O verão está chegando e, com ele, as férias escolares e o acúmulo de um ano inteiro de muito trabalho. Quem não quer sair de viagem para recarregar as baterias e descansar, não é mesmo?
17 de Novembro de 2022
Para Inspirar
De acordo com um novo estudo, as ligações entre os tipos de personalidade estão associadas a uma maior satisfação com a vida e persistem ao longo da vida.
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O que é capaz de trazer satisfação para a vida? Essa é uma pergunta sem resposta exata, afinal, trata-se de um questionamento individual. Mas há como medir, por exemplo, o bem-estar subjetivo de um povo, conceito que te explicamos melhor por aqui.
A métrica, amplamente estudada por pesquisadores da área de psicologia, pode explicar porque bem-estar e felicidade são compreendidos de forma diferente pelas pessoas. A verdade é que, desde os tempos mais remotos da história e da filosofia, a felicidade tem sido o tema central de diversos escritos, algo prioritário a se buscar na vida. Ter um propósito, como te contamos aqui, pode ser um bom caminho.
Mas agora, um estudo recente explora pela primeira vez se há mesmo certos tipos de personalidade que estão mais intimamente associados à satisfação na vida do que outros e se essas associações estão ligadas a fases específicas da vida ou se são verdadeiras em todas as idades.
O estudo, publicado no Journal of Personality and Social Psychology da American Psychological Association e replicado neste artigo da Medical News Today, é baseado no modelo de personalidade do que eles chamam “Cinco Grandes”, empregado por alguns psicólogos para descrever muitos comportamentos humanos. Mas vamos te contar melhor a seguir!
Em inglês “Big Five”, as “Cinco Grandes” são características agrupadas por cientistas, traços amplos de personalidade que caracterizam como uma pessoa pensa, sente e se comporta. Vale dizer que alguns psicólogos usam nomes ligeiramente diferentes para os traços que te contaremos a seguir.
Também é importante observar que nenhuma personalidade pode ser descrita exclusivamente por qualquer tipo, já que são descritos por suas expressões mais extremas, e a maioria das pessoas não possui só um deles, mas sim uma combinação. São elas:
Abertura: essa é uma característica presente em uma pessoa que está aberta a novas experiências. Quando ela é muito aberta, pode se tornar excêntrica. Do contrário, alguém inflexível e tem a mente fechada.
Conscienciosidade: apesar do “palavrão”, ela descreve um workaholic perfeccionista e motivado com alta consciência. Seu oposto seria uma pessoa irresponsável ou distraída.
Extroversão: essa já é mais conhecida e descreve uma pessoa social que também pode buscar excitação e atenção. Com falta de extroversão, a pessoa é retraída ou pode ser fria com os outros.
Amabilidade: descreve pessoas que desejam se dar bem, talvez altruístas em suas tentativas de fazê-lo e um tanto submissos e crédulos. Sua ausência pode acarretar manipulação, indiferença ou suspeita.
Neuroticismo: essa última descreve pessoas inseguras, excessivamente emocionais e talvez indefesas. Baixos níveis de neuroticismo estão associados ao destemor e à falta de vergonha.
Por fim, os pesquisadores ainda ressaltam que o equilíbrio e estabilidade emocional se dá quando uma pessoa não é nem altamente neurótica e nem pouco neurótica.
Falamos por aqui algumas vezes sobre gratidão. Há o lado extremamente positivo na prática, tão positivo que foi, com o tempo, sendo banalizado em discursos vazios para as redes sociais por pessoas que não verdadeiramente a praticam - o que afastou os demais de colocar esse sentimento em sua rotina.
O que já sabemos é que a gratidão é um belo exemplo de que seus atos podem sim trazer mais satisfação com a vida. Afinal, se você treinar o seu olhar para enxergar as coisas belas do cotidiano e ainda tirar um tempo para agradecer mesmo pelo simples, você estará mais propenso a ser feliz.
Mas, para além das atitudes, o que os pesquisadores buscam entender agora é se a sua personalidade, aquela que nasceu com você e é inerente à sua existência, pode também te deixar mais propenso a ser feliz. E a conclusão é de que sim, as características que citamos no tópico anterior favorecem para que o sujeito que as possui seja mais feliz.
É claro que mudamos com o tempo e isso é na verdade bastante positivo na busca pela nossa melhor versão. Nossas personalidades não são fixas, mas a hereditariedade provavelmente desempenha um papel grande nisso tudo, algo em torno de cerca de 50% - mas há muita controvérsia em torno dessas estimativas, segundo Dr. Adam Feltz, ao Medical News Today.
O que sabemos é que há em nós alguns traços que carregamos por toda a vida, desde o nascimento, e é nesses traços que os cientistas estão de olho. Este estudo foi o primeiro a cravar que sim, os “Cinco Grandes” mencionados no tópico anterior estão mais ligados à satisfação ao longo da vida a longo prazo.
Além disso, foi o primeiro estudo a examinar a interação entre duas coisas que mudam à medida que as pessoas passam pelas diferentes fases da vida: o ambiente em que funcionam e as suas personalidades. Por exemplo, uma pessoa extrovertida pode aproveitar a vida durante a juventude, à medida que conhece novas pessoas e expande seus horizontes sociais.
Porém, antes não se sabia como essas mesmas pessoas se sentiam mais tarde na vida, quando os seus relacionamentos já foram amplamente estabelecidos e os padrões de atividade definidos. Dr. Feltz acrescentou que os dados sugerem que a personalidade é relativamente estável na primeira infância, tende a sofrer mudanças significativas durante a adolescência e depois se estabiliza novamente na idade adulta.
Mesmo assim, “as pessoas, em média, tendem a se tornar mais agradáveis com a idade. Através do trabalho em habilidades organizacionais, sendo mais abertos, mais amigáveis e extrovertidos, podemos aumentar nossa felicidade em diferentes áreas de nossa vida ao longo do tempo”, disse. Essa foi a segunda conclusão do estudo: a relação entre traços de personalidade e satisfação fica um pouco mais forte com a idade.
Feltz advertiu que é difícil encontrar ligações causais entre estabilidade emocional e satisfação. Ainda assim, ele diz que há algumas evidências de que aqueles que têm baixa estabilidade emocional ganham menos dinheiro ao longo da vida, o que pode contribuir para um baixo bem-estar subjetivo, aquele te falamos lá no comecinho.
Ele ainda acrescentou que essa baixa estabilidade emocional também pode prever uma saúde mental mais baixa na idade adulta e uma reatividade excessiva mais desafiadora aos estressores. Isso, consequentemente, também pode afetar os níveis de satisfação.
Por outro lado, há caminhos possíveis para atingir essa estabilidade emocional: sermos confiantes e confiáveis, previsíveis, termos uma boa atitude quando surgem desafios, não perdermos tanto tempo quando estamos numa crise e não deixarmos a neurose tomar conta de nossas atitudes: tudo isso te trará benefícios pois fará com que as pessoas queiram estar ao seu redor.
É possível modificar alguns traços de sua personalidade para tornar os seus dias melhores. Que tal colocar esse desafio como meta e focar nos “Big Five”? Você verá as mudanças no seu dia a dia!
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