#PlenaeApresenta: Camila Gomes e a fé como ofício

O Plenae Apresenta a história de espiritualidade sem bandeiras de Camila Gomes, representante do pilar Espírito.

13 de Dezembro de 2024



Quando a fé, em sua forma mais genuína, apareceu em sua vida? Na de Camila Gomes, representante do pilar Espírito, foi na mais tenra infância. “Desde pequena, eu já era benzedeira sem saber. Eu me lembro de estar na fila de um banco e ver uma criança chorando. Eu não conseguia ignorar aquela situação e fiquei pensando o que eu podia fazer. Daí eu fechei os meus olhinhos e rezei. A criança foi se acalmando e eu fui me acalmando também. Eu devia ter uns 7 anos”, relembra.

No terceiro episódio da décima oitava temporada do Podcast Plenae, mergulharemos na história dessa jovem benzedeira que depois de explorar tantos dogmas diferentes, encontrou nas rezas o seu verdadeiro ofício. A oralidade de sua espiritualidade sempre foi presente em sua vida, de forma espontânea, mas foram preciso alguns anos para ela entender o que fazer com essa prática. 

“A reza nunca foi só uma repetição de palavras pra mim. Eu tenho uma memória de estar sozinha no meu quarto, fazer uma oração e chorar por sentir uma paz profunda. Minha avó paterna, muito católica, me explicou que esse bem-estar que eu sentia era a presença do Divino Espírito Santo. Pra mim sempre foi muito simples: se eu tinha algum problema, era só rezar que melhorava. Só mais tarde eu descobri que não funcionava assim pra todo mundo”, conta.

Católica de criação, sonhava em celebrar uma missa e descobriu ainda bem pequena que esse era um trabalho masculino, reservado apenas aos padres. Na adolescência, se desconectou do catolicismo por vários motivos. Sua próxima empreitada espiritual foi o kardecismo, influenciada por uma novela espírita de muito sucesso na época, mas a sua ligação com essa filosofia nunca foi tão forte e a saudade de uma celebração como a missa seguia dentro dela. 

“Mesmo sem um vínculo religioso, eu nunca deixei de rezar, até porque reza pra mim é tão automática quando escovar os dentes antes de dormir. A espiritualidade voltou com força depois de um problema de saúde, aos 22 anos. A essa altura, eu já estava na faculdade de psicologia e engravidei sem planejar. No quinto mês de gestação, eu senti uma dor nas costas violenta. Fui pro hospital e descobri que estava com pedra no rim”, diz.

A medicação só serviu para mascarar sintomas do que viria por aí: uma febre de quase 40 graus dias depois e o diagnóstico de pielonefrite, uma infeção grave no rim. A febre tinha secado 70% do líquido amniótico e o seu bebê estava em sofrimento fetal. Os médicos queriam inclusive induzir um aborto, mas ela não concordei. A saída foi tentar repor o líquido amniótico com um soro intravenoso, e muitos litros depois, seu rim direito parou de funcionar, causando um inchaço extremo. 


“Mesmo grávida, eu tive que fazer uma cirurgia pra colocar um cateter no rim. A operação deu certo, mas eu ainda passei quase três meses internada. Muitas rezas e médicos competentes salvaram a minha vida e a do meu filho. Mateus nasceu com 36 semanas de gestação e saudável”, conta.

Nos meses seguintes, o seu rim não voltou a normalidade como o esperado. Em meio a um término com o pai do seu filho e as dificuldades comuns de um puerpério, ela começou a ouvir vozes quando se sentia mal e chegou a pensar que sofria de esquizofrenia. Em um movimento de desespero, voltou a fazer o que fazia na infância em busca de conforto: rezou. 

“Menos de uma semana depois desse dia, numa reunião do estágio, eu peguei o elevador com uma colega que conhecia muito pouco. Eu não lembro porque eu comentei que tinha me separado e que estava morando com a minha mãe. Aí essa colega me falou assim: ‘Ah, então é você a morena de cabelo comprido que o Preto Velho mandou chamar’. Eu disse: ‘Hãn?’. Daí ela falou: ‘Não, é porque eu trabalho com cura aos finais de semana. A gente tem um grupo e tal…’. Quando ela falou a palavra ‘cura’, eu lembrei na hora da minha oração. E ela continuou: ‘O Preto Velho mandou chamar uma mulher de cabelo comprido do meu trabalho que ia se separar. É você’”, narra.

O mistério era gigante: essa colega pouco sabia de sua vida, mas ainda assim, Camila decidiu acreditar e pediu as informações para ir conhecer. Ao chegar lá, toda a ideia pré-concebida que ela tinha do ambiente se desfez. De cara, o médium falou com propriedade coisas que só habitavam no mais profundo dela, como se soubesse o que se passava na cabeça dela e de tudo que ela havia passado. 

“Ele disse que estava sendo forjada pela espiritualidade para trabalhar no espaço da saúde mental. Ele falou ainda que as vozes na minha cabeça eram, na verdade, mediunidade. Eu fiquei super emocionada. Eram coisas que quase ninguém sabia sobre a minha vida. O Preto Velho disse que eu devia frequentar aquela roda todo domingo. Falou que ele ia me ensinar a rezar e a mexer com as ervas, pra eu me curar. Depois que eu melhorasse, eu poderia ajudar outras pessoas a se curarem também. Segundo ele, o meu problema no rim não era físico. Era só o caminho que me levaria até a espiritualidade e ao meu propósito: servir o outro”, diz.

O resto é história, e uma história que vale muito a pena ser ouvida. Camila hoje se dedica à espiritualidade sem fincar bandeira em nenhuma religião que não seja apenas o amor e a cura. Prepare-se para se emocionar! Você encontra o episódio completo aqui em nosso site ou no Spotify. Aperte o play e inspire-se!

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Parada obrigatória

#PlenaeApresenta: João Carlos Martins

Como a tecnologia fez com que o aclamado pianista vivenciasse, pela primeira vez em anos, a movimentação plena dos seus dedos

28 de Janeiro de 2020


Pela primeira vez em 21 anos, o pianista João Carlos Martins, 79 anos, voltou a tocar piano com a mão direita. Uma luva biônica presenteada pelo designer industrial Ubiratã Bizarro Costa devolveu a Martins o movimento dos dedos (menos o médio da mão direita), informa a Folha de S.Paulo . “Eu não sei te explicar, mas essa engrenagem fez com que, ao dedilhar o piano, meus dedos fossem e voltassem à posição normal. Antes, minhas mãos ficavam sempre fechadas”, disse o pianista ao jornal. “É um recomeço. Na primeira vez em que consegui tocar com todas as teclas, fiquei com lágrimas nos olhos."

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