Para Inspirar
Conheça a história da mãe que se descobriu em muitas camadas ao vivenciar uma maternidade atípica.
3 de Novembro de 2024
Leia a transcrição completa do episódio abaixo:
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Geyze Diniz: A influenciadora Marcela Barci tinha o sonho de ser mãe, mas em seus planos nunca passou a ideia de ter filhas atípicas. A chegada das gêmeas Pietra e Sofia, diagnosticadas com autismo severo, transformou a vida dela, de seu marido e da filha mais velha, Valentina, trazendo muitas lições, desafios e um propósito de vida. Eu sou Geyze Diniz e esse é o Podcast Plenae. Ouça e reconecte-se.
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Marcela Barci: O maior sonho da minha vida era ser mãe. Acho que por eu ter uma relação maravilhosa com a minha mãe, eu queria muito poder ser pra alguém o que a minha mãe é pra mim. E eu sempre quis ser mãe nova. Eu conheci o meu marido quando eu tinha 19 anos. Fiquei noiva com 20 e me casei com 21. Dois anos depois, eu engravidei da Valentina. Mas uma só era pouco. Quando a Valentina tinha um ano, eu engravidei de novo, e dessa vez de gêmeas.
Foi uma gravidez tensa. Primeiro, por descobrir que eram dois bebês. Segundo, porque eu tive vários sangramentos que me deixavam apavorada. E terceiro, porque eu precisei fazer repouso total por quase três meses, até a Sofia e a Pietra nascerem, de 37 semanas. Mas a parte mais tensa ainda está por vir. Quando as meninas tinham 9 meses, eu comecei a desconfiar de algo errado. A Valentina tinha pouca diferença de idade delas. Então, era inevitável comparar o desenvolvimento das minhas filhas.
Eu achava muito estranho que as gêmeas não me olhavam. Por exemplo, na soneca da tarde, quando eu ia acordar a Valentina, ela já olhava pra mim e dava um sorriso. Nunca tive isso com a Sofia e com a Pietra. As duas não olhavam no meu olho em nenhum momento, nem quando a gente estava lá, cara a cara. Quando eu chamava pelo nome, elas nem me respondiam.
No começo eu pensei que elas pudessem ter um problema de audição. Depois eu achei que elas não reconheciam quem era quem, porque eu já chegava chamando as duas ao mesmo tempo. Aí, no parquinho, eu comecei a fazer comparações. Enquanto as outras crianças arrastavam um carrinho, as minhas filhas ficavam girando a rodinha do brinquedo por um tempão.
Até que eu fui pro Google e digitei: “Minha filha tem 9 meses e não olha no meu olho”, “Minha filha fica girando a rodinha do carrinho”. Toda vez que eu escrevia alguma coisa, apareciam conteúdos do tipo: “Os cinco primeiros sinais de autismo no seu filho”. Na hora que eu comecei a ler as reportagens, eu fui identificando padrões que as meninas faziam e que eu achava ok.
Um vídeo no YouTube mostrava uma criancinha de 1 ano fazendo flapping, que é um gesto de balançar as mãos no ar, um movimento repetitivo. As meninas faziam isso direto, principalmente quando elas estavam felizes. Um dia eu cheguei pro meu marido então, e falei: “Léo, você não sabe. As gêmeas são autistas”.
Eu falei: “Léo. As meninas nem balbuciam. Elas não emitem som. Elas não olham pra gente”. Ele, lógico, achou que eu estava neurótica, e aí eu resolvi procurar o pediatra. Quando eu liguei, ele me falou: “Magina! Você tem que se acalmar. Você tem que ter um pouco de paciência. Marcela, você precisa voltar a trabalhar e ocupar a sua cabeça”. Eu me sentia completamente sozinha, mas continuava achando que tinha alguma coisa errada com as meninas. Mãe, né?
Então, quando as gêmeas tinham 1 ano e 9 meses, a gente foi pra inauguração de um hotel perto de São Paulo. O hotel tinha convidado algumas influenciadoras e uma delas era Suzana Gullo, que tem um filho autista, o Romeo. Eu não conhecia a Suzana, mas tomei a coragem e fui falar com ela. Eu me apresentei, resumi a minha história e pedi a opinião dela.
A gente passou um tempão conversando e ela falou: “Olha, pra acabar com essa angústia, tem um médico maravilhoso que diagnosticou o Romeo. Eu confio nele de olhos fechados. É super difícil conseguir consulta com ele. Mas, se você quiser, segunda-feira eu ligo no consultório. E se esse cara falar que elas não são autistas, é porque elas não são”.
Isso foi num sábado. Na segunda-feira, a Suzana me avisou que conseguiu um horário com o médico naquela tarde. Mais do que isso: ela fez questão de ir comigo na consulta. Nós duas entramos no consultório com Sofia e Pietra. E em 10 minutos de conversa, o médico olhou para mim e falou: “As duas são autistas”.
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Na hora que eu ouvi aquelas palavras, eu comecei a chorar. E eu chorei muito, muito. Era um choro de choque, com desespero, mas ao mesmo tempo de alívio. Eu não estava ficando louca. Eu só não fiquei mais perdida, porque a Suzana segurou minha mão e falou: “A gente tá junta pro resto da vida”. Ela me indicou as terapias e os melhores profissionais que eu precisava procurar. No meio desse caos, eu só queria o colo da minha mãe.
De um dia pro outro, a minha vida virou do avesso. Aquele castelo que eu tinha idealizado na minha cabeça desmoronou. Toda a ideia de ter três filhas que iam ser melhores amigas, que iam fazer intercâmbio juntas, que iam pra faculdade... Não existia mais. As viagens pelo mundo que tanto eu sonhei em fazer com as três não iam rolar. O roteiro que a gente romantiza é você ter um filho, esse filho crescer, trabalhar, se tornar independente e futuramente até te dar netos.
Como seria ter dois bebês pro resto da vida? Será que eu ia ter condições emocionais e financeiras pra cuidar das meninas? Como que ia ser no dia em que eu e o Léo não estivéssemos mais aqui? E a Valentina nessa história? Como ia ficar a vida dela? Eu não tinha bagagem emocional pra lidar com aquela carga. E também não tinha tempo pra ficar deitada na cama chorando. Como mãe das meninas, o único caminho possível era seguir em frente. E assim eu fui obrigada a amadurecer. Na marra.
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Num primeiro momento, eu não quis contar pra ninguém. Eu ainda não tava preparada pra escutar a opinião dos outros. Primeiro, eu precisava entender o que que era o autismo. Segundo, eu precisava entender como ia ser a minha vida dali em diante. Eu queria me estruturar, pra depois conseguir abrir meu coração pras outras opiniões alheias. Porque a partir do momento em que você conta pras pessoas, elas se sentem na liberdade de palpitar.
Pau um ano e só quem sabia do diagnóstico das meninas eram eu, o Léo, meus pais, minha vó, meu sogro e a Suzana. Um dia, num jantar na casa da minha vó, eu disse que tinha muito medo do preconceito que a Sofia e a Pietra iam sofrer. Daí o Léo parou, olhou pra mim e falou: “Má, você tem medo, mas você é a mãe delas e tá tendo preconceito. Por que você não quer contar pras pessoas que elas são autistas? Se você quer que seja uma coisa normal, torne isso uma coisa normal. Fale sobre o assunto”.
Eu tomei um susto, e a fala dele virou uma chavinha na minha cabeça. Na mesma noite, eu gravei um vídeo contando tudo sobre o processo e o diagnóstico das meninas. Depois de 15 dias, eu postei esse vídeo no Instagram e recebi uma enxurrada de mensagens. “Ai, mas eu não acho que suas filhas são autistas”; “Mas você tem certeza?”; “Leva a sua filha pra tomar um passe”; “Vai no médico tal”; e assim por diante.
Só que naquela altura eu já estava preparada pra encarar esses comentários. Falar publicamente sobre o autismo tirou um peso das minhas costas. E mais do que isso: me deu um propósito de vida. Do mesmo jeito que a Suzana me ajudou, eu tento hoje ajudar outras pessoas que tão nessa situação. Eu amo falar sobre autismo. Eu amo que me perguntem sobre isso. Até porque hoje é uma coisa mais leve para mim.
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Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.
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Para Inspirar
Na décima segunda temporada do Podcast Plenae, faça as pazes consigo mesma e com o seu corpo com a ajuda de Letticia Muniz.
18 de Junho de 2023
Leia a transcrição completa do episódio abaixo:
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Letticia Munniz: A sociedade ensina pra gente que gordura é feia. Barriga é feia, peito que não é empinado é feio, braço que não é fino é feio, estria é feia. As mulheres são muito pressionadas a mudarem a própria natureza para se encaixarem em um padrão. E, durante 18 anos, eu tentei ser quem eu nunca seria. Até que eu comecei a mudar a minha mente pra entender que o normal é bonito. Quando eu consegui virar essa chave, eu me libertei. Eu passei a viver a vida de verdade, ao invés de viver para ser magra.
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Geyze Diniz: A Letticia Munniz é modelo, apresentadora e ativista de um movimento chamado body positive. Ela se maltratou física e psicologicamente tentando alcançar um corpo impossível pro seu biotipo. Quando a Letticia se aceitou como é, ela embarcou numa jornada de autoconhecimento e autocuidado que hoje inspira uma legião de seguidores. Conheça essa história de identificação, aceitação e liberdade de Letticia Munniz. Eu sou Geyze Diniz e esse é o Podcast Plenae. Ouça e reconecte-se.
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Letticia Munniz: Quando eu volto no tempo, as memórias mais marcantes que eu tenho da infância e da adolescência são relacionadas ao meu corpo. Não tem jeito. Eu fui uma criança bem magrinha, até chegar na puberdade. Aí eu menstruei e o meu corpo começou a se desenvolver. Eu ganhei coxa, bunda, peito, braço, mas a cintura continuava fina. Então, eu saí de Olívia Palito, que era como as pessoas me chamavam, pra “falsa magra”. E eu cresci ouvindo isso.
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A essa altura, eu já sabia o que eu queria fazer da vida: ser apresentadora de TV. Mas, não demorou pra eu perceber que eu ia ter um problema pra realizar o meu sonho. Nessa época, a mídia massacrava as mulheres que não eram extremamente magras, dentro de um padrão considerado ideal. Em casa, eu comecei a ouvir que eu precisava emagrecer.
A pressão vinha de todos os lados, até da escola. De tempos em tempos, na aula de educação física, os professores pesavam a gente pra calcular o IMC, que é o índice de massa corpórea. Aquilo era um sofrimento para mim. Hoje eu tenho 1,68 e peso 98 quilos. Na época, eu devia ter uns 60 quilos. Eu não era gorda, eu só era grande. E ainda assim a recomendação, desde aquela época, era de que eu deveria emagrecer. E essa junção me levou a odiar o meu corpo desde muito nova.
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Eu acho que a partir dos meus 10 anos, mais ou menos, não teve um dia em que eu não me preocupei em perder peso. Eu passei a procurar na internet jeitos de eliminar gordura, porque só a dieta não funcionava. E foi assim que eu desenvolvi transtornos alimentares. Eu intercalava episódios de jejum completo, até de água, porque diziam que água engordava, com comer compulsivamente. Eu tomei muito laxante. A minha garganta era toda machucada de tanto vomitar. Eu cheguei a beber detergente e até vinagre pra provocar ânsia de vômito. E pior do que maltratar o físico, era a tortura psicológica de tudo isso.
Eu me lembro de uma vez, quando eu tinha uns 15, 16 anos, que teve um bolinho lá em casa para comemorar o aniversário de alguém da família. Quando eu fui comer o bolo, uma pessoa olhou pra mim e falou: “Olha, com esse corpo que você tá agora, você ainda consegue emagrecer. Mas, se você engordar mais que isso, você não vai conseguir. Então eu acho melhor você já parar de comer agora, porque senão depois, ó, já era”.
Meus irmãos sempre foram muito magros e eu me culpava muito por não ser igual a eles. Enquanto eles podiam comer qualquer coisa, eu sempre recebia aquele olhar de reprovação se repetisse o prato. Dos três, eu sempre fui a que mais se exercitava. Eu sempre amei esportes. Fui atleta de ginástica olímpica e sempre ficava em primeiro lugar. Mas, eu acabei largando a ginástica justamente pela pressão estética. Além de perder o prazer em me exercitar quando estava todo mundo só querendo que eu emagrecesse. Como eu praticava na escola, eu tinha vergonha que os meus colegas me vissem de collant.
Nessa época, eu mudei meu jeito de me vestir até no dia a dia. No colégio, eu ganhei o apelido de "coxinha", por causa da minha coxa grossa. E aí, eu parei de usar short. Eu também não usava regata, pra esconder o braço. Eu ia pra escola de moletom. Agora, imagina isso numa cidade de praia? Eu morava em Vitória, no Espírito Santo. E nas férias, todo mundo se encontrava em uma outra cidade do litoral, chamada Guarapari. E a minha preocupação não era em me divertir, era qual biquíni eu ia usar, como os outros iam me ver com aquele corpo. Eu chegava a ficar horas em pé na praia só para as pessoas não verem a minha barriga dobrada se eu sentasse.
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Quando eu terminei o colégio, eu fui em busca do meu sonho: ser artista. Com 21 anos eu me mudei pra São Paulo pra fazer faculdade de Rádio e TV. Eu conciliava os estudos com trabalho, freelas e um curso de apresentadora no Senac. Nunca sobrava dinheiro, mas às vezes, eu dava um jeitinho de fazer aula de teatro também. Nessa época, a minha qualidade de vida caiu demais.
E, como eu tinha muitos gastos, eu só podia me alimentar com comida barata e que enchesse a barriga. Não tinha como comprar salada nem fruta. Era pão, biscoito, salgado, miojo. Eu engordei, obviamente, e foi ainda pior, porque agora tinha a pressão da carreira. Eu já fazia testes de figuração em agências de publicidade nessa época. E aí quando eu engordava, eu parava de me alimentar. E aí, tinha o desmaio, mal-estar, fraqueza, dor de cabeça.
Eu deixava de sair com os meus amigos, porque sair significava beber e comer, então eu ia engordar. Às vezes eu fazia uma dieta líquida. E se eu comesse qualquer coisa, eu já ia pra academia e ficava horas em cima da esteira, eu fazia conta pra eliminar cada caloria que tinha entrado no meu corpo. E eu colocava metas malucas, do tipo: “Eu só vou comer chocolate se eu perder 10 quilos. Mas, já que eu vou começar esse regime amanhã, então hoje eu vou comer”. Aí eu comia até passar mal.
Depois de quatro, cinco dias, uma semana no máximo, quando eu via que eu não ia conseguir seguir aquela restrição, eu falava: “Bom, então tá, então vou fazer uma pausa, vou comer agora e depois eu paro de novo”. Só que aí nessa pausa, eu não comia um bombom. Eu comia um saco, uma caixa, um pacote.
Todas as noites meu pensamento era assim: “Hoje eu falhei. Eu não comi pouco como eu deveria. Eu não me exercitei tanto quanto eu deveria. O que que eu posso fazer amanhã pra emagrecer por hoje e por amanhã?”. Emagrecer era sempre o meu primeiro pensamento ao acordar e o último antes de dormir.
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O corpo dela é muito parecido com o meu. Ela é um pouco mais alta, mas ela tem a coxa, a barriga, o peito e o braço iguais aos meus. Até encontrar o perfil dela, eu só seguia musas fitness. A Ashley Graham foi a primeira mulher que não era magra e que eu achei linda. Ela me mostrou que, com um corpo igual ao meu, era possível ser feliz, ser amada, ter um namorado, uma carreira, ser vista como bonita e ser admirada. E aí, eu entendi que eu poderia ter sucesso sendo eu. Eu não precisava mais tentar ser outra pessoa.
A obsessão pela magreza me fez desperdiçar muito tempo. Por mais que eu estudasse pra ser apresentadora e atriz, a minha maior preocupação era emagrecer. Sair desse looping foi descobrir a liberdade e o autoconhecimento. Quem era Letticia quando ela não estava 24 horas por dia tentando emagrecer?
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Eu comecei a compartilhar as minhas descobertas no Instagram. E aí, eu criei uma espécie de diário virtual, mas sem nada de muito sofisticado, com posts sobre o que eu estava fazendo, como eu estava me sentindo e por quê. Eu pense que se uma mulher que nem sabe que eu existo mudou a minha vida, talvez eu pudesse fazer isso por uma outra pessoa.
Como eu sou engraçada, as pessoas riam dos meus posts, então elas acabaram se identificando comigo. Eu sentia que elas não tinham com quem falar sobre a angústia de não se sentir confortável na própria pele. Às vezes, é mais fácil conversar com quem você não conhece, porque essa pessoa não vai te julgar. Então, eu fui meio que criando uma comunidade, um lugar de troca, de experiências. O perfil cresceu e, graças ao meu talento e à minha dedicação, eu consegui realizar o sonho de chegar na televisão.
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Nessa busca do meu autocuidado, eu encontrei uma endocrinologista maravilhosa que entende o meu corpo pra muito além do IMC, pra além do meu peso. Eu tenho hábitos tão saudáveis, que eu chego ao ponto de ser chata com isso. Eu fui criada por vó, então eu gosto de comida saudável. Eu gosto de jiló, de legume, de verdura. Eu amo fazer atividade física. E fico até de mau humor se eu não fizer. E hoje não é pela caloria. Eu não tô nem aí pra caloria mais, mas porque o exercício muda o astral do meu dia.
Eu fui entendendo também que se amar não é sobre se achar bonita. Hoje eu tenho esse rosto, essa pele, esse cabelo. Daqui a uns anos eu não vou ter mais. E aí? Eu vou me odiar? Vou ser infeliz? Eu entendi que beleza não se resume à aparência. Eu me acho linda, mas porque eu acho que sou muito legal, porque eu acho que sou maneira, porque eu gosto de ajudar os outros, porque eu sou gentil, porque eu sou uma boa pessoa.
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Eu não consigo todos os dias acordar pra fazer algo só por mim. A maior e a melhor coisa que eu tenho hoje é poder usar a minha história pra inspirar outras pessoas. E eu vejo que eu tô conseguindo promover uma mudança de pensamento na sociedade. Eu percebo isso pelos depoimentos das minhas seguidoras.
Do mesmo jeito que a Ashley mudou a minha vida, é muito gostoso a sensação de saber que eu também posso mudar a vida de alguém. É muito bom ouvir que, quando uma mulher entra numa loja e vê uma foto minha ou de outras mulheres como eu, como ela, numa campanha, ela se sente feliz, ao invés de se odiar. E eu sei como é essa sensação, porque eu já me odiei muito. Quando eu entrava em uma loja que não tinha uma roupa do meu tamanho, eu me sentia culpada, ridícula. Tinha nojo do meu corpo. Hoje, ao invés de ficar brava, eu entendo que aquela loja que está errada e eu uso o meu trabalho para mudar a mentalidade de quem faz aquela roupa.
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Uma outra seguidora um dia me falou uma coisa muito linda, que eu nunca vou esquecer. Ela disse que a minha liberdade libertava ela. E essa frase resume o que aconteceu comigo 5 anos atrás. A liberdade de alguém me libertou. E é isso que eu faço hoje. Eu uso a minha liberdade para libertar outras pessoas.
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Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.
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