Coloque em prática
Se você faz parte dos “esquecidos”, há alguns caminhos possíveis para se tomar. Conheça alguns deles!
28 de Dezembro de 2022
Como anda sua memória? Engana-se quem pensa que só sofre de perda de memória pessoas mais velhas, enquadradas no diagnóstico de alguma doença. O esquecimento é mais comum do que se imagina e pode acontecer em qualquer idade, seja por alguma doença ou não.
Recentemente, aliás, testemunhamos a perda de memória coletiva como sintoma de muitos pacientes que sofreram com a covid-19. Um levantamento feito pelo Instituto do Coração (InCor) monitorou como o vírus pode deixar sequelas no cérebro e que 80% dos participantes tiveram dificuldade de atenção, perda de memória e problemas de compreensão.
Estudos pipocam por todos os lados para entender porque essa doença viral que dizimou milhões de pessoas ao redor do globo em tempo recorde pode afetar uma das nossas capacidades cognitivas mais primárias. Uma pesquisa recente apontou que sars-cov-2 infecta astrócitos – um tipo de célula cerebral – e isso pode estar ligado a distúrbios neurológicos. Esse mesmo mecanismo pode estar relacionado a depressão.
A ciência e os dados
Quando o assunto é Alzheimer, os dados são ainda mais claros, afinal, a doença degenerativa é amplamente estudada. Só no Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas.
Segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população. Essa mesma pesquisa aponta que 78% dos brasileiros estão preocupados quanto a desenvolver demência em algum momento e 95% dos participantes acreditam que irão desenvolver demência durante algum momento da vida.
A idade é o mais reconhecido fator de risco, já que a influência genética pode representar somente de 1% a 5% dos casos. Lembrando que o Alzheimer afeta mais as mulheres do que os homens e o seu estilo de vida - hábitos como beber em excesso, fumar, dieta rica em gordura, estresse, sedentarismo - podem ser ruins para a saúde em geral, especialmente a do cérebro.
Ainda, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificaram que uma substância presente em comidas gordurosas e industrializadas - o palmitato - aparece em maior quantidade no cérebro de pessoas acima do peso.
Se essas pessoas também tiverem doenças como diabetes, hipertensão ou colesterol alto, o prejuízo ao cérebro pode ser ainda maior. O estudo, publicado na revista Cell Reports na terça-feira (18), também constatou que a mesma substância é capaz de causar a perda de memória em camundongos.
Por fim, de acordo com pesquisa conduzida pela Conectaí, solicitada pela Sanofi, dois em cada cinco brasileiros acima dos 50 anos sofrem com a falta de memória pelo menos uma vez por semana. Das 1.168 pessoas entrevistadas, cerca de 33% têm esquecimentos que representam algum risco, como, deixar de tomar remédios de uso contínuo.
Passos para lembrar
Agora que você já está por dentro dos dados e das hipóteses para a perda de memória, sabe que ela é nociva e corriqueira e não vê crença, classe ou cor, é melhor começar a fazer a sua parte. Neste artigo, demos alguns caminhos possíveis para você melhorar a sua concentração e, com isso, a memorização também.
Eles se mantêm válidos e muito importantes, além de lúdicos e possíveis de serem encaixados na sua rotina. Mas buscamos dicas ainda mais valiosas e muito pautadas na ciência neste artigo do jornal Estadão. O que a matéria busca trazer de forma principal é desmistificar esse conceito de que a velhice é parte da experiência humana conforme se envelhece, um discurso que basicamente normaliza algo que não é normal nem regra.
De acordo com Richard Restak, neurologista e professor clínico da Faculdade de Medicina e Saúde da Universidade George Washington (EUA), o declínio não é necessariamente inevitável, como eles apontam. O autor de "The Complete Guide to Memory: The Science of Strengthening Your Mind" (“O Guia Completo para a Mente: A Ciência de Endireitar Sua Mente”, em tradução livre) traz, justamente nessa obra, alguns exercícios mentais que podem exercitar sua capacidade de memorização.
Para definir esses exercícios, Restak vai além do que a ciência já está acostumada a falar quando o assunto é memória e busca entender as outras facetas desse mecanismo humano, levando em consideração a criatividade e o impacto da tecnologia, por exemplo.
O objetivo do livro é superar os problemas cotidianos de memória, especialmente a memória de trabalho, que fica entre a memória imediata e a memória de longo prazo, e está diretamente ligada à inteligência, à concentração e às conquistas que para o autor, trata-se do tipo mais crítico de memória, e exige exercícios que fortalecem as habilidades ligadas à mente e devem ser praticados diariamente. São eles:
Preste mais atenção. "A desatenção é a maior causa de dificuldades de memória. Isso significa que você não codificou corretamente a memória", pontua o especialista. Ele ainda dá outra dica dentro dessa: para memorizar melhor, é preciso transformar essa palavra em imagem no seu cérebro.
Encontre desafios de memória no seu dia a dia. Que tal esquecer a lista do mercado em casa? Mas antes de sair, resgate a dica anterior e tente visualizar cada um daqueles itens. Isso pode te ajudar na hora das compras.
Jogue sempre que puder. Os jogos são aliados tanto na diversão, o que é positivo pois libera hormônios que causam bem-estar, quanto para desafiar a mente. Nesse caso, opte pelos jogos que vão incluir memorização no desafio.
Leia. E nós já te contamos por aqui os vários benefícios da leitura como um todo. Mas ler mais histórias, especificamente, pode te ajudar pois, segundo o autor, a ficção requer um envolvimento ativo com o texto, do começo ao fim.
Cuidado com a tecnologia. Ela pode gerar a “distorção tecnológica”, que treina o cérebro a não precisar lembrar, pois parte-se do princípio de que o seu celular lembrará para você. E ela causa um desfoque das tarefas manuais e gera distração, item que se relaciona à dica um.
Tenha um terapeuta ao seu lado, se for necessário. Isso porque o seu humor desempenha um papel bastante importante no que você lembra, e até por isso o esquecimento é um sintoma comum da depressão em estágios mais avançados. A forma como você se sente ditará o que você se lembra.
Determine a gravidade do esquecimento. Como atesta o autor, nem todos os lapsos de memória são problemáticos. Não lembrar onde você estacionou seu carro no estacionamento é normal, por exemplo, mas esquecer como você chegou a esse estacionamento já pode indicar um problema maior.
Esteja atento às miudezas do dia a dia e treine seu olhar para memorizar o que importa. Não hesite em procurar ajuda se o problema estiver afetando a sua vida ou a sua autoestima e até a sua carreira. Procure um especialista.
Coloque em prática
A prática esportiva pode ser sua grande aliada na educação de seus filhos, ensinando valores como aprender a perder e espírito de equipe
13 de Outubro de 2023
No quarto episódio do Podcast Plenae, mergulhamos na história de um rosto conhecido no Brasil: o técnico de vôlei Bernardinho, que já treinou a seleção masculina e feminina do Brasil. Sua história, na verdade, é mais sobre qual o papel do esporte em sua vida do que sobre o esporte propriamente dito.
Em uma das passagens, ele menciona ter sido adepto a várias modalidades ainda criança. “Eu fui apresentado ao esporte desde cedo. Era uma estratégia dos meus pais, Maria Ângela e Condorcet, para gastar a energia dos 5 filhos e também para nos educar. Eu pratiquei judô, futebol, natação e tênis, sem talento para nenhuma modalidade”, relembra.
Mas, de que forma o esporte pode auxiliar nessa educação? Qual era a intenção por trás dos pais do técnico? Eles estavam corretos em sua suspeita? É isso que descobriremos ao longo da matéria!
Você já sabe que o esporte, por ser uma atividade física, traz inúmeros benefícios para a sua saúde - tanto corporal quanto mental. Já falamos desse assunto por aqui algumas vezes, principalmente sobre o esporte como remédio. O que a gente nunca falou são seus benefícios quando aplicados na infância.
Não é uma coincidência que a maioria das pessoas que praticam esportes tenham começado ainda crianças - esse é o melhor momento para o início da prática, segundo especialistas. “A infância é o momento de ouro para começar a praticar esportes recreativos e ter uma vida com movimentação saudável. Quando as crianças crescem com a prática esportiva na rotina, seguir em frente é muito mais fácil”, diz artigo do Globo Esporte.
Dentre os benefícios, estão:
Desenvolvimento de hábitos saudáveis ainda criança
Desenvolvimento de uma consciência corporal importante para a coordenação, por exemplo
Desenvolvimento de um entendimento de que a prática esportiva é importante para a saúde
Todos os benefícios para a saúde mental do adulto quando ele se movimenta, também se aplicam a criança
Fortalecimento dos músculos e da flexibilidade, o que pode evitar lesões futuras
A criança que pratica esporte pode se tornar mais responsável com horários e com a rotina
Melhorias no sono dessa criança e, em especial, nas que sofrem com hiperatividade
Senso de comunidade, aprende a dividir e a ajudar o outro no caso dos esportes coletivos
Reduz o risco de desenvolver obesidade e outras doenças
Ajuda a desinibir essa criança, que pode estar enfrentando um período de timidez ou se sentindo deslocada. É como encontrar uma “tribo” para chamar de sua
No caso de crianças desfavorecidas socioeconomicamente falando, o esporte pode literalmente salvá-las e colocá-las em um contexto melhor. E não são raros os casos!
Aprende também a celebrar suas vitórias, o que pode ser importante para a construção de uma autoestima sólida
E, por fim, também aprende a lidar melhor com a derrota e com as perdas que, mesmo fora das 4 linhas, invariavelmente acontecerão em sua vida.
Depende. A neuroplasticidade infantil o permite assimilar melhor as regras e adquirir novos conhecimentos e habilidades motoras com maior facilidade até os seis anos. Isso é positivo para, por exemplo, uma prática de natação ou ballet. Mas, esportes que demandam muita força e podem exigir dessa estrutura corporal ainda não muito fortalecida podem se aplicar melhor na adolescência, como lutas ou musculação.
É comum vermos esportes com crianças muito jovens, como a ginástica olímpica, porque é um esporte que demanda muitos anos de prática para a excelência e o melhor é começar antes, em um momento onde o corpo ainda pode se adaptar àqueles movimentos sem grandes esforços.
Há ainda os esportes que não são metodológicos, mas contam como atividade física, fazem parte da infância e devem ser incentivados, como pega pega, amarelinha, pular corda, subir em árvores, entre outros. Principalmente porque geralmente elas são feitas ao ar livre, o que representa mais um ganho nessa jogada.
Em casos de esportes que envolvem método, é indispensável a presença de um professor ou educador físico. A sua ausência pode representar lesões sérias em um corpo ainda frágil e, além disso, perde-se no entendimento e aperfeiçoamento da prática, que será feita de forma livre e não como deveria ser feita.
Vale lembrar que para além de futebol e outros esportes mais comuns, os esportes intelectuais, como xadrez, também oferecem benefícios, além de outros que ainda sofrem preconceito para serem aceitos como esporte, mas são - o skate, por exemplo. O importante é estar em movimento, seja ele corporal ou cerebral, e sendo estimulado a buscar a sua melhor versão! Aproveite essas dicas e incentive o seu filho a entrar para esse maravilhoso mundo cheio de possibilidades e benefícios.
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