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A longevidade pode ser economicamente sustentável

Hoje há mais pessoas acima dos 70 anos saudáveis e ativas do que no passado. Na América do Norte, um septuagenário tem 2% de chance de morrer no prazo de um ano.

22 de Novembro de 2018


“Sem piadas sobre idade hoje à noite, tudo bem?”, brincou Mick Jagger, o vocalista de 74 anos dos Rolling Stones, enquanto recebia as multidões que foram ao Desert Trip Music Festival na Califórnia, EUA, em 2016. Os outros músicos da banda têm apenas um ano abaixo de Jagger, o que o levou a descrever de forma bem-humorada o evento: “a casa de aposentadoria Palm Springs para músicos britânicos”. Os Stones arrecadaram naquela noite cerca de US$ 160 milhões. O sucesso de faturamento reflete bem os novos tempos em que a boa parte da população vive mais, melhor e de forma produtiva. Mais septuagenários. Hoje há mais pessoas acima dos 70 anos saudáveis e ativas do que no passado. Na América do Norte, um septuagenário tem 2% de chance de morrer no prazo de um ano. Em 1940, essa era a perspectiva dos cinquentões. Em 1950, apenas 5% da população mundial tinha mais de 65 anos. Em 2015, essa participação foi de 8%. Estima-se que em 2050 suba para 16%. Causas. Grande parte dos aumentos recentes na expectativa de vida tem a ver também com a queda da mortalidade infantil, graças às melhorias em higiene básica e saúde pública. Some isso ao fato de as taxas de sobrevivência na velhice terem começado a melhorar acentuadamente desde o início do século 20. Nos países desenvolvidos, a tendência continua até hoje. Consequências negativas. As advertências sobre uma “bomba do tempo prateada” ou "tsunami branca" têm soado forte nas últimas duas décadas, e muitas vezes foram formuladas em termos de desastre financeiro iminente e guerra intergeracional. Globalmente, a combinação de taxas de natalidade decrescente e maior expectativa de vida aumentará o “índice de dependência da velhice” – a proporção de pessoas com 65 anos ou mais em relação aos que estão entre 15 e 64 anos – de 13% em 2015 para 38% no final do século. Isso poderia levar não apenas a escassez de mão de obra, mas à estagnação econômica, colapso do mercado de ativos, grandes tensões fiscais e falta de inovação. A despesa em pensões e cuidados de saúde, que já representa mais de 16% do PIB dos países desenvolvidos, aumentará para 25% até o final do século se nada for feito, prevê o Fundo Monetário Internacional. Seria economicamente insustentável pagar pensões generosas por 30 anos ou mais para pessoas que contribuíram por um período similar ou pouco mais. Transformação positiva. Vidas mais longas e saudáveis podem ser, no entanto, uma boa notícia para as economias e as sociedades. Para a longevidade ser economicamente sustentável é preciso desenvolver políticas que absorvam os idosos com mais de 65 anos na economia como mão de obra ativa. Aumentam os centenários. Nos países desenvolvidos, a participação de pessoas com mais de 65 anos deverá aumentar de 16% , dado de 2015, para 25% até 2050, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Os grupo dos centenários também está aumentando. A Grã-Bretanha, por exemplo, registrava apenas 24 centenários em 1917. Em 2015, eles somavam 15 mil. Na década de 1960, o limite máximo de vida era de 89 anos (em média). Desde então, essa expectativa máxima aumentou em oito anos, em parte devido aos avanços da medicina, como substituições de órgãos e medicamentos para doenças crônicas e regenerativos. A Organização das Nações Unidas estima que, entre 2010 e 2050, o número de pessoas com 85 anos será o dobro das com 65 anos hoje globalmente. Leia a reportagem completa aqui . Fonte: Sacha Nauta Síntese: Equipe Plenae

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Desmistificando conceitos: o que é o body positive?

O movimento que vem ganhando força nas redes sociais busca trazer autoaceitação e abraçar todos os tipos de corpos existentes

23 de Junho de 2023


No quarto episódio da décima segunda temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história de aceitação da influenciadora e apresentadora Letticia Muniz. Ela conta toda a sua relação com a busca pelo “corpo ideal” - que de ideal, não tem nada -, e como a vontade de ser magra pautou sua adolescência e juventude. 

O ciclo de dietas loucas e punições sobre o próprio corpo só cessou quando Letticia conheceu a primeira influenciadora fora dos padrões de magreza que ela achou bonita: Ashley Graham. E foi assim, em uma “simples” navegada na internet, que a sua vida começou a mudar. Não é exagero usar a palavra vida aqui, já que toda a sua trajetória foi marcada pela falta de empatia consigo mesma. 

Letticia ainda não sabia, mas ela estava iniciando a sua própria jornada de body positive, e também não sabia que o que parecia um movimento individual, influenciaria outras milhares de pessoas como Graham fez com ela. Mas o que é esse body positive que mencionamos, afinal? Te contamos mais a seguir!

Abraçando seu corpo

É verdade que a modernidade traz algumas mudanças para o mal, como a falta de tempo, a desconexão do real e a aceleração da rotina. Mas, há uma beleza no que é mutável: as nossas velhas concepções do que é certo e errado, do que deve ou não ser aplaudido, entre outras.

Uma das que está caindo por terra é a certeza de que só há beleza em um tipo de corpo, aquele que sempre esteve presente na televisão e hoje nas mídias sociais. Quando você fechar os olhos, você conseguirá visualizar esse corpo perfeitamente, porque ele foi imposto para todos nós. Ele geralmente é branco, magro, com pouca ou nenhuma imperfeição, cabelo liso… A lista é extensa, mas você sabe do que estamos falando. 

O movimento body positive veio para afundar essas certezas e trazer liberdade a todos nós. Sim, todos, porque mesmo os modelos tidos como ideais são aprisionados dentro desse conceito e se tornam escravos dessa exigência de estarem sempre assim, perfeitos. 

Ele foi criado por mulheres ainda em 1970, com o movimento feminista da época que buscava revolucionar tantas outras frentes, dentre elas, a inserção de mais mulheres negras e suas demandas na luta que é de todas. Foi mais especificamente em 1967, com uma campanha contra a discriminação pública de pessoas obesas e a luta por seus direitos. 

Mas, apesar de não ser exatamente novo, ele foi impulsionado pelo advento das mídias sociais - que, veja só, também traz coisas boas. Hoje vivemos a chamada “terceira onda” do movimento, que começou em 2012 como uma hashtag muito usada no site Tumblr e em grupos do Facebook. O foco ainda era majoritariamente a aceitação da gordura – liderado por uma minoria de mulheres negras que focavam na celebração do amor próprio radical dos seus corpos gordos, como conta esse artigo da revista Vogue.

Apesar de ser bastante incorporado pelas mulheres gordas que buscam aceitação e fuga da imposição pela magreza - como é o caso de Munniz -, o body positive quer abraçar também outras “imperfeições”. Estrias, celulites, narizes grandes, peitos pequenos, manchas, cicatrizes, rugas, pessoas mais velhas, pessoas com deficiência, pessoas não-brancas. 

Homens, que também são vítimas dessas exigências e se esquecem. Todas as pessoas têm lugar nesse movimento que busca, justamente, ser o mais coletivo possível. A ideia aqui é ensinar para todos nós que a beleza ultrapassa qualquer medida e que ela mora em atitudes, não tanto no externo. E que todos nós a possuímos em nosso íntimo. O padrão hoje é ser diferente. 

Os próximos passos

Como a jornalista Juliana Ferraz pontua, o movimento não é uma tendência, ou seja, não é algo que está na moda e logo passará. A ideia é justamente que ele seja uma mudança de paradigma irreversível e, ao que tudo indica, ele já vem causando mudanças importantes, sobretudo em relação ao posicionamento de marcas de roupa. 

Hoje, é comum encontrar os mais variados corpos em campanhas de marketing e grandes desfiles, e as marcas que não se posicionam ou insistem em padrões excludentes correm o risco grande de serem canceladas pelo tribunal da internet - com muita razão, é claro. Não há mais espaço para isso.

Porém, ainda há muito trabalho pela frente, seja por parte do mundo, que ainda resiste em abraçar o diferente, seja por parte da aceitação individual das pessoas que levam seus tempos e cada um tem o seu, e seja até por parte do movimento. Isso porque há críticas internas de que, ainda que o body positive tenha como objetivo a inclusão, mesmo seus modelos parecem estar sempre dentro do mesmo “padrão”. 

“Enquanto o movimento estava fazendo maravilhas para corpos excluídos e menos privilegiados, ele também criou um padrão de beleza que muitos desses corpos nunca alcançarão. Vimos o movimento sair da celebração do corpo plus para ser focado em mulheres gordas “aceitáveis”: lindas, com curvas, geralmente brancas, com cintura fina e quadris largos”, explica Stephanie Yeboah à Vogue.

Outra crítica veio da cantora premiada Lizzo, como conta o artigo, que atenta ao fato de que o movimento é usado por pessoas para seus ganhos próprios e que acaba reforçando essa venda de corpos, algo que não deveria estar à venda. Por fim, há também de se atentar que, todo movimento que busca trazer positividade, pode pecar pelo excesso da positividade tóxica, que te contamos aqui. Está tudo bem não estar bem alguns dias e lembre-se sempre que cada um leva o seu tempo. 

O foco agora é ouvir as críticas para construir um movimento cada vez mais sólido e inclusivo, além de angariar aliados importantes como a sociedade civil, as próprias pessoas consideradas padrões - que agregam muito quando se unem à luta -, e claro, as marcas. É preciso união para que se tenha a força e a credibilidade que o movimento merece ter cada dia mais. 

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