#PlenaeApresenta: Patricia Fonseca e a vida pela frente

O Plenae Apresenta a história de Patricia Fonseca, que se agarrou a toda possibilidade de vida que encontrou pela frente.

2 de Setembro de 2024



Quantas vidas são possíveis de serem vividas em uma só? Para a representante do pilar Corpo na décima sexta temporada do Podcast Plenae, nem mesmo o céu parece ser o limite. Na história que ela nos conta, vamos mergulhar em uma trajetória cheia de reviravoltas e que começa, acreditem, ainda recém-nascida. A mensagem que marca é a de que Patricia quis mesmo muito ficar.

“Eu era recém-nascida na primeira vez que eu fui desenganada pelos médicos. Minha mãe conta que era um bebê que só chorava e tinha dificuldade para mamar. Quando eu tinha 20 dias de vida, ela percebeu que eu estava com a pele roxa. No desespero, ela saiu correndo comigo para o pronto-socorro, só de camisola. Assim que a gente chegou, eu fui internada na UTI pediátrica. Nesse mesmo dia, minha avó diz que viu os médicos fazendo massagem cardíaca três vezes para me reanimar. Imagina essa cena. Um bebezinho de 20 dias”, relembra a escritora.

Aí começava a sua jornada cardíaca, que ainda se estenderia por toda uma vida: sua família recebeu o diagnóstico de que Patricia tinha uma cardiopatia congênita, um problema que fazia com seu coração batesse com pouca força quando comparado a outros.

“Lá mesmo no hospital, os médicos chamaram meus pais de canto pra explicar que eu não completaria um ano de idade. Depois, disseram que eu não passaria dos três. Quando eu completei 14, tive que fazer uma operação de urgência, e me deram uma semana de vida. Aos 20 anos, eu fui internada de novo e falaram que eu não viveria mais do que seis meses. Com 30, parecia o fim da linha. Eu fui salva tantas vezes que não tem como não acreditar em milagre”, conta.

Ter crescido em uma família sensível, que nunca tornou suas minhas limitações mais pesadas do que elas precisavam ser, foi o que ela considera a sorte e a chave de toda a diferença em sua vida. Ainda criança, ela sabia ter um “probleminha no coração”, mas sem tanta consciência sobre o “tamanho da encrenca.” “Minha mãe falava assim: ‘Sai da piscina, porque sua boca tá roxa! Para de pular, sua boca tá roxa!’ Eu achava que eu também tinha algum problema na boca. Mas, na verdade, o meu coração não dava conta de bombear sangue para as extremidades do corpo”, explica. 

Por conta disso, Patricia relembra de uma infância sem tanta energia, já que era proibida de fazer educação física e ficava assistindo às aulas da arquibancada, morrendo de vontade de participar. Por que essa informação importa? Continue lendo e você entenderá!

“Meu coração segurou as pontas até os 20 anos de idade, quando eu tive uma arritmia grave. A essa altura, outros órgãos estavam sobrecarregados. Meus rins não funcionavam tão bem e o pulmão estava com hipertensão. O médico disse que eu precisava escolher entre a faculdade de economia e o estágio. Eu larguei o trabalho, mas meses depois tive que trancar o curso também. Meu corpo simplesmente não tinha força pra nada”, diz.

A possibilidade de um transplante já estava sobre a mesa, na conversa com os especialistas. Mas o medo de Patricia não aguentar a cirurgia fez com que seus pais optassem pelo tratamento medicamentoso, inicialmente. Isso obrigou a então jovem ficar em repouso por quase um ano na cama, triste, é claro, mas mergulhando em leituras que abriram as portas de sua percepção e de seu mundo de forma irremediável.

Aos poucos, ela foi voltando às suas atividades e, aos 29 anos, se tornou elegível para o transplante. Mas estava fraca e passou três meses na UTI sem forças físicas para efetivamente quase nada, mas com muita resiliência. Sua força mental impressionava e ela passava dias se projetando em outras situações e declamando mantras que pudessem atrair aquilo que ela buscava, como um coração de atleta ou uma recuperação recorde.

Foi no dia do seu aniversário de 30 anos que sua vida mudou: o coração que ela tanto esperava chegou, a cirurgia foi um sucesso e a recuperação, mais ainda. O que veio depois em sua vida é uma sucessão de vitórias que envolvem uma linda trajetória com o esporte, que até então havia sido negado por toda a sua vida, como contamos anteriormente.

Para saber mais sobre essa história, ouça o episódio completo, disponível aqui em nosso site e também no Spotify. Aperte o play e inspire-se!

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#PlenaeApresenta: Eduardo Kobra colorindo o mundo com sonhos

O muralista internacionalmente conhecido começou pichando muros de seu bairro até ganhar os principais pontos turísticos do planeta.

13 de Setembro de 2021



Da marginalidade para os holofotes de prestígio, o nosso representante do pilar Contexto da sexta temporada do Podcast Plenae, é ele: Eduardo Kobra. O muralista que já já viajou os 4 cantos do mundo e deixou sua marca registrada em todos eles, conta sobre seu passado como pichador e seus primeiros passos no mundo da arte.


Vindo de uma infância periférica, o Cobra - até então, com C - recebeu esse apelido como uma homenagem de seus amigos, uma gíria que denominava algo “muito bom”, no caso, os seus desenhos. “O desenho surgiu na minha infância de maneira espontânea e intuitiva. Não foi por influência de ninguém. Eu desenhava muita história em quadrinhos, super-heróis, caricaturas. Via um desenho num gibi e tentava reproduzir”, conta o artista.


“Como qualquer criança da periferia, o meu acesso à educação, à cultura e ao entretenimento era limitado. Quando eu visitei um museu pela primeira vez, já tinha uns 30 anos”, continua. Por causa desse acesso tão limitado à cultura que uma criança periférica enfrenta, Eduardo iniciou suas primeiras atividades no meio através da pichação, atividade ilegal, mas bastante comum entre jovens de classe baixa.


Mas depois de fugir da polícia algumas vezes, e até ser capturada em outras, ver seus parceiros de rua sendo presos ou sofrendo acidentes, Kobra - agora já com K, para cravar sua marca - conheceu sem querer o hip hop, as letras de protesto e, junto, o grafite. 


“O hip hop me apresentou o grafite, uma arte de rua que é um dos pilares do movimento, junto com o rap, o DJ e o break. Eu me descobri. Durante alguns anos, eu fiz uma transição da pichação ao grafite. Eu não considero que tenha sido uma evolução. Eu só fui pro grafite porque eu já desenhava, e eu adorei descobrir que eu podia desenhar num muro”, explica.


A arte da grafitagem também se aproximou dele por meio do livro de uma fotógrafa que registra murais mundo afora. Foi quando ele começou a ir atrás do seu sonho, que era viver de sua arte, mas enfrentando, é claro, muitas dificuldades. “Saí da casa dos meus pais, porque eles não aceitavam as minhas escolhas, e entrei num quadro depressivo profundo. A intoxicação da tinta ajudou a afundar a minha saúde, porque naquela época eu não usava máscara.”


De passo em passo, o artista conseguiu pequenos trabalhos até chegar ao parque Playcenter, que foi o seu grande salto. O resto é história! Hoje ele pinta do Taiti a Nova York e já foi até mesmo modelo para aquela fotógrafa, que um dia lhe abriu as portas da mente sem nem imaginar. 


Seu maior objetivo atual é poder dar asas às crianças que assim como ele, foram privadas da cultura mas sonham em ser artistas. Confira esse relato potente no seu streaming de música favorito. Aperte o play e inspire-se!

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