Parada obrigatória

#PlenaeApresenta: por que algumas pessoas acham o exercício físico mais difícil do que outras?

A psicóloga social, Emily Balcetis, conta em sua apresentação para o Ted Talks como alguns indivíduos possuem mais facilidade para fazer exercícios que outros.

21 de Dezembro de 2021


Hoje é o Dia Nacional do Atleta! E, como já sabemos, os exercícios físicos são imprescindíveis para quem busca uma vida longa e com qualidade. Basta dar uma passeada em nossas matérias referentes ao pilar Corpo, que você encontrará dezenas de artigos sobre o tema, pois acreditamos ser a base para a nossa saúde. 


Mas essa não é uma percepção somente nossa, é claro. Especialistas do mundo todo e até mesmo a Organização Mundial da Saúde, referência mundial, prega constantemente a necessidade do movimento para a manutenção da nossa vida. E, quando o assunto é Ted Talks, rodadas e mais rodadas de palestras também são feitas para investigar o assunto.


Como foi o caso da psicóloga social Emily Balcetis, especialista em explorar percepção, motivação e tomada de decisões sob a ótica do consciente e também do inconsciente. Em um vídeo de pouco mais de 13 minutos, ela decide explicar a sua investigação do porquê se exercitar pode parecer tão mais simples para uns do que para outros.


Conclusões de Emily


A especialista passa os primeiros cinco minutos de sua apresentação discorrendo sobre a subjetividade da percepção. Por meio de alguns exemplos visuais, ela mostra aos espectadores como podemos encarar as mesmas imagens de formas completamente distintas da pessoa ao nosso lado. 


Isso porque essa percepção vem carregada de significados prévios que moram em nosso interior e nem sempre podemos identificar ou sequer reconhecê-las. E elas estão relacionadas principalmente à nossa vivência de mundo, valores e gostos pessoais.


Ao adentrar no tema dos exercícios físicos, Emily cita uma pesquisa que fez ao lado de sua equipe. Ela começa falando justamente sobre as nossas promessas de fim de ano, momento exato em que estamos vivendo, e como a maioria delas são quebradas ainda em fevereiro.


Por isso, esse grupo começou reunindo medidas objetivas das condições físicas dos participantes. A circunferência de suas cinturas foram medidas e comparadas às circunferências de seus quadris, sendo que uma proporção maior entre cintura e quadril indica uma forma física inferior. 


Depois de feita a medição, os participantes foram submetidos a um teste em que era exigido que eles andassem até uma linha de chegada pré-estabelecida carregando um peso extra em um tipo de corrida. Porém, antes de proporem esse exercício, os organizadores pediram para cada um deles estimar a distância que aquele trecho teria. 


Essa pergunta prévia foi feita justamente porque os especialistas queriam observar se suas condições físicas mudariam a forma como eles perceberiam a distância. E eles não poderiam estar mais certos. A proporção entre cintura e quadril de fato influencia nessa percepção.


Pessoas consideradas “fora de forma” dentro do padrão estabelecido no início tinham a impressão de que a distância entre o ponto de partida e a linha de chegada do exercício de corrida eram muito maiores do que outros que estavam “mais em forma”. 


Uma vez concluído esse estudo, Emily passou a buscar respostas para a motivação por trás do indivíduo. As pessoas mais motivadas teriam suas percepções alteradas em comparação com as menos motivadas? Novamente, medidas foram coletadas dos corpos dos participantes e, dessa vez, suas curvas não foram assim tão relevantes para a resposta.


Pessoas “fora de forma” continuaram a ver a linha de chegada mais distante do que outras. Mas somente as que estavam pouco motivadas. Quando as pessoas muito motivadas começaram a ser questionadas, o tamanho de seus quadris e cinturas pouco importavam: todas elas viam a linha de chegada mais perto.


Com essas informações em mãos, a equipe de Emily retomou os conceitos de visão trazidos por ela no início da palestra e criou a estratégia “mantenha os olhos no prêmio”. Para dois grupos diferentes, a mesma linha de chegada novamente. Porém, o primeiro grupo foi estimulado a somente manter os olhos na linha de chegada e em mais nada, imaginando um holofote sobre ela.


Já o segundo grupo foi estimulado a olhar para a linha de chegada e também para seus arredores, como a lixeira e o poste. Resultado: o primeiro grupo, mais focado, enxergava a distância em até 30% menor do que o outro. Esse foco foi positivo não só para as suas percepções de distâncias, como também para a sensação ao longo do exercício: os mais focados sentiram 17% menos dificuldade para completar e se movimentaram 23% mais rápido do que os outros que estavam mais dispersos.


Com isso, a psicóloga conseguiu provar que sim, a nossa condição física, em um primeiro momento, pode ditar as nossas percepções a respeito do grau de dificuldade de um exercício. Contudo, adicionando o elemento motivação, tudo pode mudar. E talvez seja esse o grande segredo. Como anda a sua motivação?

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Entrevista com

Flávio Moreira

Mentor e palestrante de desenvolvimento pessoal

Como cuidar da saúde mental e física em tempos de pandemia

23 de Março de 2020



Para o mentor e palestrante de desenvolvimento pessoal, Flávio Moreira, um dos mecanismos mais eficazes de trazer bem-estar mesmo em meio ao caos é o estabelecimento de rotinas. 

Como manter o equilíbrio da mente e do corpo em tempos de pandemia? Pensar em criar rotinas produtivas em casa. Porque quando nós não criamos, elas são criadas automaticamente à revelia do seu dia a dia, porque você não cuidou. Nesse cenário, você pode se ver criando novos condicionamentos em casa que não são favoráveis a saúde emocional e física, e até a relações familiares. Pense na quarentena como um momento de se organizar não só para esses dias, mas para manter depois. Bem-estar tem muito a ver com rotinas, com como você acorda, como você se alimenta, como você pratica alguma atividade que favoreça o desenvolvimento do seu corpo - seja através de um esporte ou outra metodologia. Quem não fizer essa estrutura de suas rotinas pessoais pode se ver incluído em comportamentos perniciosos.   

O que incluir então nessa rotina? Antes de mais nada, é importante pensar: como eu estou estimulando meu organismo a se desenvolver? O lazer é parte disso, mas não pode ser o todo. Uma vez que você tem a consciência, pode começar a encontrar o que funciona para você. Não tem fórmula muito pronta. Cuide do sono, independente do horário é mais importante cumprir as horas que você necessita e com qualidade. Se alimentar bem, treinar o corpo através da atividade corporal, treinar mente e intuição através da meditação e treinar inteligência emocional através das relações humanas. O exercício, por exemplo,  vai da técnica corporal, à meditação e passando por isso o comportamento. Meditação e respiração vem muito a calhar nesse momento. Eu acho essencial treinar meditação nesse período, para manter a estabilidade de consciência, fazer com que a própria prática ajude nesse processo de interpretação de tudo que está acontecendo. A meditação estimula lucidez, e se nós estimulamos diariamente essa lucidez, conseguimos interpretar tudo com menos agitação ou sem euforia. Fazer treinamento respiratórios em casa também é importantíssimo, porque cumpre duas funções importantes: dá uma otimização biológica e ao mesmo tempo você tem um aumento de vitalidade através do exercício respiratório, um aumento de energia do corpo. Por isso que ele é tão usado em filosofias antigas, pois fortalece a qualidade de vida, mas também cuida da saúde indiretamente - e isso vem antes de qualquer coisa.

Como lidar com as relações em períodos de ausência física? As pessoas precisam assumir a responsabilidade pelas boas relações humanas, porque você está em casa e vai passar a maior parte do tempo por lá. Se você mora sozinha, é hora de se criar muitas conexões e alimentar um senso de pertencimento a grupos de amigos, com pessoas que te influenciam positivamente, claro. Se conectar com pessoas que estão tóxicas, vai alimentar o pânico e a euforia. Aos que não moram sozinhos, precisam reeducar suas boas maneiras para se estar dentro de uma casa com uma, duas, várias pessoas e que tipo de tamanho e espaço, porque começa a ocorrer uma crise de espaço vital. Se não assumirmos as boas relações humanas, a gente começa a incomodar e se incomodar com o outro, criando uma atmosfera negativa. Se cada uma assumir pra si a responsabilidade de manter a família em harmonia, as coisas vão dar muito certo. Porque senão vamos passar esse segundo estágio, dos conflitos internos do lar. Estudar e treinar a sua inteligência emocional e educação comportamental pode ajudar e muito. 

Como o estresse do mundo pode nos afetar enquanto seres individuais?    Uma das primeiras coisas que nos afeta é na nossa linguagem. Precisamos prestar atenção e termos o uso de uma linguagem mais responsável, em que você possa comunicar os fatos como eles devem ser comunicados sem criar desespero. Isso inclusive reflete no que e como as pessoas conversam com elas mesmos dentro do seu interior e sua vida cerebral. Isso começa a se instaurar no indivíduo e pode acabar causando derivações comportamentais que impõe ao seu psiquismo um estresse e uma antecipação de fatos. A ansiedade nada mais é do que um excesso de futuro, você anula todo o seu presente. Uma situação como essa predispõe as pessoas a pensar muito negativamente sobre tudo. 

Em momentos críticos, mais vale treinar a mente ou o corpo físico? Eles trabalham em conjunto, naturalmente. A indicação é sempre buscar uma ferramenta sistêmica que trabalhe em conjunto diferentes pilares, como o que eu pratico (Método De Rose). Há modelos de yoga que acabam trabalhando só a prática física, ou a física aliada a respiração, mas esquecem a meditação. Você precisa se ater ao bom funcionamento biológico, do corpo físico a intuição, mas também trabalha as relações humanas e comportamentais. Treinar só fisicamente, mas viver em casa dentro de um estresse e não gerenciar os pensamento sobre o que está acontecendo agora, estraga o organismo, da mesma maneira que treinar só meditação e ser sedentário, também não é o ideal ao corpo. 

Como lidar com a ansiedade de estar somente em casa? É necessário principalmente desenvolver um senso de propósito por estar em casa. Torne o seu lar algo incrível nesse momento. Cuidar mesmo, assumir o propósito de tornar a casa um ambiente muito feliz, não importa qual seja o modelo dela, que você torne esse local um refúgio. Viver em um ambiente onde você está trabalhando para construir felicidade dentro dele, supera todas as outras coisas. Qualquer um dos outros pilares podem ser derrubados por uma simples desarmonia no ambiente. Ressignifique esse estar ali presente, ele vai dar esse senso de propósito de felicidade. 

O que sobrará de tudo isso ao final? Muitas pessoas vão repensar os seus estilos de vida após esse período em casa. Elas vão pensar inclusive que podem ser mais produtivas com menos agitação, através do home office ou do ócio criativo passado as dores que todas as pessoas possam ter por perdas, sejam econômicas ou de outra natureza. Olhando do angular maior de sociedade, é algo que nos empurra para uma evolução social. E talvez nesse impulso a gente descubra que a vida pode ser produtiva com mais bem-estar, se permitir ter tempos livre. E mais uma vez, isso é equilibrar pilares, se a pessoa se viciar em não fazer nada, pode gerar futuramente um estilo de vida não muito bom. Cada um tem que encontrar o seu equilíbrio entre produtividade e bem-estar.

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