Aqui e agora

Quando pensamos em gratidão, costumamos pensar grande

8 de Janeiro de 2024


Quando pensamos em gratidão, costumamos pensar grande. Ser grato por ter saúde, por ter uma casa onde morar, comida no prato e roupas no corpo. Por ter carro, convênio, por ter os pais vivos. Todos esses motivos são mais do que legítimos para fazer do sujeito alguém que agradece todos os dias.  

Mas, focados na grandeza, perdemos seu oposto: as miudezas. O milagre da gratidão mora justamente em apurar o nosso olhar para as vitórias diárias, as conquistas ordinárias que trazem sentido à vida de forma invisível, como um maestro que rege essa orquestra de maneira impecável e sutil. 

Agradecer pelo elevador que estava lá quando você chegou com pressa. Pelo sorriso da criança que esperou pacientemente o adulto concluir uma tarefa que ela teria feito mais rápido. Agradecer pelo céu azul e pelo céu cinza, pois cada um oferece uma poesia à sua maneira. 

Vamos agradecer por ter acordado a tempo, por ter ouvido aquela música antiga na rádio sem querer. Por ter seu prato favorito disponível no quilo, por ter conseguido entregar tudo e saído a tempo de ver o sol se preparando para ir embora. Agradecer pelo lado do fone que voltou a funcionar, pela moedinha que encontramos no bolso, pelo barulho do passarinho que, de tanto insistir no belo, atravessou o duro barulho do concreto até chegar em seus ouvidos. 

Nesse dia da gratidão, é preciso pensar nessa palavra de forma robusta, intensa, encorpada e não mais esvaziada como foi pelas redes sociais. Ser grato é uma atitude perante a vida que deve ser trabalhada diariamente de forma individual e coletiva. Não se distraia do que verdadeiramente importa, afinal, como canta Gilberto Gil, o melhor lugar do mundo é aqui e agora. Você já agradeceu por estar exatamente onde deveria estar? 

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Para Inspirar

Cientistas conseguem ‘retificar’ pulmões

A estrutura do órgão, semelhante à de uma árvore – cheia de ramos –, otimiza a eficiência da troca de gases, mas, infelizmente, também faz com que o transplante ​​seja quase impossível.

28 de Junho de 2018


Quando um motor de carro começa a dar problemas, os mecânicos costumam fazer uma retífica, ou seja, reajustam algumas peças para a máquina rodar mais quilômetros. Cientistas da Universidade da Columbia descobriram que é possível fazer um processo muito similar nos pulmões. Órgão com uma engenharia anatômica intrincada, formado por 40 tipos de células embutidas em uma matriz delicada, flexível e potente, bombeia continuamente oxigênio na corrente sanguínea para uma área comparável ao tamanho de uma quadra de tênis. A estrutura, semelhante à de uma árvore – cheia de ramos –, otimiza a eficiência da troca de gases, mas, infelizmente, também faz com que o transplante ​​seja quase impossível. O problema. Anteriormente, os cientistas retiravam as células doentes e inflamadas e ressuscitavam a matriz vazia com enxerto de células saudáveis. O problema é que, além de ser um procedimento difícil, muitas vezes os ramos de vasos sanguíneos ficavam completamente destruídos. Sem sangue para fornecer nutrientes, o processo falhava. “Ao invés de removermos todas as células de um pulmão doador, pensei que poderíamos limpar suavemente apenas as células doentes nas vias aéreas, sem tocar nas da circulação sanguínea”, diz Gordana Vunjak-Novakovic, da Universidade de Columbia. A equipe dela foi em frente e usou células epiteliais humanas saudáveis – e não as do sistema sanguíneo, como antes–, que formam as vias aéreas, para fazer o enxerto em pulmões de ratos. As células estrangeiras aproximaram-se da localização correta, se encadearam e prosperaram. O estudo foi publicado em agosto de 2017 com o título uma " abordagem radicalmente nova " para a bioengenharia de pulmões: montando novas estruturas, mas mantendo os vasos sanguíneos intactos. “Como a falência pulmonar geralmente decorre de células doentes do epitélio”, diz o autor do estudo Valerio Dorrello, “esse novo método permite regenerar os pulmões tratando apenas as células lesadas”. Leia o artigo completo aqui.

Fonte: Shelly Fan Síntese: Equipe Plenae

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