Coloque em prática

Desmistificando conceitos: o que é o calm-tainment?

Cada vez mais procurado, o "entretenimento calmo" se intensificou em tempos de pandemia, onde as pessoas buscam relaxar ao máximo em qualquer oportunidade

16 de Julho de 2021


Nunca estivemos tão atentos às questões de saúde mental. Isso não é um mero achismo: em reportagem feita pela agência Estado e publicada pelo UOL , a pergunta “como lidar com a ansiedade” aumentou 33% de 2019 para 2020. Aliás, basta digitar “como lidar” no buscador que “ansiedade” e “depressão” virão na sequência, tamanha a busca.

Isso se deve, com certeza, ao fato desse mal-estar da pandemia , cujo nome ainda varia, mas já afeta a todos em algum grau. A solitude, o silêncio e o isolamento forçados por questões sanitárias nos fizeram mergulhar de forma profunda em nosso interior, e apesar de ser uma jornada rica, é bastante árdua também.

Prova disso são os recentes dados divulgados pela Associaç ã o Brasileira de Psiquiatria : a demanda aumentou 82% em consultórios particulares de todo o país e o número de atendimentos nos 95 endereços dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de SP passou de 24 mil em setembro de 2019 para 52 mil em outubro de 2020.

Isso representa um aumento de 116% na procura por escutas capacitadas para com questões diversas em uma relação clara com o momento em que estamos vivendo. Mas, uma das principais ferramentas utilizadas por quem busca se distrair é o entretenimento. E será que ele sofreu alguma alteração em seu perfil também influenciado pela pandemia?


O entretenimento calmo

Estamos mais em casa e, consequentemente, estamos consumindo mais cultura por toda a parte. Se o momento pede que busquemos um relaxamento, isso evidentemente se daria de forma generalizada. Do inglês “calm-tainment ”, ou “entretenimento calmo” em tradução livre, é tendência que já vinha incipiente mesmo antes da chegada intensa do vírus, mas que demonstrou uma verdadeira guinada no último ano.

Seu principal objetivo é incentivar o bem-estar, como o próprio nome já sugere, e também desacelerar quem o consome, como movimento slow que contamos aqui . Segundo a empresa de previsão de tendências WGSN Brasil , esse movimento vem sendo impulsionado e liderado pelas gerações Y e Z, que como explicamos neste post , são pessoas nascidas de 1981 até 2010.

Esse padrão não é em vão. Essas duas gerações diferentes, apesar de terem tantos anos separando ambas, fazem parte de um conjunto de pessoas que vêm falando cada vez mais sobre saúde mental sem o muro do tabu. Se para os baby boomers , falar sobre si e suas sentimentalidades não era comum, hoje trata-se de um assunto mais discutido até mesmo em ambientes escolares.

Há alguns canais explorados pela onda do calm-tainment , uns mais convencionais do que outros. A “primeira academia de saúde mental”, Join Coa , também presente nas mídias sociais , oferece cursos, storytellings, lives , entre outros produtos, todos com o objetivo de fazer com que a mente seja trabalhada todos os dias, de forma leve e interativa.

Gigantes como o aplicativo Calm , muito ativo nas mídias sociais, hoje disponibilizam mensagens motivacionais diárias para quem busca inspiração e desaceleração ainda no início do dia, além das “histórias para dormir”, que misturam ficção com meditação.

O sucesso da Calm é tanto que hoje ela já conta com a parceria de empresas como a Samsung. A empresa de tecnologia já oferece em seus dispositivos e aplicativos o ícone “mindfulness”, onde o usuário encontra de forma mais rápida as pílulas de sabedoria proporcionadas pela Calm, bem como outros conteúdos.


Outros horizontes

Outra parceria da marca foi a série feita em conjunto com a HBO, “A world of calm” , no final de 2020. São diversos episódios de meia hora, narrados por figuras como Nicole Kidman, Kate Winslet, Idris Elba e Keanu Reeves, que pretende estimular o relaxamento total com ajuda de contos.

A Netflix, outra gigante do entretenimento, não poderia ficar de fora dessa onda, e iniciou o ano de 2021 com uma parceria para lá de inusitada: uma série produzida em conjunto com a Headspace , outro famoso aplicativo, esse de meditação guiada e presente em mais de 190 países. A série é dividida em 8 episódios e trata de mindfulness e meditação de forma ilustrada e divertida, ensinando os benefícios das práticas e ainda oferecendo uns minutos de imersão ao final de cada episódio.

A inspiração foi tanta que chegou na Disney, mais especificamente no Disney Plus, a plataforma de streaming da marca. O “Zenimation” transforma clássicas animações, como Frozen e Peter Pan, em verdadeiros redutos de paz, com áudios calmantes sobrepostos em imagens icônicas das obras.

Por fim, você ainda encontra playlists no Spotify , Deezer e outros streamings musicais que aguçam a calma e a concentração. Há também os já famosos vídeos de “ASMR” (Autonomous Sensory Meridian Response) no Youtube, sigla que descreve a sensação de relaxamento e “formigamento cerebral” estimulados de forma visual ou sensorial.

Dentre os temas mais buscados dessa categoria, estão sussurros, atenção pessoal, sons nítidos (bater as unhas em objetos, arranhar, etc.) e repetitivos. Por fim, mas não menos importante, há os livros, pioneiros em um entretenimento imersivo e desacelerado, que resistem mesmo com a urgência que o mundo nos impõe.


Quais são seus caminhos para entrar em conexão consigo mesmo e esquecer o mundo lá fora? Para Fernanda Lima, representante do episódio de Mente, da quinta temporada do Podcast Plenae, é no Yoga que ela se encontra. Mas, para você, pode ser nas vias do entretenimento. Busque colocar em prática uma das dicas dadas nessa matéria e aproveite esse tempo consigo mesmo!

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Coloque em prática

Como o perdão pode trazer benefícios para sua vida

Desculpar ou desculpar-se com alguém pode ser benéfico não só para suas relações, mas também para sua saúde.

14 de Maio de 2020


Quem nunca passou por uma situação delicada e até constrangedora onde teve que pedir desculpas? E quem nunca pensou que ouvir um pedido de desculpas específico faria a situação toda mudar? A palavra perdão tem origem no Latim perdonare , onde o per - significaria “total, completo”, e o donare , “dar, entregar, doar”. Logo, perdoar é se entregar, doar completamente. E é por isso que pode ser tarefa tão difícil. Em sua palestra para centenas de pessoas em formato Ted Talks , a pesquisadora em direito Rianne Letschert discorreu sobre o poder do perdão através dos tempos, tanto em caráter individual, quanto em contextos macro - como o perdão de guerra, por exemplo. Por que ele nos é tão vital, e por que é tão difícil de pedir quando fomos nós que erramos? Para ela, a dificuldade mora justamente em se colocar na posição de vulnerabilidade e, dependendo do caso, uma vulnerabilidade até mesmo legal. Assumir a posição de quem se desculpa, é também assumir a posição de quem esteve do lado errado da história em algum momento. Assim como assumir a posição de quem concede o perdão, é revelar que um dia esse indivíduo foi lesionado e machucado de alguma forma. Mas há o outro lado também. Quando você pede perdão, você assume uma posição também da indulgência, e se torna capaz de desenvolver mais empatia nos próximos episódios de sua vida, melhorar a expressão dos seus sentimentos e até tender à positividade. Perdoar alguém também pode te modificar de alguma forma. “O perdoar é uma das emoções positivas que permitem que a gente construa um cardápio de emoções ou de atos e pensamentos positivos, ampliando essa gama” explica o neurologista especialista em cognição, Fabiano Moulin. “O aumento dessa gama de sentimentos bons possibilitam um equilíbrio importante para nosso corpo, tanto à curto prazo para que eu seja mais feliz, quanto à longo prazo, para que eu evite doenças de natureza vascular ou inflamatórias”. E quais doenças são essas? Infartos, AVCs e até doenças como a depressão e a ansiedade. “O que a gente chama de saúde mental é essa flexibilidade que a nossa mente tem, é a nossa competência e capacidade de permear e de usar com parcimônia as várias emoções que sentimos” explica Fabiano. “Saúde mental é dançar conforme a dança, sem escolher a música, e sem forçar os passos. Sentimentos positivos, como a gratidão e o perdão, funcionam como uma proteção em momentos ruins, pois desencadeiam no nosso cérebro toda a gama de outras sensações positivas que somos capazes de sentir, assim, não ficamos focados somente na negatividade” conclui. Para ele, nosso cérebro é espontaneamente programado para reagir com mais intensidade e rapidez à sentimentos negativos. Portanto, desencadear o oposto demanda prática e treino diário. Essa prática consiste em uma série de novos posicionamentos diante da vida, como se manter positivo e grato, pedir perdão e perdoar, etc. Por trás de todo ressentimento e desapontamento, há um enorme fardo físico. Sentir rancor pode afetar atividades fisiológicas, causando tensão dos músculos da face, aumento nos batimentos cardíacos e pressão arterial, além de sudorese e sensação de perda de controle, de acordo com o site WebMD. Até mesmo nosso sistema imunológico pode ser agraciado positivamente com a prática, segundo esse estudo conduzido por pesquisadores do Centro Médico da Universidade Duke. Além disso, praticar o ato das desculpas com o outro, seja pedindo ou concedendo, também é praticar o ato do auto perdão. Pesquisadores da Universidade Baylor publicaram um estudo no Journal of Positive Psychology onde eles descobriram que, quem pede perdão, tem mais chances de perdoar a si mesmo. Isso porque a pessoa para de achar que, para ser desculpada, ela precisa se sentir mal. Descobrir esse outro lado da moeda nos deixa livre para seguir perdoando, pedindo perdão, sem que haja uma sensação generalizada de culpa e angústia. Há ainda muitos outros benefícios de se perdoar e pedir perdão, tanto para sua saúde como para suas relações. E o melhor é que, além de trazer benefícios positivos, a prática pode ser praticada diariamente em sua rotina, a qualquer hora e qualquer lugar. Que tal começar ainda hoje a colocar em ação? Peça desculpas. Desculpe o próximo. E tenha assim uma vida mais plena, longa e satisfatória.

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