A natureza somos nós

Quando falamos em natureza, mesmo os mais apaixonados pela causa costumam trilhar o caminho da separação e enxergá-la como algo que mora ali, ao passo que moramos aqui, do outro lado do bosque.

26 de Setembro de 2024


Quando falamos em natureza, mesmo os mais apaixonados pela causa costumam trilhar o caminho da separação e enxergá-la como algo que mora ali, ao passo que moramos aqui, do outro lado do bosque. Encaramos o meio ambiente como uma entidade a ser preservada e, porque não, admirada, mas como um corpo separado da vida que vivemos.

E esse posicionamento talvez explique as mazelas que enfrentamos atualmente, enquanto assistimos o planeta sucumbir ao nosso redor e lamentamos, paralisados, sem saber por onde começar. Não nos damos conta de que estamos ruindo junto com o nosso entorno, pois a natureza não está ali, ela está aqui, dentro de nós.

O fungo que se conecta de forma invisível e cria a imensa e complexa conexão entre as árvores também habita em nossa microbiota e faz com que nossa saúde opere em perfeita sintonia. A água que deságua em uma bela cachoeira é a mesma que, a depender dos caminhos, desaguará em seu banho quente e revigorante. A grama do seu vizinho, sendo mais verde ou não do que a sua, é a responsável pelo sistema tão cheio de camadas que faz com que você respire profundamente, todos os dias, buscando paz e equilíbrio.

Somos compostos pela maioria dos átomos que compõem uma estrela bem brilhante e bem distante lá no céu. "O nitrogênio em nosso DNA, o cálcio em nossos dentes, o ferro em nosso sangue e o carbono em nossas tortas de maçã foram produzidos no interior de estrelas em colapso. Nós somos feitos de material estelar”, disse Carl Sagan em seu livro "Cosmos", nessa única frase que ainda ecoa através de tantos anos e não nos deixa esquecer da imensidão de todas as coisas.

Quando falar em natureza, feche os olhos e pense: estou falando de mim mesmo. Não estou falando de um corpo estranho e distante, estou falando do meu próprio corpo. Sou parte desse todo e a ele devo cuidado, zelo e as minhas melhores práticas. Quando entendermos que a natureza somos nós e que o planeta é o nosso quintal, talvez possamos enxergar um caminho em comum que nos tire desse desalento que estamos mergulhados e a luz no fim do túnel seja um raio solar genuíno, sem tanta poeira à sua frente.

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Para Inspirar

Velhice sem solidão

Envelhecer, mas preservar a independência e a privacidade reservada às pessoas que moram sozinhas; ter uma vizinhança alinhada ao seu modo de vida e de ser; além de espaços de convivência, lazer e atividades culturais.

5 de Julho de 2018


Envelhecer, mas preservar a independência e a privacidade reservada às pessoas que moram sozinhas; ter uma vizinhança alinhada ao seu modo de vida e de ser; além de espaços de convivência, lazer e atividades culturais. Essa foi a fórmula escolhida pela associação de professores da Unicamp, em Campinas, interior de São Paulo, para desenvolver a Vila ConViver. Prevista para ser inaugurada em 2020, essa será a primeira cohousing para idosos do Brasil. “A ideia surgiu após alguns docentes, que viviam sozinhos, ficarem desassistidos na velhice”, disse Bernadete Piazzon, de 59 anos, uma das 96 futuras moradoras. “A associação de professores criou um grupo de estudo que escolheu a cohousing como melhor modelo de moradia.” A Vila ConViver é destinada a docentes e funcionários com mais de 50 anos e já está com inscrições encerradas. Com propósito parecido, na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal de Habitação inaugurou a Vila dos Idosos, em 2007, idealizada para moradores com baixos recursos econômicos. O espaço é formado por quitinetes privadas e pontos coletivos de socialização. Projetado por Héctor Vigliecca – arquiteto referência em habitação social –, a Vila dos Idosos estimula o convívio. Tem horta, espelho d’água onde os moradores costumam tomar banho de sol e lavanderia coletiva. Lá, o idoso pode morar sozinho ou com até uma pessoa. No momento, a população é de 200 idosos. Entre eles, Ruy Almeida, de 80 anos, que no passado chegou a viver em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) por dois anos. “Prefiro muito mais a vida na Vila dos Idosos. A gente entra e sai e ninguém pergunta nada.” Foi lá que ele conheceu a atual namorada, Lia Loureiro, de 78 anos. Ela também diz que não consegue nem pensar na hipótese de viver em uma casa de repouso: “Tenho pavor.” Leia o artigo completo aqui. Assista o vídeo com entrevistas: https://tv.uol/16ffk

Fonte: UOL Síntese: Equipe Plenae

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