Para Inspirar

Faz sentido relacionar trabalho e propósito?

Sonho de muitos e realidade de poucos, unir a sua missão de vida e a sua profissão pode ser muito desafiador, mas também muito gratificante para quem consegue

25 de Janeiro de 2024


Você já ouviu a frase “Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida”? Provavelmente sim. A frase, atribuída ao pensador e filósofo chinês Confúcio, mas sem grandes evidências que comprovem essa autoria, ganhou notoriedade nas redes sociais e até versões mais simplificadas. A ideia é simples: se você ama o que faz, será feliz todos os dias, certo?

Mas, nem sempre é assim. Apesar de existir sim caminhos de unir trabalho e propósito, como te contamos neste artigo, essa não é a realidade de grande parte das pessoas. Além disso, é preciso ir com cautela, pois quando o trabalho torna-se o ponto central de sua vida, isso é também um problema. Mas, vamos te explicar mais a seguir!

Propósito, para quê te quero? 


Propósito é um tema caro para o Plenae. Não por coincidência, é um dos pilares que norteiam a nossa filosofia e também o nosso conteúdo. Pesquisas apontam que quem tem um propósito vive mais, como te contamos aqui. Já te contamos como a neurociência pode te ajudar a encontrar o seu ou até uma técnica oriental, conhecida como IKIGAI, que pode ser de grande ajuda. 

Falamos ainda com um neurologista e professor na UNIFESP, Fabiano Moulin, especialista no assunto, para entender qual é a relação entre esse objetivo maior de vida com a sua felicidade e ainda a sua relação com outros componentes como gratidão e bem-estar subjetivo.

“Existem artigos de neurologia e psiquiatria que apontam que as pessoas que mais buscam felicidade são as mais adoecidas mentalmente. É super importante deixar isso claro: a felicidade é um efeito colateral de um propósito. Se tivéssemos uma fórmula para alcançá-la, ela basicamente só teria dois componentes: momentos de bem-estar no dia a dia e, de forma mais ampla, uma ideia que me dá sentido à vida", diz ele no artigo. 

Sendo assim, mesmo para encontrar esse propósito, é preciso cautela: não há fórmula mágica ou atalhos e a sua busca incessante pode ter o efeito rebote e trazer frustração e sofrimento. Ainda, é preciso sempre lembrar que não se trata de algo fixo e imutável, e aceitar que seus objetivos mudam conforme o tempo passa é saudável e necessário. 

E no trabalho, tudo bem?


Trazendo para o âmbito da carreira, é preciso fazer a pergunta que trouxemos neste artigo: o que vem antes, sucesso ou felicidade? Ser feliz no trabalho depende de uma gama alta de fatores. É preciso gostar sim do que faz, mas é preciso ainda que não seja um ambiente tóxico, por exemplo, como te contamos aqui, e que você mesmo saiba respeitar os seus limites

Com as mudanças rápidas que a sociedade enfrenta, a estabilidade e o medo de ser ou não demitido também colocam em cheque a sensação de bem-estar e segurança. Os novos modelos de contratação, o avanço da inteligência artificial que acaba com muitas posições, o excesso de cobrança e a falta de reconhecimento, tudo isso culminou em novos termos do mercado de trabalho que buscam traduzir essa sensação que, apesar de ser experimentada individualmente, é coletiva. 

Por fim, paira sobre nós ainda essa ideia invisível que é disseminada desde os anos 80 segundo artigo na revista Gama: a necessidade de encontrar o seu propósito no seu trabalho. Mas será que faz sentido buscar esse norte, esse algo a mais que dá sentido à vida, justamente em um ambiente de tanta pressão onde muitas coisas estão fora do seu alcance? 

“Para algumas pessoas, a gente pode pensar no trabalho mais ligado ao prazer, mas para a grande maioria, a gente está falando de um nível bem difícil de sobrevivência, um jogo selvagem do capitalismo”, diz o psicanalista e pesquisador de cultura e comportamento Lucas Liedke à Gama. 

Um dos sintomas mais claros de que o despertar da população em relação a colocar o trabalho em um lugar de menos prestígio e de ser apenas uma tarefa cotidiana que trará remuneração, é o baixo engajamento da geração Z com o assunto. Os jovens nascidos entre 1997 e 2010 estão conquistando o seu primeiro emprego, e o posicionamento deles perante a isso é muito diferente do que antigamente.

A geração Z tem os maiores percentuais em comportamentos e características considerados indesejáveis no trabalho se comparada com outras faixas-etárias, mostra pesquisa da consultoria de RH, outsourcing EDC Group. O levantamento revelou que 12,50% dos respondentes entre 18 e 25 anos dizem não cumprir o expediente, tendem a começar a jornada depois do horário combinado e a terminá-la antes do previsto. 

Ainda, 25% dos entrevistados concordam que a geração Z faz exatamente o que foi contratada para fazer, nem mais, nem menos. Mas, como pontua a revista de negócios Forbes, isso não significa, necessariamente, que esses jovens profissionais sejam menos competentes do que os seus antecessores. “Os trabalhadores da geração Z são criativos e tendem a responder bem em grupos com profissionais de idades diferentes”, diz Daniel Campos, CEO da EDC Group, ao periódico.

Qual a conclusão, afinal?


Certos ou errados, não há uma resposta exata para o posicionamento da geração Z. O fato é que essa tomada de consciência acerca da importância do bem-estar para além da sua carreira parece um caminho sem volta. Fatores como o aumento dos casos da Síndrome de Burnout, recentemente reconhecida como uma doença pela Organização Mundial da Saúde, contribuem para essa despertar. 

Passar grande parte do seu dia em um trabalho que não te dá nenhum mínimo de satisfação, porém, não parece também ser o caminho mais saudável. Como tudo na vida, é preciso encontrar o equilíbrio e compreender que é possível sim ser feliz no trabalho, mas que essa não deve ser a única fonte no trabalho e que tudo bem também caso você prefira fazer outras atividades. 

Você não é apenas a sua carreira, você é um amontoado de coisas: suas relações pessoais, os seus hobbies, os seus medos e suas alegrias. O trabalho é apenas uma parte desse universo complexo que é cada um de nós e essa parte, apesar de muito importante, não deve se sobrepor a nenhuma outra. Confie no seu processo!

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Meditação ajuda a viver mais

Praticantes de meditação vivem mais e melhor, afirma ganhadora do Prêmio Nobel

30 de Julho de 2019


A imagem do sábio antigo, de aparência jovem, meditando no topo de uma montanha pode estar mais próxima da realidade do que se imagina. Pesquisadores do Centro para Mente e Cérebro, da Universidade da Califórnia-Davis, descobriram que, após uma estadia de três meses em um retiro de meditação , as pessoas mostraram níveis mais elevados de uma enzima associada à longevidade.

Os pesquisadores encontraram fortes indícios de que a prática pode levar os indivíduos a viver mais . Liderados por Tonya Jacobs – psicóloga especializada em psicologia cognitiva –, eles compararam 30 participantes em um retiro de meditação realizado no Shambhala Mountain Center, no Colorado. Pessoas que estavam em uma lista de espera para o curso foram usadas como grupo de controle.

Os participantes meditaram seis horas por dia durante três meses. A técnica estava centrada na atenção plena – por exemplo, concentrando-se unicamente na respiração e no momento – e na bondade amorosa, que aumenta a compaixão para com os outros.

Após a intervenção de três meses, os pesquisadores descobriram que os praticantes tinham em média cerca de 30% mais atividades da enzima telomerase do que o grupo de controle. Essa substância é responsável pela reparação dos telômeros, estruturas localizadas nas extremidades dos cromossomos que, como as cápsulas plásticas nas pontas dos cadarços, impedem que o cromossomo se desfaça.

Cada vez que uma célula se reproduz, os telômeros ficam mais curtos e menos eficazes na proteção do cromossomo. Os pesquisadores acreditam que essa seja uma das causas do envelhecimento. À medida que o cromossomo se torna mais vulnerável, a reprodução das células diminui e, eventualmente, para se telômeros se desintegram completamente.

A telomerase pode mitigar – e possivelmente parar – o envelhecimento celular. “Algo sobre estar em um retiro por três meses mudou a quantidade de telomerase no grupo”, diz Elizabeth Blackburn , uma das autoras do estudo que ganhou um Prêmio Nobel pelo trabalho anterior sobre a telomerase. “Não provamos que a meditação causou a mudança. Porém, as alterações que vimos acompanharam de forma quantificável o bem-estar psicológico e a perspectiva das pessoas.”

Em outras palavras, pessoas com níveis mais altos de telomerase também mostraram melhora psicológica. Os pesquisadores não conseguiram comparar os níveis de telomerase nos grupos antes e depois do retiro por razões logísticas.

Fonte: Maia Szalavitz, para Time
Síntese: Equipe Plenae
Leia o artigo completo aqui

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