Coloque em prática

Qual o melhor exercício físico para mim?

Mais do que se exercitar, é preciso criar uma verdadeira conexão com a atividade proposta para que haja frequência – sobretudo na terceira idade

7 de Novembro de 2020


Que o exercício físico faz bem, isso já estamos cansados de saber. Ele auxilia a perda de peso, que consequentemente, diminui incidência das chamadas doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes e hipertensão. Sem diabetes e sem hipertensão, diminui-se também os riscos de infartos e acidentes vasculares cerebrais, dentre outras complicações.

Exercitar-se também faz bem para o seu sono, para sua respiração, para sua postura, coordenação motora, fortalecimento muscular e até para sua saúde mental. Ele também oferece benefícios secundários, como a socialização e o compromisso. Ou seja, só benefícios.

“De forma científica, já foi comprovado de que exercícios físicos são benéficos - ainda que coadjuvantes, em paralelo com alimentação, bons hábitos de sono e tratamentos - para doenças psicossomáticas, como depressão, transtorno bipolar” explica o educador físico Reginaldo Campos de Souza,  educador físico pós-graduado pelo Instituto Biodelta, em parceria com Hospital das Clínicas em Fisiologia do Exercício.

Hoje à frente da academia na área social do clube do time São Paulo Futebol Clube, especializado em atividades físicas e sociais para idosos, Reginaldo acredita que o exercício é parte de um todo composto por vários tipos de atividades, bem como seus benefícios são múltiplos.

“Agora em tempos de pandemia, a gente escuta os alunos reclamando de sentir muita falta, tanto no alívio de dores físicas, como dores emocionais também. O exercício trouxe benefícios de maneira secundária. A pessoa conseguiu com o exercício regar suas plantas, varrer o seu quintal, ela conseguiu realizar esses movimentos e ficou mais feliz” diz ele.

Há ainda indícios de alunos seus que relataram conseguir dormir melhor depois de se exercitar e isso o deixou mais feliz. “Portanto, ele é um ponto-chave porque desencadeia outras coisas, mas ele sozinho não é milagroso, ele faz parte de um todo” explica o educador físico.

Na academia do clube do São Paulo, há diversas modificações para atender melhor esse público maduro. Há números em cada máquina para que, na leitura da ficha de treino, o direcionamento seja mais intuitivo para o praticante. Todo o local é espelhado, para que os professores possam ver todos os alunos ao mesmo tempo, e para que eles possam se guiar e observar seus próprios movimentos.

Todos os aparelhos possuem fitas amarelas para que o aluno com deficiência visual possa evitar acidentes e veja as pontas dos aparelhos, além de os aparelhos estarem mais distantes um do outro em comparação à uma academia convencional. O espaço ainda conta com um local feito para exercícios de uso cognitivo e piso apropriado.

Mas, ainda assim, a parte mais importante de todo o processo é a anamnese, ou seja, a conversa prévia feita com o aluno durante a avaliação física. “É importante avaliar o idoso porque você vai ver desde o idoso atleta que participa de maratona até o idoso bem frágil com idade avançada ou doença avançada” explica.

Para estabelecer quem é quem de maneira científica, é necessária uma avaliação física rigorosa e demorada, com duração média de 1 hora e pautada em padrões internacionais. “É preciso saber o questionário da vida diária dele. Com base nessas respostas é que eu consigo catalogar ele como frágil ou não, porque se ele for, eu já nem faço os testes físicos, não preciso expor ele a isso. A gente quer ver como ele se encontra hoje, até mesmo seus exames de rotina, porque muda muito” conclui.

Outras abordagens

Mas, diferente do que muitos pensam, exercício físico não é só necessariamente a musculação em academias convencionais como a de Reginaldo. Essas são de grande valia, é claro, com profissionais preparados para atender especificamente as demandas daquele público. Mas, por serem mais repetitivas, podem não ser do gosto de todos.

Foi pensando nisso que a educadora física Roberta Marques decidiu fundar a Divas Dance, uma academia situada em Brasília com foco no público maduro que gosta de dançar. Filha de dançarina, ela e sua irmã enxergaram nesse nicho uma oportunidade de trazer mais qualidade de vida de forma divertida e lúdica para suas alunas.

“Escolhi focar na terceira idade por influência muito grande da minha família, cresci com meus avós em um clima muito bom e ativo. Também comecei a dançar muito cedo, e percebi que a prática possui uma parte lúdica muito boa e forte e isso atrai muito o público da melhor idade” conta a empreendedora.

Nesses dez anos de estrada, o projeto que surgiu como uma aula dentro de uma academia até ganhar mais estrutura, hoje já conta com adeptas não só da terceira idade, mas todas as mulheres que veem na dança uma maneira de se movimentar e se divertir ao mesmo tempo.

“O público é bem heterogêneo. Quando elas entendem que esse é o espaço para se divertir, a gente voa alto” conta. “A gente fala que é uma turma para maduros principalmente por causa das músicas, metodologias e atividades que oferecemos. Mas, o que todas têm em comum é gostar de dançar - e não é preciso saber, apenas gostar”.

Gostar do ambiente alegre, de gargalhar, abraçar, conversar e do barulho também é importante. “A dança tem um fator muito legal que é a música, que tem o poder de mudar o seu astral e isso outras atividades não têm. Ela também oferece mais socialização e interação o tempo todo, emoção à flor da pele.” diz.

Resultados

E o resultado não poderia ser mais positivo. As pessoas que dançam ou fazem exercício num geral, evitam mais as temidas quedas, tão problemáticas para os idosos. E mesmo quando ela ocorre, a recuperação ou a própria queda tendem a ser menos piores do que a de um sedentário, pois a pessoa tem mais reflexo, consegue se segurar ou se proteger, se levantar mais rapidamente.

“Tenho centenas de depoimentos do quanto a vida delas mudou desde que elas se dispuseram a conhecer mais nosso projeto. Acreditamos que o físico é o ponto de partida para uma mudança geral na vida, em todos os aspectos, e as que se dispõe a abraçar a causa do projeto trazem feedbacks até sobre a mudança na relação com a família, filhos e maridos. Pessoas que não tinham coragem de viajar sozinha sem a família hoje viajam com a gente, são pequenas diferenças que geram grande mudanças e benefícios” conta.

Não só na dança, mas na natação, corrida e até no tênis: em todos eles há espaço para o público sênior que quer se movimentar e também se divertir, participando de equipes e competições. Como é o caso de José Batista Nepomuceno, de 93 anos, frequentador do clube Pinheiros há 60 anos e praticante de tênis desde então.

“Quase não uso remédio. Já tive câncer, me tratei e me curei. Meu ingrediente mágico pode ser o esporte, porque quando você faz o que gosta e tem aquilo lá, isso é sempre uma competição, você tem que ganhar para ficar sempre com vontade ter vitórias. Não vou lá por brincadeira não, o negócio é sério” conta.

“Não me cuidava muito quando eu era mais novo, mas pratiquei esporte direto, sempre fui esportista, fazia montaria que era minha especialidade, depois esportes como futebol e tênis” continua. Somente no ano passado, seu José foi destaque em ao menos cinco torneios diferentes, sem contar os muitos prêmios e convites que acumulou ao longo da vida dentro da categoria. Para ele, a prática traz benefícios para a coordenação, para as articulações e para seu foco.

As especificações

Quando o assunto é a terceira idade, é necessário manter atenção em diversos fatores durante os exercícios. O primeiro deles, é claro, é a estrutura adaptada que o educador físico Reginaldo mencionou. Roberta possui as mesmas preocupações, preenchendo seu espaço com fitas antiderrapantes, controlando o volume do som e até do ar condicionado.

Mas é preciso estar atento à hidratação dos alunos, que tendem a desidratar mais rapidamente, e também ao seu estado cognitivo, como a sua memorização e concentração - até mesmo para evitar quedas. Os movimentos devem ser mais contidos e também com foco maior no ganho de músculo, e não tanto na perda de gordura.

O condicionamento cardiorrespiratório também deve estar em foco, uma vez que ele é mais frágil e muito solicitado num momento de exercícios. Forçá-lo ao extremo pode gerar aumento da pressão arterial ou provocar tonturas que colocam sua noção espacial em cheque.

Estar atenta aos níveis glicêmicos do aluno, que pode apresentar uma diabetes, é de suma importância - e uma possível baixa pode se manifestar por meio de um mal estar, por exemplo. Suas articulações podem também oferecer algum desconforto, bem como sua coluna, e para isso o ideal é que o educador físico esteja preparado para adaptar alguns exercícios.

Por fim, paciência para atender as especificidades desse público que chega com bagagem, experiência, traumas físicos e emocionais e, como é o caso de muitos, um distanciamento de longa data dos ambientes de exercícios físicos. É preciso fazer com que eles entendam que exercitar-se é bom não só porque seu médico pediu ou seu filho forçou, mas porque irá ser benéfico para toda a sua vida.

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Coloque em prática

#Plenae2021: metas para um ano com mais equilíbrio na mente

Separamos metas possíveis para dar um boost em todos os seus pilares Plenae nesse ano novo que se inicia. Inspire-se!

4 de Janeiro de 2021


“É o software, o programa que controla nosso cérebro. E, diferentemente de outros softwares, ele pode modificar o próprio hardware. Entender como a mente funciona é essencial para uma longevidade com saúde. A plasticidade cerebral é a comprovação científica de que ninguém está destinado a ser de um único jeito para o resto da vida.”

Essa é a descrição do nosso pilar Mente ! Se você acompanha o Plenae, já deve saber que ele é um dos nossos pilares que acreditamos fazer parte dessa complexa máquina que é o ser humano. Uma vez que estejam todos equilibrados, então teremos uma vida equilibrada, cheia de qualidade, bem-estar e, porque não, longa.

Que tal se basear nos conteúdos do ano que passou para estabelecer suas metas de 2021? Conheça as nossas sugestões e inspire-se para mudar de hábito nesse clima de esperança e oportunidades que um ano novo traz!

Metas

1- Cuide de sua saúde mental. Em um cenário atípico como a pandemia , ficamos frente a frente com a nossa profundidade, e até mesmo nossos sonhos foram influenciados . Mas isso serviu para elucidar uma questão muito importante: é importante buscar terapia, qualquer uma, a que mais se encaixe com você.

2- Inclua práticas benéficas no seu dia a dia. Cuidar de uma horta , organizar sua casa ou até fazer exercícios para a memória e concentração - tudo simples e muito eficaz para trazer mais equilíbrio em pequenas doses.

3- Descubra o poder do silêncio. Seja o calar-se fisicamente , ou seja o silenciamento da mente por meio da meditação ou do mindfulness . Apesar de conhecermos os benefícios que a musicoterapia oferece , trazer esse momento de ausência de sons ou pensamentos é também importante para reenergizar-se e limpar sua mente.

4-  Esteja atento ao eu . Autoperdão , autoreflexão , autocuidado : esqueça o termo “egoísmo”. Olhar para si mesmo é o primeiro passo de quem busca ser mais empático e evoluído.

5- Faça as pazes com seu estresse. Parece tarefa impossível, mas entender a raiz de um sentimento tão cotidiano, e fazê-lo de aliado - até mesmo os microestresses - pode ser sua salvação.

6- Permita-se sentir. Conte com a sua capacidade de resiliência e plasticidade para abraçar até mesmo as suas sombras, se necessário for. Como um momento de luto , por exemplo, ou da perda da ilusão de controle . Até porque, nós já sabemos que a positividade, quando em excesso, pode ser muito tóxica.

Embarque nas metas do #Plenae2021 e comece já a ter um ano incrível!

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