Para Inspirar

Cientistas conseguem ‘retificar’ pulmões

A estrutura do órgão, semelhante à de uma árvore – cheia de ramos –, otimiza a eficiência da troca de gases, mas, infelizmente, também faz com que o transplante ​​seja quase impossível.

28 de Junho de 2018


Quando um motor de carro começa a dar problemas, os mecânicos costumam fazer uma retífica, ou seja, reajustam algumas peças para a máquina rodar mais quilômetros. Cientistas da Universidade da Columbia descobriram que é possível fazer um processo muito similar nos pulmões. Órgão com uma engenharia anatômica intrincada, formado por 40 tipos de células embutidas em uma matriz delicada, flexível e potente, bombeia continuamente oxigênio na corrente sanguínea para uma área comparável ao tamanho de uma quadra de tênis. A estrutura, semelhante à de uma árvore – cheia de ramos –, otimiza a eficiência da troca de gases, mas, infelizmente, também faz com que o transplante ​​seja quase impossível. O problema. Anteriormente, os cientistas retiravam as células doentes e inflamadas e ressuscitavam a matriz vazia com enxerto de células saudáveis. O problema é que, além de ser um procedimento difícil, muitas vezes os ramos de vasos sanguíneos ficavam completamente destruídos. Sem sangue para fornecer nutrientes, o processo falhava. “Ao invés de removermos todas as células de um pulmão doador, pensei que poderíamos limpar suavemente apenas as células doentes nas vias aéreas, sem tocar nas da circulação sanguínea”, diz Gordana Vunjak-Novakovic, da Universidade de Columbia. A equipe dela foi em frente e usou células epiteliais humanas saudáveis – e não as do sistema sanguíneo, como antes–, que formam as vias aéreas, para fazer o enxerto em pulmões de ratos. As células estrangeiras aproximaram-se da localização correta, se encadearam e prosperaram. O estudo foi publicado em agosto de 2017 com o título uma " abordagem radicalmente nova " para a bioengenharia de pulmões: montando novas estruturas, mas mantendo os vasos sanguíneos intactos. “Como a falência pulmonar geralmente decorre de células doentes do epitélio”, diz o autor do estudo Valerio Dorrello, “esse novo método permite regenerar os pulmões tratando apenas as células lesadas”. Leia o artigo completo aqui.

Fonte: Shelly Fan Síntese: Equipe Plenae

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A natureza somos nós

Quando falamos em natureza, mesmo os mais apaixonados pela causa costumam trilhar o caminho da separação e enxergá-la como algo que mora ali, ao passo que moramos aqui, do outro lado do bosque.

26 de Setembro de 2024


Quando falamos em natureza, mesmo os mais apaixonados pela causa costumam trilhar o caminho da separação e enxergá-la como algo que mora ali, ao passo que moramos aqui, do outro lado do bosque. Encaramos o meio ambiente como uma entidade a ser preservada e, porque não, admirada, mas como um corpo separado da vida que vivemos.

E esse posicionamento talvez explique as mazelas que enfrentamos atualmente, enquanto assistimos o planeta sucumbir ao nosso redor e lamentamos, paralisados, sem saber por onde começar. Não nos damos conta de que estamos ruindo junto com o nosso entorno, pois a natureza não está ali, ela está aqui, dentro de nós.

O fungo que se conecta de forma invisível e cria a imensa e complexa conexão entre as árvores também habita em nossa microbiota e faz com que nossa saúde opere em perfeita sintonia. A água que deságua em uma bela cachoeira é a mesma que, a depender dos caminhos, desaguará em seu banho quente e revigorante. A grama do seu vizinho, sendo mais verde ou não do que a sua, é a responsável pelo sistema tão cheio de camadas que faz com que você respire profundamente, todos os dias, buscando paz e equilíbrio.

Somos compostos pela maioria dos átomos que compõem uma estrela bem brilhante e bem distante lá no céu. "O nitrogênio em nosso DNA, o cálcio em nossos dentes, o ferro em nosso sangue e o carbono em nossas tortas de maçã foram produzidos no interior de estrelas em colapso. Nós somos feitos de material estelar”, disse Carl Sagan em seu livro "Cosmos", nessa única frase que ainda ecoa através de tantos anos e não nos deixa esquecer da imensidão de todas as coisas.

Quando falar em natureza, feche os olhos e pense: estou falando de mim mesmo. Não estou falando de um corpo estranho e distante, estou falando do meu próprio corpo. Sou parte desse todo e a ele devo cuidado, zelo e as minhas melhores práticas. Quando entendermos que a natureza somos nós e que o planeta é o nosso quintal, talvez possamos enxergar um caminho em comum que nos tire desse desalento que estamos mergulhados e a luz no fim do túnel seja um raio solar genuíno, sem tanta poeira à sua frente.

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