#PlenaeApresenta: Ruth Manus e os amores maternos possíveis

O Plenae Apresenta a história da escritora Ruth Manus, que experimentou o amor de madrasta antes do amor de mãe

5 de Agosto de 2024



No segundo episódio da décima sexta temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história da advogada Ruth Manus e sua enteada, Francisca. Representando o pilar Relações, navegamos pelos mares complexos e bonitos de uma família e suas várias maneiras de se manifestar. Afinal, não há e nunca houve um único modelo tradicional de sermos parentes.

“Ser madrasta nunca esteve nos meus planos. Só que a vida é assim mesmo, cheia de curvas que nos levam a lugares inesperados. E uma dessas curvas me levou até a Francisca. Eu tinha 25 anos quando a conheci. Ela tinha 3. O nosso encontro foi em Lisboa, onde ela mora e para onde eu me mudei quando me casei com o pai dela”, relembra a escritora.

“Eu me preparei para o primeiro encontro com a Francisca. Eu lembro que fui fazer compras com umas amigas e falei: ‘Quero parecer o avesso da madrasta que os contos de fadas fazem o desfavor de construir’. Eu me vesti de cor-de-rosa. Na minha bolsa, tinha bala de ursinho e Kinder Ovo, como se fossem meus. Eu criei um personagem para que ela me visse como alguém próxima, agradável e confiável”.

Mas, esse contato inicial não foi um mar de rosas. A então criança era desconfiada, intensa e seletiva – características que hoje Ruth enxerga como suas principais virtudes, mas que dificultaram esse momento que era inédito para ambas: ninguém ali nunca havia sido nem madrasta, nem enteada.

Ao longo de sete anos, as duas construíram uma relação tão sólida que não ousou acabar com o divórcio de Ruth e o pai de Francisca. Isso se deve ao amor genuíno que ambas sentiram e quiseram alimentar, e não por uma espécie de heroísmo que a escritora rejeita.

“Quando eu conto para as pessoas que eu converso com a Francisca todos os dias e vejo ela nas férias, só faltam estender um tapete vermelho para mim. Do tipo: “Ai, que pessoa incrível!”. Isso me incomoda demais! Eu sou adulta. Eu fiquei sete anos na vida dela. Seria uma surpresa se eu tivesse abandonado emocionalmente essa criança. Eu não mereço palmas porque eu permaneci. A gente precisa problematizar o abandono, e não aplaudir quem faz o mínimo”, pontua.

Em seu retorno para o Brasil, Ruth já via com mais clareza aquilo que almejava para o seu futuro. Queria se casar, queria ter filhos e, quando conheceu Agustin, seu atual marido, não pestanejou ao dizer suas vontades. O que ela não esperava era ser madrasta novamente, dessa vez de Caetano.

O encontro de ambos se deu de forma mais tranquila, porque dessa vez, não era inédito para as duas partes e vinha com muito mais conhecimento de causa. “Foi mais suave também a minha relação com a mãe do meu enteado. Eu mudei muito nos últimos anos estudando o feminismo. Quando eu conheci a Francisca, eu caí um pouco na cilada da competição, de querer ser mais legal que a mãe dela. Depois do divórcio, a mãe da Francisca virou minha amigona. Hoje, eu quero que o Caetano tenha a melhor mãe possível e quero a melhor madrasta possível”, diz.

Depois de todas essas experiências como madrasta, veio então a maternidade que ela tanto almejou, mas que também foi recheada de descobertas. “Ser mãe me fez entender quem quer ter 11 filhos. Mas me fez entender também quem não quer ter nenhum. Eu acho que eu nunca vou ser a mãe que vai ficar evangelizando mulheres para ter filhos, porque a minha vida hoje é muito legal. Mas a minha vida sem filho era muito legal também. Era muito bom ser a única protagonista da vida. Mas é muito bom dividir esse protagonismo com alguém, tudo tem dois lados”, pontua.

Para ela, sua família não é apenas ela, seu filho biológico e seu marido. O conceito familiar de Ruth é muito mais complexo, profundo e, por que não, bonito. “A minha família hoje eu considero que são dois filhos que não são meus, de dois homens diferentes, que têm suas mães, o meu marido e o meu filho biológico. Os meus momentos mais felizes são com eles. Às vezes só eu e o Joca. Às vezes eu e ele, o Agustin e o Caetano. Às vezes com a Francisca. São os momentos que mais me enchem os olhos. São níveis de alegria que eu não conhecia”, conclui.

O resto da história você descobre ouvindo o segundo episódio completo da décima sexta temporada do Podcast Plenae. Aperte o play e inspire-se!

Compartilhar:


Entrevista com

Leonardo Blagevitch

Estudante

O que um adolescente pode nos ensinar sobre relações familiares?

5 de Maio de 2021



O que você fazia aos 14 anos de idade? Viajar, estudar, sair com os amigos e se apaixonar provavelmente serão algumas das opções. O estudante Leonardo Blagevitch faz tudo isso e um pouco mais. Colecionador de cursos, o adolescente já estudou de robótica a bolsa de valores, passando por empreendedorismo e até mesmo curso em Harvard. Hoje, seu foco é falar sobre relação.

Prestes a debutar, Leonardo agora pretende reunir todo o conteúdo que aprendeu em ambientes acadêmicos e com a vida e espalhar por aí. Seu objetivo? Melhorar a convivência de pais e filhos adolescentes para então melhorar o mundo. Veja como a compaixão dos pais pode ser realmente positiva, como explicamos nesta matéria , bem como outros incentivos cotidianos e pequenas mudanças na rotina. Você confere a conversa completa a seguir!

O que é melhorar o mundo?

Eu acho que, hoje em dia, meu propósito de vida, principalmente para 2021, é basicamente melhorar a relação entre pais e filhos. Eu acho que quando você melhora essa relação, você se torna um ser humano melhor tanto para a sociedade quanto para você mesmo. Uma das melhores sensações do mundo é estar em paz na sua casa e em harmonia com seus pais. E com isso você pode desenvolver vários mecanismos e qualidade pessoais como empatia , generosidade, criatividade, autoconfiança - que é uma das coisas que você tem que ter, porque isso reflete em sua autoestima e pode te ajudar em vários aspectos da sua vida.

O que te motivou a começar a querer dar essas palestras?

O que me motivou foi que sempre tive pais muito motivadores em vários aspectos da minha vida. E um dia, eu estava na casa de um amigo meu, e vi que a relação dele com seus pais não era muito boa, havia muito atrito e a energia era um pouco pesada. Quando comecei a reparar um pouco nas famílias de amigos que eu tenho, comecei a perceber que a minha relação com meus pais era muito boa, e que talvez eu pudesse ajudar outros amigos a terem isso também. A primeira coisa que os pais pensam é em seus filhos, e muitas vezes meus amigos não percebem isso, e vice versa, os adultos podem não perceber as qualidades de seus filhos. Se no meu rol de amigos está acontecendo isso, imagina o que não está acontecendo com todo o Brasil?

Qual é o valor dos cursos para sua formação?

Na minha opinião, fazer um curso de qualquer tema pode te ajudar no âmbito profissional e pessoal. O primeiro curso que fiz fora eu tinha 8 anos de idade, foi de robótica. Um dia antes passei mal, estava muito nervoso porque era o único brasileiro do curso. Quando isso aconteceu, abriu minha mente, eu comecei a perder a vergonha porque eu tinha que fazer novas amizades. Isso começou a me dar vislumbres de várias possibilidades de futuro. Hoje percebo melhoras a cada novo curso, seja em agilidade mental, planejamento, autoconfiança, mentalidade global, produtividade e criatividade. Você conhece pessoas que cruzam seu caminho e te ensinam não só teoria.

Quais as dicas que você daria aos pais que pretendem melhorar sua relação com o filho?

É fato que a relação perfeita não existe, mas existem alguns aspectos que podem te ajudar muito a melhorá-la. Aos pais, acredito que deixar algumas crenças positivas para seus filhos, como as que recebi dos meus: dizer você consegue, tenha fé, compare você somente com você mesmo, a vida é um espelho - o que você faz é o que você terá de volta, a importância de ter gratidão, se esforce e dê o máximo em tudo que você faz. Acho que o excesso de “nãos” também é prejudicial, tanto para a autoestima deles quanto tirando um pouco do seu livre arbítrio e a vontade de vencer na vida. Também acho que incluir os filhos na conversa da família, tanto no âmbito profissional quanto pessoal, é positivo, pois prepara seu seu filho para o futuro desde já, coloca ele para pensar um pouco, e ele se torna um adolescente melhor e de mais valor.

E aos filhos, quais seriam as dicas?

Eu acho que ser verdadeiro com seus pais e eles serem verdadeiros com você é crucial. Manter a conversa sempre aberta, em parceria, e expor o que você pensa e acredita. Abrir sua mente e seu foco - hoje com o celular, recebemos muitas novas informações, mas ficar focado somente nele ou num videogame, acaba tirando tempo em que você poderia estar conversando e trocando ideias com eles, que moram na sua casa. Por fim, vibrar em uma espiral positiva de achar que vai conseguir ter uma relação boa com seu pai e sua mãe e isso vai se perpetuar. Quando você sorri pro mundo, ele sorri de volta pra você.

Como você encara a compaixão e aceitação dos erros nas relações?

Ter uma relação verdadeira com seus pais é parte dessa compaixão. Você pode melhorar a relação com seus pais, mas também ter algumas responsabilidades que te fazem pensar e cumprir. É parte do acordo das regras de dentro de casa que você tem que respeitar, por exemplo, como eles também tem que entender o seu lado em todos os aspectos. Isso tudo é parte da compaixão, do respeito e da aceitação de erros. Aqui em casa eu recebo muito o exemplo dos meus pais, é uma relação muito de exemplos. Quando você dá o exemplo pros seus filhos, eles vão ficar pensando que na maioria das vezes você quer ser igual ou até melhor que seus pais, esse é o maior legado que se pode deixar.

Compartilhar:


Inscreva-se na nossa Newsletter!

Inscreva-se na nossa Newsletter!


Seu encontro marcado todo mês com muito bem-estar e qualidade de vida!

Grau Plenae

Para empresas
Utilizamos cookies com base em nossos interesses legítimos, para melhorar o desempenho do site, analisar como você interage com ele, personalizar o conteúdo que você recebe e medir a eficácia de nossos anúncios. Caso queira saber mais sobre os cookies que utilizamos, por favor acesse nossa Política de Privacidade.
Quero Saber Mais