#PlenaeAprova: Respiração

1 de Outubro de 2021

Você sabe respirar? Apesar de parecer uma pegadinha, muitos estudos científicos têm mostrado que, na verdade, a humanidade desaprendeu esta arte, e os maus hábitos em torno do inspirar e expirar corretamente trouxeram graves problemas de saúde para a sociedade moderna. 


Segundo o autor James Nestor: “não importa o que comemos, o quanto nos exercitamos, o quanto nossos genes são resistentes, o quanto somos magros, jovens e sábios - nada disso importa a menos que respiremos corretamente. Foi isso o que os pesquisadores descobriram. O pilar que falta na saúde é a respiração. Tudo começa nela”. 


Assim, escolhemos para o Desafio Plenae (a)prova deste mês de Outubro, representando o pilar Corpo, seu livro “Respire: a nova ciência de uma arte perdida”, lançado este ano no Brasil. Nele, o autor afirma que 90% das pessoas respiram de forma equivocada, isto é, pela boca ao invés de pelo nariz. 


O que parece algo trivial na realidade é a chave para a construção ou deterioração da nossa saúde, e o que ele descobriu através de sua vasta pesquisa é que basta um pequeno ajuste na forma de inspirar e expirar para melhorar o desempenho de um atleta, rejuvenescer os órgãos, deter o ronco, a asma, doenças autoimunes e até endireitar a coluna com escoliose. 


Objetivo: Aprender a respirar corretamente. 


Método: Praticar 3 vezes ao dia a respiração ressonante.


Porque fazer: 

- Respirar corretamente equilibra o sistema nervoso, diminuindo a ansiedade.

- Respirar pelo nariz diminui e até elimina o ronco, incluindo casos de apneia do sono. 

- A respiração restauradora pode reduzir a pressão arterial.

- Expandir a capacidade pulmonar aumenta nossa longevidade.

- O nariz limpa, aquece e umedece o ar para facilitar a absorção.

- Respirar pelo nariz regula nossa frequência cardíaca, desencadeia uma série de hormônios e facilita a digestão. 

- A respiração bucal contribui para doença periodontal, mau hálito e formação de cáries. 


Etapas

- Observe sua respiração atual e os momentos que está respirando pela boca.

- Inspire sempre que puder pelo nariz.

- Pratique 3 vezes ao dia a respiração ressonante:

  • Sente-se com as costas retas, relaxe os ombros e a barriga e expire

  • Inspire suavemente por 5,5 segundos, expandindo a barriga à medida que o ar enche o fundo dos pulmões.

  • Sem pausar, expire suavemente por 5,5 segundos, murchando a barriga enquanto os pulmões se esvaziam. Cada respiração deve parecer um círculo.

  • Repita pelo menos dez vezes ou mais, se possível. 


Com um texto fluido, repleto de histórias curiosas, estudos científicos e experimentos pessoais, o livro nos ensina que respirar é muito mais do que apenas puxar o ar para nossos corpos e traz uma série de exercícios que podem nos levar a uma vida mais longa, plena e feliz simplesmente “fechando a boca”.  


Separe 5 minutinhos na sua agenda para mergulhar no sentido mais antigo da vida, o olfato, e venha com a gente re-aprender esta arte milenar de inspirar e expirar. Compartilhe sua experiência no Instagram, usando a hashtag #PlenaeAprova e fique ligado em nossos stories!

“Começo este relato comentando o quanto eu amei este livro. Ele é uma mescla entre relato pessoal, estudos científicos, descrição de experimentos malucos, manual do usuário, enfim, uma verdadeira aventura no universo do trato respiratório. 


Não tem como não prestar atenção em como respiramos depois de ler esta obra. Já de início comecei a observar quantas vezes eu respirava pela boca ao longo do dia. De verdade, eu achava que respirava a maior parte do tempo pelo nariz e que minha respiração ia muito bem, obrigado. Até me aprofundar um pouco mais.


O primeiro susto foi perceber que só respirava pelo nariz se estivesse parada e em silêncio. Bastava começar a me movimentar ou a falar e já passava a respirar 100% pela boca! E mudar esse padrão exigia um esforço e uma presença tremenda. O segundo susto veio ao fazer um exercício sobre capacidade pulmonar proposto no livro e que tem como referência os estudos do médico russo Konstantin Buteyko. 


Achava que minha capacidade era boa, pois considerava que conseguia reter o ar nos pulmões por um tempo razoável. Mas o exercício de Buteyko para diagnosticar a saúde respiratória geral é feito com os pulmões vazios. Na primeira vez, com 10 segundos sem ar, achei que ia ter um piripaque e desisti. Então tentei de novo, dizendo a mim mesma que o exercício tinha me pego de surpresa e não tinha me preparado adequadamente. Aguentei 20 segundos com certo esforço, que desastre! 


Ao longo das semanas pratiquei a respiração ressonante com disciplina na hora de acordar e antes de dormir. Percebi, em especial antes de dormir, uma melhora significativa na qualidade do meu sono. Adormecia com mais rapidez e acordava cada vez menos ao longo da noite. 


Pensei muitas vezes em usar a “fita do sono'' que ele comenta no livro para garantir que minha respiração fosse somente pelo nariz enquanto dormia, mas confesso que colocar um esparadrapo na boca me causou certa aflição, um medo de ficar sem ar. Mas não desisti totalmente desta ideia e ainda vou testar esta técnica para garantir noites ainda mais incríveis de sono profundo. 


Como ele comenta no livro, a respiração bucal dificulta as pessoas a entrarem no estágio do sono em que o cérebro libera uma substância chamada vasopressina, responsável por armazenar água nas células e assim fazer com que a gente durma a noite inteira sem sentir sede ou mesmo vontade de urinar. 


Durante o dia, coloquei alguns lembretes para me ajudar a ficar mais atenta à minha respiração. Algo que notei ao praticar a respiração ressonante foi uma mudança quase imediata no meu estado emocional. Já na terceira expiração prolongada, uma calma ia tomando conta e meu corpo relaxava. O uso de aplicativos de respiração foram ótimos para nem ter que ficar contando o tempo na cabeça e me entregar. Pílulas de paz.  À medida que praticava diariamente, percebi que já nem precisava dos lembretes, estar atenta a não deixar o ar entrar pela boca já era natural. 


Durante exercícios físicos mais intensos, no meu caso o spinning, tentei respirar pelo nariz o máximo que conseguia. No começo foi bem difícil, agora já consigo ficar mais tempo respirando só pelo nariz e percebo que não me canso tão rápido quanto antes, assim como me recupero bem mais rápido após um esforço intenso. 


Segundo o autor, não só a respiração nasal é crucial, mas é preciso ainda que as expirações sejam lentas e longas. Isso significa níveis mais altos de dióxido de carbono, que resulta em resistência aeróbica mais alta também. É a velha expressão: menos é mais! 

Tive vontade de falar para todo mundo sobre a importância da respiração e um dia me peguei fechando a boca do meu namorado suavemente. Ele olhou pra mim com um olhar curioso, sem entender e eu disse ‘você estava respirando pela boca’


Acredito que essa é uma daquelas estradas sem volta. Após tomar essa consciência sobre a respiração e seus benefícios tão tangíveis quando feita de forma ressonante, me parece impossível não querer seguir adiante e provar outras técnicas. Só os exercícios básicos que o livro propõe já é material suficiente para um mergulho ainda mais profundo no mundo dos 'pulmonautas'. 

Depois deste desafio, fico pensando o quanto aprendemos sobre coisas que nem chegamos efetivamente a ter que fazer, mas não somos ensinados sobre algo que fazemos o tempo todo: respirar! Agora, estou cada dia mais atenta a esse mecanismo tão crucial, que não pode ser meramente automático em nossas vidas."

Respirar é algo tão essencial para a vida que é a primeira coisa que fazemos ao nascer e a última que faremos antes de morrer. Na maior parte do tempo, nós nem nos damos conta de que estamos respirando, mas ao tomar consciência e controle do ato de inspirar e expirar, temos acesso a um circuito cerebral capaz de alterar nossa frequência cardíaca, nosso estado emocional e nossa pressão sanguínea. Através da respiração, podemos rejuvenescer órgãos, deter o ronco e a asma, diminuir a liberação de hormônios do estresse e energizar o corpo. 


Ao longo deste mês, colocamos à prova a técnica considerada mais essencial e básica para regular e restaurar nosso sistema como um todo: a respiração ressonante. Esta técnica consiste em inspirar lentamente durante 5,5 segundos e expirar por 5,5 segundos, totalizando 5,5 respirações por minuto. Segundo muitos estudos, essa assustadora simetria tem a capacidade de aumentar o fluxo sanguíneo para o cérebro e coordenar as funções do coração, da circulação e do sistema nervoso para atingir o máximo de eficiência. 


Nossa experiência foi extremamente positiva e pudemos perceber uma melhora significativa na qualidade do sono ao praticar este exercício respiratório antes de dormir e uma mudança quase instantânea no nosso estado emocional, proporcionando muita calma e serenidade. 


Respirar o máximo possível pelo nariz ao praticar exercícios físicos também teve um impacto positivo, diminuindo o cansaço e acelerando a recuperação após alta intensidade. De fato, o livro “Respire”, de James Nestor, foi um ótimo aliado neste processo ao trazer muito conhecimento, motivação e técnicas para iniciar nosso caminho como “pulmonautas”. 

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Coloque em prática

Alimentos bons para o cérebro: saiba quais escolher!

Se a alimentação é a base de tudo, é de se esperar que ela exerça efeitos em nosso cérebro, um órgão vital. Descubra quais são as melhores escolhas!

6 de Abril de 2022


É sabido que ter uma alimentação baseada e rica em nutrientes diversos é muito importante para se levar uma vida saudável. Os variados órgãos e sistemas que eles regem são diretamente afetados por aquilo que ingerimos.


Isso não é nenhuma novidade. Porém, se mente sã em corpo são, é preciso falar sobre um aspecto pouco discutido da alimentação: como isso afeta o cérebro? Se é ele o grande centro de comando das nossas funções vitais, é de se esperar que aquilo que nos nutre exerça influência sobre o sistema nervoso, assim como todos os outros.


Memória, cognição e até mesmo bom humor e saúde mental podem ser beneficiados pela ingestão de determinadas vitaminas, minerais, proteínas e gorduras. Claro, não existe nenhuma fórmula milagrosa, aliás, evite esse discurso! Porém, uma alimentação saudável é sempre vantajosa e importante para o bem-estar, inclusive cerebral.


Quais alimentos, então, possuem benefícios conhecidos para a saúde cerebral? Listamos aqui alguns: Peixes

Começamos com um prato cheio pra quem gosta de frutos do mar. Comer carne de peixe auxilia na prevenção contra doenças degenerativas e algumas espécies, entre elas salmão e atum, apresentam altos níveis de Ômega 3. O popular “óleo de peixe” é uma gordura que atua na preservação das membranas cerebrais, ajudando a manter e até melhorar as capacidades cognitivas como a memória.   "Além da questão da água, é importante ter uma gordura boa, principalmente o ômega 3, vitaminas e minerais antioxidantes e antiinflamatórios, tudo isso vai ser muito benéfico para a saúde do nosso cérebro porque ele precisa de muita energia e uma energia de qualidade", conta Natália Rubino, nutricionista.


Estudos recentes têm descoberto que Ômega 3 pode até auxiliar em casos de depressão e até outros transtornos como o TDAH. E nem precisa comprar cápsulas super caras: ele é abundante nos peixes e em outros alimentos, como o próximo da nossa lista.


"Muitas vezes a gente passa uma suplementação, porque às vezes pela alimentação, a gente não consegue toda a quantidade que precisaríamos por dia. Mas em termos de alimentação, além dos peixes, há outras fontes, como a farinha de linhaça, para se conseguir essa gordura super saudável e que é muito importante para auxiliar na comunicação dos neurotransmissores. Isso melhora a memória, a concentração e também proporciona uma prevenção contra Alzheimer e Parkinson que são doenças do sistema nervoso central", diz a especialista. Nozes

Castanhas, avelãs e outras frutas secas, o chamado grupo das sementes oleaginosas, têm óleos e vitaminas que combatem o envelhecimento do cérebro e os males associados a ele, tais como o Parkinson, Alzheimer e demência. As nozes, porém, se destacam pois além disso possuem, como dito anteriormente, o ômega 3 que também auxilia em diversas atividades cognitivas. São ricas também em substâncias antioxidantes e antiinflamatórias.


"Há ainda o cacau, que tem muito antioxidante, ele é rico em flavonóis, catequinas e epicatequinas. Isso reduz os danos das células dos nossos cérebros e pode melhorar a questão da aprendizagem, declínio do envelhecimento, muito bom para a memória. É preciso buscar um chocolate com pelo menos 70% de cacau para isso", comenta Natalia. Frutas

Todas as frutas vermelhas apresentam benefícios semelhantes: fortalecimento da memória, principalmente verbal e espacial, prevenção ao mal de Alzheimer, dentre outros. Por isso, manter morangos, amoras e mirtilos na dieta é sempre algo bom e faz muito bem para a saúde cerebral.


Mas há um destaque especial: as uvas! Por que? Por causa do vinho, é claro. Já se sabe que o consumo da bebida traz benefícios à saúde como a redução do colesterol ruim. E traz, também, vantagens ao cérebro justamente por ser derivado da fruta.


As uvas, principalmente as roxas, apresentam uma substância em sua casca chamada Resveratrol. Esse composto está presente em diversas plantas e serve a elas de proteção graças à sua ação antioxidante. Por isso, faz bem ao nosso organismo, principalmente o cérebro, pois a antioxidação evita a morte celular precoce e, portanto, a perda das células cerebrais, os neurônios.


O vinho, principalmente o tinto, é rico em resveratrol. Há de se ressaltar, porém, que é uma bebida alcoólica e, como tal, deve ser consumida com moderação. Afinal, te explicamos neste artigo os efeitos que ele pode exercer em seu corpo. Os mesmos benefícios trazidos por ele podem, inclusive, ser encontrados no suco de uva ou das outras frutas vermelhas.


Grupos vitamínicos


Além de alimentos específicos, existem grupos vitamínicos e sais minerais que são encontrados em diversos tipos de comida e que também fazem bem à saúde cerebral. A vitamina C, por exemplo, famosa por ser encontrada em abundância nas frutas cítricas como limão e laranja, também ajuda a evitar o envelhecimento precoce das células cerebrais por também agir como antioxidante.


A vitamina K, presente em vegetais escuros como couve e brócolis, também tem sido muito associada ao cérebro, com pessoas que apresentam deficiência do nutriente tendo suas capacidades cognitivas severamente reduzidas antes mesmo dos 65 anos. "O brócolis, além das vitaminas C e K, também possui favonóides, que oferece uma ação super antioxidante, assim como a couve e o espinafre que são ricos em ácido fólico. Esses compostos atuam na melhora da memória do DNA", pontua Rubino.

Já as vitaminas do grupo B, encontradas em diversos alimentos como o abacate e as leguminosas, têm relações com a produção da serotonina, o “hormônio da felicidade”, e com a redução de cortisol e adrenalina, ligados ao estresse. Até por isso que a conhecida vitamina B12, quando em falta, pode causar desânimo, falta de concentração e sonolência. 


"Principalmente a vitamina B6 e B12 estão muito relacionadas a melhora e o funcionamento do cérebro. Então as carnes, peixes, ovos, vegetais verdes escuros, nozes, abacate, onde elas são encontradas, são alimentos muito ricos e que ajudam muito nesse processo", conclui a nutricionista.



Em suma, uma alimentação saudável manterá o corpo forte e a mente afiada por mais tempo. Antes de pensar a recorrer a suplementos industrializados, é possível só encontrar essas substâncias que tanto nos auxiliam em coisas que comemos cotidianamente. Manter uma dieta balanceada é sinônimo de saúde.


Comer “besteira” (como alimentos ultraprocessados, cheios de açúcar) é bom e se feito com raridade, não mata ninguém. Mas até mesmo o cérebro sente os efeitos ruins de uma má alimentação. Numa era em que a obesidade já é considerada epidêmica, é sempre bom tomar cuidado com aquilo que ingerimos. O cérebro agradece.

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