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Dia Mundial do Livro: uma dica de leitura para cada pilar

Pensando no equilíbrio de seus pilares, o Plenae aproveita a data para contar um pouco de sua história e indicar uma leitura para cada pilar

23 de Abril de 2020


Hoje, dia 23 de abril, comemora-se mundialmente o Dia do Livro. A data, que tem origens espanholas, foi celebrada pela primeira vez em 1926, no dia 5 de abril, e tinha como foco homenagear o nascimento do escritor Miguel de Cervantes. O autor possuía além disso um prêmio literário que também levava seu nome. Somente em 1930 o Dia do Livro mudou para então 23 de abril, data da morte de Cervantes. Em 1995 a celebração foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas , e então ganhou projeção internacional. O objetivo era estimular sobretudo a propriedade intelectual, a reflexão e a produção literária. Aqui no Brasil, há ainda um outro dia dedicado à celebração dos livros: 29 de outubro, a data de fundação da Biblioteca Nacional , patrimônio que reserva entre suas paredes, livros históricos que contam um pouco mais da história do nosso país. A leitura é uma prática milenar que, ao longo do tempo, adaptou-se aos mais diferentes formatos. Do papiro aos e-books , bons títulos são atemporais e continuamente produzidos. Pensando nos benefícios que a leitura pode trazer, separamos dicas de livros que se relacionam com cada pilar Plenae. Confira a seguir! CORPO O Milagre da Manhã, de Hal Erod Qual é o verdadeiro poder que o sono exerce em nossos corpos ? E como acordar verdadeiramente cedo pode organizar minha rotina, beneficiar minha saúde e trazer uma nova perspectiva de vida? Essas e outras questões são debatidas por Hal Erod em seu best-seller mundial, que já vendeu mais de 800 mil cópias só no Brasil. Depois de episódios de sua vida pessoal, Erod mudou sua própria vida e começou a acordar horas antes do que o necessário para realizar suas tarefas. O autor conta os efeitos que a mudança proporcionou em sua vida e na de outras pessoas que também toparam o desafio, e te conduz ao passo a passo de como realizar esse milagre, que consiste não só em acordar mais cedo, mas tornar esse tempo extra em algo útil. É um livro lido e indicado pelas mais diferentes pessoas, incluindo grandes executivos. MENTE Mindfulness, Atenção Plena, de Mark Willians e Danny Penman Você deseja ter uma vida mais plena e feliz? O segredo pode estar dentro da sua própria mente . Esse livro contém dicas valiosas para que o seu objetivo seja alcançado. A prática do mindfulness é antiga, mas ganhou mais notoriedade recentemente. Frequentemente confundida com a meditação, o mindfulness exige uma atenção plena desse ser ativo e presente no momento. Parece desafiador - e é! Mas não é impossível. Os dois cientistas e autores desse livro fundamentam a prática em conceitos da ciência, e te ensinam ainda como praticar sozinho em sua vida, durante sua rotina. Leitura poderosa e tática para promover mudanças reais em sua vida. RELAÇÕES O livro O Amor Faz, do Bob Goff Bob Goff faz um verdadeiro convite a todos os leitores para o amor, a vida e os relacionamentos. Autêntico e divertido, o livro reúne relatos tocantes de pessoas comuns que realizaram coisas extraordinárias pelo simples ato de amar e de se relacionar . Porque, por mais simples que ele pareça, esse ato é poderoso e capaz de despertar o que há de melhor em todos nós. Basta dizer sim para o amor, seja ele qual for! “Lembre-se que há um convite que você não pode recusar: o de acordar todos os dias e viver uma vida de comprometimento, uma vida em que o amor faz” como diz o autor em divulgação do seu livro. ESPÍRITO Crer ou não Crer, do Leandro Karnal e P. Fábio de Melo O debate entre um ateu e um padre pode ser mais rico do que você imagina. Um historiador que dedica sua devoção ao estudo das ciências sociais pode aprender e ensinar um homem que dedicou sua vida à devoção religiosa. Afinal, fé, humanidade, medos e dúvidas, esperança e bom-humor: todos esses valores não são exclusivos de um único ser, mas sim, presentes em todos nós, independente do credo particular. O livro é uma aula de como aceitar a sua humanidade e refleti-la ao próximo, quaisquer que sejam suas diferenças. É também uma lição de como a fé e a espiritualidade podem nos ajudar e nos levar longe. CONTEXTO O poder do Hábito - Charles Duhigg O ex-jornalista do jornal americano T he New York Times traz em seu livro mais do que dicas de como mudar seus hábitos, mas histórias reais de pessoas que o fizeram. Por meio de relatos e pesquisas científicas feitas sobre essas mudanças, Duhigg discorre sobre as pequenas mudanças cotidianas que foram necessárias para que esses personagens atingissem sucesso - e como isso pode estar relacionado com a sua própria rotina e o contexto onde você está inserido. PROPÓSITO Propósito: a coragem de ser quem somos, do Sri Prem Baba Por que existimos? Qual a nossa missão na Terra? Grandes questões que permeiam a sociedade há séculos parecem ainda nos acompanhar. O mestre espiritual brasileiro, Sri Prem Baba, propõe nesse livro uma verdadeira viagem individual de cada leitor, com destino ao mais profundo que o seu ser possa alcançar. Dividido em sete partes, do nascimento à transcendência, a obra te coloca frente a frente com os seus anseios com uma serenidade capaz de fazer aflorar o que há de melhor em cada um de nós. É a partir desse sentimento de amor por si mesmo que você encontrará sua missão pessoal, seu autoconhecimento e, enfim, o seu propósito . Que tal aproveitar o seu tempo em casa para retomar esse hábito e atualizar sua biblioteca? Não esqueça de compartilhar com o @portalplenae no Instagram o que você está lendo agora. Iremos repostar para que assim toda a nossa comunidade seja incentivada.

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A literatura indígena: 5 títulos para mergulhar nesse universo

Assim como o escritor Daniel Munduruku, participante da décima sexta temporada do Podcast Plenae, há muitos indígenas contando histórias e enriquecendo ainda mais a nossa cultura

23 de Agosto de 2024


Na décima sexta temporada do Podcast Plenae - Histórias para Refletir, conhecemos um pouco mais sobre a vida de Daniel Munduruku, escritor e pensador contemporâneo naquilo que realmente podemos chamar de influenciador, já que suas ideias atravessam gerações e contribuem para enriquecer o pensamento coletivo. 

Com dezenas de livros publicados, plataforma que o ajudou a difundir esses pensamentos, Daniel é pioneiro no que hoje se constitui como um movimento importantíssimo da cultura brasileira: a literatura indígena. Hoje, vamos conhecer outros livros escritos por pessoas que, assim como Daniel, também são dos chamados “povos originários”, e que trazem um ponto de vista urgente para a sociedade contemporânea e metropolitana. Leia mais a seguir!

Ideias para adiar o fim do mundo 


É impossível mencionar a literatura indígena sem falar de Ailton Krenak, um dos maiores líderes do movimento indígena no Brasil. Ele também possui algumas obras publicadas desde que ganhou notoriedade em 1987, quando discursou na Assembleia Constituinte contra o retrocesso na luta pelos direitos indígenas, todo pintado de preto. 

Nesse livro específico, ele critica sobretudo a ideia que o homem branco tem de ser um indivíduo separado da natureza, sendo que somos na verdade parte dela. Para ele, se tivéssemos essa consciência de unidade, os rumos da sociedade seriam diferentes, bem como o nosso modo de viver atual. 

O filho da ditadura


Escrito pelo Cacique Juvenal Payayá, esse livro é a prova de que os indígenas escrevem de forma politizada não só sobre as angústias de suas aldeias, mas da sociedade como um todo. Nessa ficção com altas doses de realidade, a premissa é falar de uma geração de jovens cujo fator comum é serem filhos de militares com mães fora do casamento, algumas delas prisioneiras do regime militar.

A partir de suas próprias vivências, que transbordam para seu olhar e seus escritos, Juvenal toca na ferida aberta desse país, que é a ditadura militar, sem deixar de lado a crueldade cometida com os povos indígenas, mas também com os camponeses e outros ativistas silenciosos.

A queda do céu 


Escrito a quatro mãos, esse livro é fruto das palavras e vivências de Davi Kopenawa, o xamã-narrador, contadas ao Bruce Albert, o etnólogo-escritor que ouviu e organizou seus pensamentos por mais de 40 anos. Publicada originalmente em francês, a história traz meditações do xamã porta-voz dos Yanomamis, sobre as violências vividas por seu povo nas mãos dos homens brancos desde 1960.

A obra é dividida em três partes, sendo a primeira inteira dedicada ao “saber cosmológico adquirido graças ao uso de potentes alucinógenos”, como define esse artigo. Depois, há um relato detalhado do avanço dos brancos pela floresta e seu “cortejo de epidemias, violência e destruição”, até acabar no terceiro ato, que trata sobretudo da denúncia incessante dos povos indígenas frente a essa destruição.

Coração na aldeia, pés no mundo


O primeiro cordel escrito por uma mulher indígena no Brasil é de Auritha Tabajara. Vale dizer, para quem não conhece, que o cordel é um gênero literário muito comum no norte e nordeste brasileiro, e consiste em trazer histórias frequentemente escritas em versos, na forma rimada, originadas de relatos orais e depois impresso em folhetos. 

Em “Coração na aldeia”, Tabajara reflete sobre o que é ser uma mulher indígena, como foi adentrar as grandes cidades nessa condição de mulher indígena e, ainda, sobre como se entendeu enquanto mulher, indígena e membro da comunidade LGBTQIA +. É uma junção de temas sensíveis e muito importantes, escritos de forma simples e de alcance popular. 

Conversa com pensadores indígenas


E se o assunto é reunir muita coisa boa em um lugar só, esse livro escrito por Idjahure Kadiwéu e Sérgio Cohn é indispensável e inclusive recomendado pelo Museu das Culturas Indígenas, o MIC. Segundo o órgão, a obra traz “pensadores contemporâneos, relatos de jovens dos povos Guarani e Kaingang e hábitos, crenças e tradições Pataxós são documentados nas obras disponíveis no Museu das Culturas Indígenas”. 

Ao decorrer das páginas, você encontrará depoimentos importantes de Ailton Krenak, Álvaro Tukano, Biraci Yawanawá, Eliane Potiguara, Jaider Esbell e Sônia Guajajara em relação à educação, cultura, política, direitos humanos e ecologia. Nomes que ecoam através de gerações, como Daniel Munduruku, e que elevam o tom sobre temas que nunca deveríamos ter deixado de escutar. 

Para se manter de olho


Além de livros, a cultura indígena é vasta e vem ganhando cada vez mais os holofotes que merece. E não estamos falando apenas dos seus belos artesanatos, esses já consolidados no imaginário popular. Mas eles estão ganhando mais espaço na música, como te contamos aqui neste artigo, e como também contou a revista Piauí. O movimento é tão forte que já ganhou nome: A MIC – Música Indígena Contemporânea – reúne as sonoridades tradicionais indígenas a gêneros do momento, como o rap e o funk.

Nas redes sociais, eles também usam o grande alcance para falarem sobre o seu dia a dia, suas lutas, costumes e algumas curiosidades. Isso os ajuda, principalmente, a trazer para o debate público as sucessivas tentativas de diferentes governos de tirarem seus espaços e patrimônios. Até mesmo o DJ Alok, brasileiro conhecido mundialmente e com quase 30 milhões de seguidores no Instagram, já se envolveu com a causa e lançou um álbum em parceria com mais de 60 indígenas.  

É natural e muito positivo que eles ganhem esse espaço. Só nos resta aplaudir e esperar por mais novidades!

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