição, os psicólogos extraíram três temas centrais: coerência (processo de dar sentido ao mundo e às suas experiências nele), propósito (a sensação de ter um ou vários objetivos de vida e ser capaz ir em direção a eles) e importância (crer que suas ações estão fazendo a diferença no mundo e que sua vida é significativa).


Usando uma amostra de 126 adultos britânicos, eles pesquisaram e descobriram que a importância estava em primeiro lugar, seguido do propósito e, por fim, a coerência, que parecia ser “mais um sintoma do sentido da vida do que uma causa”. A partir disso então, como melhorar o senso de importância, já que ele aparentou ser o mais importante?


Não há uma resposta exata, é claro, porque trata-se de uma métrica individual. Mas um bom ponto de partida, segundo eles, pode ser pensar nas perguntas que definem o conceito de importância. São eles: “minha vida é inerentemente valiosa”, “mesmo daqui a mil anos, ainda importaria se eu existisse ou não”, “se minha vida já existiu importa mesmo no grande esquema do universo” e “eu tenho certeza de que minha vida é importante.”


Esse senso de importância foi apontado em outras pesquisas ainda como um fator muito importante para um bom desempenho profissional. “Quando os funcionários sentem que são importantes para sua organização, eles ficam mais satisfeitos com seus empregos e vida, mais propensos a ocupar cargos de liderança, mais propensos a serem recompensados ​​e promovidos e menos propensos a desistir”, afirmam os autores desta pesquisa, liderada por Andrew Reece, da empresa BetterUp, e David Yaden, da Universidade da Pensilvânia. 


Buscar mais autonomia 


Dinheiro não traz felicidade, como diz o ditado, mas há algumas pesquisas importantes que apontam a relação entre bem-estar e poder aquisitivo bastante expressivas. Há um ensinamento importante que os mais bem-sucedidos podem nos ensinar, ainda segundo o artigo da Forbes: a maneira como eles escolhem trabalhar.


Pesquisadores da Universidade de Maastricht, da Harvard Business School e da Vrije Universiteit, em Amsterdã, entrevistaram 863 indivíduos com patrimônio líquido alto e 1.232 indivíduos com patrimônio líquido baixo, procurando semelhanças e diferenças na maneira como os ricos gastam seu tempo e como isso influenciou sua felicidade.

Ambos os grupos gastaram aproximadamente a mesma quantidade de tempo em atividades de lazer, trabalhando e se deslocando, e usando seu telefone e computador. Porém, os pesquisadores descobriram que os milionários eram mais propensos a gastar tempo em atividades de trabalho que ofereciam mais autonomia pessoal – ou seja, o trabalho que eles decidiram fazer. Isso foi apontado como um motivo para que eles sentissem maior satisfação com a vida do que outros. 


Seja paciente, a felicidade vem com a idade


A maioria das pesquisas psicológicas sugere que a felicidade e a satisfação com a vida aumentam gradualmente desde o início da idade adulta até a meia-idade. E um trabalho recente publicado na revista Social Psychology and Personality Science ecoa essa descoberta em relação ao otimismo.


Pesquisadores da Universidade da Califórnia analisaram dados de uma grande amostra de adultos norte-americanos com idades entre 26 e 71 anos e aplicaram um teste de orientação, medida de otimismo amplamente utilizada e validada. consiste em seis questões:


- Em tempos incertos, costumo esperar o melhor.

- Se algo pode dar errado para mim, provavelmente não dará.

- Estou sempre otimista em relação ao meu futuro.

- Eu principalmente espero que as coisas aconteçam do meu jeito.

- Muitas vezes conto com coisas boas acontecendo comigo.

- No geral, espero que aconteçam mais coisas boas do que ruins.


Os pesquisadores usaram esses dados para traçar a trajetória do otimismo ao longo da vida. As descobertas apontam o que foi dito anteriormente, mas dessa vez, com números mais cravados. O otimismo é mais baixo na faixa dos 20 anos, varia ao longo da vida mas, foi aos 55 anos que as pessoas experimentaram seu mais alto nível.


“Essas descobertas sugerem que o desenvolvimento do otimismo ao longo da vida adulta segue uma forma de U invertido, com um pico no final da meia-idade, semelhante a outros traços de personalidade positivos, como autoestima e satisfação com a vida”, disseram os pesquisadores.


A conclusão final foi que senso de importância, autonomia e maturidade são componentes importantes para a felicidade. Apesar dos fatores externos existirem, é preciso que haja uma movimentação importante individual para ser feliz. 

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