Para Inspirar
Feita pelos selecionados em nosso concurso, os seis escolhidos dentre centenas de inscritos contam suas histórias e representam nossos pilares!
1 de Dezembro de 2024
Rufem os tambores e preparem seus fones de ouvido - e, porque não, os seus lencinhos: a décima oitava temporada do Podcast Plenae está no ar! O esquema você já conhece: são seis narrativas representando cada um dos nossos pilares, cujo objetivo é te inspirar a tomar as rédeas de sua vida a partir da história do outro.
Os seis personagens dessa temporada se inscreveram na nossa seleção, nos emocionaram com suas histórias e foram escolhidos dentre tantos para agora emocionar vocês também! A temporada toda estará disponível de uma só vez para que você ouça sem moderação: é só dar o play e devorá-la em uma tacada!
Em Mente, você vai conhecer a história de Carolina Farani, que desenvolveu transtornos alimentares na adolescência desencadeados pelo bullying que sofria na escola. Uma história triste, mas infelizmente mais comum do que se imagina e #spoiler: termina com um final feliz!
Já no pilar Corpo, a bailarina Marília Costa conta como sentiu que havia algo estranho durante um ensaio e, aos 28 anos, foi diagnosticada com câncer de mama. Anos mais tarde, após seu tratamento e dois sofridos abortos, nasceu seu filho Tainã e seu peito, que antes representava doença, passou a significar vida.
O mergulho no pilar Espírito é sempre uma emoção à parte. Dessa vez, conheceremos a história de Camila Gomes que, desde pequena, tinha o hábito de rezar em muitas situações do dia a dia. Depois de passar por algumas religiões, como o catolicismo, o kardecismo e a umbanda, o que ela não poderia imaginar é que essa atitude se tornaria sua vocação, ela se tornou benzedeira.
Para mergulhar em Relações, prepare os seus lencinhos. Geninho e Eduardo adotaram Maria Helena quando ela tinha 8 anos. Depois de seis anos, descobriram que ela tinha quatro irmãos que também estavam para adoção. Foi quando não tiveram dúvidas: a família iria crescer. De um dia para o outro, eram 5 filhos de idades muito diferentes e um amor que transbordava por todos os cantos - assim como os desafios.
Seguindo o fluxo para Contexto, vamos conhecer a trajetória de Francilma Everton, que percebeu desde cedo a importância da educação para prosperar na vida. Sua determinação e dedicação a fizeram se tornar professora e hoje ela inspira os jovens de sua comunidade através de seu exemplo e reconhecimentos.
Por fim, o pilar Propósito é lindamente representado por Aline Bertolozzi, que lutou pela sobrevivência de seu filho, Léo, desde a barriga. Seu filho ainda precisa de aparelhos para viver, o que o manteve dentro de quatro paredes por muito tempo. Pensando nisso e percebendo os benefícios de viver a vida “lá fora”, a família de Aline criou a ‘Outcare’, uma mochila que permite incluir socialmente pessoas eletrodependentes e seus cuidadores.
Você está preparado para essa viagem por vales profundos e sem data para voltar? Escolha um lugar confortável, respire fundo e abra seu coração. Acredite: só haverá ganhos, mas é preciso estar atento e forte. Aperte o play e inspire-se!
Para Inspirar
Cada vez mais em pauta, o assunto ainda gera dúvidas de diferentes naturezas
26 de Agosto de 2022
Você conhece alguma pessoa transexual? Por meio de muita luta, elas estão conquistando cada vez mais espaços e superando barreiras, preconceitos e estigmas impostos pela sociedade. Na nona temporada do Podcast Plenae - Histórias para Refletir, conversamos com os influenciadores gêmeos Miguel e Natália Filpi.
Miguel é um homem trans e fala sobre essa sua vivência e experiência para seus mais de 80 mil seguidores nas redes sociais. Tal transição de gênero ainda gera muitas dúvidas na cabeça dos brasileiros. Por isso, trouxemos alguns mitos e verdades sobre ela:
É muito comum ouvir falar que “antigamente nada disso existia” no que diz respeito às diferenças entre as pessoas, sejam elas de gênero, sexualidade ou, às vezes, até de estilo. Essa ideia de que “no meu tempo” as pessoas eram exclusivamente heterossexuais e cisgênero é equivocada.
No Brasil, temos casos antigos de pessoas famosas como as modelos Lea T, Roberta Close, a atriz Rogeria, além do escritor João Nery. João, inclusive, realizou a cirurgia de redesignação de gênero em plena ditadura militar, durante a década de 1970. A cartunista Laerte, talvez um dos nomes mais famosos da atualidade sobre o tema, começou sua transição de gênero há décadas, mas mais oficialmente e amplamente divulgado em 2010.
Em 1977, como conta este artigo do Buzzfeed, Claudia Celeste se tornou a primeira mulher trans a estrear numa novela brasileira. Em "Espelho Mágico", da Globo, o público não sabia de sua transição, mas por conta do Regime Militar que não permitia que travestis e transexuais aparecessem na TV, ela teve que sair do folhetim. Claudia só voltou ao ar dez anos depois, em "Olho por Olho" de 1988, na extinta TV Manchete.
Já no resto do mundo, a história de pessoas trans vai ainda mais longe. A pintora dinamarquesa Lili Elbe, nascida em 1882, fez uma das primeiras cirurgias de redesignação sexual que se tem notícia e, inclusive, morreu por causa das complicações após a tentativa do primeiro transplante de útero da história da humanidade. Foi imortalizada no filme “Garota Dinamarquesa”, protagonizado por Eddie Redmayne.
Já o imperador romano Heliogábalo, no século III d.C, é uma figura histórica que divide opiniões. Muitos historiadores o tratam como um lascivo incompetente em seu curto reinado, porém alguns enxergam isso como preconceito por ele alegadamente preferir ser tratado no feminino já naquela época.
O conceito (e os papéis) de gênero varia muito de acordo com a época e a sociedade. Na Índia e no Egito antigos, bem como em comunidades nativas da América, existia até um “terceiro gênero”, abarcando pessoas que não se identificavam com nenhum dos dois tradicionais.
É possível conseguir o tratamento da hormonioterapia pelo SUS: verdade
A hormonioterapia é, como diz o nome, a administração de hormônios que afloram as características masculinas ou femininas no corpo da pessoa. Os mais comuns são o estrogênio para as mulheres e a testosterona para os homens. E ela é garantida pelo SUS, como bem conta esse artigo da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, a ANTRA.
É realizada em duas etapas: a básica, que seria um “primeiro contato” através de avaliações iniciais, e a especializada. Nesta última, está o processo de acompanhamento da hormonioterapia e, apesar de ainda disponível em poucos hospitais pelo Brasil e contar com longas filas de espera, até a cirurgia de redesignação de gênero.
Qualquer pessoa acima de 18 anos tem direito ao acompanhamento, enquanto a cirurgia é para as maiores de 21.
A pessoa só é trans se faz cirurgia: mito
Os conceitos de gênero e sexualidade ainda estão muito ligados no imaginário popular, e isso passa, também, pelos órgãos genitais. E aqui, vale uma explicação importante: gênero e sexo são dois conceitos diferentes.
Enquanto sexo está ligado ao órgão genital, o gênero parte de uma identificação, já que ele é uma criação social. Sendo assim, há órgãos genitais masculinos e femininos, mas ser homem ou mulher parte de uma identificação pessoal de cada um - dentro, é claro, dessa lógica binária do que é um homem e o que é uma mulher no imaginário coletivo.
Pensa-se, então, que a pessoa só pode ser considerada de fato trans se passar por intervenção cirúrgica. Isso não é verdade, pois se trata muito mais de como a pessoa se sente, psicologicamente falando. A disforia de gênero tem a ver, sim, com o fato da pessoa sentir desconforto e estranheza com seu próprio corpo, e ela pode se manifestar ainda na infância, o que é mais curioso.
A cirurgia pode ser um caminho para que ela atinja um maior bem-estar. Mas não é o único e nem é absolutamente necessário em todos os casos. O tratamento hormonal que mencionamos anteriormente, por exemplo, nem sempre vem atrelado a uma cirurgia posterior, e ele por si só já garante um conforto para que aquela pessoa se sinta mais “presente” dentro de seu próprio corpo.
O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo: verdade
Esse dado infeliz é menos sobre a transição em si e mais sobre as pessoas trans e a qualidade de vida delas por aqui. De acordo com a ANTRA, em 2020, 175 pessoas trans foram assassinadas no Brasil. E esses são apenas números oficiais, indicando que as ocorrências não declaradas podem deixar esse número ainda maior.
A ONG Transgender Europe diz que é a maior incidência de assassinatos de transexuais no mundo todo. É muito triste, principalmente num país que se diz tão inclusivo e receptivo, mas com uma sociedade tão conservadora. Para além dos assassinatos, há ainda que se pontuar o difícil dia a dia das pessoas trans que estão vivas, mas são vítimas da fome, do desemprego e da marginalização da sociedade.
Transexuais, principalmente mulheres, possuem vantagens nos esportes: mito
No processo de conquistar mais e mais espaços, transexuais têm feito parte de cada vez mais competições esportivas. E isso encontra uma resistência absurda, principalmente nas modalidades femininas, por dizerem que uma pessoa “biologicamente homem” teria mais força.
É o famoso caso da jogadora de vôlei Tiffany Abreu. Transexual, ela enfrenta, até hoje, muita resistência até entre os próprios atletas do meio, pois atribuem sua habilidade às diferenças físicas.
Isso não é verdade. A hormonioterapia mexe muito com o corpo da pessoa e ela não mantém as mesmas qualidades físicas de antes da transição. E se mesmo com isso a capacidade atlética continuar sendo superior a de uma mulher cisgênero, ela perde em outros aspectos como a resistência muscular e a explosão.
Pessoas trans estão por aí, na luta pelo direito (que deveria ser fundamental e garantido) de ser quem são. Cabe à sociedade uma maior aceitação para que mudemos essa realidade tão retrógrada, conservadora e preconceituosa. É preciso poder ser quem se é, sem medo de represálias. Não há nada mais especial do que respeitar a sua essência de forma honesta e deixar que o outro possa também aflorar a sua própria. Transexuais são quem são, e ninguém deveria ter nada a ver com isso.
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