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Entendendo o Panteísmo: Deus é o universo inteiro

Ao contrário do que se pensa, o Panteísmo não se assemelha ao Ateísmo – que nega a existência de um Deus. Mas sim, enxerga o criador de outra forma.

25 de Setembro de 2020


Para entendermos o Panteísmo, vamos começar do começo. E que tal pela sua etimologia? A palavra derivada do grego “pan” (“tudo”), e “theos” (“deus”). Logo, “tudo é Deus”.

O Panteísmo é uma crença de que Deus não é o criador absoluto, pois é maior do que isso: ele abrange e compõe tudo, faz parte do Universo e se manifesta na Natureza, pois ambos são idênticos.

Portanto, ele é encontrado em todo o cosmos, em cada manifestação física e química, e está por toda a parte, pois ele é o todo, e corresponde a universalidade dos seres.

Ainda de acordo com essa filosofia, esse Deus não criou o cosmos e também não intervém na vida das pessoas, porque faz parte da realidade, já que há uma expressão divina em tudo que existe. Basta olhar ao seu redor ou para dentro de si, como relata Fernanda Souza em seu episódio para a segunda temporada do Podcast Plenae - Histórias Para Refletir.

Para entender melhor

O termo, citado pela primeira vez somente no século XVIII, já era visitado no campo das ideias pelo filósofo holandês de origem judia, Baruch de Espinosa, um século antes. Espinosa, em sua obra “Ética”, descreveu Deus como uma unidade de substância, e ainda cravou a ideia revolucionária para a época de que corpo e espírito eram a mesma coisa.

De lá para cá, o conceito não só ganhou mais explicações, como também muitos adeptos. Hoje ele perdeu a imagem negativa atribuída em tempos remotos e ainda encontra semelhanças em religiões como o Hinduísmo, Budismo, e até traços do Judaísmo.

Em entrevista ao canal The Institute of Art and Ideas, a professora e autora do livro Panteísmo: Deuses, Mundos, Monstros, Mary Jane Rubenstein, explicou as concepções de Deus e sua relação com a natureza que vêm sendo estudado pela ciência e pelo Panteísmo.

Para ela, divindade não tem a ver com onipotência, mas com negociação. “A natureza não destrói todas as coisas e recria tudo do zero. A natureza trabalha com o que tem, com todas as suas variedades de bactérias e cogumelos e árvores, e todas essas partes trabalham para fazer com que a floresta seja a floresta”.



E de que forma o trabalho da natureza se relaciona a Deus e ao Panteísmo?

De todas as formas possíveis, já que segundo a filosofia panteísta, esse trabalho que acontece todos os dias diante de nossos olhos em pequenas doses nada mais é do que a representação divina e a atuação de Deus - que faz parte de tudo isso.

“Pensamento, consciência e racionalidade sempre foram tidos como algo divino. Mas e se pensarmos a respeito da gravidade ou magnetismo? São forças incríveis que seguram tudo junto, mantém tudo funcionando no mundo. O Panteísmo nos encoraja a olhar e prestar atenção em tudo ao nosso redor” comenta a pesquisadora. “Se Deus é a fonte de tudo, início, meio e fim, não poderíamos chamá-lo de Universo?”.

O escritor Reza Aslan, autor de “Deus: uma história humana”, concorda. Em sua mais recente obra, onde viaja através dos séculos para entender as diferentes versões que já foram atribuídas a essa mesma figura divina, o autor conclui hoje que o Panteísmo talvez seja a filosofia mais fiel às suas crenças, pois entende que Deus não é o criador de tudo, pois ele é absolutamente tudo.

Em sua obra mencionada anteriormente, Aslan comprova que o Panteísmo apresenta semelhanças com as manifestações de fé mais ancestrais da nossa espécie, que ainda na pré-história, acreditavam que uma única essência e alma habitava em todas as coisas do mundo - sejam elas ativas ou inativas.

"Como crente e panteísta, adoro Deus não com medo e temor, mas com reverência e admiração pelo funcionamento do universo – pois o universo é Deus" explica o autor. "Você não precisa temer a Deus. Você é Deus".

As diferentes linhas de uma mesma crença
Apesar de acreditarem em comum acordo de que Deus seria a cabeça, e o Cosmos seria o corpo, há pequenas divergências na filosofia para os panteístas

Cósmico
Acredita que a existência é perecível e transitória, sendo permeada pela presença de Deus

Acósmico
Percebe a dimensão divina e, a partir dessa percepção, assume que ela constitui tudo que é real

Hilozoísmo
Encara a divindade como a principal característica do mundo

Imanentista
Prega a integração de Deus ao Cosmos de maneira intrínseca e inseparável

Monista Absolutista
Entende a divindade simultaneamente como sua semelhante, mas também como sua superior

Monista Relativista
Enxerga o Universo como algo concreto, mas mutável, enquanto a divindade é inalterável

Politeísmo diferente ≠ Panteísmo
Enquanto a primeira se dedica à adoração de vários Deuses, responsáveis por diferentes manifestações da vida (como Deus da Água, ou Deus do Fogo, da Colheita, etc), o segundo acredita que todas essas manifestações são, por si só, Deus.

Panenteísmo diferente ≠ Panteísmo
Para o primeiro, Deus está dentro do Universo, mas existe fora dele também. Já para o Panteísmo, Deus é o Universo inteiro e tudo que o abrange, pois tem o seu tamanho.

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Dez fatos surpreendentes sobre longevidade

Existe um limite biológico para a vida humana?

24 de Abril de 2018


A expectativa de vida aumenta linearmente três meses por ano, em média, nos países desenvolvidos. Nas nações em desenvolvimento, apesar do ritmo ser menos acelerado, o homem também vive consideravelmente mais desde o século 20. A questão instiga estudos e debates científicos que ainda deixam perguntas sem respostas.

O aumento da longevidade continuará indefinidamente no futuro? Existe um limite biológico para a vida humana? Por outro lado, pesquisas recentes chegaram a dez conclusões complementares:

 1. Efeito platô
O maior aumento nas taxas de sobrevivência ficou em torno de 99 anos, em 1980 – a partir dessa data houve uma ligeira elevação.

 2. A barreira dos 115
A idade máxima atingida pelos idosos estabilizou-se em 115 anos na década de 1990, com poucas e famosas exceções.

 3. Idosos avançam no Japão
Uma exceção é o Japão, onde a terceira idade cresce rapidamente, aparentemente, sem limite etário.

4. Alta expectativa de vida, baixa natalidade
Algumas estimativas sugerem que até o ano 2050 mais de um milhão de centenários viverão no Japão. Por outro lado, as taxas de natalidade continuarão a cair.

5. Resultados avançam em camundongos
Nos últimos anos, o envelhecimento em camundongos foi revertido com a enzima telomerase (que adiciona sequências específicas e repetidas de DNA). Experimentos semelhantes foram conduzidos com sucesso em células humanas.

6. Microscópicos, porém resistentes
Há espécies, como a Hydra vulgaris, animal aquático com menos de 1 cm de tamanho, com taxas de mortalidade que não aumentam com o avanço da idade. Esses seres microscópicos ainda retêm níveis similares de saúde ao longo da vida.

7. A cura de doenças mortais será aliada da longevidade
Vários pesquisadores argumentam que não se deve tirar da equação os avanços médicos do futuro, que podem reverter os processos de envelhecimento acima mencionados e curar doenças mortais.

 8. Hábitos negativos derrubam estatísticas
Os pesquisadores também explicam que o abuso de drogas prescritas, álcool e o suicídio têm reduzido a expectativa de vida de muitos indivíduos de meia-idade.

9. Centenários e saudáveis
75% dos pacientes com mais de 100 anos não estavam deprimidos, 65% não foram internados no último ano e quase 25% não tomavam medicamentos regularmente.

10. Vencedores ganham dois anos de vida
Ganhar um prêmio Nobel adiciona dois anos de expectativa de vida em comparação com pesquisadores da mesma idade e do mesmo país apenas nomeados.

Leia o artigo completo aqui.

Fonte: Lindau Nobel Laureate Meetings
Síntese: Equipe Plenae

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