Entrevista com
Neurologista
16 de Maio de 2020
O que é se sentir grato? Como começar a praticar a gratidão em minha vida? Quais os seus benefícios para a nossa saúde física e mental? Essas e outras questões foram respondidas por Fabiano Moulin, neurologista que dedica sua carreira ao estudo do envelhecimento do cérebro. Confira a seguir suas respostas.
Gratidão é, na verdade, a sensação de agradecer oralmente, independente se esse agradecimento tem destino pessoal ou religioso. É simplesmente a percepção e a capacidade de conseguir direcionar sua felicidade a um objeto presente, seja ele fisicamente, ou um pensamento futuro ou uma lembrança.
Podemos começar esse assunto falando de quando não estamos grato, quando estamos desencaixado e estamos buscando algo. Nós achamos que há esse “algo além de nós”, que enfim vai nos trazer essa sensação de plenitude, de pertencimento. E isso ocasiona o estresse, velho conhecido, que nada mais é do que uma tentativa do nosso cérebro de se reorganizar. Quando eu sinto a gratidão, eu já estou organizado, eu já estou vivendo o que eu quero. Ao me encontrar, eu reduzo e desacelero. Fisicamente falando, isso reduz não só o cortisol e hormônios dessa natureza, como produz neurotransmissores que nos ajudam no pensar (os opióides) e no prazer (a dopamina). Isso a longo prazo pode trazer benefícios reais para o corpo. Nossa saúde mental atinge diretamente nossa saúde vascular, então cuidar dela é também ter um envelhecimento com qualidade de vida maior, ter menos problemas cardíacos, mais proatividade.
O indivíduo passa a sentir que dá conta do mundo, que faz acontecer aquilo que o interessa. A gratidão é uma profecia auto sustentável. Ser grato ao que eu faço eu faço melhor, faço com mais prazer e melhor. O oposto, a ingratidão, gera somente um ciclo vicioso de negatividade. É uma sensação até quase de empoderamento. Tem uma frase muito boa que faz sentido nessa pergunta. “Não é a pessoa feliz que é grata, a pessoa que é grata é que é feliz.” Ela é causa e não consequência, pois soube reordenar seu cérebro para que ele se adequasse a sua realidade com positividade.
Nós trabalhamos com escalas que avaliam gratidão. A gente consegue cientificamente construir questionários onde avaliamos quantas vezes por dia você tem a sensação de que está onde você quer estar, ou que você é quem você gostaria que fosse, ou que tem momentos de agradecimento ao longo da sua rotina. Seja numa reza, meditação ou espontâneo no meio de um dia. Na prática o que vale é que independente de quão grato você é espontaneamente, você sempre pode ser mais. Praticar a gratidão todo dia, agradecendo minha família ou mandando mensagem pras pessoas que você ama, ou até uma simples buzina de agradecimento no trânsito por uma passagem concedida. Agora no momento de isolamento, uma das coisas mais ricas que você pode fazer é se sentir grato por estar vivo, isso por si só é suficiente para agradecer, ter saúde em um momento tão delicado é grande coisa. Por isso que o treinamento com diário de gratidão é muito bem-vindo.
Na verdade, o que a gente chama de saúde mental é essa flexibilidade mental, é a nossa competência e capacidade de permear e de usar com parcimônia as várias emoções que temos à disposição. A ideia de estimular a gratidão não é como uma obrigação ou prescrição para ninguém, ela não é a sensação única. A ideia é lembrar que temos uma série de sensações positivas e temos que saber que, quando as questões ambientais nos acometerem, porque elas existem e não vão parar de existir, essas sensações positivas consigam me ajudar. Não dá pra ser grato a tudo, tem horas que precisamos sentir medo ou ansiedade, mas a saúde mental é dançar conforme a dança, sem forçar a dança ou a música, mas só se adaptar. O nosso cérebro é espontaneamente mais treinado para emoções negativas do que positivas, e fazer o caminho oposto é algo que definitivamente vale a pena lutar.
O perdão vai até próximo da gratidão no sentido de como eu filtro a realidade que me cerca. Se você pensar no oposto, que é o rancor e outros contextos relacionados a raiva e vingança, tudo que cerca o oposto do perdão, isso acaba também a um processo vascular e inflamatório que acelera o envelhecimento do corpo, e também predispõe a doenças do envelhecimento, como infarto, AVC ou A lzheimer . Tipos de personalidade e a maneira que eu filtro os desafios da vida influenciam futuramente a nossa sobrecarga de neurônios e a nossa reserva cerebral, ou seja, o quanto eu guardei de cérebro pra tolerar o envelhecimento por mais tempo. E o perdoar é também uma das emoções positivas que permitem que a gente construa um cardápio de emoções ou de atos e pensamentos, que possibilitem esse equilíbrio tanto a curto prazo para que eu seja mais feliz, quanto a longo prazo para que eu evite essas doenças citadas.
Quando a gente fala de depressão, ansiedade, AVC e infarto, estamos falando de doenças. Então é sobre um corpo que não vai voltar ao funcionamento normal de forma espontânea, precisa de estímulo. A gente sabe com maior evidência que incluir gratidão e perdão pode ajudar a evitar doenças. E no caso da pessoa, que já está doente, pode até ajudar no cardápio das emoções positivas, mas é necessário estar aliado a outros tratamentos multidisciplinares. Agora numa meditação, numa terapia, é muito interessante a nível de prevenção. Nós somos complexos demais para que uma só emoção ou um só tratamento dê conta de todo o nosso corpo. É necessário estar aliado sempre.
O diário da gratidão foi criado por um psicólogo que chama Martin Seligman, o criador da psicologia positiva. Essa metodologia não espera você adoecer pra te trazer a normalidade. Ela entende que pode ser construída pró ativamente ao longo da vida. E um dos experimentos conduzidos foi pegar 3 pessoas de perfis diferentes, que sofriam ou não de comorbidades como a depressão e ansiedade, para escrever toda noite motivos de ser grato. No início parece a tarefa mais difícil do mundo, só ganhando na megasena para e sentir grato. Mas ao longo do tempo, vai se tornando cada vez mais fácil e rico. Ter um teto é motivo pra ser grato, ter saúde, ter ganhado uma passagem no trânsito ou alguém que segurou o elevador pra você, receber um carinho inesperado. Tudo isso vira um motivo que te faz pensar “hoje a noite vou escrever sobre isso”. Isso vai treinando seu cérebro para se portar de forma mais neutra e poética diante da vida.
Parada obrigatória
Metodologia Plenae tem foco em melhorar os níveis de bem-estar dos funcionários e, assim, aumentar a produtividade das empresas
3 de Maio de 2024
Em um mundo
onde a aceleração e imediatismo são regras, todas as categorias de nossa vida
podem ser afetadas por essa lógica. Sobretudo para quem lidera uma equipe e
pode estar sem o tempo suficiente para olhar o bem-estar de cada um com a
importância e o cuidado que a atividade exige.
Segundo
pesquisa do Datafolha, realizada em 2023, um terço dos brasileiros diz ter
ansiedade, problemas com sono e alimentação. Ainda segundo o instituto, 21% dos
brasileiros procuraram algum profissional focado em saúde mental nos últimos 12
meses, como terapeutas, psicólogos e psiquiatras.
Colaboradores insatisfeitos tendem a ser menos criativos, produtivos, resolutivos, além de demandarem horas extras para realizarem suas próprias funções. Isso acaba gerando uma rotatividade grande para as empresas, além do custo extra que a perda de talentos gera. Um relatório da Gallup de 2023 aponta que somente 23% da força de trabalho está engajada e representando um custo de US$ 8,8 trilhões para as empresas.
A Metodologia Plenae surge da convicção de que um indivíduo que possui seus pilares equilibrados é mais feliz e produz mais, trazendo resultados de uma vida mais plena para si e um aumento de produtividade para as empresas. Embasado nos pilares de saúde integral e inspirado na visão de qualidade de vida do Abilio Diniz, a metodologia foi construída em três etapas:
Por meio de uma obra audiovisual imersiva, interativa e sensorial, os colaboradores são convidados a olhar para dentro e refletir sobre como estão em cada um de seus pilares.
Só podemos mudar aquilo que conseguimos
medir e pensando nisso, com a colaboração de especialistas em medicina do
estilo de vida, foi desenvolvido um questionário que traz como resultado os
níveis de bem-estar para o indivíduo e para o RH.
Com o resultado em mãos, o Plenae o auxilia no desenvolvimento de um plano de ação personalizado para a mudança de hábito. Esta jornada dentro do app é composta por conteúdos, práticas, cursos e acompanhamento das práticas.
“O
Plenae é uma criação minha e de meu marido, Abilio Diniz, e nasceu com o
objetivo de inspirar as pessoas a cuidarem do que consideramos os seis pilares
principais de uma vida equilibrada: Corpo, Mente, Espírito, Relações, Contexto
e Propósito”, conta Geyze Diniz. E completa: "nesses anos todos de
existência, já criamos centenas de conteúdos que têm como foco inspirar o
indivíduo para mudança de hábito. Agora, nesta nova etapa, queremos falar com
as empresas e, principalmente, com os líderes. Acreditamos que esse olhar
completo traz transformações reais para o bem-estar de todos os envolvidos e
consequentemente para a sociedade”.
Lançado em 2018, o Plenae é um hub de conteúdo sobre bem-estar, longevidade e qualidade de vida que oferece, por meio dos seus artigos, dicas, reflexões, entrevistas e pesquisas, a mensagem de que a mudança no comportamento das pessoas é possível. Geyze e Abilio Diniz, fundadores do projeto, acreditam que para se ter uma vida longa e plena é preciso que o indivíduo esteja com os seus seis pilares equilibrados (Corpo, Mente, Relações, Espírito, Propósito e Contexto). Todo o conteúdo do Plenae visa estimular a mudança de hábito das pessoas e busca essa ativação por meio dos mais de 80 episódios do Podcast Plenae - História para Refletir, com as matérias e artigos diários no Portal Plenae, com os disparos quinzenas das suas Newsletters e com conteúdos digitais nativos para as redes sociais: Instagram, Twitter, Facebook, LinkedIn e Youtube.
Conteúdos
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