Coloque em prática

Como ter amizades mais próximas

Mesmo que você ache fácil fazer amigos – e não é, para a maioria das pessoas – ficar realmente próximo das pessoas, ainda é difícil. Veja como facilitar isso

20 de Janeiro de 2020


Como tantas pessoas, cresci assistindo ao seriado de TV Friends , sonhando com o dia em que viveria em uma glamourosa cidade, cercada por um grupo de amigos íntimos. Ao longo dos anos, fiz muitos amigos: de infância, de trabalho, de faculdade. Tem os que gostam de caminhar, de conversar sobre café e os que moram longe, mas com quem converso algumas vezes por ano.

Mas íntimos? Não muitos. É difícil fazer amigos quando adulto. E se, por qualquer motivo, você não ficar conectado aos da infância ou da faculdade, poderá acabar nos seus 30 anos (ou 40 ou 50 anos) conhecendo muitas pessoas, mas estando perto de muito poucas delas.

Precisamos mesmo de amizades íntimas?

Quando você está cansado, pode ser difícil encontrar motivação para jantar com um amigo, em vez de ligar a Netflix e pedir uma pizza em casa. Mas há evidências claras: amizades íntimas são necessárias para a saúde e o bem-estar. "Somos criaturas sociais e comunitárias", disse Serena Chen, psicóloga social e professora de psicologia na Universidade da Califórnia.

"Quando somos íntimos de outra pessoa, podemos experimentar reações físicas e mentais positivas em nosso corpo, mente e coração." Amir Levine, psiquiatra e neurocientista, estudou seres humanos e animais como uma maneira de entender o vínculo humano. "As conexões sociais são a maneira mais poderosa de regular nosso sofrimento emocional", afirmou.

O que exatamente significa proximidade?

 "Uma grande parte da intimidade é poder ser visto e compreendido como quem você realmente é", disse Chen. A reciprocidade também é um elemento essencial para criar intimidade. Chen explicou por que todas as pessoas que você conhece no Facebook ou Instagram não contam necessariamente como amigos íntimos: “Quando postamos algo nas redes sociais e as pessoas nos respondem na forma de bons comentários ou incentivos, isso é bom, mas não cria necessariamente intimidade porque não há como dar e receber”.

Se estar próximo de outras pessoas é tão benéfico, não deveria acontecer naturalmente?

Se amizades íntimas são realmente vitais para o bem-estar humano, parece que seríamos intuitivamente hábeis em fazê-las. Mas o oposto pode ser verdadeiro: amizades íntimas são tão importantes para nós porque são muito difíceis de construir. De acordo com John Cacioppo, neurocientista social que se especializou no estudo da solidão, os humanos teriam desenvolvido um viés interno contra fazer amigos facilmente, porque evitar um inimigo seria mais importante do que ter um aliado, do ponto de vista evolutivo.

No mundo moderno, essa tensão é mais sutil. "Há um longo debate na comunidade sociológica sobre o que os humanos querem mais: serem admirados ou conhecidos", disse Chen. Ela explicou que a admiração traz muitas vantagens: tem benefícios sociais e pode trazer status e até ganhos financeiros.

Mas ser admirado e visto de maneiras que não se alinham com a forma como realmente nos vemos - talvez não tão confiantes e bem-sucedidos quanto os outros pensam que somos - pode custar o sentimento de ser entendido e próximo dos outros. Culturalmente, também estamos mais focados no sucesso na carreira, realizações financeiras e marcos familiares do que na conexão com os outros.

Sue Johnson, psicóloga nas áreas de vínculo, apego e relações românticas, apontou que quando alguém lista seus objetivos de vida (ou mesmo as resoluções de Ano Novo), raramente menciona fazer amigos próximos ou se aproximar dos existentes.

5 maneiras de tornar suas amizades mais próximas

1. Crie uma base de segurança
Antes de tentarmos a proximidade, precisamos ter segurança. Em sua pesquisa, Levine identificou os cinco elementos fundamentais dos relacionamentos seguros:

Consistência
(esses amigos entram e saem da minha vida por capricho?)
Disponibilidade (Qual a disponibilidade deles para passar um tempo com você?)
Confiabilidade (Posso contar com eles se precisar de algo?)
Capacidade de resposta (eles respondem às minhas mensagens? Eu as recebo de maneira consistente?)
Previsibilidade (Posso contar com eles para agir de uma certa maneira?)

Uma vez que esses cinco elementos estejam no lugar, eles podem abrir o caminho para uma conexão mais profunda. Isso não significa que você deva responder a uma mensagem de texto dentro de uma hora, mas que precisa criar uma linha de base de capacidade de resposta e disponibilidade para que seus amigos se sintam seguros em sua amizade.

Da mesma forma, se você tem amigos que são esquisitos, que não respondem ou que não são confiáveis, isso ajudará você a tentar ver se eles podem vir a preencher os requisitos acima e, se não, procurar outras pessoas em busca de amizade.

2. Preste muita atenção
O próximo passo para criar amizades íntimas é apenas abrir os olhos. Os seres humanos têm uma capacidade única de ler emoções, imitando expressões faciais sutis. Essa imitação nos ajuda a ter empatia com as experiências emocionais da outra pessoa.

Na próxima vez em que você estiver com um amigo que está compartilhando algo sobre sua vida, Johnson sugere que você olhe essa pessoa de frente e preste toda a atenção. Isso criará um senso psicológico de conexão.

3. Deixe-se conhecer
Se você quer ser visto de verdade, precisa parar de fingir ser alguém mais legal ou inteligente do que é. Compartilhe detalhes pouco lisonjeiros sobre si. Levine sugere que, no próximo encontro com um amigo, comece a desviar a conversa para expor mais vulnerabilidade.

Quando o seu amigo responder de uma maneira que lhe dê apoio, dê um feedback positivo, dizendo como isso foi útil ou que perspectiva ele tem da sua situação.

4. Leve seus amigos para um test drive
"Peça ajuda, mesmo quando você não precisar, para que, quando realmente precise, sinta-se mais à vontade em entrar em contato e tenha uma melhor noção de como eles responderão", sugere Levine.

5. Aceite que a proximidade não tenha tamanho único
Os especialistas concordam que a intimidade com outras pessoas - um cônjuge, um membro da família ou um amigo - é uma das maneiras mais profundas de ser mais feliz, saudável e calmo. Como disse Levine: "É tão potente que funcionará muito melhor do que qualquer remédio por aí".

Fonte: Emma Patee, para The New York Times
Síntese: Equipe Plenae
Leia o artigo original aqui.

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Coloque em prática

Como ter mais equilíbrio na vida com a fórmula MAP

Criada pelo neurologista Pedro Schestatsky em seu livro “Medicina do Amanhã”, a fórmula contempla Movimento, Alimento e Pensamento. Conheça mais!

18 de Março de 2021


Recentemente, você leu aqui no Plenae sobre a Medicina do Amanhã , conceito criado pelo neurologista Pedro Schestatsky, autor de livro do mesmo nome. É por meio dela e de seus valores que o especialista acredita ser o caminho para voltarmos a ter uma medicina mais humanizada e próxima ao paciente.

Ainda sobre o tema, Pedro criou o que chama de os 5 P 's da medicina, que seriam justamente esses caminhos para estreitar os laços entre paciente e médico, e tornar o tratamento mais efetivo. Assim, a medicina deveria ser mais: preditiva, preventiva, proativa, personalizada e parceira.

Dentro do terceiro “P”, o “proativo”, espera-se que o paciente seja ator fundamental no processo de diagnóstico e tratamento de seus próprios males. O que isso significa? Ao contrário do que muitos pensam, não se trata de automedicação, por exemplo, mas sim, uma postura justamente mais proativa dentro do contexto de consulta.

É preciso que o paciente seja dono de sua própria história, afinal, ele é quem sente os problemas ali relatados. E, se ele é protagonista desse cenário, é preciso que ele tenha voz ativa para sugerir caminhos, estudar o seu próprio caso e, claro, optar pelo tratamento que lhe convém.

Mais do que isso, esse “P” abre uma espécie de fenda para a fórmula MAP, também criada por Pedro, e que você conhecerá a seguir!

A fórmula MAP

Movimento, alimento e pensamento. Podemos começar a explicar a fórmula por meio do significado de cada uma de suas iniciais, o caminho mais óbvio e fácil. “Criei um programa de 7 semanas em que cada uma dessas letrinhas é contemplada, e eu vou aumentando progressivamente a intensidade delas de modo que, no final, ele esteja completo” explica o especialista.

O M, de movimento, são os números de passos, que é reconhecidamente um parâmetro de saúde como nos explica Pedro. “Dar menos de 5 mil passos é incompatível com a vida. Chegar aos 10 mil passos por dia teria que ser o norte de cada um de nós, terráqueos. Porque 10 mil passos significa prevenção efetiva de doença de Alzheimer, melhora da nossa flora intestinal e um bônus interessante - que são os 8 anos a mais de vida”, conta.

O programa começa com 5 mil passos por dia, e progressivamente vai aumentando 1000 passos por semana, que podem chegar em 10 mil em 5 semanas. Mas, lembrando que a medicina deve ser personalizada, ou seja, feita pensando na realidade de cada paciente, Schestatsky deixa as duas últimas semanas como uma espécie de “limite”, para que cada um faça em seu tempo.

Outro passo ainda dentro do “M” seria a prancha, exercício simples, possível de ser feito em qualquer lugar, e surpreendentemente muito eficaz. “Ela trabalha 90% dos nossos 664 músculos, então de novo, você pode fazer ele e ir aumentando o seu tempo de postura. Isso evita um fenômeno inexorável que é a sarcopenia, também conhecida como o Alzheimer do músculo, que a partir dos 40 anos começam a ficar esfarelados, cansados”, explica.

O “A”, de MAP, é alimentação. Mais especificamente, é uma dieta mediterrânea dividida em 7 grandes características, também chamada pelo seu criador de “7 pérolas”, que casam justamente com as 7 semanas do programa. “É preciso se reconectar com o seu próprio alimento e esses passos já trazem isso. As próprias 7 pérolas não são adaptadas a todos os pacientes, alguns fazem somente 5 ou até 1, o importante é estar atento a elas”.

  • Beber muita água, 2 litros por dia. O paciente que escolherá o horário que irá começar.
  • Se servir de pequenas porções, que é também reconhecidamente um dos maiores fatores do aumento de longevidade.
  • Evitar o uso de carboidratos nos extremos do dia, como manhã e noite. É preciso centralizá-los no almoço somente. E para isso o paciente deve saber o que é carboidrato.
  • Meio quilo de salada por dia. A salada é um prebiótico, alimento para as bactérias do nosso estômago e isso é benéfico para o cérebro.
  • Uso de fermentados naturais, que são ricos em bactérias probióticas, as mesmas mencionadas no passo anterior.
  • Optar por gorduras boas. “A salada, por sinal, pode ser o veículo dessa gordura, porque é uma salada “gorda” como eu gosto de chamar, repleta de azeite, ovos, castanhas e outras gorduras boas” diz Pedro.
  • Jejum à noite, definido por um intervalo entre 3h entre jantar e dormir. “Idealmente, claro, se você só conseguir 1h já está bom, mas 3h são ideais. Isso é um verdadeiro bálsamo para o nosso cérebro.

Por fim, o último passo da fórmula MAP seria o P, de pensamento. Na primeira semana, a pessoa pode já começar com 1 minuto ao acordar ou antes de dormir de uma respiração chamada de 5, que são 5 segundos respirando e 5 segundos expirando. “O foco é chegar em 7 minutos desse exercício. Isso faz com que reduza a pressão, o cortisol e ainda aumenta 30% a capacidade de oxigenação. É claro que dá pra ser feito muito mais tempo do que isso, mas é importante começar” explica Pedro.

Ele ainda lembra que, dentro de seu material, há outras formas mais completas, como a manutenção do sono e o manejo de pensamentos tóxicos. Mas esses seriam passos mais avançados, feitos com mais qualidade e eficácia depois que a sua respiração já está controlada. Afinal, respirar é o passo mais básico de nossa existência, mas por vezes, negligenciamos esse mecanismo tão simples e gratuito.

Que tal começar ainda hoje a colocar a fórmula MAP em prática? Aproveite esse tempo que pede por mais introspecção para reconectar-se com o que verdadeiramente importa: você.

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