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Dia de Todos os Santos: como se dá a canonização?

Hoje comemora-se o Dia de Todos os Santos. Conheça a origem da data, as hierarquias cristãs, os processos de canonização e alguns nomes brasileiros.

1 de Novembro de 2020


Hoje, dia 1 de novembro, comemora-se o Dia de Todos os Santos. Sua origem é secular e herdada ainda do paganismo, sofrendo algumas alterações de lá para cá, mas mantendo sempre o seu principal intuito: homenagear todos os santos, conhecidos ou não.

Apesar de não ser decretado feriado aqui no Brasil, a data é bastante celebrada dentro de igreja católica, luterana e até mesmo umbandista - cada um à sua maneira. Ela antecede o Dia de Finados e sucede o Dia das Bruxas - ficando exatamente entre as duas.

Pode parecer somente uma curiosidade banal, mas a verdade é que a origem dessas festividades apresentam algumas relações. Os celtas - aqueles que povoaram a Europa há mais de 3 mil anos e eram considerados “bárbaros” pelos romanos - tinham o costume de “festejar” os mortos nesta data. É o que seria justamente o Halloween atual.

Como alguns pesquisadores acreditam, o Dia de Todos os Santos nasceu quando o cristianismo tomou conta e, com a data, eles pretendiam “afastar” os espíritos convocados na festa do dia anterior, com a ajuda deles: os Santos. Por fim, no dia seguinte, conhecido como “Finados”, é uma celebração solene em memória daqueles que partiram, mas sem a festividade pagã do Dia das Bruxas.

Como muitos feriados, há algumas outras hipóteses de origem menos estudadas, ou mais específicas de cada país. Mas o fato é que, independente de sua nacionalidade ou explicação, todos dedicam o dia a comemorar os Santos conhecidos e também os desconhecidos, que muitas vezes não possuem data de comemoração própria.

Isso porque são mais de 20 mil santos e beatos canonizados pela Igreja Católica ao longo dos séculos, o que torna impossível que cada um deles tenha a sua data específica de celebração. Até mesmo um adolescente , que faleceu aos 15 anos mas dedicou-se por toda a vida à Igreja e a catalogar milagres, está no processo para se tornar um beato.

Aqui no Brasil, já são 37 santos - sendo que, deles, 34 foram reconhecidos neste século, considerado um “boom” de canonizações segundo o jornal Folha de São Paulo. O Brasil ainda conta com 51 beatos, 15 veneráveis e 68 servos de Deus, sem contar os 130 processos em curso na Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano, ainda segundo o jornal.

Nem todos nasceram no Brasil, mas muitos praticaram seus trabalhos de fé aqui por toda a vida, e morreram em terras brasileiras. Mas qual é a diferença entre eles e como se dão esses processos?

Servo de Deus

O primeiro passo é ser reconhecido como um Servo de Deus. O processo para ganhar tal alcunha só pode se dar cinco anos após a morte deste que será o candidato. Esse processo irá investigar as virtudes cristã da pessoa e sua fama de cristã por aqueles que o conheceram. Caso a Igreja entenda que o indivíduo merece o título, ele ganhará mas somente no local onde viveu e morreu.

Venerável

Uma vez Servo, agora ele concorrerá dentro da Congregação para as Causas dos Santos para virar um “venerável”. Isso significa que, caso a sua conduta em vida, sua fé e seus pensamentos disseminados tenham sido “irrepreensíveis”, ele é então dotado de virtudes heróicas, um verdadeiro “venerável”.



Beato

O termo, um pouco mais famoso que os anteriormente mencionados, se dá aos que já enfrentaram as etapas anteriores e, agora, foi comprovado perante ao Vaticano que ele operou um milagre - e basta um para ganhar o título. Dentre esses milagres, curas sem explicações científicas são as mais comuns. Mas caso ele tenha morrido em defesa da fé (como um mártir), ele pula os primeiros passos e já é considerado um beato direto.

Santo

Como dissemos, para ser beato, é preciso ter operado um milagre, certo? Mas na iminência de um segundo, ele passa então a concorrer à posição de Santo. O que isso muda? Uma vez canonizado, a pessoa passa a ser proclamada, adorada e cultuada por todos os cristãos no mundo - inclusive o Papa. É a homenagem máxima ao cristão praticante que dedicou toda a sua vida à espiritualidade e a ajudar ao próximo.

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Porque as empresas devem contratar trabalhadores mais velhos

A maioria das companhias considera, erroneamente, a idade avançada uma desvantagem competitiva

25 de Novembro de 2019


Há muito anos, por meio de uma pesquisa para a Deloitte, perguntamos a cerca de 10 mil empresas: “A idade é uma vantagem ou desvantagem competitiva na sua organização?” É provável que a resposta não lhe surpreenda. Mais de 2/3 das companhias consideram a idade avançada uma desvantagem competitiva. Se você tiver mais idade, é provável que irão considerá-lo menos capaz, com menos condições de adaptação, ou com menos disposição para arregaçar as mangas e realizar algo novo, contrariamente a seus colegas mais jovens. O mito alastrado pela indústria das aposentadorias é que as pessoas com mais de 65 anos de idade devem se aposentar. Apesar dos bilhões de dólares gastos para tentar nos convencer de que nossos “anos dourados” devam incluir viagens, golfe e sentar-se à beira da piscina, as pesquisas, na verdade, mostram que as pessoas que param de trabalhar e se aposentam normalmente sofrem de depressão, ataques cardíacos, e um mal-estar geral por não terem muitos propósitos na vida. Muitas pessoas, especialmente aquelas que tiveram uma carreira significativa por muito tempo, gostam, de fato, de trabalhar. Pelas sábias palavras de Stephen Hawking: “O trabalho concede um significado e um propósito, e a vida se torna vazia sem ele.” É a oportunidade de valorizar o próximo e a comunidade; ele proporciona uma rede de amigos e colegas com quem passar o tempo, como também concede algo para fazer com a sua energia física e intelectual. Por que queremos nos aposentar se gostamos do nosso trabalho? Inúmeras pessoas entre 60 e 70 anos de idade estão ativamente engajadas na carreira, e não pensam na aposentadoria. Aos 89 anos de idade, Warren Buffett ainda é lembrado como uma das mentes mais brilhantes no mundo financeiro, e Charlie Munger, seu braço direito, tem 95 anos. Aos 61, Madonna ainda é a incontestável rainha do pop. Aos 81, Jane Fonda está mais prolífica do que nunca na sua carreira como atriz e ativista. Tudo isso sugere que a idade coincide com o conhecimento do ambiente de trabalho, e as pesquisas provam isso. Contrariamente ao que se acredita, as pessoas mais antigas e com mais tempo de casa são as que têm mais êxito como empreendedoras. Aquelas com mais de 40 anos têm três vezes mais chances de criar uma empresa promissora como resultado da natureza paciente e colaborativa, e a ausência de uma atitude de “autoafirmação”, que normalmente acompanha os mais jovens. O que as empresas ganham com funcionários mais velhos? Os nossos sistemas de carreira, salários, recrutamento e avaliação não contemplam a contratação de pessoas mais velhas. Muitas empresas acreditam que elas “ganham muito” e podem ser “substituídas por trabalhadores mais jovens” que sabem realizar o trabalho da mesma maneira. Pessoas como Mark Zuckerberg – e outras – afirmam abertamente que “os mais jovens são mais espertos.” Temos uma indústria de mídia e de propaganda que glorifica os jovens. As evidências científicas que tratam tal assunto mostram dados diferentes. Para a maioria das pessoas, o poder mental natural diminui depois dos 30 anos, mas o conhecimento e a experiência – os maiores indicadores de desempenho no trabalho – continuam aumentando até mesmo depois dos 80 anos. Há também evidências suficientes que presumem que características como a perseverança e a curiosidade são catalisadores para a aquisição de novas habilidades, mesmo durante a idade mais avançada. Com relação ao aprendizado de coisas novas, simplesmente não há limite de idade, e quanto mais engajadas intelectualmente as pessoas ficam quando mais velhas, mais contribuirão para o mercado de trabalho. Além do valor e da competência que os trabalhadores mais velhos podem trazer para a força de trabalho, há também a questão da diversidade cognitiva. Pouco se tem alcançado em termos de valor quando as pessoas trabalham sozinhas. A grande maioria de nossos avanços – seja em ciências, nos negócios, na arte ou nos esportes – é o resultado da atividade humana coordenada – ou seja, pessoas trabalhando juntas como uma unidade coesa. A melhor forma de maximizar os resultados da equipe é aumentar a diversidade cognitiva, que tem maior probabilidade de acontecer se for possível agrupar pessoas de idades (e experiências) diferentes para trabalharem juntas. Fonte: Josh Bersin e Tomas Chamorro-Premuzic, para Harvard Business Review Síntese: Equipe Plenae Leia o artigo completo aqui . Josh Bersin é fundador da Bersin by Deloitte, e da Josh Bersin Academy, escola de pesquisa e desenvolvimento profissional para o RH e líderes de empresas. Tomas Chamorro-Premuzic é o Chief Talent Scientist na ManpowerGroup, professor de psicologia de negócios na University College London e na Columbia University, e professor adjunto no Harvard’s Entrepreneurial Finance Lab.

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