Coloque em prática

Dormir bem para viver bem: a importância do repouso para a nossa saúde

Para a doutora Carine, cuidar do sono é uma medida preventiva em saúde, que consegue doenças e deve ser feito desde a infância. Mas como fazê-lo?

13 de Março de 2020


Estima-se que passamos um terço de nossas vidas dormindo. Mas estamos realizando essa atividade de maneira correta? Dormir bem, com qualidade e horas suficiente, pode ser a resposta para uma série de outras doenças. É o que acredita Carine Petry, médica otorrinolaringologista e especialista na saúde do sono.

Além dela, vários outros especialistas defendem essa mesma tese, com base em pesquisas e análises clínicas.
Pensando no poder que as devidas horas de descanso diário tem, criou-se o Dia Mundial do Sono, onde diversas iniciativas são realizadas por toda a parte do planeta para conscientizar não só a população final, mas também a classe médica.

No Brasil, a Associação Brasileira do Sono criou a Semana do Sono, celebrada na próxima semana com programação de palestras e oficinas sobre o tema, em Brasília. “Muitas vezes o fator sono não é colocado de forma importante em consulta médica. Um cardiologista, por exemplo, fala em se alimentar bem, praticar atividade física, parar de fumar, mas não cita o dormir bem” conta a médica.

Hoje em dia, cada vez mais se fala em longevidade saudável. Não basta viver muito, mas é necessário viver bem e com as plenas faculdades cerebrais. “Não existe uma forma de se gente ter uma boa saúde sem dormir bem, porque o sono é um dos principais pilares da saúde, junto com alimentação e atividades físicas” explica Carine. “Existem várias pesquisas que apontam um risco aumentado para desenvolvimento de demência quando não se dorme bem.

É durante o sono que se tem uma limpeza do sistema nervoso central,  a limpeza linfática é feita somente no sono profundo, e ela é responsável pela limpeza do acúmulo de proteínas relacionadas ao Alzheimer” explica.
Essa atividade, que é diferente da vigília, ou seja, cochilos breves que não atingem camadas cerebrais mais profundas, interfere em todos os aspectos da nossa vida.

“Nosso processo cognitivo e capacidade de aprendizado, como nos sentimos, como nosso corpo funciona do ponto de vista cardiovascular e hormonal (como o hormônio do crescimento), do ponto de vista da insulina e até mesmo da nossa imunidade - tudo é afetado pelo sono, ou pela falta dele” continua Carine.
O sono muitas vezes é a peça que faltava no quebra cabeça para desvendar esses problemas já citados. Praticar essa atividade de maneira consciente pode até mesmo reduzir suas medicações.

“Às vezes um paciente que toma dois, três remédios para hipertensão, nunca relatou ou foi questionado pelo seu médico se ele ronca, por exemplo, quando já sabemos que o ronco é sempre um indicativo de que há uma dificuldade do ar em passar por uma via aérea estreita. Isso indica que ele está fazendo força pra respirar, então é muito provável que sua oxigenação esteja sendo prejudicada, o que libera adrenalina e aumenta a pressão cardíaca durante o repouso” revela a doutora.

Se a privação de um bom sono afeta nossa saúde a longo prazo, como esse mesmo mal afeta a curto prazo? “Com um sono restaurador, nosso processo cognitivo fica melhor o indivíduo consegue realizar coisas de forma mais eficiente. Até mesmo o seu autocontrole e poder de julgamento também são positivamente influenciados no que diz respeito a impulsividade e tomada de decisões” explica a doutora.

Sem falar no sistema imunológico como um todo. “Se uma pessoa que acabou de tomar uma vacina e naquela noite, por algum motivo, não dorme bem, a medicação muito provavelmente não vai ter um bom desempenho” revela. Até mesmo medicamentos mais cotidianos que demandam uma maior metabolização, podem ser afetados.
Falando em metabolização, há a questão dos alimentos, que pode também se manifestar mesmo a curto prazo.

“O uso da insulina pelo próprio corpo, depositar ou não gordura, ganho de peso ou não… Quando as pessoas não dormem bem, há sim um aumento comprovado de gordura abdominal. Isso vai levando a uma série de consequências, até mesmo inflamação sistêmica pode gerar” conclui Carine.
Mas atenção: não adianta colocar o sono em dia somente nos finais de semana, ou dormir muitas horas a mais em uma só tacada.

“Dormir 12h direto no fim de semana, por exemplo, acaba provocando um problema chamado
jet lag social, porque duas vezes por semana o indivíduo adota outro ritmo, bagunçando seu fuso horário pessoal. Isso gera uma instabilidade no sono dele a longo prazo, e em casos de adolescentes gera até mesmo uma redução de massa encefálica” diz.

DICAS PARA MELHORAR A SAÚDE DE SEU SONO

Na matéria sobre insônia, entrevistamos o pneumologista Sérgio que deu algumas dicas bem valiosas. Carine reforça todas elas. Veja a seguir o que fazer para melhorar o seu descanso.

1- Evitar telas como celular, tablet , ou qualquer equipamento que possua a chamada “tela azul”, ao menos uma hora antes do horário. Isso irá ajudar na produção do hormônio melatonina, responsável pelo sono.

2- Regularidade de horários, ou seja, tentar acordar e dormir todo dia no mesmo horário. Isso faz com que você estabeleça uma rotina e crie hábito.

3- Para quem possui insônia, evitar a cafeína, que pode inibir nosso sono em até 6 a 8 horas. Alimentos que possuem cafeína, como chocolate, chás pretos e coca cola, podem influenciar também.

4- Atividades físicas também liberam substâncias que diminuem o estresse, relaxam e tendem a melhorar a qualidade do sono. Mas essa atividade deve ser praticada em até 4 horas antes do sono, se não pode atrapalhar também.

5- O álcool pode até ajudar a relaxar e induzir o sono, mas ele provoca uma piora da qualidade do sono, em especial na última etapa, conhecida como REM e responsável pela limpeza e restauração do sistema nervoso e da nossa memória.

6- Evitar medicamentos não específicos para o sono, como antigripais, pois eles possuem descongestionante, que gera um aumento de substâncias que aumentam a vigília. Mesmo anti-histamínicos, que costumam dar sono, podem provocar uma sonolência ou sedação que acabam durante 24h, o que vai prejudicar não só sua rotina, mas a regularidade (item 2).

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Coloque em prática

Como obter o melhor do seu sistema imunológico

Saiba de que maneira você pode evitar danos a essa estrutura delicada e complexa do organismo

15 de Maio de 2019


Você já deve ter lido dicas para fortalecer o seu sistema imunológico. Para se sentir saudável e viver bem, no entanto, é mais importante equilibrar o sistema imune do que turbiná-lo. Saiba de que maneira você pode evitar danos a essa estrutura delicada.

O que é o sistema imunológico?

Vivemos imersos em um mar de organismos. Bactérias, vírus, parasitas e outras formas de vida grandes e pequenas pavimentam o nosso entorno, cobrem nossa pele, compartilham nosso intestino. A maioria deles não faz nenhum mal. O trabalho do sistema imunológico é nos manter saudáveis ​​em meio a esse ambiente desafiador e complexo.

É um equívoco comum que o sistema imunológico entra em guerra com todo organismo estranho. Em vez disso, ele monitora, avalia e julga possíveis ameaças. Se um invasor é considerado perigoso, o sistema imunológico tem um trabalho restrito: destruir a ameaça enquanto causa o menor dano colateral possível.

Essa resposta chama-se "inflamação", e ela pode se manifestar como nariz entupido, dor de garganta, dor de barriga, febre, fadiga ou dor de cabeça. Muitas moléculas do sistema imune são projetadas para enviar um sinal de que ele deve se retirar e pausar um ataque. Sem elas, o estado de inflamação que ajuda a destruir as ameaças detonaria o seu corpo.

Como você pode apoiar seu sistema imunológico?

Dormir bem
A falta de sono leva à morte prematura por males como câncer e doenças cardíacas, e as razões têm tudo a ver com o sistema imunológico, avisa a Clínica Mayo. Um amplo estudo, publicado em 2009, que resumiu descobertas de mais de uma dezena de projetos de pesquisa, incluiu evidências de que as pessoas precisam, em média, de sete horas de sono por noite. Dormir abaixo disso representa um risco para uma série de condições associadas à morte prematura.

Praticar exercícios
O exercício alivia o estresse, desenvolve mais células T (cruciais para o sistema imunológico) e evita a obesidade, ajudando a manter o sistema imune em equilíbrio. Quando você fica doente, no entanto, a mesma atividade física pode fazer a balança inclinar-se em favor da inflamação.

Meditar
A meditação da atenção plena, também chamada de mindfulness, tem um efeito calmante que, por sua vez, pode diminuir a ilusão de que você está sendo perseguido por um leão ou urso. Logo, essa prática pode inibir inflamações e equilibrar a sua imunidade.

Comer alimentos naturais
Outra maneira de ajudar seu corpo a manter a homeostase é comer alimentos naturais em vez de alimentos processados. Comida de verdade fornece ao organismo nutrientes familiares a ele. Logo, o sistema imunológico tem menos probabilidade de reagir, ou reagir de forma exagerada, a esses alimentos.

Limpe com moderação
O sistema imunológico evoluiu no período em que vivíamos na miséria, com doenças abundantes e sem mecanismos para higienizar nossa comida, água e casas. Hoje, temos todos os tipos de ferramentas para limpar nossos ambientes, de sabonetes a desinfetantes antibacterianos.

Com toda essa higiene, não apenas purificamos patógenos, mas também muitos micróbios não ameaçadores que ajudam a treinar o sistema imunológico sem causar nenhum dano a nós. O resultado? Um aumento acentuado de alergias alimentares e de pele nos países industrializados.

Alergias são basicamente o sistema imunológico criando inflamação em resposta a algo que não causa uma grande ameaça. Isso acontece, sugere a ciência, porque as pessoas crescem em ambientes tão higienizados que os sistemas imunológicos não se ajustam adequadamente ao mundo natural. Alguns encontros com vírus e bactérias hoje podem prevenir uma alergia amanhã.

Fonte: Matt Richtel, para The New York Times
Síntese: Equipe Plenae
Leia o artigo completo aqui.

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