Para Inspirar

Quais são os efeitos da saudade no nosso cérebro?

No Dia da Saudade, investigamos esse sentimento que, por sua complexidade, causa efeitos em nossa mente e corpo

30 de Janeiro de 2021


Hoje é o Dia da Saudade. Complexa, profunda e intensa: esses são alguns dos muitos adjetivos possíveis de serem usados quando o assunto é ela. Não há quem ainda não tenha experimentado esse sentimento tão difícil de ser explicado, mas rapidamente identificável quando se experimenta.

Nós somos capazes de sentir saudades até mesmo do que nunca aconteceu. Ou de um futuro que ainda está por vir, mas já deixa a ânsia do seu em breve partir. Mas quando sofremos pela ausência de algo que já tivemos, a dor atinge patamares diferentes e ganha um nome: o luto.

Na terceira temporada do Podcast Plenae - Histórias Para Refletir, conhecemos a história de Veruska Boechat , que após ficar viúva de seu marido - o jornalista Ricardo Boechat - partiu em uma viagem interna, tendo o autoconhecimento como destino final e sem data para acabar.

Inspirados por sua narrativa, o Plenae investigou quais são os estágios do luto e porque é tão importante vivê-los , e também qual é o papel das relações e da rede de apoio nesse processo . Porém, há de se levar em conta que essa situação específica da perda de um ente querido não representa todas as formas de                                                                     sentir saudades.

Há aquelas mais brandas, ou até mais intensas, mas desencadeadas por outros motivos. Todas representam um rompimento, uma falta. Mas a verdade é que todos os dias damos falta de algo, buscamos por um pedaço perdido, ainda que seja singelo e cotidiano. E, como todos os nossos sentimentos, esse também nasce e se desenvolve dentro de um dos principais órgãos do corpo humano: o cérebro.

A resposta do cérebro

Em uma pesquisa rápida em qualquer site de busca, você encontrará a palavra saudade associada a diferentes poemas e músicas. Ela é figura constante em romances, ficções, filmes e peças artísticas em geral. Ela é também muito presente em todos os nossos dias, como mencionamos anteriormente.

Sendo assim, seria evidente que ela reverberaria em nosso corpo e mente de alguma maneira. Assim como a paixão que, como contamos nessa matéria , gera um verdadeiro tsunami hormonal em nosso metabolismo.

Com a saudade, o efeito não é muito diferente. Justamente porque uma pode ser consequência da outra. O movimento fisiológico que desperta a paixão dentro de nós acaba gerando uma espécie de dependência química da outra pessoa. Não tanto pelo corpo da outra, mas pelo que sua presença é capaz de desencadear dentro de nós.

Essas substâncias químicas - que são hormônios e neurotransmissores - trazem uma sensação de bem-estar e completude muito potente. É importante reforçar que elas podem ser geradas de diferentes maneiras, mas durante uma paixão, seus níveis são elevados a potências máximas - daí a intensidade.

Como são substâncias poderosas, nosso corpo pede cada vez mais. E mais. E mais. É como um vício que, quando privado, pode ocorrer uma verdadeira abstinência. São dois caminhos possíveis depois da paixão: fazer com que ela se torne sólida e vire amor, mais equilibrado e ainda prazeroso ao corpo. Ou romper e lidar com ela: a saudades.

Quando estamos saudosos, alguns sintomas são clássicos: rompantes de irritação, picos de tristeza e apatia, episódios de mania, dificuldades para dormir e para se alimentar e um mal estar generalizado. Isso porque a produção daqueles hormônios que nos faziam bem (até demais!) foi interrompida bruscamente, e o corpo leva um tempo para voltar a se acostumar.

Assim como as drogas, estar no auge da produção hormonal a longo prazo é tão insustentável quanto não ter produção hormonal positiva nunca. Ambos são extremos e fazem mal para o corpo. A interrompida brusca, apesar de gerar todo esse desconforto e necessitar de uma atenção especial - sobretudo no que tange a saúde mental - acaba por fim se equilibrando, ela tende a melhorar.

O que fazer

Não há como atravessar o curso da vida sem deixar algo para trás. Esses pedaços de nós que vamos deixando pelo caminho inevitavelmente vão nos fazer falta. Mas também nos servem de lição, nos fortalece e nos faz buscar outras fontes prazerosas, que estimulem a mesma produção de hormônio que o objeto faltante estimulava e amplia nossos horizontes.

Além disso, um estudo conduzido pela Universidade de Southampton concluiu que enfrentar toda essa tormenta acaba por funcionar como uma espécie de "resposta imunológica psicológica”, pois se torna um mecanismo de defesa que nos prepara para as próximas vezes.

Portanto, aceite sua saudades, abrace-a e aprenda com ela. Entenda seus movimentos internos sem deixar que eles te engulam, mas que apenas te conduzam a uma evolução pessoal maior e mais bonita. É preciso conhecer a escuridão para identificar a claridade, e nós somos feitos de ambas as cores. E você, já se permitiu sentir hoje?

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Você sabe o que é mindfulness?

Mindfulness – ou presença plena, em inglês – é um filosofia que envolve meditação e um estilo de vida.

28 de Junho de 2018


Mindfulness – ou presença plena, em inglês – é um filosofia que envolve meditação e um estilo de vida. Exige que o praticante separe alguns minutos do dia para sentar em um local tranquilo, fechar os olhos, inspirar e expirar pelas narinas com calma e não pensar em nada. No resto do dia, sugere uma vida mais calma – onde uma coisa é feita de cada vez – e concentração no momento presente – deixando as aflições do futuro e as lamúrias do passado de lado. Muitas práticas indianas têm a mesma essência, caso da ioga. A atenção plena pode ser aplicada a qualquer experiência, como comer, relaxar e fazer atividades físicas. Embora mindfulness possa parecer um programa de autoajuda, a técnica tem eficácia respaldada em estudos científicos. Muda a estrutura do cérebro. Oito diferentes áreas do cérebro são alteradas, principalmente o lobo frontal e o hipocampo – regiões associadas às emoções e à memória. Essas mudanças no cérebro promovem uma maior auto-regulação, permitindo uma ação pensada no lugar de uma reação automática. Isso cria resiliência emocional, ajuda a lidar melhor com os desafios da vida. Memória e foco também são aprimorados com apenas oito semanas de prática. Fortalece o sistema imunológico. O que pensamos e sentimos pode afetar o sistema imunológico. Mindfulness ativa as áreas do cérebro que influenciam o sistema imunológico, que passa a responder com mais eficácia. Reduz o estresse. O ritmo mais desacelerado baixa o cortisol, hormônio do estresse e, consequentemente, o risco de doenças a ele associadas. Também, aumenta o comprimento dos telômeros (capa proteica dos cromossomos), o que está relacionado a uma vida útil mais longa. Alivia a dor crônica. Pode ajudar às pessoas com problemas de dor crônica gerenciar melhor o desconforto. A prática regular ainda aumenta a vitalidade e entusiasmo pela vida. Aumenta a qualidade de vida. Praticantes de mindfulness relatam menor depressão, ansiedade, diminuição de pensamentos e sentimentos negativos. Além disso, dizem sentir mais empatia e compaixão, bem como maior satisfação no relacionamento. Ajuda no tratamento de doenças psicológicas. Entre elas, transtorno de estresse pós-traumático e de déficit de atenção, hiperatividade e distúrbios de humor. No link abaixo alguns exercícios: http://www.mindful.org/category/meditation/mindfulness-practice/ Leia o artigo original aqui.

Fonte: Integrative Longevity Síntese: Equipe Plenae

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