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Desmistificando conceitos: o que é o ASMR?

A tendência que viralizou nos últimos anos em vídeos rápidos e prazerosos tem uma explicação científica por trás

9 de Maio de 2023


Com o excesso de estímulos dos novos tempos, a busca por um entretenimento calmo e que desperte sensações boas tem sido cada vez mais alta, como te contamos neste artigo. O calm-tainment é justamente o nome dessa tendência dos que buscam encontrar calma nas distrações do dia a dia. 

Dentre suas opções, que vão de aplicativos de meditação até trilhas sonoras calmantes, estão os vídeos da categoria ASMR. Mas o que é isso, afinal? Te contamos a seguir.


O que é o ASMR?

O ASMR é a sigla para um termo em inglês um pouco grande: Autonomous Sensory Meridian Response, que na tradução literal significa Resposta Sensorial Autônoma dos Meridianos. Trata-se de um estilo de vídeo que tem como objetivo estimular regiões cerebrais específicas a fim de trazer calma e até sono para quem os assiste.

Os vídeos têm estilos diferentes, já que cada um busca estimular uma sensação diferente. Pessoas sussurrando, pintura ou escultura, sons de estalos, corte de sabonete limpeza de pele e até pincel de maquiagem passando pelo microfone: basta uma busca rápida no Youtube que você já se depara com milhares de ofertas de vídeos, mas você também os encontra em outras redes sociais como TikTok e Instagram.

O termo surgiu em 2009, segundo o jornal Correio Braziliense, mas ganhou notoriedade com a ascensão da internet e, infelizmente, o aumento do estresse dos últimos tempos. Afinal, se o silêncio possui inúmeros benefícios, como te contamos aqui, um vídeo com áudio controlado também pode ser. 


A adesão do público ao ASMR

Por conta dos números cada dia maiores acerca do tema, várias pesquisas também foram surgindo para investigar um pouco mais esse fenômeno. Uma pesquisa da Universidade Swansea sobre o tema classificou um ranking dos tipos favoritos de ASMR:

  1. Sussurros - 75%

  2. Atenção pessoal - 69%

  3. Sons nítidos (bater as unhas em objetos, arranhar, etc.) - 64%

  4. Sons vagarosos - 53%

  5. Sons repetitivos - 36%

  6. Sorriso - 13%

  7. Barulho de avião - 3%

  8. Barulho de aspirador de pó e risada- 2%


Um outro estudo, esse do Departamento de Psicologia da Universidade de Sheffield, da Inglaterra, colocou voluntários para assistir vídeos comuns e vídeos ASMR e monitorou suas reações. A conclusão foi que a de que as frequências cardíacas foram reduzidas de forma significativa durante a exibição dos vídeos ASMR, além de um maior relaxamento e aumento dos pensamentos positivos.

Por fim, um estudo da plataforma de música Deezer olhou especificamente para o comportamento dos brasileiros com a técnica do ASMR. Segundo a pesquisa, que entrevistou mais de 12 mil pessoas, 29% dos brasileiros consomem esse tipo de conteúdo, com foco na redução do estresse.

Essa pesquisa ainda mostrou que o som da respiração era o mais relaxante, seguido de barulho da tesoura cortando objetos e de sussurros. Além disso, 63% dos entrevistados revelaram que consomem o conteúdo porque “amam a sensação de formigamento”.

As sensações, o que desperta as pessoas assistirem e ouvirem o ASMR, não são as mesmas para todos. Durante a pesquisa, 25% das pessoas não têm nenhuma reação física ou emocional; 24% se sentem mais calmos e relaxados; 11% disseram sentir arrepios; e 14%, formigamento. 

Mas, é importante reforçar que não se trata de um consenso entre todas as pessoas do mundo, já que as sensações são muito individuais. A mesma pesquisa descobriu pontos específicos para além do Brasil. Enquanto aqui, a principal percepção foi de “prazer”, no México eles classificam os vídeos como “intrigantes”. 

Os estadunidenses e alemães disseram achar os vídeos estranhos, os ingleses acham o ASMR irritantes e, na França, os participantes disseram não ver sentido nenhum no estilo de vídeo. Ironicamente, a pesquisa também mostrou que o sotaque francês é o mais popular. 

Os entrevistados também apontaram uma preferência para a voz feminina (45%), enquanto somente 18% preferiram a masculina e 30% disseram não ter preferência. Porém, cerca de 4% dos entrevistados disseram que “odeiam”, outros 5% sentiram que “não amaram” e 31% se sentiram indiferentes com os vídeos. 

Agora que você já conhece o estilo, é hora de tentar e tirar suas próprias conclusões! Busque pela sigla na internet e procure perceber o seu corpo enquanto consome esse estilo de entretenimento.

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As mulheres vivem oito anos a mais do que os homens, em média. A psicóloga canadense Susan Pinker tinha a certeza que descobrir o porquê desse fato seria a chave para aumentar a longevidade humana. Então, pegou o avião com a filha e foi para uma das Zonas Azuis – regiões com a maior população de centenários do globo –, a Sardenha, na Itália. Lá, homens e mulheres surpreendentemente têm a mesma expectativa de vida. A Sardenha é uma ilha localizada ao sul da Córsega e ao norte da Tunísia. Tem 1,6 milhão de habitantes, um pouco mais que a população de Campinas no interior de São Paulo. A economia é baseada na pecuária e no turismo. As casas são pequenas, construídas próximas e em ruas estreitas. Como toda vila antiga, seu centro abriga uma praça e uma catedral. Na época em que foi construída, a coalizão da população era um fator de proteção contra invasores. A primeira coisa que Susan descobriu foi que a longevidade não era apenas um fator genético (25%), mas que estava mais ligada aos hábitos de vida (75%). Ela também percebeu que a arquitetura adensada também propiciava que as pessoas estivessem sempre se encontrando. “Quando eu saía à rua, sentia as pessoas me observando das janelas. Em uma comunidade pequena como essa, os estranhos são observados com um certo cuidado”, conta Susan. O passo seguinte foi entrevistar alguns centenários. Entre eles, Giovanni Corrias, um senhor “rabugento” que dependia da cadeira de rodas para se movimentar. “Quando perguntei o que ele fazia para viver tanto, respondeu: ‘Ninguém precisa saber o meu segredo’”, conta Susan. Mesmo com o gênio ruim, a sobrinha o chamava de “meu tesouro”. A pesquisadora perguntou a ela se não era difícil ficar com um idoso por tanto tempo. Enfim, isso a impedia de sair quando quisesse. “Você não entendeu nada”, respondeu a sobrinha. “Para mim é um privilégio.” Os indivíduos que envelhecem nessa região estão sempre cercados de pessoas, ao contrário de outros lugares. Recebem visitas constantemente. E, culturalmente, são o centro da casa.

A partir dessa pesquisa de área e de resultados globais de outros pesquisadores, Susan fez um ranking dos fatores que mais influenciam a longevidade:
  1. Interação Social
  2. Relações próximas (os melhores amigos)
  3. Parar de fumar
  4. Parar de beber
  5. Vacina contra a gripe
  6. Reabilitação cardíaca
  7. Exercícios
  8. Índice de Massa corporal
  9. Hipertensão
  10. Ar puro
Susan avisa que existe uma grande diferença entre ter amigos que interagem pessoalmente com você e aqueles que conversam a distância. O cara a cara libera ocitocina que reduz o cortisol (biomarcador de estresse) e libera dopamina. “As pessoas não percebem isso. Mas são essas substâncias que promovem a sensação de prazer”, explica a psicóloga. “Alguns símios têm o hábito de catar piolho uns dos outros. É uma forma de interação comum entre eles. O costume, ao contrário do que se poderia se pensar, não aumentava a transmissão de piolhos, segundo uma pesquisa recente. Apenas traz felicidade.” Para o homem, a interação social também só ajuda.


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