Para Inspirar
Apesar de parecidas, ambas resguardam diferenças cruciais para o entendimento de seus significados.
5 de Agosto de 2020
Paul Johannes Oskar Tillich foi um teólogo alemão e filósofo da religião. Dentre suas várias contribuições ao mundo da teologia e filosofia do século XX, destaca-se justamente o tema central que trataremos ao longo dessa matéria: solidão e solitude. Afinal, qual a diferença entre ambas?
Originária do latim, solitude pode ser descrita como “a glória em estar sozinho”. Isso implica em querer estar, em aproveitar esses momentos únicos consigo mesma. Solitude é, basicamente, escolher ser sozinho e ser feliz com essa escolha. É algo feito de forma deliberada, consentida e positiva. É, por exemplo, decidir viajar sozinho por um longo tempo, somente em companhia de si mesmo.
Ela é usada de forma poética na nossa linguagem. Segundo o psicanalista Felipe de Souza, autor de textos para o site Fãs da Psicanálise, “a solitude permite o tempo e o espaço e o silêncio para fazer o útil ou o belo. Também permite não fazer nada. Também permite desenvolver a espiritualidade, encontrar-se enquanto uma pessoa diferente dos demais e se aceitar como se é – independentemente da aprovação do outro.”
Portanto, ela é quase que um estado de silêncio meditativo, e nós já explicamos o quão poderoso pode ser estar quieto, tanto para seu corpo quanto para sua mente. Além disso, seguindo o raciocínio do psicanalista, a solitude pode ser um caminho poderoso para encontrar com a sua espiritualidade - que também revelamos morar dentro de si mesmo nesta matéria, basta querer encontrá-la.
Há quem goste de ficar sozinho, ou melhor, curtindo sua própria companhia - com explicamos anteriormente. Mas, e quando esse isolamento não é feito de forma voluntária? Isso sim pode ser muito nocivo à saúde.
Isso porque a solidão é considerado um estado - ser solitário. E ela não traz consigo a escolha, a liberdade em ser só, que a solitude carrega. Ela é algo imposto à um ser humano que não escolheu aquela situação, e pode ser também uma identificação psíquica daquele ser.
Para o neurologista Fabiano Moulin, o isolamento pode ser muito nocivo ao cérebro. “Prova disso é a de que, em diferentes nações no mundo inteiro, a solitária é o castigo máximo que pode ser aplicado dentro de uma prisão, porque ela exerce um efeito gigantesco sobre a nossa espécie” explica.
Outra grande diferença entre solidão e solitude mora em suas permanências. Isso porque a primeira é uma permanência, uma condição, enquanto a segunda é um estado passageiro e deliberado. A solitude só é válida quando se tem um outro alguém para contar - e essa é a grande diferença: o ser solitário não possui ninguém, enquanto o que goza da solitude sabe ter, mas prefere estar só.
O que pensam os cientistas
Considerada por estudiosos uma verdadeira epidemia do século, a solidão parece atingir com mais força os millennials, ou seja, aqueles que nasceram entre os anos 80 e os anos 2000. Hoje, com idades entre 20 e 40 anos, eles apresentaram um resultado dentro do chamado “Índice de Solidão” considerado elevado em pesquisa realizada nos Estados Unidos - mas não se sabe o porquê disso.
Não por coincidência, dentro dos 20 mil entrevistados, os que apresentaram menores índices de solidão eram também os que detinham hábitos mais saudáveis e uma rotina com mais qualidade de vida, como maior presença dos familiares em seus dias, menos sobrecarregados de estresse e maior presença de exercícios físicos no dia a dia.
A solidão pode ser tão nociva à saúde que, por ser considerada epidêmica, também já preocupa as autoridades quanto aos gastos com a saúde pública em decorrência de seus efeitos. Cientistas já concluíram que ela pode piorar o sistema imunológico, elevar os níveis de cortisol e com isso os níveis de estresse - o que também dificulta a perda de peso, por exemplo - e até problemas para dormir, que acarretam em diversos outros problemas para nosso corpo.
Na terra da rainha há até mesmo políticas públicas voltadas para fomentar a sociabilidade da população. A primeira-ministra britânica, Theresa May, criou um ministério dedicado a cuidar dos males que afligem a sociedade moderna - e a solidão está incluída nessa. Pensando nisso, uma ONG local criou a campanha “Be More Us”, com o slogan “ to end loneliness ”, em português, “para acabar com a solidão”. Confira um dos vídeos emocionantes criados por eles clicando aqui.
Em uma das enquetes promovidas por eles, o resultado revelou que 52% dos entrevistados gostariam de ter com quem conversar, 51% sentiam falta de ouvir risadas de alguém e 46% se queixavam de não receber um abraço. E é por isso que a entidade estimula que as pequenas conexões diárias, como interagir com seus vizinhos ou até mesmo acenar para estranhos, tornem-se um hábito.
Por outro lado, a solitude é uma prática encorajada por muitos especialistas. A Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional acredita que marcar um encontro consigo mesmo todos os dias, sem mais ninguém por perto, é extremamente benéfico para o indivíduo, e que isso ajuda-o a fortalecer seu autoconhecimento e sua autoconfiança. Há até um vídeo sobre o tema, gravado por eles.
Para Inspirar
O conceito é antigo, mas o significado ainda pode ser confuso. São sete chakras e cada um tem o seu objetivo. Vem entender mais sobre o assunto!
24 de Junho de 2022
“Isso desalinhou meus chakras”. Você já deve ter ouvido essa expressão, ainda que de brincadeira, ao longo da sua vida. Falar em desalinhamento de chakras na cultura popular é falar sobre algo que te estressou, te desbalanceou ou algo do tipo. Mas afinal, do que se trata esse conceito?
Vamos começar pelo começo, ou seja, pela etimologia desse termo. A palavra chakra vem do sânscrito, um grupo de línguas e dialetos antigos do Norte da Índia, e significa “roda”. Isso porque acredita-se que elas funcionam justamente assim, girando sem parar e funcionando como antenas, recebendo e emitindo sinais de energia vital em pontos específicos do nosso corpo.
Mas quem é que “acredita” nesse conceito? Milhares de pessoas, é claro. Mas ele vem principalmente de religiões orientais como o budismo e até o hinduísmo, que definem os chakras, de maneira objetiva, como sendo centros de energia que regem a nossa estabilidade física, intelectual, emocional e espiritual.
Segundo a revista Superinteressante, o registro mais antigo dos chakras é proveniente dos Vedas, as escrituras sagradas do hinduísmo, que surgiram no século 2 a.C. Apesar de tão antiga, ela só foi se popularizar bastante tempo depois, mas atingiu níveis de popularidade elevados, chegando até o mundo ocidental.
Para os hindus, os chakras se encontram e se fundem nas Nadis, os “caminhos invisíveis dentro do nosso organismo”. Eles funcionam como canais condutores, justamente por onde nossa energia vital irá circular. Cada um deles - e são sete principais, importante dizer - irá influenciar uma ou mais áreas específicas da nossa personalidade e saúde.
Para trabalhar no equilíbrio dos seus chakras, a chave é a meditação, assunto tão comentado aqui no Plenae e prática tão cheia de benefícios. Para Renata Rocha, última convidada da oitava temporada do Podcast Plenae e representante do pilar espírito, foi meditando que ela conseguiu se ajudar de diversas maneiras, fazendo futuramente da meditação o seu ofício.
Os sete chakras
Imagine um corpo sentado em posição de lótus, com as pernas uma sobre a outra e com a espinha completamente ereta. Os chakras cortam nosso corpo de maneira reta, e iremos começar a apresentá-los de baixo para cima, sendo o primeiro localizado próximo à pelve e o último localizado em nossa cabeça.
Muladhara Chakra
De cor vermelha, seu elemento é a terra e ele é responsável por buscar a energia ascendente da terra e levá-la para o nosso corpo e manter nossa vitalidade e nosso zelo pela vida. Quando desalinhado, causa sensação de insegurança constante.
SwadhistHana Chakra
Ele é representado pela cor laranja e pelo elemento água, Atua em nossos impulsos criativos e sexuais e, quando desalinhado, pode causar problemas de impotência ou doenças na bexiga.
Manipura Chakra
O representante do elemento fogo não poderia ter outra cor: amarelo. Esse chakra é a morada do seu ego. Quando muito energizado, pode torná-lo uma pessoa egocêntrica e narcisista, é preciso encontrar o equilíbrio para que sua autoestima não seja afetada. Ele também exerce uma função vital em sua personalidade e poder pessoal, como se encontra em bons líderes.
Anahata Chakra
Ah, o chakra do amor! Ele é representado pela cor rosa (ou verde) e pelo elemento éter - que é uma fusão de outros elementos juntos. Sua função é energizar todo nosso sangue e sistema cardiorrespiratório, e também ser o centro do amor e da sabedoria nas relações emocionais, trazendo um poder de compaixão elevado.
Vishuddha Chakra
Também representado pelo elemento éter, sua cor é a azul-celeste ou claro. No mapa anatômico dos chakras, ele fica localizado na frente da garganta e está ligado à tireoide. Ele é essencial para a sua capacidade de comunicação, podendo torná-lo mais gesticulado e expressivo. Quando em desequilíbrio, pode te fazer ser uma pessoa que “engole sapos”.
Ajna Chakra
Mais um representado pelo éter e pela cor azul, mas dessa vez, nos tons índigo ou até pela cor branca. Fisicamente, é ele que revitaliza o sistema nervoso, a visão, a capacidade de concentração e a intuição. Na tradição hinduísta, é conhecido como “o terceiro olho”, pois enxerga além do material. Quando desalinhado, pode causar dores de cabeça e pesadelos.
Sahasrara Chakra
O último e também o mais importante! Seu elemento é mais uma vez o éter, e sua cor é a violeta e branco-fluorescente ou dourado. Dentro das crenças orientais, seria ele quem realizaria a nossa ligação com a energia superior, ou seja, com o Universo. Para tê-lo equilibrado, é preciso que os outros seis também estejam em perfeito equilíbrio e sintonia. Por isso, ele é o mais difícil de se alcançar.
A terapeuta Amanda Schultz ensina, em seu canal que já conta com mais de 500 mil inscritos, 5 dicas básicas para te ajudar a realinhar seus chakras. A maioria das dicas são na verdade ensinamentos sobre os mantras específicos de cada um. Aperte o play para aprender uma vez só e usar o resto de sua vida!