Coloque em prática

Como traçar metas realistas para 2020

Sofia Esteves, presidente do conselho do grupo Cia. de Talentos, ensina como combinar trabalho e propósito

27 de Dezembro de 2019


De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), em 2020 a depressão será a maior causa de afastamento dos profissionais das empresas em que trabalham. Não há como negar, estamos colapsando. A grande maioria já não se encaixa em escritórios fechados, trabalhando em sistemas rígidos e sem espaço para criatividade e autonomia.

Mas, engana-se quem pensa que o problema são só os modelos atuais de trabalho. Tudo bem passar o dia na empresa, desde que você saiba – e acredite – no porquê de acordar todos os dias para fazer isso. É a falta de resposta para o motivo de se estar vivo que está adoecendo mentalmente grande parte da população.

Sendo assim, a tendência, que já não é tão tendência assim, é que muitos se questionem em 2020: por que estou aqui? O que vim fazer? Qual é o meu propósito de vida? Porém, ainda há muitas fantasias em torno do tal propósito de vida. Muitos imaginam uma carreira bem remunerada, viagens ao redor do mundo, poucas horas de trabalho na semana, um bom carro e um cachorro fotogênico para postar fotos no Instagram.

Primeiro, propósito de vida são talentos em movimento. Você terá que descobrir o que faz muito bem e como o mundo precisa disso. Satisfação real é aquela que deixa de ser só para si mesmo. O propósito de vida verdadeiro está muito ligado ao que você tem a oferecer ao mundo, como sua existência contribui com a sociedade! Isso não se refere apenas às habilidades técnicas, mas também às emocionais.

Ou seja, o primeiro passo para quem quer caminhar em direção ao seu propósito de vida em 2020 é: conheça-se, muito, muito, muito bem! Você lida bem com rotina? Com gestão de pessoas? Sabe fazer gestão de recursos? Sabe como divulgar um produto? Tem paciência para lidar com críticas e exigências? Caso a sua resposta seja negativa para essas perguntas, abrir um restaurante na beira da praia está bem longe de dar certo, compreende?

É necessário entender não o que você quer viver apenas, mas também o que você tem de talentos disponíveis e como colocá-los em movimento em direção a algo em que você acredite. Dica: propósito de vida não são desejos, mas vocação! Cuidado para não cair na armadilha de ir para caminhos fáceis, bonitos e fotogênicos para as redes sociais e acabar mergulhando em mais uma frustração.

Todas as suas experiências pessoais e profissionais vividas até hoje, reunidas e organizadas, são um conjunto de talentos construídos que podem ser aplicados no seu propósito de vida. Busque apoio na psicoterapia e em um consultor de carreira para te ajudarem a trilhar esse caminho de auto investigação. Uma outra dica é: não se apegue.

Diferente dos nossos avós, não precisamos mais construir apenas uma carreira linear. Pode ser que você comece como um representante de vendas de um produto em que você acredite muito e, ao longo do percurso, descubra que, na verdade, você gosta mais é de conversar com as pessoas do que, de fato, de vender algo a elas. E então, a psicologia lhe chama a atenção. E já como psicólogo, pode ser que você perceba que a sua nova paixão são pesquisas sobre o comportamento humano e você se especialize nisso.

Se você ficar preso à ideia de um propósito de vida fechado logo no início, pode ser que você perca a oportunidade de viver novas experiências, que vão fazê-lo cada vez mais satisfeito. Realização e liberdade. Esses são os sentimento que todos esperam ao buscar seus propósitos de vida. Agora respire fundo. Tenho que lhe contar algumas verdades nada floridas.

Falando sobre realização, sinto em dizer, mas eu sou apaixonada pelo que faço, porém, não me sinto realizada todos os dias. Temos uma ideia fantasiosa sobre felicidade, como se ela fosse algo constante e o diferente disso fosse viver um fracasso. Isso é mentira. Somos seres humanos tão ricos de complexidades e emoções que viver apenas uma emoção é até um desperdício.

Independentemente do que você descubra que ama fazer, você terá que lidar com burocracias, com ideias que não funcionam, com questões financeiras, com pessoas, contratos e todas aquelas coisinhas “chatas” que qualquer empresa, mesmo que autônoma, exige. Ah, Sofia, eu vou ser chefe, não vou olhar para nada disso! Cuidado com essa armadilha. Até que você encontre pessoas completamente confiáveis e competentes, o CEO de qualquer empresa em início precisa estar a par de tudo para que o negócio funcione bem.

Reflita: você dá tudo, tudo, tudo que você tem pela empresa na qual trabalha hoje? Normalmente a resposta é não. As pessoas tendem a se acomodar. Logo, não espere que façam isso por você. Minha dica sobre esse assunto é que, antes de você colocar toda a sua energia em um propósito de vida, você aprenda a lidar com gestão de pessoas, finanças e, principalmente, com a frustração.

Se você tiver isso bem trabalhado em você, não será o primeiro desafio que te fará desistir. Só a coragem e a resiliência maduras é que farão seu projeto ou negócio prosperarem. Liberdade — infelizmente, ela também é permeada de fantasias. Liberdade é uma conquista. Ela só vem para quem têm noção de quanta responsabilidade ela trás.

Ser autônomo ou continuar como liderado, mas fazendo o que ama, exigem muita, muita, muita responsabilidade. Ser responsável pelo próprio progresso, por seus estudos, pela autogestão. Liberdade verdadeira é para quem tem muita autodisciplina, não tem nada haver com relaxar os pés para cima e esperar o mundo dar certo para você. Não trago esses conceitos para que você desanime, muito ao contrário.

Espero que você tome as rédeas da sua própria história e se prepare com maturidade para seguir essa aventura de descobrir o seu propósito e tenha suas capacidades bem trabalhadas e fortalecidas para que não seja apenas um sonho, mas uma conquista. Acredite em você, faça por merecer e boa jornada!

Fonte: Sofia Esteves, para Exame
Leia o artigo original aqui.

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Coloque em prática

Alongamento: a importância da prática e dicas de como fazer

Conheça os benefícios que esse exercício tão simples, mas poderoso, possui – e faça dele sua rotina diária

4 de Setembro de 2020


Nada como esticar-se depois de um longo dia de trabalho. Ou aquecer-se antes de um treino intenso. Todas essas movimentações podem ser entendidas como alongamento, de certa forma. E por que?

“Primeiro é importante definir o que é alongamento. Ele é o aumento do tamanho e da flexibilidade do componente músculo-tendão, que é uma estrutura que compete ao músculo e sua terminação fina (o tendão), onde se fixa o osso” explica Nemi Sabeh Jr*, ortopedista e médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino.

É graças ao alongamento que conseguimos um aumento na mobilidade e na flexibilidade do nosso corpo. “É importante salientar também a diferença entre flexibilidade e mobilidade” continua Nemi. “Mobilidade é a mobilidade de uma articulação. O joelho, por exemplo, ele estende, ele não alonga - você só alonga músculo, nunca articulação”.

A importância da prática, segundo o que dizem alguns trabalhos, é justamente trazer um aumento desses dois componentes citados. Isso é importante tanto para atletas, que dependem dessa estrutura fortalecida para desempenhar os seus movimentos, quanto para pessoas que não necessariamente praticam esporte.

A verdade é que todos nós precisamos de um nível de flexibilidade e mobilidade para realizar movimentos cotidianos, como amarrar um tênis ou até mesmo caminhar. E os ganhos de se fazer alongamento envolvem diminuir o risco de lesões além de diminuir também a rigidez muscular e as dores.

Alongar-se diminui a rigidez muscular, risco de lesões, dores e traz relaxamento

Os ganhos a curto e longo prazo são bem similares, pois quase que de imediato há uma melhora da harmonia do movimento e, com o tempo, isso vai se intensificando.  “Há uma melhora tanto na flexibilidade quanto a mobilidade articular, e isso faz com que a gente consiga executar ações tanto nos exercícios quanto no dia a dia com mais facilidade” explica o especialista.

Além disso, ele pode ser feito em qualquer lugar e em qualquer horário. “O que é interessante é que mesmo a flexibilidade traz um pouco de relaxamento, e eu gosto muito disso no final do dia, porque você vai desacelerando para entrar na noite e poder dormir melhor também” comenta Nemi.

É ainda interessante pensar em fazer não só o alongamento de forma isolada, mas pensar em aulas que o englobe como uma parte crucial do processo, como é o caso do Yoga. “Você não vai fazer força, encurtar o músculo, e depois esticá-lo. Você vai trabalhar tudo de forma completa” diz. O Yoga, prática bastante famosa e muito em alta nos dias de hoje, trabalha a flexibilidade, a mobilidade, a força e o equilíbrio tanto físico quanto mental, em um só lugar.

Para escolher a melhor série de alongamentos para você, o ideal é ter o acompanhamento de um profissional, pelo menos nas primeiras vezes. Mas é importante saber respeitar os seus limites, e ter em mente que flexibilidade - parte crucial do treinamento - exige treino, dedicação e frequência.

E, mesmo com tudo isso, há ainda um fator genético envolvido que facilita mais para alguns. A idade também conta: quanto mais velho, menor flexibilidade. Mas o fato de não estar alcançando o chão, por exemplo, não quer dizer que você não está evoluindo. Esse processo é pessoal e precisa funcionar para você e somente isso.

Também há dois tipos de alongamento: o estático, que envolve uma permanência maior em cada posição, e que atua principalmente na diminuição da rigidez muscular. E o dinâmico, quando o exercício ou a pose é repetido algumas vezes, aquecendo o músculo graças ao aumento do fluxo sanguíneo.

Passar oito horas seguidas do seu dia sentado no trabalho pode ser extremamente prejudicial para a sua musculatura, sobretudo se você estiver em má posição postural. Ajeite sua coluna, caminhe e encaixe pequenos exercícios na sua rotina, principalmente durante as 8h mencionadas.

Lembre-se sempre: o alongamento pode gerar um desconforto inicial, mas nunca dor. Caso você a sinta, é hora de retornar. Respeite seus limites e esteja perto de um profissional nas primeiras vezes. A frequência é o segredo do sucesso dessa modalidade, portanto, o ideal é se alongar várias vezes ao dia: ao acordar, durante o trabalho e antes de dormir são horários chaves.

*Nemi Sabeh Jr, ortopedista e médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino há mais de 10 anos, atende no núcleo de especialidades do Hospital Sírio-Libanês e é idealizador da ON, um centro integrado de saúde e evolução corporal com unidades no Morumbi (São Paulo) e em Assis (interior de SP)

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