A natureza das palavras

Caminhando pelas palavras, encontro virando a esquina um sentimento

25 de Julho de 2024


Caminhando pelas palavras, encontro virando a esquina um sentimento. Um não, vários: saudades, medo, vontade, ânsia, tédio, curiosidade, tristeza, pertencimento. Vigor, raiva, altivez, caos, nojo. Pulo sobre cada um deles como quem pula sobre pedras para atravessar um riacho cuja água não chega ao joelho, mas gela a pele ao mais simples toque. E então, esses sentimentos se diluem. 

Ao chegar do outro lado, encontro agora uma floresta de adjetivos: belo, repulsivo, macio, real, desajeitado, forte, frágil. Baixo, brilhante, carinhoso. Caro, inteligente, desconfiado, honesto, gentil, mal. Há tanto por aqui e eu observo como um cientista diante de espécies raras, buscando catalogar cada uma apenas com a força do meu olhar.  

Ouço o barulho de uma cachoeira e resolvo mergulhar nessas águas que me trazem substantivos. Embaixo da água, encontro peixes - por si só um substantivo. Também me deparo com meninos, meninas, homem, caneta, corrida, caixa, bombom. Encontro um cesto, um diamante, uma sacola. Há cadeira, toalhas, microscópios, óculos, garrafas, tubos, lençóis, seda.  

Há de um tudo, é possível encontrar o universo inteiro ali e me sinto não submersa em águas, mas contemplando as milhares de estrelas da galáxia, como se eu olhasse para o céu. Entendo a imensidão de todas as coisas, a força do ordinário, que está em tudo, em toda a parte, basta olhar com atenção para captar esse brilho e perceberá que está por toda parte.  

Substantivos, adjetivos: todos eles falam sobre sentimentos. Esse é um texto que pode parecer ser sobre a natureza, mas é sobre a natureza das palavras. É sobre a língua portuguesa e as milhares de possibilidades que ela nos oferece para que a expressão ganhe asas e alce lindos voos.  

No dia do escritor, precisamos acessar as palavras que moram dentro de nós e querem sair, mas não sabem como fazer. São muitos os caminhos, mas para todos eles é preciso sensibilidade e atenção, leveza e potência. Pegue uma caneta e ouça o cantar dentro de si. 

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Para Inspirar

Vida com propósito é mais saudável e feliz

Para pesquisadores, propósito é particularmente importante em idades mais avançadas

29 de Julho de 2019


Uma vida com propósito é mais saudável, longeva e feliz , revelou um estudo publicado no periódico PNAS . Para chegar a essa conclusão, os cientistas Andrew Steptoe e Daisy Fancourt, da Universidade College London, no Reino Unido, analisaram uma ampla gama de possíveis influências sobre o bem-estar, examinando separadamente fatores como saúde, renda, envolvimento cultural e relações sociais. O estudo durou quatro anos e avaliou dados de mais de 7 mil britânicos com mais de 50 anos. Estudos anteriores estabeleceram que um senso de propósito está relacionado, ao longo do tempo, a viver mais, desenvolver menos deficiências relacionadas à idade, taxas menores de doenças cardiovasculares e estilos de vida mais saudáveis, mas não necessariamente usando amostras de adultos mais velhos. Estudo. Os participantes avaliaram seu senso de propósito na vida ao classificar, em uma escala de 0 a 10, a medida em que sentem que suas atividades valem a pena. A média nesta amostra foi de 7,4, com a maioria dos participantes pontuando entre 5,2 e 9,7. Essas pontuações tornaram-se a base para dividir os voluntários em cinco categorias, do menor para o maior, permitindo que a equipe de pesquisa os comparasse quanto ao uso diário do tempo e várias medidas de saúde. Resultado. A análise dos dados revelou que pessoas com classificações de propósito mais altas tinham maior probabilidade de estar em um relacionamento íntimo e de ter contato mais frequente com seus amigos. Além disso, dedicavam-se mais ao trabalho voluntário. Eles também eram mais propensos a participar de atividades culturais, como ir a concertos e museus. Houve uma série de outras relações positivas com o sentimento inicial de que a vida vale a pena, incluindo maior autoavaliação de saúde, menos doenças crônicas, maior facilidade com atividades diárias, como tomar banho e se vestir, e sentir menos dor. Essas pessoas também comeram mais frutas e verduras, disseram que dormiam bem e tinham menor probabilidade de fumar. No quesito riqueza, os indivíduos trabalharam mais horas e tiveram rendimentos mais altos, uma característica que permaneceu independentemente do status de trabalho nos quatro anos do estudo. A vida com propósito, como sugere o estudo, impulsiona a felicidade por meio das relações sociais, comportamento saudável e conexão com o mundo fora de casa. Ter um sentido para a vida, segundo Steptoe e Fancourt, "pode ​​ser particularmente importante em idades mais avançadas, quando os laços sociais e emocionais se fragmentam, o engajamento social é reduzido e os problemas de saúde podem limitar as opções pessoais". Fonte: Susan Krauss Whitbourne, para Psychology Today Síntese: Equipe Plenae Leia o artigo completo aqui .

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