Para Inspirar
Conheça a história de uma mãe que não viu fronteiras nem físicas e nem simbólicas para que seu filho com Síndrome de Down conhecesse o mundo!
6 de Outubro de 2024
Leia a transcrição completa do episódio abaixo:
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Geyze Diniz: A convivência intensa, a limitação de espaço e a logística do acompanhamento médico da filha mais velha, Ana, que tem Síndrome de Down, não foram impeditivos para a família Zanni velejar pelo mundo. Os pais Estela e Pedro driblaram todos os desafios, instabilidades e surpresas da vida para realizarem o sonho de viver essa grande aventura. Eu sou Geyze Diniz e esse é o podcast Plenae. Ouça e reconecte-se.
Estela: Eu brinco que foi o teste do namoro. O Pedro me perguntou: “Você gosta de acampar? Então, tem um barquinho, que é como se fosse um camping, só que na água”. O barco era bem roots mesmo. A luz era à vela. O banheiro era um balde. Eu sempre gostei de aventura, e naquela viagem ficou claro que a gente tinha muitas afinidades.
Aos poucos, o Pedro foi me seduzindo com a ideia de uma viagem longa. Em algum momento, eu comecei a me interessar e a perguntar mais. “E se o barco afundar? E se tiver uma tempestade? E se tiver uma calmaria?”. Então ele me apresentou um casal de amigos que tinha viajado pelo mundo com as filhas por 12 anos e eu fui me sentindo mais segura com a ideia.
Até que um dia eu falei assim: “Beleza, só que até agora a gente só velejou em Paraty, Ilhabela e Ilha Grande. A gente não tem nenhuma experiência fora, vamos fazer isso?”. E aí a gente passou um mês na Grécia, alugou um barco e teve uma experiência super intensa. Foi nessa viagem que eu falei para ele: “Você quer, então, sair pelo mundo? Eu também quero”.
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Pedro: O meu sonho não era fazer uma viagem sozinho ou só eu e a Estela. Eu queria uma viagem com filhos, com todos os desafios e alegrias que essa experiência traz. Só que tinha um detalhe: a gente não tinha filhos ainda. O nosso combinado foi fazer uma viagem de 3 anos, quando a gente tivesse duas crianças em idade pré-escolar. Porque um dos propósitos da viagem era justamente aumentar a nossa conexão com esses filhos que ainda nem existiam.
E eles precisavam ser pequenos, numa fase em que as crianças ainda querem estar com os pais, em que elas ainda não precisam necessariamente estar na escola. Era uma janela em que a gente ia poder viver plenamente. A gente podia parar de trabalhar e ficar três anos só dedicados a essa experiência em família.
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Estela: Quando a gente tomou essa decisão, eu já estava fazendo tratamento para engravidar. A Aninha veio depois de cinco anos de tentativas. A notícia da gravidez foi maravilhosa, até que a gente descobriu, num ultrassom de rotina, que ela tinha algumas questões de má formação.
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As válvulas e as paredes do coração dela não estavam formadas. O tamanho do feto era menor do que a idade gestacional. O osso nasal era pequeno, e o intestino estava obstruído com várias pregas. Segundo a médica, eram indícios de uma síndrome.
Mas qual síndrome? Podia ser tanto uma Síndrome de Down, que é bastante conhecida e tem uma boa expectativa de vida, quanto podia ser uma síndrome incompatível com a vida. Depois de tanto tempo tentando engravidar, aquela notícia foi um baque bem desestruturante.
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Pedro: E era Síndrome de Down. Depois do parto, os primeiros oito meses foram os mais difíceis. A saúde da Aninha era muito frágil e, em alguns momentos, ela ficou entre a vida e a morte. De todos os problemas, o mais grave era a cardiopatia. Com quatro meses, a Ana foi internada às pressas, com um derrame pericárdio, que é um vazamento de líquido em volta do coração.
Ela precisou ser operada às pressas, ficou na UTI, e os médicos chegaram até a preparar a gente para o pior. É claro que, no primeiro ano da Ana, a gente não tinha cabeça para falar sobre a viagem. Mas um ano e pouco depois, a saúde dela estabilizou e a Estela engravidou do Gabriel. E antes do nosso filho nascer, a gente definiu a data exata para zarpar. A Ana teria 4 anos, e o Gabriel 2.
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Pedro: No final, a parte das terapias da Ana foram a mais fácil de adaptar, porque as profissionais já tinham desenvolvido durante a pandemia a expertise de atendimento virtual. O mais complicado era combinar as nossas paradas com os exames de coração que a Ana precisava fazer. Em muitos casos, a logística envolvia ancorar numa ilha, pegar um avião para um outro lugar, fazer o exame e voltar. E a cada quatro ou seis meses, a gente tinha esse grande evento no nosso roteiro.
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Algumas pessoas nos perguntam: “Ah, mas as crianças vão lembrar da viagem?”. Eu acho que elas não vão lembrar de todas as situações, mas vão ficar sim com a memória afetiva de terem um contato grande com a gente, um contato grande com a natureza. E acho que vão ficar com uma estrutura interna emocional muito bem formada para a vida.
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Estela: Uma das melhores partes da viagem foi acompanhar a evolução da Aninha. Ela tem um atraso motor importante em relação a outras crianças com trissomia do 21. As crianças com Síndrome de Down, em geral, começam a andar mais ou menos com 2 anos. A Ana com 3 anos e meio ainda se arrastava de bumbum. Ela não engatinhava. Ela jogava o bumbum para frente e ia trazendo o corpo com a perninha.
Nos consultórios, os fisioterapeutas montam balanços e simulam vários movimentos, que é para a criança desenvolver equilíbrio e a força motora. E aí, a gente se deu conta que, no barco, a Ana tinha esse balanço 24 horas por dia, enquanto nos consultórios as crianças só têm uma hora por semana. Antes da viagem, por muito tempo, ela ficou no mesmo platô de desenvolvimento. E aí, em seis meses no barco, ela era outra criança, completamente transformada.
Pedro: A Ana tem os pezinhos bem virados para dentro, então ela precisava usar uma palmilha para alinhar os pés. Mas a médica falou pra gente que o melhor tratamento mesmo era ela caminhar na areia. Resultado: a gente não precisou de palmilha a viagem toda.
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Estela: O Pedro e eu somos super planejados, mas a gente aprendeu na viagem a querer controlar menos a vida e a aceitar mais as coisas como elas são. Quando você faz uma travessia do Atlântico, você mais ou menos planeja a data da saída e da chegada.
Mas aí, perto do dia de zarpar, aparece uma previsão meteorológica ruim. E não dá pra cruzar o oceano em 17 dias se você tem quatro dias de combustível. Você precisa de vento. Então, se não tiver uma boa condição de tempo, não pode sair. E é a mesma coisa se você está numa ancoragem e o vento muda. Você tem que mudar de lugar, mesmo que você goste dali e queira ficar por lá mais tempo.
Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.
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Para Inspirar
Na décima segunda temporada do Podcast Plenae, faça as pazes consigo mesma e com o seu corpo com a ajuda de Letticia Muniz.
18 de Junho de 2023
Leia a transcrição completa do episódio abaixo:
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Letticia Munniz: A sociedade ensina pra gente que gordura é feia. Barriga é feia, peito que não é empinado é feio, braço que não é fino é feio, estria é feia. As mulheres são muito pressionadas a mudarem a própria natureza para se encaixarem em um padrão. E, durante 18 anos, eu tentei ser quem eu nunca seria. Até que eu comecei a mudar a minha mente pra entender que o normal é bonito. Quando eu consegui virar essa chave, eu me libertei. Eu passei a viver a vida de verdade, ao invés de viver para ser magra.
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Geyze Diniz: A Letticia Munniz é modelo, apresentadora e ativista de um movimento chamado body positive. Ela se maltratou física e psicologicamente tentando alcançar um corpo impossível pro seu biotipo. Quando a Letticia se aceitou como é, ela embarcou numa jornada de autoconhecimento e autocuidado que hoje inspira uma legião de seguidores. Conheça essa história de identificação, aceitação e liberdade de Letticia Munniz. Eu sou Geyze Diniz e esse é o Podcast Plenae. Ouça e reconecte-se.
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Letticia Munniz: Quando eu volto no tempo, as memórias mais marcantes que eu tenho da infância e da adolescência são relacionadas ao meu corpo. Não tem jeito. Eu fui uma criança bem magrinha, até chegar na puberdade. Aí eu menstruei e o meu corpo começou a se desenvolver. Eu ganhei coxa, bunda, peito, braço, mas a cintura continuava fina. Então, eu saí de Olívia Palito, que era como as pessoas me chamavam, pra “falsa magra”. E eu cresci ouvindo isso.
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A essa altura, eu já sabia o que eu queria fazer da vida: ser apresentadora de TV. Mas, não demorou pra eu perceber que eu ia ter um problema pra realizar o meu sonho. Nessa época, a mídia massacrava as mulheres que não eram extremamente magras, dentro de um padrão considerado ideal. Em casa, eu comecei a ouvir que eu precisava emagrecer.
A pressão vinha de todos os lados, até da escola. De tempos em tempos, na aula de educação física, os professores pesavam a gente pra calcular o IMC, que é o índice de massa corpórea. Aquilo era um sofrimento para mim. Hoje eu tenho 1,68 e peso 98 quilos. Na época, eu devia ter uns 60 quilos. Eu não era gorda, eu só era grande. E ainda assim a recomendação, desde aquela época, era de que eu deveria emagrecer. E essa junção me levou a odiar o meu corpo desde muito nova.
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Eu acho que a partir dos meus 10 anos, mais ou menos, não teve um dia em que eu não me preocupei em perder peso. Eu passei a procurar na internet jeitos de eliminar gordura, porque só a dieta não funcionava. E foi assim que eu desenvolvi transtornos alimentares. Eu intercalava episódios de jejum completo, até de água, porque diziam que água engordava, com comer compulsivamente. Eu tomei muito laxante. A minha garganta era toda machucada de tanto vomitar. Eu cheguei a beber detergente e até vinagre pra provocar ânsia de vômito. E pior do que maltratar o físico, era a tortura psicológica de tudo isso.
Eu me lembro de uma vez, quando eu tinha uns 15, 16 anos, que teve um bolinho lá em casa para comemorar o aniversário de alguém da família. Quando eu fui comer o bolo, uma pessoa olhou pra mim e falou: “Olha, com esse corpo que você tá agora, você ainda consegue emagrecer. Mas, se você engordar mais que isso, você não vai conseguir. Então eu acho melhor você já parar de comer agora, porque senão depois, ó, já era”.
Meus irmãos sempre foram muito magros e eu me culpava muito por não ser igual a eles. Enquanto eles podiam comer qualquer coisa, eu sempre recebia aquele olhar de reprovação se repetisse o prato. Dos três, eu sempre fui a que mais se exercitava. Eu sempre amei esportes. Fui atleta de ginástica olímpica e sempre ficava em primeiro lugar. Mas, eu acabei largando a ginástica justamente pela pressão estética. Além de perder o prazer em me exercitar quando estava todo mundo só querendo que eu emagrecesse. Como eu praticava na escola, eu tinha vergonha que os meus colegas me vissem de collant.
Nessa época, eu mudei meu jeito de me vestir até no dia a dia. No colégio, eu ganhei o apelido de "coxinha", por causa da minha coxa grossa. E aí, eu parei de usar short. Eu também não usava regata, pra esconder o braço. Eu ia pra escola de moletom. Agora, imagina isso numa cidade de praia? Eu morava em Vitória, no Espírito Santo. E nas férias, todo mundo se encontrava em uma outra cidade do litoral, chamada Guarapari. E a minha preocupação não era em me divertir, era qual biquíni eu ia usar, como os outros iam me ver com aquele corpo. Eu chegava a ficar horas em pé na praia só para as pessoas não verem a minha barriga dobrada se eu sentasse.
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Quando eu terminei o colégio, eu fui em busca do meu sonho: ser artista. Com 21 anos eu me mudei pra São Paulo pra fazer faculdade de Rádio e TV. Eu conciliava os estudos com trabalho, freelas e um curso de apresentadora no Senac. Nunca sobrava dinheiro, mas às vezes, eu dava um jeitinho de fazer aula de teatro também. Nessa época, a minha qualidade de vida caiu demais.
E, como eu tinha muitos gastos, eu só podia me alimentar com comida barata e que enchesse a barriga. Não tinha como comprar salada nem fruta. Era pão, biscoito, salgado, miojo. Eu engordei, obviamente, e foi ainda pior, porque agora tinha a pressão da carreira. Eu já fazia testes de figuração em agências de publicidade nessa época. E aí quando eu engordava, eu parava de me alimentar. E aí, tinha o desmaio, mal-estar, fraqueza, dor de cabeça.
Eu deixava de sair com os meus amigos, porque sair significava beber e comer, então eu ia engordar. Às vezes eu fazia uma dieta líquida. E se eu comesse qualquer coisa, eu já ia pra academia e ficava horas em cima da esteira, eu fazia conta pra eliminar cada caloria que tinha entrado no meu corpo. E eu colocava metas malucas, do tipo: “Eu só vou comer chocolate se eu perder 10 quilos. Mas, já que eu vou começar esse regime amanhã, então hoje eu vou comer”. Aí eu comia até passar mal.
Depois de quatro, cinco dias, uma semana no máximo, quando eu via que eu não ia conseguir seguir aquela restrição, eu falava: “Bom, então tá, então vou fazer uma pausa, vou comer agora e depois eu paro de novo”. Só que aí nessa pausa, eu não comia um bombom. Eu comia um saco, uma caixa, um pacote.
Todas as noites meu pensamento era assim: “Hoje eu falhei. Eu não comi pouco como eu deveria. Eu não me exercitei tanto quanto eu deveria. O que que eu posso fazer amanhã pra emagrecer por hoje e por amanhã?”. Emagrecer era sempre o meu primeiro pensamento ao acordar e o último antes de dormir.
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O corpo dela é muito parecido com o meu. Ela é um pouco mais alta, mas ela tem a coxa, a barriga, o peito e o braço iguais aos meus. Até encontrar o perfil dela, eu só seguia musas fitness. A Ashley Graham foi a primeira mulher que não era magra e que eu achei linda. Ela me mostrou que, com um corpo igual ao meu, era possível ser feliz, ser amada, ter um namorado, uma carreira, ser vista como bonita e ser admirada. E aí, eu entendi que eu poderia ter sucesso sendo eu. Eu não precisava mais tentar ser outra pessoa.
A obsessão pela magreza me fez desperdiçar muito tempo. Por mais que eu estudasse pra ser apresentadora e atriz, a minha maior preocupação era emagrecer. Sair desse looping foi descobrir a liberdade e o autoconhecimento. Quem era Letticia quando ela não estava 24 horas por dia tentando emagrecer?
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Eu comecei a compartilhar as minhas descobertas no Instagram. E aí, eu criei uma espécie de diário virtual, mas sem nada de muito sofisticado, com posts sobre o que eu estava fazendo, como eu estava me sentindo e por quê. Eu pense que se uma mulher que nem sabe que eu existo mudou a minha vida, talvez eu pudesse fazer isso por uma outra pessoa.
Como eu sou engraçada, as pessoas riam dos meus posts, então elas acabaram se identificando comigo. Eu sentia que elas não tinham com quem falar sobre a angústia de não se sentir confortável na própria pele. Às vezes, é mais fácil conversar com quem você não conhece, porque essa pessoa não vai te julgar. Então, eu fui meio que criando uma comunidade, um lugar de troca, de experiências. O perfil cresceu e, graças ao meu talento e à minha dedicação, eu consegui realizar o sonho de chegar na televisão.
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Nessa busca do meu autocuidado, eu encontrei uma endocrinologista maravilhosa que entende o meu corpo pra muito além do IMC, pra além do meu peso. Eu tenho hábitos tão saudáveis, que eu chego ao ponto de ser chata com isso. Eu fui criada por vó, então eu gosto de comida saudável. Eu gosto de jiló, de legume, de verdura. Eu amo fazer atividade física. E fico até de mau humor se eu não fizer. E hoje não é pela caloria. Eu não tô nem aí pra caloria mais, mas porque o exercício muda o astral do meu dia.
Eu fui entendendo também que se amar não é sobre se achar bonita. Hoje eu tenho esse rosto, essa pele, esse cabelo. Daqui a uns anos eu não vou ter mais. E aí? Eu vou me odiar? Vou ser infeliz? Eu entendi que beleza não se resume à aparência. Eu me acho linda, mas porque eu acho que sou muito legal, porque eu acho que sou maneira, porque eu gosto de ajudar os outros, porque eu sou gentil, porque eu sou uma boa pessoa.
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Eu não consigo todos os dias acordar pra fazer algo só por mim. A maior e a melhor coisa que eu tenho hoje é poder usar a minha história pra inspirar outras pessoas. E eu vejo que eu tô conseguindo promover uma mudança de pensamento na sociedade. Eu percebo isso pelos depoimentos das minhas seguidoras.
Do mesmo jeito que a Ashley mudou a minha vida, é muito gostoso a sensação de saber que eu também posso mudar a vida de alguém. É muito bom ouvir que, quando uma mulher entra numa loja e vê uma foto minha ou de outras mulheres como eu, como ela, numa campanha, ela se sente feliz, ao invés de se odiar. E eu sei como é essa sensação, porque eu já me odiei muito. Quando eu entrava em uma loja que não tinha uma roupa do meu tamanho, eu me sentia culpada, ridícula. Tinha nojo do meu corpo. Hoje, ao invés de ficar brava, eu entendo que aquela loja que está errada e eu uso o meu trabalho para mudar a mentalidade de quem faz aquela roupa.
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Uma outra seguidora um dia me falou uma coisa muito linda, que eu nunca vou esquecer. Ela disse que a minha liberdade libertava ela. E essa frase resume o que aconteceu comigo 5 anos atrás. A liberdade de alguém me libertou. E é isso que eu faço hoje. Eu uso a minha liberdade para libertar outras pessoas.
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Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.
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