Para Inspirar
O assunto delicado que quase ninguém quer falar, mas que é urgente entre nós: nossos filhos podem estar deprimidos e precisamos saber ajudá-los.
17 de Novembro de 2023
A depressão
não é brincadeira: estima-se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo, de
todas as idades, sofram com esse transtorno, sendo a principal causa de
incapacidade mundial e afetando mais as mulheres do que os homens. Mas, há uma
camada ainda mais fina, sutil e preocupante nesses dados, trazidos pela Organização Mundial da Saúde: em seu pior desfecho, ela pode levar ao suicídio.
Cerca de 800 mil pessoas tiram suas próprias vidas a cada ano, sendo essa a segunda principal causa de morte entre pessoas com
idade entre 15 e 29 anos. E é sobre isso que vamos falar hoje. Inspirados pelo relate potente de Luciane Zaimoski, que abre a décima quarta temporada do Podcast Plenae, fomos
entender um pouco mais sobre depressão infantojuvenil, doença que acometeu
seu filho.
Sabemos que o assunto pode ser difícil e delicado, mas ele se faz igualmente
necessário. É preciso reconhecer os sinais enquanto há tempo e saber o que
fazer a partir disso. Conversamos com três especialistas para te ajudar nessa
jornada!
“As escolas precisam ainda promover formações para os seus
profissionais visando a questão da saúde mental, promover campanhas internas
para seus professores e funcionários, ensinando-os como identificar, como
intervir, etc. Tem que ser uma coisa maior, que faça parte do projeto político-pedagógico da instituição. Os pais também têm que ser
contemplados nessa campanha com palestras, debates, formações
sobre a prevenção, entre outros”, continua Bifulco.
Mas, é preciso cautela nessa transferência, pois a escola é parte de um todo, e
não a responsável total pelo problema, como reforça Thaís Malta. “Direcionar a
responsabilidade total aos educadores é sobrecarregar um profissional que não está
habilitado para tal função. A realidade é diferente do desejo, há professores
com dois turnos de trabalho, com três ou quatro salas de quarenta alunos. Há casos
que naturalmente chamam mais atenção, mas o que nos preocupa são os
adolescentes discretos com suas dores”, pontua.
Algumas possibilidades sugeridas por Thaís para driblar esse impasse são os dias temáticos, atividades extracurriculares, palestras, rodas
de conversa. “Dessa forma, podemos instrumentalizar os adolescentes a reconhecer
sinais em si e nos colegas, prevenir o bullying, o assédio, as brigas. Um educador
físico que ensine consciência corporal, respiração, relaxamento, meditação. Ter
uma equipe de acolhimento, com um espaço seguro para que eles possam se
expressar sem julgamentos ou ameaças.”
A escola, como dito anteriormente, trabalhará em conjunto com os especialistas.
Mas, quem são eles? “São duas abordagens mais utilizadas nesse
caso: a psicanálise e a comportamental. A segunda é mais específica para ensinar
novos comportamentos, mudar uma fobia ou atender crianças atípicas. Se a questão for de comportamento
emocional ou de pensamento, a psicanálise Winnicottiana seria ideal para começar a investigar e entender o que essa criança
está sentindo”, explica Carolina.
Para Inspirar
A tendência que viralizou nos últimos anos em vídeos rápidos e prazerosos tem uma explicação científica por trás
9 de Maio de 2023
Com o excesso de estímulos dos novos tempos, a busca por um entretenimento calmo e que desperte sensações boas tem sido cada vez mais alta, como te contamos neste artigo. O calm-tainment é justamente o nome dessa tendência dos que buscam encontrar calma nas distrações do dia a dia.
Dentre suas opções, que vão de aplicativos de meditação até trilhas sonoras calmantes, estão os vídeos da categoria ASMR. Mas o que é isso, afinal? Te contamos a seguir.
O ASMR é a sigla para um termo em inglês um pouco grande: Autonomous Sensory Meridian Response, que na tradução literal significa Resposta Sensorial Autônoma dos Meridianos. Trata-se de um estilo de vídeo que tem como objetivo estimular regiões cerebrais específicas a fim de trazer calma e até sono para quem os assiste.
Os vídeos têm estilos diferentes, já que cada um busca estimular uma sensação diferente. Pessoas sussurrando, pintura ou escultura, sons de estalos, corte de sabonete limpeza de pele e até pincel de maquiagem passando pelo microfone: basta uma busca rápida no Youtube que você já se depara com milhares de ofertas de vídeos, mas você também os encontra em outras redes sociais como TikTok e Instagram.
O termo surgiu em 2009, segundo o jornal Correio Braziliense, mas ganhou notoriedade com a ascensão da internet e, infelizmente, o aumento do estresse dos últimos tempos. Afinal, se o silêncio possui inúmeros benefícios, como te contamos aqui, um vídeo com áudio controlado também pode ser.
Por conta dos números cada dia maiores acerca do tema, várias pesquisas também foram surgindo para investigar um pouco mais esse fenômeno. Uma pesquisa da Universidade Swansea sobre o tema classificou um ranking dos tipos favoritos de ASMR:
Sussurros - 75%
Atenção pessoal - 69%
Sons nítidos (bater as unhas em objetos, arranhar, etc.) - 64%
Sons vagarosos - 53%
Sons repetitivos - 36%
Sorriso - 13%
Barulho de avião - 3%
Barulho de aspirador de pó e risada- 2%
Um outro estudo, esse do Departamento de Psicologia da Universidade de Sheffield, da Inglaterra, colocou voluntários para assistir vídeos comuns e vídeos ASMR e monitorou suas reações. A conclusão foi que a de que as frequências cardíacas foram reduzidas de forma significativa durante a exibição dos vídeos ASMR, além de um maior relaxamento e aumento dos pensamentos positivos.
Por fim, um estudo da plataforma de música Deezer olhou especificamente para o comportamento dos brasileiros com a técnica do ASMR. Segundo a pesquisa, que entrevistou mais de 12 mil pessoas, 29% dos brasileiros consomem esse tipo de conteúdo, com foco na redução do estresse.
Essa pesquisa ainda mostrou que o som da respiração era o mais relaxante, seguido de barulho da tesoura cortando objetos e de sussurros. Além disso, 63% dos entrevistados revelaram que consomem o conteúdo porque “amam a sensação de formigamento”.
As sensações, o que desperta as pessoas assistirem e ouvirem o ASMR, não são as mesmas para todos. Durante a pesquisa, 25% das pessoas não têm nenhuma reação física ou emocional; 24% se sentem mais calmos e relaxados; 11% disseram sentir arrepios; e 14%, formigamento.
Mas, é importante reforçar que não se trata de um consenso entre todas as pessoas do mundo, já que as sensações são muito individuais. A mesma pesquisa descobriu pontos específicos para além do Brasil. Enquanto aqui, a principal percepção foi de “prazer”, no México eles classificam os vídeos como “intrigantes”.
Os estadunidenses e alemães disseram achar os vídeos estranhos, os ingleses acham o ASMR irritantes e, na França, os participantes disseram não ver sentido nenhum no estilo de vídeo. Ironicamente, a pesquisa também mostrou que o sotaque francês é o mais popular.
Os entrevistados também apontaram uma preferência para a voz feminina (45%), enquanto somente 18% preferiram a masculina e 30% disseram não ter preferência. Porém, cerca de 4% dos entrevistados disseram que “odeiam”, outros 5% sentiram que “não amaram” e 31% se sentiram indiferentes com os vídeos.
Agora que você já conhece o estilo, é hora de tentar e tirar suas próprias conclusões! Busque pela sigla na internet e procure perceber o seu corpo enquanto consome esse estilo de entretenimento.