Para Inspirar

Evento Plenae: Martinho da Vila canta Depois Não Sei para Abilio Diniz

De sandálias, camisa por fora da calça e uma bolsa a tiracolo, o sambista Martinho da Vila, de 80 anos, entrou devagarinho no palco, onde já o esperavam Abilio Diniz e e o mestre de cerimônia do evento Marcelo Cardoso

15 de Junho de 2018


De sandálias, camisa por fora da calça e uma bolsa a tiracolo, o sambista Martinho da Vila, de 80 anos, entrou devagarinho no palco, onde já o esperavam Abilio Diniz, de 81 anos, e o mestre de cerimônia do evento Marcelo Cardoso. Bem-humorado, conversou em um ritmo que segue o de seus passos. Martinho não tem pressa nem para falar, mas é conhecido por ter uma vida muito produtiva. “Quem vai devagar, chega. E chega descansado. Quem corre, tropeça. Minha mulher diz que não estou mais em tempo de cair”, diz Martinho. Abaixo, o bate-papo entre os três.
Marcelo Cardoso: Martinho, você e o Abilio possuem vários pontos em comum. A idade, a curiosidade pela vida... Martinho da Vila: Ele (Abilio) é mais velho do que eu. Bem mais velho, quase um ano. Maravilha! MC: Você fez faculdade há pouco tempo. Conta como foi isso, Martinho. MV: Vive melhor quem está sempre procurando aprender, inclusive aprender a viver. Andei muito por aí pelo mundo e virei Embaixador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Meus pares nesta área são todos da área da Diplomacia. Por outro lado, Relações Internacionais pratico há muito tempo. Quando Angola ficou independente, eu era a figura mais conhecida no país. Eles não tinham embaixada no Brasil. Sempre que vinham aqui, um empresário ou um dirigente, me procurava para abrir portas. Chamavam-me de embaixador. Muitos dormiam em casa. Quando montaram a embaixada no Brasil, me deram o título de Embaixador Cultural Honorário. Mas eu queria saber sobre a história das Relações Internacionais, sua importância, a teoria... MC: Foi nesse momento que você resolveu fazer faculdade? MV: Sim. Prestei vestibular na Universidade Veiga de Almeida. Quando fui me matricular, disseram que tinham poucos alunos e não dava para montar uma turma. Soube que na Estácio (Universidade Estácio de Sá) tinha um curso. Fui até lá e expliquei o caso. Prestei outro vestibular. Estava com 76 anos e tinha colega com 18 anos. Foi interessante. Quando estava no último ano, alguém tirou uma foto minha na sala de aula. Viralizou muito na internet. Todo mundo dizia: “Você entrou na faculdade!” Mas eu já estava lá há muito tempo. O mais importante é que me conscientizei que só a diplomacia (e não as armas) pode salvar o mundo de uma terceira guerra mundial. MC: Legal a humildade do Martinho. Ele é reconhecido por ter mudado a história do samba. A forma como se ouve samba no Brasil é trabalho dele. Abilio Diniz: Martinho, como você lida com essa fama toda? MV: Já me acostumei. Nunca estou sozinho, em lugar nenhum. Mas às vezes chego com pressa em um aeroporto. E sempre vem alguém me pedir autógrafo. Mas, já tenho uma estratégia. Eu ando devagar, devagarinho, mas quando alguém vem chegando, eu aperto o passo. Funciona. AD: Como você lida com tantos filhos? Tenho filhos de idades variadas e com muita diferença de idade entre eles. Minha filha mais velha, Ana, tem 56 anos e o caçula, 8 anos. Eu sou amigo deles. MV: Ser pai é ser amigo. Uma pessoa que nem nós, Abilio, não podemos dizer que fomos um bom pai. O bom pai é aquele que ajuda a mãe a cuidar da criança, vai à reunião de pais na escola e ajuda nas tarefas escolares das crianças. Não temos tempo para isso. Então, a nossa saída é ser amigo. Com os mais novos eu já aprendi a lidar. Acompanhei mais de perto que os mais velhos. Os mais novos têm 18 anos e 23 anos. MC: Do Rio de Janeiro a Barra Mansa, você, Martinho, costuma dizer que dá para ir em duas horas ou cinco horas... MV: Minha filosofia de vida é fazer tudo devagar. Daí, perguntam como eu faço tanta coisa. Eu faço tudo devagar e não abro mão do tempo ocioso. Ir devagar é bom. Quem vai devagar, chega, e chega descansado. Quem corre, tropeça. Minha mulher diz que eu não estou em tempo mais de cair. AD: Como você enxerga a vida futura? Eu quero, por exemplo, ter mais tempo possível para fazer as coisas que eu faço; trabalhar do jeito que trabalho; fazendo os meus esportes. O que você gostaria de fazer? (Toca o telefone de Martinho) MV:, É a Alegria (filha mais nova) que ligou. Sei que tem que desligar. Desculpa (ele desliga o telefone). Sonhar é sempre bom. Eu tenho sonhos de fazer muita coisa, mas ainda não sei o que é. Mas, tenho tempo. A medicina está trabalhando a nosso favor. Dizem que quem tem a nossa idade vai chegar aos 100 anos. Então, estou planejando a festa. Vamos fazer junto, Abilio?

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Marcos Piangers em “Paternidade é afeto”

Na quinta temporada do Podcast Plenae - Histórias para Refletir, conheça a paternidade afetuosa do escritor Marcos Piangers

6 de Junho de 2021


Leia a transcrição completa do episódio abaixo:

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Piangers: Eu devia ter uns 4 ou 5 anos quando perguntei pra minha mãe, Heloisa: “Por que todo mundo tem pai e eu não?”. Eu lembro que ela ficou desestabilizada com a pergunta. Acho que por isso essa passagem ficou tão marcada na minha memória. 

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Geyze Diniz: Ele já escreveu dois livros sobre sua experiência como pai, mas sua história com a paternidade vai além dessas páginas escritas. Piangers passou mais de 35 anos sem saber quem era seu pai biológico, e metade desse tempo se preparando para ser o melhor pai do mundo para suas filhas, Anita e Aurora. 

Conheça a história cheia de emoção,  cuidado e amor de Marcos Piangers. Ouça, no final do episódio as reflexões do rabino Michel Schlesinger para te ajudar a se conectar com a história e com você mesmo. Eu sou Geyze Diniz e esse é o Podcast Plenae. Ouça e reconecte-se. 

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Piangers: Não é nada fácil a vida de uma mãe solo. A gente morava só nós dois num apartamento pequeno, em Florianópolis, e meus avós cortaram relação com a minha mãe quando descobriram que ela engravidou antes de casar. Eu só fui conhecer os meus avós quando eu tinha 2, 3 anos, depois de muito esforço de uma amiga que intermediou as relações. 

Eu cresci sonhando com quem seria o meu pai. A gente tem essa narrativa do herói muito forte na nossa produção cultural, e eu ficava pensando: será que ele é o Super-Homem? Ou ele é um ator famoso? Um jogador de futebol? Um milionário? Mas também tinha o outro lado: e se ele fosse um vilão? Um bandido? Uma pessoa ruim? 

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Na adolescência, quando eu perguntava pra minha mãe quem era o meu pai, ela sempre repetia que era ela. Eu acho que ela tinha medo de me contar, de eu ir atrás e me magoar com a reação dele. Aquela coisa de mãe protetora sabe? Eu acho que ela se sentia até orgulhosamente empoderada de me criar sozinha. De provar pro meu pai biológico e pros meus avós, e pro mundo, que ela dava conta de pagar todas as contas e lidar com todos os desafios de ser uma mãe solo. Até hoje ela tem esse espírito forte de lidar com os problemas de uma maneira objetiva, de aparentemente não sofrer com os percalços da vida.   

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Depois de muuuuitos anos, ela me contou uma história que foi decisiva para não revelar quem era o meu pai. Ela conta que, quando eu tinha uns 3 anos, a gente foi na praia da Joaquina e eu ia de barraca em barraca pedindo picolé de molango. Ela ia atrás tomando conta de mim. Em um guarda-sol, o pessoal já estava meio bêbado e me deu caipirinha pra provar. Depois disso, eu pedia picolé de molango ou caipilinha. Aí todo mundo dava risada, era uma diversão na praia. Numa dessas barracas, eu encontrei o meu pai biológico. Ele reconheceu a minha mãe, mas virou a cara pra ela. Ela passou mal, quase desmaiou. Eu me lembro vagamente das amigas abanando, jogando água e falando: “O cara tá lá, o cara tá lá”. É claro que na época eu não entendi quase nada, mas fiquei angustiado de ver a minha mãe passando mal. Foi a partir desse dia que ela resolveu não me contar quem era o meu pai.

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Eu me casei e a minha esposa já estava grávida da nossa primeira filha, a Anita, quando eu fui perguntar pra minha mãe de novo: “Mãe, minha filha não vai conhecer o avô?” E ela disse: “Pra que você quer saber?”. Ia sempre desconversando.  

Quando a minha filha já tinha 8, 9 anos, a minha mãe descobriu um câncer. E aí ela resolveu me contar: seu pai tem esse primeiro nome, esse segundo nome, a gente se conheceu na empresa, teve uma história, ele fugiu quando descobriu que eu estava grávida, virou a cara pra mim na praia, se mudou de cidade e aí eu decidi que eu mesma ia criar você. 

Aquilo foi profundamente libertador pra mim, ouvir a verdade. Abracei ela e falei: “Que bom”. Meu pai não é um jogador de futebol, um empresário famoso, um milionário, mas também não é um bandido. É só uma pessoa comum que cometeu um erro. E isso me deu um alívio, tirou um peso das minhas costas. 

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Depois disso, por incrível que pareça, não me deu vontade NENHUMA de conhecer o cara. Primeiro, por respeito pela minha mãe, por ela ter ficado e cuidado de mim. Segundo, porque, naquela altura, eu preferia dedicar o meu tempo, a minha energia, para minha esposa, pras minhas filhas, pros meus amigos, e pra minha mãe, em vez de fazer um esforço tremendo para procurar e me relacionar com um cara que me abandonou. Pra que eu faria isso? Por causa do nome, da convenção social, do laço sanguíneo? O meu pai biológico contribuiu com UMA célula apenas para minha formação. Paternidade não é DNA, é afeto, presença, carinho. Hoje eu tenho uma família estendida amorosa e presente, uma pequena aldeia para criar as minhas filhas. Essa rede de amor substitui um pouco aquela falta que eu sentia quando eu era pequeno.

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Só que a minha esposa, que é muito curiosa, buscou no Facebook pessoas com o nome do meu pai biológico. E achou vários caras e começou a mandar pedido de amizade, e um deles aceitou e disse: “Oi, Ana”. Ela escreveu que queria conversar, e ele já respondeu: “Eu acho que eu sou o pai do Marcos”.  Então ela perguntou: “Por que você nunca falou com ele?”. E ele respondeu que durante muito tempo não teve certeza se era o meu pai, apesar da minha mãe ter dito pra ele que era.

Quando a minha esposa me contou essa história, eu falei: “Pronto, é o mesmo papo de SEMPRE”. “Ah, mas eu não tinha certeza que eu era o pai”; “Ah, mas a mãe não me deixou participar como eu queria”. É um comportamento MUITO egoico e machista. Os caras sempre colocam a culpa na mulher. E eu fiquei pensando: “Poxa, a minha mãe estava lá por mim, com todas as dificuldades, até hoje ela tá aqui por mim. E o cara vai botar a culpa nela!?”.

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A essa altura eu já tinha lançado o meu primeiro livro, O papai é pop, sobre a minha experiência como pai. Já tinha mergulhado no universo da paternidade e da masculinidade e já tinha ouvido relatos de muitos pais que cuidaram e abandonaram seus filhos. Um ano depois dessa conversa, a minha esposa publicou o livro dela, A Mamãe é Rock, e eu lancei o O Papai é Pop 2. A gente foi lançar os livros na livraria Travessa, no Rio de Janeiro. Estava um dia incrível, com vários amigos, altas filas, vinho branco. Na tarde de autógrafos, eu senti que a Ana estava cada vez mais nervosa, olhando pra alguém da fila. Olhando e nervosa, olhando e nervosa. Eu pensei: “Peraí. Ela já me contou que o meu pai biológico mora aqui no Rio”. 

Eu não sabia a cara dele, mas ela sabia, então, deve ser o meu pai biológico. Vi o cara chegando, acompanhado de duas amigas. Continuei recebendo todo mundo de forma carinhosa, atenciosa, tirando fotos, dando autógrafos, conversando com todas as pessoas. Quando chegou a vez dele, eu estendi a mão e falei: "ô, rapaz, tudo bom? Eu sei quem você é”. 

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Ele me olhou assustado. A amiga dele falou: “Ai, meu Deus, tô nervosa!”. Eu falei: “Calma, você não precisa ficar nervosa, tá tudo certo, deu tudo certo. A minha mãe me criou super bem. Eu não tenho mágoa, eu não tenho raiva, nem vontade de voltar no tempo”. Ele ficou ali do lado por um tempo. A gente se despediu quando ele foi embora, mas depois a gente nunca mais se falou.

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Embora eu tenha dito pro meu pai biológico que eu não queria voltar no tempo, na verdade, se eu pudesse e se o meu pai estivesse disposto e pudesse ter sido amoroso, atento e sensível, eu ia querer voltar sim.

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 Porque eu senti muita falta de ter um pai. De ter um gigante protetor do meu lado, segurando a minha mão. De deitar numa barriga grande e pensar: “Aqui ninguém me pega, eu tô seguro”. Eu senti falta de ter um pai quando eu comecei a me apaixonar pelas meninas e não sabia o que falar, o que fazer. Senti falta de ter um pai pra me ensinar a andar de bicicleta. Eu só fui aprender depois de velho. Eu senti falta de ter um pai pra me levar no futebol, me dar um time do coração. Senti falta de ter pai quando nasceram as minhas duas filhas. Alguém pra me falar: “Não sai pra beber cerveja. Você tem filha pequena em casa. Volta pra cuidar delas, se conecta com essa engrenagem, que é importante nos primeiros dias, meses e anos”. Eu senti falta de ter um pai ontem. Eu senti falta de ter um pai hoje, de poder ligar pra alguém e conversar. 

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Eu passei e passo a vida tentando entender a figura masculina. Por que que desde pequeno a gente ouve que os homens têm que ser conquistador, forte, malandro, alheio às questões da família e dos afetos? Esse modelo coloca muita pressão sobre as mulheres, mas também é altamente prejudicial pros próprios homens. A paternidade é uma chance do homem se transformar não pela dor, mas pelo amor. É a chance dele se conectar com ele mesmo. Isso é tão importante que a ciência mostra que até a saúde do homem melhora quando ele participa da criação dos filhos. 

Eu já viajei para vários países tentando passar uma mensagem de que a gente precisa mudar essa visão de paternidade e masculinidade. Vi famílias japonesas chorando, porque lá os homens são frios com os filhos e as esposas. Senti a mesma coisa numa palestra em Londres. Na Ilha da Madeira, em Portugal, um cidadão de idade avançada levantou e falou: “Eu passei a vida fugindo dessa sensibilidade que você tá falando, desse carinho com os filhos. Eu me arrependo profundamente disso”. Em Criciúma, em outra palestra, um outro senhor falou a mesma coisa. Tem muito homem que morre infeliz por não ter expressado seus sentimentos, abraçado mais e vivido a sua verdade.

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Com os meus livros e vídeos, eu acredito que a mensagem já tenha chegado, talvez, a 1% da população brasileira. Ainda tem muuuuito homem afastado da família, agressivo com os filhos, perdendo a chance de viver um casamento feliz. Eu sozinho não vou dar conta de alcançar todo mundo. Por isso eu incentivo que mais homens escrevam e falem sobre esse assunto. A gente tem que multiplicar a mensagem. E não é sobre mim, é sobre 6 milhões de crianças que não têm o nome do pai na certidão de nascimento, e outras milhões que não tiveram um pai presente e afetuoso dentro de casa. É importante pros homens, pras mulheres, pra sociedade e especialmente pras crianças. Essa é a minha missão. 

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Miguel Schlesinger: Ninguém faz filho sozinho. E, portanto, ninguém deveria criar um filho sozinho. É muito doloroso para uma pessoa, como contou o Marcos Piangers, quando o pai ou a mãe estão vivos e não assumem a sua paternidade ou maternidade. Esse é um cenário mais comum entre homens, que muitas vezes deixam para a mulher a difícil tarefa de criar um ser humano. Esses homens não prejudicam somente as mulheres e as crianças, mas a si mesmos. Eles perdem a oportunidade de conhecer um amor profundo, e de envelhecer ao lado de um filho.

Que nós saibamos fortalecer juntos, uma sociedade na qual as pessoas assumam a responsabilidade por seus filhos. E quando os filhos não tiverem a sorte de ter pais presentes, que saibamos abraçar esses órfãos e mostrar que é possível mudar o curso da história. Mesmo aquele que não recebeu afeto pode constituir uma família repleta de amor. Como tão lindamente faz Marcos Piangers. Certa vez, um amigo me ensinou que professores são aqueles que nos ensinam como se comportar, mas não menos mestres, são aqueles que nos mostram o caminho a NÃO ser seguido. Às vezes são os anti-heróis, os anti-exemplos, que fazem com que sejamos quem somos, que fazem com que tenhamos a vontade de escrever uma história diferente. 

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Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.

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