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Custo final da velhice preocupa

Subestimar o tempo de vida de alguém pode sair caro. É o que os governos e seguradoras de previdência privada estão descobrindo.

22 de Novembro de 2018


Subestimar o tempo de vida de alguém pode sair caro. É o que os governos e seguradoras de previdência privada estão descobrindo. As pensões públicas ainda consistem na principal fonte de renda para quem tem mais de 65 anos na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Tanto nos Estados Unidos quanto na Grã-Bretanha, a provisão pública representa cerca de 40% dos ganhos anteriores, mas em alguns países europeus ela chega a 80%. Em muitas nações da Europa, a mão de obra ativa diminuída enfrenta cada vez mais dificuldades para financiar um grupo maior de pensionistas. Despesas aumentam no fim da vida. Dependendo de onde as pessoas vivem, quanto ganham e se têm família disposta a cuidar delas, um dos maiores riscos financeiros do envelhecimento pode ser despesas com cuidados no fim da vida. Um americano cinquentão tem 50% a mais de chances de viver os últimos dias em uma casa de repouso paga do que em sua própria casa, estima a RAND , uma organização de pesquisa nos EUA. Na Grã-Bretanha, uma revisão oficial em 2011 sobre os cuidados de longa duração considerou que um quarto das pessoas mais velhas na Grã-Bretanha precisaria de poucos cuidados no fim da vida. Porém, 10% delas enfrentaram custos superiores a £ 100.000 (cerca de R$ 1,4 milhão). A maioria dos países precisará encontrar uma combinação de provisão pública e privada para sustentar os cuidados de longa duração. Um mercado de seguros privados seria uma parte importante nisso. Muitas seguradoras norte-americanas que surgiram com entusiasmo na década de 1990 faliram quando os clientes precisaram de mais cuidados do que o esperado.

Quatro fatores para as falhas do mercado:

  1. É incerto o futuro do cuidado público.

  2. Muitas pessoas pensam que não precisam de seguro porque o estado ou a família cuidarão deles.

  3. É alta a probabilidade de o seguro ser vendido apenas aos que correm o risco de precisar de cuidados.

  4. Os custos de cuidados são imprevisíveis e podem sair do controle no futuro. As seguradoras evitam o mercado de cuidados por completo ou cobram prêmios exorbitantes e adicionam muitas restrições. A abrangência precisa ser ampla para que os produtos das seguradoras funcionem. A maneira mais fácil de conseguir isso é tornar o seguro obrigatório, como na Alemanha.

Soluções possíveis

  1. A inscrição em um esquema público-privado, um método que Cingapura experimenta atualmente. No mínimo, algumas intervenções governamentais – como fornecer uma retaguarda aos riscos mais catastróficos – parecem ser necessárias para que o mercado se estabeleça.

  2. As seguradoras poderiam oferecer mais produtos híbridos, como o seguro de vida com a opção de adiantamento sobre o pagamento se os clientes precisarem de cuidados.

  3. Para os assegurados, há necessidade de garantias mais claras contra aumentos inesperados das mensalidades.

  4. As seguradoras precisarão persuadir as pessoas a se inscreverem muito antes de serem suscetíveis de precisar de algum cuidado.

  5. Transformar ativos em dinheiro vivo. Para muitos idosos o que resta é a casa onde mora e liberar parte desse recurso poderia ajudar e muito. Uma das alternativas seria a hipoteca reversa, que permite transformar a casa em um fluxo mensal de dinheiro sem que seja necessário vendê-la. Mas os norte-americanos em geral a consideram uma alternativa assustadora. Temem o risco de ficar sem casa. Devido à falta de concorrência, os produtos também são caros. Os principais financiadores podem ajudar a expandir o mercado. Entretanto, as pessoas encontraram outra maneira de obter renda a partir de seus ativos: websites de aluguéis como o Airbnb . Os proprietários na faixa dos 60 anos são o grupo de hosts de mais rápido crescimento no site de compartilhamento doméstico e recebem as classificações mais altas. Quase metade dos hospedeiros mais antigos na Europa diz que a renda adicional os ajuda a permanecer em suas casas. Leia o artigo completo aqui .

(BOXES ILUSTRATIVOS): Parecia o melhor negócio da vida Em 1965, André-François Raffray, advogado francês de 47 anos, encantado por um apartamento em Arles, no sul da França, convenceu a viúva, de 90 anos, que ali vivia, a fechar um negócio que lhe pareceu muito bom. Pagaria 2.500 francos (então cerca de US$ 500) por mês até ela morrer. Em contrapartida, a viúva lhe deixaria o imóvel em testamento. Trinta anos depois, Raffray morreu e a viúva, Jeanne Louise Calment, ainda estava forte. Faleceu aos 122 anos, tornando-se a pessoa mais velha do mundo. A essa altura a família Raffray tinha pago mais do que o dobro do valor da casa. Casos de demência são em maior número nos asilos De longe, o motivo mais comum para alguém precisar de cuidados prolongados é a doença de Alzheimer ou alguma outra forma de demência. Globalmente, cerca de 47 milhões de pessoas têm demência. Sem um avanço médico, esse número poderá crescer para 132 milhões até 2050, de acordo com o Relatório Mundial sobre Alzheimer. Um estudo descobriu que as pessoas que sofrem de demência representavam quatro quintos de todos aqueles que viviam em casas de repouso em todo o mundo.

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Espiritualidade é trampolim para felicidade

Quem frequenta cultos religiosos pelo menos uma vez por semana tem 29% mais chances de aumentar os anos de vida do que os não praticantes.

17 de Julho de 2018


Quem frequenta cultos religiosos pelo menos uma vez por semana tem 29% mais chances de aumentar os anos de vida do que os não praticantes. Esse foi o resultado apontado por uma grande pesquisa, divulgada em 2009, que revisou 42 estudos sobre o papel da espiritualidade na saúde. Envolveu 126 mil pessoas. Os praticantes religiosos mostraram maior comprometimento com a própria saúde. Passavam por consultas rotineiras ao dentista, tomavam direitinho remédios prescritos, bebiam e fumavam menos. A pesquisa confirmou o que já apontava o estudo populacional de 2001, realizado pelo Centro Nacional de Adição e Abuso de Drogas dos Estados Unidos. Adultos que não consideram a religião importante consomem mais álcool e drogas. É a versão real dos Simpsons e seus exageros estereotipados. O personagem central do desenho, o pai de família Homer faz pouco de qualquer fé, é obeso e alcoólatra. Ao contrário do vizinho carola, Ned Flanders – que é regrado, tem saúde perfeita e corpo sarado. Andar na linha é mais comum entre os crentes e a razão está no poder de autocontrole, segundo cientistas. “A fé facilita a árdua tarefa de adiar recompensas, algo fundamental e rotineiro, desde fazer dieta até estudar para concursos”, diz o psicólogo Michael McCullough, professor da Universidade de Miami e parceiro de Harold Koenig em pesquisas sobre espiritualidade. Felicidade. A fé também tem relação com a felicidade. Um estudo europeu mostrou que pessoas espiritualizadas são mais satisfeitas. Os ateus mostram maior propensão ao pessimismo justamente por ter uma leitura objetiva da vida. Não acreditam na providência divina que pode mudar o curso dos acontecimentos em um estalar de dedos. Religiões estimulam algo essencial para o ser humano: o espírito de comunidade. Devotos normalmente não estão sozinhos. Para Andrew Clark – um dos autores desse estudo europeu e professor da Escola de Economia de Paris – as religiões ajudam as pessoas a superar choques ou a pelo menos não se desesperarem tanto com os tropeços da vida. Segundo a pesquisa, a queda no indicador de bem-estar foi menor entre os desempregados religiosos do que os não religiosos. “A religião oferece ‘proteção’ contra o desemprego”, diz Clark. “Na hora do aperto, há sempre alguém para estender a mão.” Solidariedade. Outra pesquisa, essa realizada pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, comparou duas formas de amparo à terceira idade, a das igrejas e a dos serviços sociais estatais. A discrepância a favor do suporte religioso foi tão significativa que o autor do estudo, o gerontologista Neal Krause, acredita haver algo de único nesse tipo de apoio. Até mesmo os ateus são beneficiados pelo espírito solidário oferecido pelas instituições religiosas. Um estudo feito por Clark investigou o efeito da religiosidade dos outros sobre o bem-estar de uma comunidade. A descoberta foi intrigante. As pessoas sem religião de regiões de maioria ateia são menos felizes do que aquelas sem religião de áreas onde a maior parte da população professa uma fé. “Isso não é nada bom para os ateus: eles parecem menos felizes e também fazem os outros menos felizes”, concluiu Clark. A explicação para isso pode estar na compaixão incentivada pelas religiões. A escritora e ex-freira inglesa Karen Armstrong, autora de mais de 20 livros sobre o tema, acredita que o princípio da compaixão está no centro de todas as tradições religiosas. É ela que nos leva a pensar no próximo e a fazer de tudo para aliviar o sofrimento e as angústias dele. Leia o artigo completo aqui.

Fonte: Sílvia Lisboa Síntese: Equipe Plenae

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