Para Inspirar

O que é a Economia Prateada?

Conheça mais sobre essa fatia da economia voltada para o público 50+, que já movimenta trilhões no Brasil e no mundo

7 de Fevereiro de 2020


Imagine um mundo onde a maior parte da população é composta por perfis mais experientes. Há menos crianças correndo no parque, e mais jovens senhores andando em praças. Imaginou? Esqueça agora todos os estereótipos que provavelmente apareceram em sua imaginação. Isso porque, para imaginar esse cenário, basta olhar ao seu redor: a população acima dos 60 anos já bateu 962 milhões de pessoas, ou 30 milhões só no Brasil. Em 2050 estima-se que o nosso país será o mais velho do mundo, à frente de todos os outros países desenvolvidos. De acordo com o IBGE, as mulheres com 60 anos ou mais já são maioria se comparadas às meninas na faixa etária dos 0 aos 9 anos. São 15,6 milhões de senhoras, contra 14,3 milhões de crianças. Isso acontece não só graças ao avanço da medicina, como também uma mudança na mentalidade. Nunca antes o mercado de wellness - que atende saúde, beleza, fitness e bem-estar num geral - faturou tanto: só em 2017, ele faturou 3 trilhões de dólares, ultrapassando a gigante indústria farmacêutica pela primeira vez, segundo dados da WGSN . O resultado: se em 1960, as pessoas viviam em média 52 anos, hoje a expectativa de vida atual atingiu 72 anos falando de uma média mundial. Uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria SeniorLab, revelou que 51% dos 60+ dizem sentir sua própria idade como qualquer outra, 31% desejam ser uma pessoa comum e 73% se sentem mais jovens do que a idade cronológica . Já outra pesquisa mostrou que 86% dos brasileiros com mais de 55 anos tem renda própria, e quase metade deles (49%) ainda trabalha. Para acompanhar essa mudança, não só no perfil etário da população, mas também nos “novos idosos”, que vivem cada vez mais e com melhor qualidade, foi necessário a criação de um mercado que atendesse esse nicho cada vez mais específico e exigente. E foi assim que nasceu a Economia Prateada: a soma de diferentes atividades econômicas que oferecem produtos e serviços associados à esse público com mais de 60 anos, que já representam 20% de todo o consumo mundial segundo IBPE. Apesar de relativamente nova, essa Economia já movimenta cerca de US$ 7,1 trilhões anualmente no mundo . No Brasil, a soma também já é alta: R$1,6 trilhões ao ano. Os valores são altos pois, segundo o CEO da SeniorLab, Martin Henkel, “o lema desse consumidor é o ‘Carpe Dien’, ou seja, aproveite o dia e as oportunidades que ele pode te oferecer”. Apesar do iminente entusiasmo do público alvo com a prosperidade dessa economia, além das muitas oportunidades para empreendedores se arriscarem, o mercado prateado ainda apresenta muitas dores e falhas a serem corrigidas. “Ainda é preciso entender melhor as necessidades específicas que os produtos para a terceira idade demandam. Não basta serem só bonitos ou inovadores, eles precisam ser funcionais” comenta Martin Henkel em evento promovido pela plataforma global Aging 2.0, em parceria com o Distrito InovaHC. Um dos grandes problemas que o idoso ainda enfrenta é a tecnologia. Não mais por não conhecê-la ou renegá-la, mas pela dificuldade em dar o primeiro passo. “O medo de errar, a falta de confiança, o ageismo e até dificuldades técnicas, acabam tornando difícil esse contato inicial” explica Sérgio Duque, conselheiro da Aging 2.0, no mesmo evento. “Mas a tecnologia, quando tem um propósito, assusta menos. Quando se baixa um aplicativo com alguma finalidade específica, como música, transporte ou até falar com quem se ama, o público mais velho se anima e quer entender mais como funciona” continua. E, graças à esses propósitos que, só no Brasil, 8 milhões de perfis no Facebook são de 60+, 68% usam celular e aplicativos como Whatsapp, 17% já compram pela internet e 24% possuem computador . Startups, produtos, serviços, aplicativos, jogos. A Economia Prateada é uma aposta tão grande do mercado que estudiosos em parcerias com entidades já começam a elaborar uma Certificação Funcional voltada para o bem-estar e cuidado sênior. “Nós avaliamos e oferecemos ao mercado estudos de embalagens, vestuário, eletroeletrônicos, utensílios domésticos, produtos de higiene, móveis, mobilidade e saúde, tudo sob a ótica da funcionalidade” conta Egídio Dórea, coordenador da USP 60+. “Um design de embalagem, por exemplo, não necessita só ser bonito ou inovador, mas ele precisa atender às demandas do público. Nós queremos desafiar o mercado a pensar em produtos mais inclusivos, levando em consideração redução de riscos, materiais adequados, usabilidade entendimento e manuseio, aspecto de biomecânica e gerontodesign , assegurando que os produtos são funcionais e de fácil manuseio” conclui.

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O poder do pensamento na saúde

Pessoas que pensam ser menos ativas do que seus pares tendem a viver menos, mesmo que os níveis de atividade sejam semelhantes.

17 de Dezembro de 2018


Você é uma pessoa fisicamente ativa? Antes de responder, pense que, independentemente da rotina real de exercícios, é preciso levar em conta a própria percepção da intensidade e frequência dessas atividades. Muitas vezes as pessoas se acham mais ou menos ativas do que são de verdade. E isso faz total diferença para a saúde, de acordo com os pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos. Pessoas que pensam ser menos ativas do que seus pares tendem a viver menos, mesmo que os níveis de atividade sejam semelhantes. “Nossas descobertas estão de acordo com um crescente grupo de pesquisadores que sugere que a mente pode desempenhar papel crucial na saúde”, disse Alia Crum , professora de psicologia em Stanford, em um comunicado de imprensa da universidade americana. Publicado no jornal científico digital Health Psychology , o artigo sobre a pesquisa revela que os psicólogos analisaram 61 mil adultos americanos de três bancos de dados nacionais. Levantaram os níveis de atividade física, os dados de saúde e demográficos de cada participante. A equipe se concentrou na questão: “Você diria que é fisicamente mais ativo, menos ativo ou tão ativo quanto as pessoas de sua idade?” Usando modelos estatísticos para controlar fatores como atividade física, idade, índice de massa corporal e doenças crônicas, eles correlacionaram os resultados com registros de óbitos. Durante o período de acompanhamento (de até 21 anos), as pessoas que se achavam menos ativas tiveram 71% mais chances de morrer que os mais ativos, de acordo com os resultados encontrados pelos pesquisadores. Aumento da motivação. Na opinião dos estudiosos, a percepção pode ter afetado positivamente ou negativamente à motivação. Aqueles que se consideram inadequados são mais propensos a permanecer inativos, o que aumenta os sentimentos de estresse e depressão, reforçando um círculo nada virtuoso. Embora a pesquisa identifique uma correlação entre as quantidades percebidas de exercício e resultados na saúde, isso não mostra que as percepções de inatividade causam uma morte prematura. No entanto, sugere que as pessoas devem se sentir bem sobre as atividades saudáveis que fazem todos os dias  ̶  como subir escadas, caminhar, andar de bicicleta ou limpar a casa  ̶  em vez de apenas valorizar exercícios vigorosos em uma academia, disseram os autores. “É hora de começarmos a levar o pensamento mais a sério”, disse Crum no comunicado. “Na busca por saúde e longevidade, é importante adotar não apenas comportamentos saudáveis, mas pensamentos saudáveis também”. Leia o artigo original aqui .

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