Para Inspirar
Com elenco composto por Edu Lyra, Daniela Mercury, Kobra, Daniel Alves, Sandra Chemin e Satyanatha, prepare-se para se emocionar novamente!
29 de Agosto de 2021
Está no ar a sexta temporada do Podcast Plenae - Histórias Para Refletir! Prepare-se para respirar, inspirar e mergulhar em seis narrativas potentes e diferentes entre si, mas que compartilham um mesmo objetivo: fazer você refletir sobre sua própria vida, e te ajudar a manter Corpo, Mente, Espírito, Relações, Contexto e Propósito em equilíbrio.
Para iniciar, contamos com a presença do empreendedor social Eduardo Lyra, representando o pilar Propósito. Vindo de uma infância de luta e juventude de descobertas, seu passado foi quem lhe deu insumos para descobrir o que queria para o seu futuro: transformar a pobreza em peça de museu.
Em seguida, a cantora que nos encanta há décadas, Daniela Mercury, divide com o Plenae a sua linda história de amor e autodescoberta com Manu, sua esposa. Não haveria nome mais inspirador para representar o pilar Relações nessa temporada.
Se você está precisando de uma dose extra de inspiração, pode contar com a ajuda de Sandra Chemin, representante do pilar Mente. De vice-presidente de uma multinacional, eventos em sua vida lhe fizeram repensar sua insana rotina para então, se jogar nos mares europeus a bordo de um veleiro com uma bebê no colo.
Nos despedimos de mais uma temporada que nem começou, e já deixa muitas saudades, com o pilar Espírito e o emocionante relato do monge Satyanatha. Conhecer a sua concepção de espiritualidade é também enxergar potência em tudo que nos cerca.
As reflexões serão guiadas pela brilhante psicanalista Vera Iaconelli. Segure em sua mão e permita-se a esse mergulho que será potente, revelador e intenso, como todas as nossas temporadas. A sexta temporada do Podcast Plenae já está disponível aqui no nosso portal e também no seu streaming de preferência! Aperte o play e inspire-se!
Já em Contexto, trazemos outro Eduardo, dessa vez, o Kobra. Mas essa não é a única semelhança que ele divide com Lyra, afinal, sua infância também foi marcada por dificuldades. O muralista reconhecido internacionalmente conta como foi da pichação ao grafite, e do grafite aos principais muros do mundo.
Para Inspirar
A imposição da sociedade e expectativa sobre o homem de que ele não acesse a sua sensibilidade pode ser nociva não só para ele, mas para seus filhos também
11 de Junho de 2021
Na segunda temporada do Podcast Plenae , pudemos conhecer a emocionante história da apresentadora Mariana Kupfer , que decidiu gerar a sua filha de maneira independente e criá-la da mesma forma. Inspirados por esse relato, investigamos um pouco mais sobre o universo da maternidade solo por opção : quais são os caminhos, os dados e a opinião de especialistas.
Mas a grande maioria das mães que criam seus filhos sozinho, não o fazem por opção própria - e sim, advindas de um abandono posterior do pai daquela criança. Afinal, no Brasil, cerca de 6% das crianças são registradas sem um pai em sua certidão, todo ano. Segundo a Central de Informações do Registro Civil, até a metade de 2020, mais de 80 mil crianças de um total de 1.280.514, tiveram apenas o nome de suas mães em seus registros, como revela a Revista Crescer .
É o caso do palestrante Marcos Piangers , que participou da quinta temporada do Podcast Plenae e contou como ter sido criado por uma mulher solteira, sem a presença paterna, moldou quem ele é hoje. O escritor de best-sellers sobre assuntos familiares pôde contar, ao longo da sua vida, com o registro de um padrasto em seus documentos, depois de já ter crescido, mas a presença afetiva e duradoura, somente mesmo de sua mãe.
É por isso que hoje ele se empenha em falar tanto sobre paternidade, masculinidade e afeto . Para ele, a obrigação que a sociedade impõe sobre os homens de que eles sejam mais duros e acessem menos a sua sensibilidade, acaba refletindo de forma muito negativa na paternidade que esses mesmos homens exercem, afastando-os do que poderia ser uma troca intensa de amor, carinho e respeito.
Em 2015, o documentário “The Mask We Live In” (“A máscara em que vivemos”, em tradução livre) fez sucesso por trazer à tona um tema pouco discutido até então: a masculinidade tóxica. Nele, a ideia do macho dominante é abordada sob a ótica do quanto ela afeta psicologicamente crianças e jovens - que um dia se tornarão adultos.
Apesar de se passar nos Estados Unidos, essa é uma realidade do mundo todo. No Brasil, esse assunto foi discutido e pesquisado - e também virou documentário, “O silêncio do homem” . O grupo que organizou o documentário também realizou uma pesquisa com dados bastante reveladores, condensados pela Folha de São Paulo : 72% dos quase 20 mil homens brasileiros que responderam foram ensinados a não demonstrar nenhuma fragilidade, 60% foram instruídos a não expressar emoções e 40% alegaram se sentirem solitários com frequência.
A Associação Norte Americana de Psicologia estimou que 80% dos homens americanos sofrem de alexitimia, uma “incapacidade de expressar, descrever ou distinguir entre emoções''. Isso pode ocorrer em um cenário de distúrbio emocional, seja ocasionado por uso de substância, exposição repetida a um estressor ou psicossomático.
Isso é, de imediato, ruim para a saúde dos homens, que possuem uma tendência maior a desenvolverem doenças crônicas, vícios, acidentes, distúrbios emocionais e até assassinatos, segundo relatório da Organização Pan-Americana da Saúde. Nele, ainda destaca-se que um em cada cinco homens que vivem nas Américas morre antes dos 50, sendo muitas dessas mortes causadas por problemas diretamente ligados à masculinidade tóxica.
“Eu passei e passo a vida tentando entender a figura masculina. Até eu lançar o primeiro livro, aos 35 anos, eu não tinha amigos, nem referenciais de masculinidade saudável. A minha visão é de que homem tinha que ser conquistador, forte, malandro, alheio às questões da família e dos afetos”, diz Piangers, em seu episódio. A pressão social sobre os homens de que eles sejam uma fortaleza, afeta portanto também a sua paternidade.
“Meu livro vendeu cerca de 300 mil cópias. Já viajei para vários países tentando passar a mensagem de que a gente precisa mudar a nossa visão de paternidade e masculinidade. (...) Com meus livros e vídeos, acredito que a mensagem já tenha chegado a talvez 1% da população brasileira. Eu sozinho não vou dar conta de alcançar todo mundo. Por isso eu incentivo que mais homens escrevam e falem sobre isso. E não é sobre mim, é sobre 6 milhões de crianças que não têm o nome do pai da certidão, e outras milhões que não tiveram um pai presente e afetuoso.”, diz.
Essa afetividade positiva e possível de ser sentida e colocada em prática por uma figura masculina virou notícia no caso do menino Angelo, de apenas 8 anos, que pediu para uma juíza mudar o seu sobrenome, tirando o do seu pai biológico ausente e colocando o do seu padrasto. “Pai é aquele que ama, pai é aquele que cuida, pai é aquele que está do lado da gente", disse o garoto.
Quando a situação é a de uma paternidade solo, a afetividade se faz ainda mais necessária. É o caso de Erick Correia dos Santos, 28 anos, que cuida de sua filha sozinho há mais de dois anos. Para ele, que é pai de uma menina, substituir o papel de uma mãe é impossível, até mesmo pela cumplicidade que ambas juntas teriam.
Mas, com a ajuda de sua família, que além de oferecer uma rede de apoio atualmente, também o criou em um contexto de afeto e segurança, ele consegue passar seus valores e garantir uma vida confortável e amorosa para a sua filha. “Nem todos os dias são fáceis. Aprendi a ter mais paciência, a dizer não nas horas certas e a ter mais responsabilidades como homem”, diz ele.
Em recado a outros pais, Erick lembra que é importante aproveitar cada segundo ao lado de seus filhos, porque a infância passa muito rápido. Diz também que é preciso que os pais façam que seus filhos o enxerguem como um herói, e deixem as amarras da masculinidade de lado. “Muitos não deixam suas emoções aparecerem por algum tipo de vergonha ou timidez, não se dão toda a liberdade necessária para se ter mais afeto entre as duas partes, e muito se perde por aí”, conclui.
No canal “Papai em dobro”, de Ton Kohler, essa paternidade solo é discutida em suas mais diferentes óticas e problemáticas. Há inclusive uma série de vídeos com a participação de Marcos Piangers, que debateu, em suma, muito do que trouxemos nessa matéria.
Você está atento à sua paternidade? Acredita que ela seja afetiva o suficiente? Busque não perpetuar essa cadeia tão violenta, de forma generalizada, que é a masculinidade tóxica. Pais que foram educados para serem “durões” quando crianças, acabam criando seus filhos assim, afastando-se emocionalmente deles e minando seus sentimentos.
Lembre-se de que o tempo da infância é de suma importância para que o caráter daquela criança seja moldado de maneira positiva - e de que esse tempo não volta mais.
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