Entrevista com

Maria Yasmin Marinho Lodi

Criadora de conteúdo

Os benefícios de sair sozinha e como começar esse processo

Conversamos com Maria Yasmin Marinho Lodi, criadora de conteúdo e dona da página @vaisozinhamesmo para falar sobre a magia de “ir sozinha mesmo”

21 de Junho de 2024



Para algumas pessoas, sair sozinho pode parecer algo impraticável, impensável ou até mesmo sem sentido. Para outras, a experiência só aconteceria se as circunstâncias obrigassem a ser dessa forma. No caso de Maria Yasmin, de 26 anos, foi exatamente o segundo cenário que a fez enfrentar um festival de músicas sozinha. Sua amiga, que seria sua companhia naquele dia, desistiu de última hora, quando Yasmin já estava no carro, a caminho do show favorito de sua banda. 

Foi quando ela pensou: quer saber? Vou sozinha mesmo! E foi. E gravou. E viralizou. E sua vida começou a mudar. Não só pelo alcance dos seus números, que do dia para a noite atingiram muito sucesso, mas pela sua própria forma de olhar a vida. Por que deixar de ir só por não ter ninguém? Por que não aprender a curtir minha própria companhia? 

O resto é história! Hoje sua conta no Instagram já reúne mais de 260 mil seguidores que acompanham suas aventuras e suas dicas de passeios em sua cidade, São Paulo. Conversamos com ela para te inspirar a “ir sozinha mesmo” e ver os benefícios da prática que pode começar de forma bastante simples! Leia mais a seguir. 

Por que você começou essa jornada de sair sozinha?

Eu comecei a sair mais sozinha depois que a pandemia acabou, quando as coisas começaram a voltar ao normal. Eu sempre emendei um namoro no outro, e calhou que meu último relacionamento terminou quando a pandemia começou. Então foi um momento bom pra mim, pra eu me descobrir, entender o que eu gosto, fazer as coisas mais por mim.

Bem no comecinho dessa retomada, aconteceu a primeira edição de um festival chamado Turá, no parque do Ibirapuera. E eu tinha combinado com uma amiga minha da gente ir juntas, a gente tinha comprado esse ingresso há muito tempo, no meio da pandemia e eu estava super animada. No caminho, já no táxi chegando, ela me avisou que não poderia ir mais. Aí eu pensei “puts, eu quero muito ver a minha banda favorita, quero muito viver esse momento, então eu vou sozinha mesmo e é isso”. 

Você já tinha tido essa experiência? Como foi?

Eu nunca tinha feito nada tão grande assim sozinha, sabe. Já tinha ido na padaria tomar um café sozinha, mas nunca em um festival. Aí eu fui e curti muito, foi muito gostosa a experiência, foi maravilhoso ver a minha banda favorita no meu ritmo, eu podia ficar lá na frente ou atrás, andar pra qualquer lugar, ficar em fila de ativação sem me preocupar com ninguém, comer o que eu queria. 

Eu gravei algumas coisas lá e postei na minha conta do Tiktok um vídeo bem curtinho, acordei no dia seguinte e o vídeo tinha viralizado. Aí na mesma semana eu criei uma conta no Instagram, a @vaisozinhamesmo e aí comecei a cada vez mais explorar isso de sair sozinha, conheci lugares incríveis em SP e estou seguindo isso até hoje.

Quais são os prazeres e benefícios envolvidos nessa prática?

Acho que um grande prazer de sair sozinha é descobrir coisas que você nem imaginava, como hobbies que você tem e não sabia, lugares diferentes em São Paulo ou na cidade que você estiver, descobrir drinks diferentes que você gosta de tomar, pratos diferentes que você não sabia que você iria gostar.

Essas descobertas e o autoconhecimento são muito bons, esse empoderamento mesmo como eu gosto de falar, entender que você pode ser uma ótima companhia para si mesmo e não depende de mais ninguém. E também conhecer lugares novos, se soltar e sair um pouco da sua bolha, acho muito importante a gente se sentir confortável com nós mesmas. 

Quando a gente se conhece o suficiente pra saber o que a gente gosta ou não, a gente consegue até selecionar melhor as nossas amizades, as pessoas que a gente quer ao nosso redor, as energias que quer absorver. Então acho que só tem benefícios, eu sou suspeita pra falar, mas eu gosto muito desse movimento, é realmente um momento você com você mesma pra você se conectar com esse eu.

Para quem não tem o costume, por onde começar? O que é mais fácil de fazer sozinho?

Eu sempre indico que, se você ainda está meio apreensivo, faça um date com você na sua casa. Assiste uma série que você sempre quis ver, pede uma comida de um delivery super gostoso, realmente coloca intenção naquele momento, não fique se distraindo com celular, é um date mesmo, independente se for no sofá da sua casa. 

Vai ser maravilhoso tanto quanto, isso é solitude assim como sair em um bar sozinha também é. A próxima etapa é ir em um restaurante de um shopping, porque se você se sentir um pouco entediado ou deslocado, você pode pagar as contas e ir dar uma volta. Eu gosto muito dessa dica porque é uma atividade que você se mantém entretida. 

Gosto também de começar pelos cafés, você pode juntar o home office e ir em um café que você já conhece, perto da sua casa, que você já esteja mais familiarizada, e depois explorando outros. Mas acho que mais fácil de fazer sozinho é muito relativo.

Por que?

Pra mim é muito fácil ir em bares sozinha porque eu adoro, é a atividade que eu mais gosto de fazer, principalmente os que acabaram de abrir. Eu gosto muito, fico animada, pesquiso novos lugares pra ir. Então é um pouco relativo porque vai do que a pessoa mais gosta e até pra isso é preciso se conhecer.

Talvez pra outra pessoa pode ser mais fácil ir em um cinema, por exemplo, porque vai estar escurinho, ninguém vai ficar te olhando ali ou você não vai ter a sensação de que alguém está te olhando. Porque também tem isso né, as pessoas não estão te olhando, elas estão vivendo a vida delas ali no mundinho delas, então pode ser um vai sozinha mesmo mais fácil pra começar. 

Como é o retorno e o perfil de seus seguidores? 

Na verdade, 80% do meu público é feminino e é aquilo: elas encontram minha página em momentos muito estratégicos. Muitas acabaram de terminar um relacionamento longo e estão querendo se encontrar, fazer coisas diferentes, se conhecer mais e viver esses momentos de solitude. 

Também recebo várias mensagens de mulheres falando “nossa, por incentivo seu, eu fiz a minha primeira viagem sozinha e foi uma experiência maravilhosa, quero fazer isso todo ano, etc”. Me pedem muita dica de como começar, eu sempre dou essas dicas que te falei. E tem dado muito certo, o feedback tem sido maravilhoso, todo mundo gosta do conteúdo e é gostoso falar de uma coisa que faz bem pra todo mundo, principalmente pras mulheres.

E em relação a ser mulher: você sente algum estranhamento na abordagem em bares, por exemplo, quando te veem sozinha?

Sim, eu não sei o que acontece, quando uma mulher senta em um bar sozinha, parece que os homens olham pra isso e encaram como um convite, quando na verdade a gente só quer muitas vezes ficar sozinha curtindo nossa própria companhia, sem ter que ficar conversando com ninguém, isso já aconteceu comigo.

Eu sei que todo o mundo ensina nós, mulheres, a sermos sempre doce e não retrucar, mas se a pessoa não entende de cara quando você diz que veio pra curtir sozinha ou que tá esperando um amigo, por exemplo, é preciso ser mais incisiva e até mais grosseira, mesmo que pareça muito difícil. 

O mais legal é que hoje em dia a maioria dos bares tem um treinamento específico, promovido pela lei “Não se cale”, que ensina toda a equipe a identificar qualquer situação de vulnerabilidade que possa estar ocorrendo. Já vi inclusive eles atuarem em situações, eles são obrigados a te ajudar, seja te levando no seu carro pra você ir embora, seja chamando a polícia. Isso dá um pouco mais de tranquilidade para quem sai sozinha.

Compartilhar:


#PlenaeApresenta: Camila Gomes e a fé como ofício

O Plenae Apresenta a história de espiritualidade sem bandeiras de Camila Gomes, representante do pilar Espírito.

13 de Dezembro de 2024



Quando a fé, em sua forma mais genuína, apareceu em sua vida? Na de Camila Gomes, representante do pilar Espírito, foi na mais tenra infância. “Desde pequena, eu já era benzedeira sem saber. Eu me lembro de estar na fila de um banco e ver uma criança chorando. Eu não conseguia ignorar aquela situação e fiquei pensando o que eu podia fazer. Daí eu fechei os meus olhinhos e rezei. A criança foi se acalmando e eu fui me acalmando também. Eu devia ter uns 7 anos”, relembra.

No terceiro episódio da décima oitava temporada do Podcast Plenae, mergulharemos na história dessa jovem benzedeira que depois de explorar tantos dogmas diferentes, encontrou nas rezas o seu verdadeiro ofício. A oralidade de sua espiritualidade sempre foi presente em sua vida, de forma espontânea, mas foram preciso alguns anos para ela entender o que fazer com essa prática. 

“A reza nunca foi só uma repetição de palavras pra mim. Eu tenho uma memória de estar sozinha no meu quarto, fazer uma oração e chorar por sentir uma paz profunda. Minha avó paterna, muito católica, me explicou que esse bem-estar que eu sentia era a presença do Divino Espírito Santo. Pra mim sempre foi muito simples: se eu tinha algum problema, era só rezar que melhorava. Só mais tarde eu descobri que não funcionava assim pra todo mundo”, conta.

Católica de criação, sonhava em celebrar uma missa e descobriu ainda bem pequena que esse era um trabalho masculino, reservado apenas aos padres. Na adolescência, se desconectou do catolicismo por vários motivos. Sua próxima empreitada espiritual foi o kardecismo, influenciada por uma novela espírita de muito sucesso na época, mas a sua ligação com essa filosofia nunca foi tão forte e a saudade de uma celebração como a missa seguia dentro dela. 

“Mesmo sem um vínculo religioso, eu nunca deixei de rezar, até porque reza pra mim é tão automática quando escovar os dentes antes de dormir. A espiritualidade voltou com força depois de um problema de saúde, aos 22 anos. A essa altura, eu já estava na faculdade de psicologia e engravidei sem planejar. No quinto mês de gestação, eu senti uma dor nas costas violenta. Fui pro hospital e descobri que estava com pedra no rim”, diz.

A medicação só serviu para mascarar sintomas do que viria por aí: uma febre de quase 40 graus dias depois e o diagnóstico de pielonefrite, uma infeção grave no rim. A febre tinha secado 70% do líquido amniótico e o seu bebê estava em sofrimento fetal. Os médicos queriam inclusive induzir um aborto, mas ela não concordei. A saída foi tentar repor o líquido amniótico com um soro intravenoso, e muitos litros depois, seu rim direito parou de funcionar, causando um inchaço extremo. 


“Mesmo grávida, eu tive que fazer uma cirurgia pra colocar um cateter no rim. A operação deu certo, mas eu ainda passei quase três meses internada. Muitas rezas e médicos competentes salvaram a minha vida e a do meu filho. Mateus nasceu com 36 semanas de gestação e saudável”, conta.

Nos meses seguintes, o seu rim não voltou a normalidade como o esperado. Em meio a um término com o pai do seu filho e as dificuldades comuns de um puerpério, ela começou a ouvir vozes quando se sentia mal e chegou a pensar que sofria de esquizofrenia. Em um movimento de desespero, voltou a fazer o que fazia na infância em busca de conforto: rezou. 

“Menos de uma semana depois desse dia, numa reunião do estágio, eu peguei o elevador com uma colega que conhecia muito pouco. Eu não lembro porque eu comentei que tinha me separado e que estava morando com a minha mãe. Aí essa colega me falou assim: ‘Ah, então é você a morena de cabelo comprido que o Preto Velho mandou chamar’. Eu disse: ‘Hãn?’. Daí ela falou: ‘Não, é porque eu trabalho com cura aos finais de semana. A gente tem um grupo e tal…’. Quando ela falou a palavra ‘cura’, eu lembrei na hora da minha oração. E ela continuou: ‘O Preto Velho mandou chamar uma mulher de cabelo comprido do meu trabalho que ia se separar. É você’”, narra.

O mistério era gigante: essa colega pouco sabia de sua vida, mas ainda assim, Camila decidiu acreditar e pediu as informações para ir conhecer. Ao chegar lá, toda a ideia pré-concebida que ela tinha do ambiente se desfez. De cara, o médium falou com propriedade coisas que só habitavam no mais profundo dela, como se soubesse o que se passava na cabeça dela e de tudo que ela havia passado. 

“Ele disse que estava sendo forjada pela espiritualidade para trabalhar no espaço da saúde mental. Ele falou ainda que as vozes na minha cabeça eram, na verdade, mediunidade. Eu fiquei super emocionada. Eram coisas que quase ninguém sabia sobre a minha vida. O Preto Velho disse que eu devia frequentar aquela roda todo domingo. Falou que ele ia me ensinar a rezar e a mexer com as ervas, pra eu me curar. Depois que eu melhorasse, eu poderia ajudar outras pessoas a se curarem também. Segundo ele, o meu problema no rim não era físico. Era só o caminho que me levaria até a espiritualidade e ao meu propósito: servir o outro”, diz.

O resto é história, e uma história que vale muito a pena ser ouvida. Camila hoje se dedica à espiritualidade sem fincar bandeira em nenhuma religião que não seja apenas o amor e a cura. Prepare-se para se emocionar! Você encontra o episódio completo aqui em nosso site ou no Spotify. Aperte o play e inspire-se!

Compartilhar:


Inscreva-se na nossa Newsletter!

Inscreva-se na nossa Newsletter!


Seu encontro marcado todo mês com muito bem-estar e qualidade de vida!

Grau Plenae

Para empresas
Utilizamos cookies com base em nossos interesses legítimos, para melhorar o desempenho do site, analisar como você interage com ele, personalizar o conteúdo que você recebe e medir a eficácia de nossos anúncios. Caso queira saber mais sobre os cookies que utilizamos, por favor acesse nossa Política de Privacidade.
Quero Saber Mais