Para Inspirar

Por que você deveria cuidar da sua saúde bucal?

A boca é a porta de entrada do nosso corpo e a saúde dela influencia em nossa saúde geral mais do que você pode imaginar

4 de Julho de 2024


Em 1947, há tantos anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu de vez o que é saúde segundo sua concepção: “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. Sendo assim, falar de saúde não é só falar de cura, mas do que vem antes também - e é aí que entra a saúde bucal.

Essencial para o bem-estar geral do nosso corpo, cuidar da nossa boca - a porta de entrada para nosso organismo - tem um impacto significativo na qualidade de vida. E isso não é sobre os dentes: cuidar da gengivas, língua, o céu da boca e até o comecinho da garganta pode prevenir problemas sérios. Ainda segundo a OMS, na maioria das vezes as doenças orais são evitáveis. Mesmo assim, elas afetam cerca de 3,5 bilhões de pessoas no mundo.

A seguir, vamos te contar como esse cuidado pode te ajudar!

Prevenção de doenças bucais

O primeiro motivo é óbvio: cuidar da sua saúde bucal evita doenças bucais que podem trazer muita dor, desconforto e complicações. Isso vai desde uma simples cárie, oriunda de placas bacterianas acumuladas por higienização inadequada, até as doenças periodontais, que são infecções graves que afetam as gengivas e os ossos que suportam os dentes.

Há ainda um fator indissociável nesse tópico: a autoestima. Não cuidar da boca pode afetar o seu hálito, já que a limpeza regular remove resíduos alimentares e bactérias que causam halitose. E claro, pode afetar esteticamente o seu sorriso, que é o seu cartão de visitas, ou seja, a sua apresentação para o mundo. 

Saúde sistêmica

Há uma conexão Boca-Corpo muito importante que afeta nossa saúde de forma geral. Infecções orais podem contribuir para doenças cardíacas até infecções respiratórias. Para se ter uma ideia, Inflamações crônicas das gengivas têm sido associadas a doenças como artrite reumatoide e problemas cardiovasculares, ou seja, problemas a longo prazo e que exigem cuidados para sempre.

Como explicou esse artigo do Estadão, na nossa boca vivem mais de 700 espécies de bactérias, além de fungos e vírus. Quando não higienizamos a região corretamente, ocorrem alterações nessa microbiota, o que pode impactar não somente na saúde da boca, mas também na do coração – e a endocardite bacteriana - uma infecção grave no endotélio (estruturas internas dos vasos) - é uma das possíveis consequências, por exemplo.

Até mesmo a diabetes pode trazer consequências para a saúde bucal e vice-versa. O diabético costuma ter mais glicose acumulada no sangue pelo fato de seu pâncreas não conseguir metabolizar esse açúcar tão rapidamente quanto os outros. Isso aumenta a inflamação ao redor dos dentes, que pode gerar mais sangramento durante a escovação, por exemplo, ou até mesmo durante a alimentação. 

Por outro lado, essa inflamação e as bactérias por ela liberadas entram na circulação sanguínea e dificultam o controle tão minucioso que a diabetes exige. É por isso, uma pessoa com diabetes tem mais probabilidade de desenvolver problemas periodontais.

Qualidade de vida

Sem a manutenção da saúde bucal, funções básicas como mastigação, fala e deglutição são afetadas. Além disso, dentes saudáveis são essenciais para uma dieta equilibrada, e o contrário disso pode afetar a capacidade de comer alimentos variados, levando a deficiências nutricionais.

Na infância, isso é ainda mais urgente, quando o corpo está em crescimento e necessita de todos os macro e micronutrientes em abundância. Mais do que isso, é nessa etapa que o indivíduo aprende os bons hábitos, todos eles, e a disciplina em geral. Ensinar e promover hábitos de higiene bucal desde cedo estabelece uma base para a saúde ao longo da vida. Por fim, esse cuidado é crucial para o desenvolvimento dos dentes permanentes, crescimento facial e o desenvolvimento da fala.

No bolso

Prevenir problemas dentários é também mais do que só prevenir dores e desconfortos, mas também o preço que custa lidar com os tratamentos posteriores para as infecções, que podem ser complexos e caros, como canais ou extrações. Essas mesmas infecções podem ainda afetar a sua produtividade no trabalho ou a do seu filho na escola, como qualquer questão de saúde - e sabemos que essas faltas trazem problemas de outras naturezas. 

O que fazer? 

Não há muito segredo na rotina de cuidados para uma boa saúde bucal. O trio escova, pasta e fio dental, por exemplo, são velhos (e fundamentais) conhecidos mas que, por vezes, ainda são negligenciados. De que forma? A falta de trocar a sua escova, idealmente substituída a cada 4 meses, ou até mesmo o seu armazenamento correto: com uma capinha que proteja as cerdas, mas possua furos para deixar que ela respire. 

O uso diário do fio dental, essa talvez a negligência mais comum. A escolha de pastas de dente ao acaso, quando essa prática merece mais atenção - e é preciso que sempre haja flúor nela. Até mesmo a quantidade: coloque somente o tamanho de uma ervilha, mais do que isso é exagero, pode causar excesso de espuma e fazer com que você interrompa a escovação antes do tempo. 

Essa escovação, que deve acontecer pelo menos três vezes ao dia, precisa ter movimentos rítmicos e curtos, para frente e para trás ao longo dos dentes e da margem gengival e na superfície de cada dente, como explica esse artigo da marca de pasta de dente Colgate. A duração ideal é de, no mínimo, dois minutos, dedicando 30 segundos para cada quadrante da arcada dentária.

Os bons hábitos de sempre cabem aqui, com destaque para evitar o tabagismo, que aumenta consideravelmente o risco de doenças gengivais e câncer oral, além de uma alimentação saudável, sem excesso de açúcares que contribuem para o surgimento de cáries. 

Por fim, consultas regulares e periódicas ao dentista para fazer a limpeza dos dentes e avaliação profissional ajudam a identificar e tratar problemas de forma precoce, evitando que evolua para algo mais grave. Olhar para o seu corpo é olhar de verdade para tudo que o compõe. Não se esqueça do sorriso, sua porta de entrada!

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Aprender para viver bem

O que a humanidade alcançou em conjunto é extraordinário. O que nos traz à pergunta: dentro de um planeta com tantas espécies, como foi que nós, seres humanos, chegamos tão longe?

23 de Abril de 2018


A neurocientista brasileira, com trabalho reconhecido mundialmente, assumiu o palco para falar sobre o funcionamento do cérebro humano. Em uma palestra dinâmica, repleta de curiosidades e vídeos bacanas, Suzana usou a ciência para emocionar e nos fez terminar o dia com um sentimento bom sobre nosso papel como humanos na Terra e em nossas próprias vidas.

BIOLOGICAMENTE, O QUE NOS TORNA TÃO ESPECIAIS?


Nós, humanos, somos responsáveis pela criação de tantas e tantas coisas que até nos acostumamos com elas. Encaramos nossas conquistas aqui no planeta como se fossem parte natural dele. Raras vezes – ou nunca – paramos para ver que quase tudo que há ao nosso redor é resultado do trabalho da teimosa, criativa e inquieta espécie humana.

Paredes, fios elétricos, arquitetura, sistemas complexos, a própria linguagem. Basta olhar ao redor. O que a humanidade alcançou em conjunto é extraordinário. O que nos traz à pergunta: dentro de um planeta com tantas espécies, como foi que nós, seres humanos, chegamos tão longe? Se somos apenas primatas, mais um animal no mundo, como foi que, cientificamente falando, conquistamos essa capacidade?

Simplificar esse raciocínio é tentador. Queremos logo imaginar que foi só uma questão decidida pela evolução. Nós, humanos, somos o ápice da evolução no planeta e ponto. Mas, na realidade, a resposta é um pouco mais complexa – e maravilhosamente curiosa – que isso.


Por muito tempo, os cientistas imaginavam que nossa diferença em relação aos outros animais se devia a algumas capacidades que acreditávamos ser só nossas, como o conceito de grandezas numéricas, o reconhecimento de padrões abstratos, o uso de símbolos como linguagem, a utilização e criação de ferramentas, a empatia e a capacidade de mentir e ludibriar.

Só que quanto mais se começou a estudar todas essas propriedades, mais se descobriu que humanos não eram os únicos aqui na Terra a possuí-las. Algumas espécies de aves, outros primatas e até ratos também possuem algumas dessas habilidades que achávamos tão humanas.

Se não temos mais esta tal exclusividade, como foi então que chegamos aqui? Os últimos estudos sobre o assunto, que envolvem pesquisas mais aprofundadas sobre o cérebro, nos mostraram que não precisamos mais pensar em termos de exclusividade, mas sim começar a nos entender através do todo, ou da combinação de dois elementos: capacidade biológica e capacidade de aprendizado.

Nossa biologia, somada à nossa capacidade de aprender e transmitir conhecimento de maneira organizada foram os dois elementos que, combinados, nos ajudaram a chegar até aqui.

CAPACIDADE BIOLÓGICA E O QUE NOSSOS NEURÔNIOS TÊM A VER COM NOSSA COZINHA


Durante muitos anos, o consenso era de que espécies cujo cérebro tinham um tamanho parecido possuíam obrigatoriamente a mesma quantidade de neurônios entre si. Porém, fomos descobrindo que em espécies mais complexas, como os primatas, a evolução aconteceu de maneira tal que a quantidade de neurônios aumentou, enquanto o tamanho do cérebro se manteve o mesmo. Isso quer dizer que não era mais o tamanho do cérebro que ditava a evolução e sim sua capacidade.

Trocando em miúdos, o que biologicamente nos distingue de todos os outros animais é o número de neurônios que temos em nosso córtex cerebral – justamente a parte de cima do cérebro, que permite que a nossa vida seja muito mais que simplesmente detectar estímulos e responder a eles.

É ali que reside a capacidade do autoconhecimento, de olhar para nós mesmos, pensar no que queremos alcançar e no porquê queremos alcançar. Resolvido: nós, seres humanos, temos o maior número de neurônios dentre todas as espécies da natureza. Claro, isso ainda não responde a questão primordial: por que nós?

Algumas pesquisas com outros primatas nos ajudam a começar a esclarecer essa questão. O que se descobriu foi que durante os milhares de anos de evolução, os outros primatas não conseguiram alcançar um cérebro mais complexo simplesmente por uma questão física: eles chegaram ao limite do que um organismo consegue sustentar em termos de energia e metabolismo.

Resumindo bastante, manter bilhões de neurônios trabalhando gasta muita caloria! Só para dar um exemplo, para conseguir manter funcionando no máximo 53 bilhões de neurônios em um corpo franzino de 25 kg, um primata com um organismo construído para a alimentação com a qual ele se sustenta normalmente deveria passar 8 horas por dia comendo.

Para ter um corpo maior que 25 kg, esse primata teria que abrir mão de neurônios, ou então passar o dia comendo, o que tornaria a sobrevivência, digamos, um tanto quanto inviável. Ao que tudo indica, o que mudou nossa história evolutiva foi o desenvolvimento de um hábito aparentemente simples: começar a cozinhar os alimentos.

Afinal, cozinhar nada mais é que pré-digerir a comida, o que facilitou nossa apropriação de calorias ao longo dos milhares de anos – com isso, nos tornamos capazes de aproveitar mais calorias em menos tempo. Ou seja, não podemos menosprezar o papel da cozinha na definição da biologia da nossa espécie.

Esta mudança de paradigma nos levou à cultura da agricultura, à civilização com divisões de tarefas, ao mercado, à invenção da eletricidade... e aos dias de hoje, em que um simples lanchinho esquentado no micro-ondas pode garantir muito mais que as calorias de que precisamos para sobreviver. Mas isso é assunto para outra conversa.

CAPACIDADE DE APRENDIZADO E O PODER DE NUNCA DEIXAR DE ABSORVER COISAS NOVAS


Agora que entendemos um pouco mais sobre nosso cérebro, fica mais fácil entender que de fato a biologia nos tornou diferentes. Mas vai além disso. Nosso cérebro, biologicamente, é o mesmo há milhares de anos. Como foi que conseguimos evoluir da carne assada na fogueira para os grandes avanços tecnológicos que vivemos hoje?

Graças à nossa capacidade de organizar processos e sistematizar o conhecimento. De desenvolver nossas próprias capacidades e transformá-las em habilidades. E esse crescimento vem acontecendo de forma exponencial, já que mais tecnologia nos dá mais tempo disponível para pensar em mais tecnologias – e assim sucessivamente, como um ciclo.

Dessa maneira, conseguimos cada vez mais nos dedicar à nossa capacidade de aprendizado, investigando sistematicamente nosso mundo, aplicando as tecnologias que criamos e passando tudo isso adiante. Nosso cérebro é muito mais que um córtex avantajado repleto de neurônios: temos, sim, essa facilidade biológica, mas temos também o poder de esculpir os neurônios que recebemos.

Quando nascemos, chegamos ao mundo com um excesso de sinapses. Somos como um bloco de mármore apto para quase tudo, mas bom para quase nada. E é com o aprendizado que vamos esculpindo esse bloco. Com o tempo, nosso cérebro mantém as conexões e neurônios que funcionam e arranca fora as conexões que não interessam.

O aprendizado nada mais é que esse processo de conexões mantidas e conexões removidas. E é a maneira como esculpimos nossos “blocos de mármore” que faz de cada um de nós indivíduos únicos. Durante toda a vida aprendemos, num eterno sistema de tentativa e erro. E nosso cérebro tem um mecanismo feito para isso: quando uma tentativa dá certo, ele nos premia com a sensação de prazer.

A partir dela, o caminho que fizemos para acertar é fortalecido e se torna cada vez mais fácil chegar nele novamente, neurologicamente falando. O fascinante é que esse sistema não funciona só quando somos bebês pequeninos aprendendo como funciona a vida. Funciona a vida inteira, o tempo todo, para tudo o que aprendemos, das tarefas mais simples às equações mais complexas.

Para aprender, é preciso ter a oportunidade de aprender. Essas oportunidades podem ser recebidas dos outros (como de pais e amigos que nos incentivam, por exemplo) ou dadas a nós mesmos. Este último caminho acontece somente quando nos damos conta do que realmente queremos para nós e nos permitimos conhecer as alternativas que a vida oferece para que sigamos aprendendo.

Depois de adultos, nossa capacidade de aprender está em nossas mãos. E vai além do aprendizado das ciências exatas ou humanas, de banco de escola. Tudo pode nos ensinar. Uma experiência, seja ela boa ou ruim, é um imenso aprendizado. O que nós fazemos com ele é que nos vai ajudar a continuar evoluindo, como pessoas, como espécie. O que faz nossa vantagem sobre as outras espécies na Terra realmente valer a pena é o poder de sermos capazes de mudar nossa vida para melhor.

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