Para Inspirar

Eduardo Kobra em “Desenhando um mundo melhor”

Na sexta temporada do Podcast Plenae, Eduardo Kobra conta como passou de pichador na zona norte para muralista internacional.

12 de Setembro de 2021


Leia a transcrição completa do episódio abaixo:


[trilha sonora]

Eduardo Kobra: Quando meu trabalho apareceu, eu fui muito discriminado por outros artistas. Me julgaram pela estética, pela linguagem e por trabalhos que eu fiz porque eu precisava sobreviver. Mas, eu continuei me dedicando, colocando meu sentimento nas minhas obras e as coisas foram acontecendo. O que eu expresso vem da realidade que eu vivi, do bairro de onde eu nasci, da origem que eu tive. Eu uso os murais para denunciar problemas sociais e causas que ninguém quer ver.

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Geyze Diniz: Um dos artistas brasileiros mais renomados do mundo, o muralista Eduardo Kobra, também conhecido como Kobra, superou muitos obstáculos antes de ter o seu trabalho presente em mais de 35 países. Nascido em São Paulo e, apesar das adversidades de uma adolescência vivida na periferia de uma grande capital, ele conseguiu deixar o talento e a força de vontade se sobressairem.

O menino, que andava por aí pichando muros, virou então um orgulho nacional. Conheça a história de Eduardo Kobra. Ouça no final do episódio as reflexões da psicanalista Vera Iaconelli para lhe ajudar a se conectar com a história e com o momento presente. Eu sou Geyze Diniz e esse é o Podcast Plenae. Ouça e reconecte-se.


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Eduardo Kobra: Eu ganhei o meu apelido na escola. Eu era um menino retraído, não tirava nota muito boa  e passava a aula inteira desenhando. Os outros garotos viam meus desenhos no caderno e começaram a me chamar de “Cobra”, de sentido de ser bom, de ser fera naquilo.


Eu desenhava muita história em quadrinhos, super-heróis, caricaturas. Via um desenho no gibi e tentava reproduzir. Dois amigos da comunidade também tinham esse hobbie. Um deles, o Johnny, era bem melhor que eu. A gente se encontrava, mostrava os cadernos e assim ia aprendendo um com o outro. 


Com uns 12, 13 anos, conheci na porta da escola uns moleques mais velhos que pichavam. Eu fiquei completamente entusiasmado com a possibilidade de colocar meu nome num muro. Era uma forma de, sei lá, me libertar, me expressar, protestar e, ao mesmo tempo, pintar. 


Comecei a pichar dentro da escola. Pegava um pincel atômico e escrevia o meu apelido, Cobra, naquela época com “c”, no teto, nas carteiras, nas cadeiras, em qualquer lugar. Fui advertido várias vezes. Meus pais foram chamados na diretoria e assim eles souberam que eu tava pichando. Eles ficaram muito preocupados.


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Mesmo assim, eu continuei andando com aquela turma. A galera devia ter mais de 20 anos e eu era o mascote. A gente pegava ônibus, ia até o centro de São Paulo e voltava a pé pra casa, pichando muros no caminho com spray. Mudei a minha assinatura para Kobra com “K”, porque já tinha outros pichadores com “C”.  


Era uma vida bem arriscada. Tinha gente que caía de prédio e morria, outros eram pegos pela polícia. O perigo mais constante eram as brigas violentíssimas por disputa de território. Uma pessoa não pode pichar na área que não é da turma dele ou escrever o nome por cima do nome do outro.

Fui detido 3 vezes, quando eu ainda era menor de idade. Numa delas, eu tava num túnel perto do Parque do Ibirapuera, com uns 4 caras. Fomos levados pra delegacia e os policiais picharam a gente. Foi humilhante. Teve outra vez que eu tava no muro do Jockey Clube, de madrugada. Quando vi a viatura, consegui me esconder junto com os travestis que fazem ponto ali. Um dos meus amigos foi detido. 


Meus pais ficavam revoltados, queriam me afastar da pichação de qualquer jeito, para me proteger. Eles não entendiam porque eu entrei naquele universo. Na verdade, nem eu mesmo entendia. Hoje eu vejo que era coisa de adolescente rebelde. Mas na época eu não tinha essa maturidade e clareza. Chegou um ponto em que eu via problemas em todo lugar: em casa, na escola, na rua. Eu tava perdido, sem rumo. 


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A minha vida começou a fazer algum sentido no dia em que eu vi uns caras dançando break. Foi no Largo São Bento, no centro de São Paulo. 


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Aquela dança acrobática, que fazia sucesso nos anos 80, chamou a minha atenção. Os caras eram de um grupo chamado Jabaquara Breakers. Me aproximei deles e ainda conheci a cultura hip hop, um movimento cultural que nasceu na periferia de Nova York, nos anos 70. Eu comecei a ouvir Racionais MC’s, Thaíde & DJ Hum. Me identifiquei com aquelas letras que falavam da violência urbana, das dificuldades da periferia, das diferenças sociais. Eu pensei: “Cara, eu também tô passando por isso”.


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Com o hip hop, eu comecei a tomar consciência do que acontecia ao meu redor. E aquilo me deu um chacoalhão, no sentido de pensar o que eu queria para a minha vida. Eu já sabia que eu não queria droga, nem crime, mas ao mesmo tempo eu me sentia deslocado socialmente. Aí o hip hop me apresentou o grafite, uma arte de rua que é um dos pilares do movimento, junto com o rap, o DJ e o break. Eu me descobri.

Comecei a pesquisar sobre o assunto e encontrei num sebo um livro da Martha Cooper, uma fotógrafa americana que fotografou o grafite nos muros de Nova York. Pelas fotos dela, eu passei a entender as diferenças entre os artistas, as linguagens, a estética, os materiais. Eu andava com esse livro debaixo do braço 24 horas por dia. Se o meu trabalho existe hoje, é graças à Martha Cooper.


[trilha sonora]


Durante alguns anos, eu fiz uma transição da pichação pro grafite. Eu não considero que tenha sido uma evolução. Eu só fui pro grafite porque eu já desenhava, e eu adorei descobrir que eu podia desenhar num muro.

O sucesso não veio de uma hora pra outra, não. Demorou bastante. Para pagar as contas, trabalhei como estagiário na Caixa Econômica Federal e como office boy. Saí da casa dos meus pais, porque eles não aceitavam as minhas escolhas, mas eu nunca deixei de lutar.

Aos poucos, começaram a aparecer trabalhos remunerados pelos meus desenhos. Eu pintava oficina mecânica, escolinha, quarto de criança, reproduzia quadros de pintores conhecidos. Eram bicos que me davam uma graninha e serviam de prática pra eu desenvolver a minha técnica.


Eu ganhei um pouquinho de estabilidade financeira quando fui trabalhar no Playcenter. Eu pintava os ônibus e todos os equipamentos e brinquedos do Noites do Terror, um evento anual que fazia muito sucesso lá no parque. Passei uns 10 anos nisso, até oportunidades maiores começarem a surgir. 


[trilha sonora]


Não sou mais considerado grafiteiro, e sim, muralista. Pelas regras da street art, o grafite é feito de forma ilegal, sem autorização do dono do muro. Hoje, meu trabalho está presente em 35 países, considerando que nos Estados Unidos eu tenho cerca de 50 murais. Só em Nova York, são 20. Um deles fica numa escola para alunos especiais onde o Jean-Michel Basquiat estudou. Ele é uma das minhas principais referências de street art.


Eu tenho murais na Inglaterra, na França, nos Emirados Árabes, no Japão, na Rússia, na Índia, na Noruega. Uma vez, eu tava pintando no Taiti e a Martha Cooper, aquela fotógrafa americana, apareceu para registrar o meu mural. Eu fiquei super feliz. Falei pra ela que era uma honra pra mim, porque ela faz parte da minha história, mesmo sem saber. Apesar que ela sabe, né? Ela é responsável por todo mundo que faz arte de rua do planeta. 


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Algumas pessoas perguntam como eu cheguei onde estou hoje. Não tem bala de prata. O que existe é um passo de cada vez em 30 anos de dedicação. Eu tive e até hoje tenho que encontrar meios de viver da arte e de ter liberdade criativa. E isso não é nada simples. 


Muita gente me fala: “Ah, Kobra, você não é exemplo pra ninguém na periferia, porque você é uma exceção”. E eu respondo: “Ao contrário, eu sou a prova de que é possível”. Poderia ter sido mais fácil? Poderia, se alguém tivesse percebido o meu talento e me instruído. A periferia tá cheia de talentos desperdiçados, gente que fica pelo caminho porque encontra barreiras intransponíveis. Por isso, eu tô criando um instituto para dar oportunidade a meninos e meninas em situação de vulnerabilidade.

Nem todo mundo nasceu pra estudar medicina, engenharia ou arquitetura. Tem gente com dom pra ser bailarino, poeta, músico. E eu não quero que esses jovens enfrentem o preconceito que eu enfrentei. Os meus pais nunca conheceram um artista antes de mim e só ouviam falar coisas ruins sobre o universo da arte. Por isso eles tiveram tanta resistência, mesmo quando eu já fazia grafite.

Com o passar do tempo, vendo a minha dedicação e meu profissionalismo, eles passaram a respeitar a minha profissão. Um dia, eu abri a gavetinha que tinha ao lado da cama do meu pai, da cabeceira. Eu vi que ele colecionava vários recortes de jornais com matérias sobre o meu trabalho. Ele não tá mais aqui, mas eu sei que ele teve orgulho de mim. Hoje, eu tenho um filho de 5 anos e entendo totalmente a preocupação dele e da minha mãe lá atrás.


É um privilégio ter a possibilidade de passar a minha experiência adiante e mostrar que há um caminho possível, independente da dificuldade que cada um vive. O meu sonho é construir um espaço onde meninos e meninas dêem vazão ao seu lado artístico. Onde eles possam sonhar e saber que o sonho pode se tornar realidade. 


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Vera Iaconelli: A experiência do Kobra é um exemplo da dificuldade da nossa sociedade em reconhecer diferentes talentos, por vezes fora das qualidades convencionalmente valorizadas por nós. Se trata de um jovem de origem humilde e periférica que não encontra um olhar pras suas competências excepcionais de artista. Muitas vezes nesses casos, ao invés das qualidades serem valorizadas, exploradas, desenvolvidas, elas acabam por ser marginalizadas, excluindo ainda mais os sujeitos, os deixando com saídas muito limitadas, como a delinquência, por exemplo.

Se não podemos ser reconhecidos na escola e na sociedade em geral, as outras opções de reconhecimento podem ser bem temerárias. A grande lição da história do Kobra é como ele conseguiu reverter uma questão bem conhecida da gente, que é como muitos talentos são desviados pra marginalidade, ou ainda adoecem pela falta de reconhecimento, como nos casos de depressões e abuso de droga.

Diante desse dilema, a história do Kobra nos ensina que, em algum momento, a pessoa faz uma escolha, agarra uma oportunidade, por vezes única, e consegue sair de um ciclo de incompreensão, e que isso depende de nos imaginarmos muito além das condições que nos foram oferecidas, mas também de uma sociedade que fique atenta às necessidades e aos talentos dos seus jovens.

Essa história nos inspira a lutar contra o preconceito que acaba por subestimar os talentos, as competências, a inteligência potencial de sujeitos periféricos e os faz ser empurrados pra marginalidade. Ela junta a competência, a vulnerabilidade, a escolha, o sonho e a realização. Nesse sentido, é uma história extremamente inspiradora, que pode servir pra muitos de nós ou melhor ainda pra todos nós em diferentes circunstâncias. 


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Geyze Diniz:
Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.

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Para Inspirar

Mariana Rios em “Nutrindo a positividade”

Ouça e leia o episódio da nona temporada do Podcast Plenae, conheça a história da artista Mariana Rios, praticante assídua da Lei da Atração.

28 de Agosto de 2022



Leia a transcrição completa do episódio abaixo:


Mariana Rios: Algo muito peculiar e especial nasceu comigo: tudo que eu desejo e sinto com o coração, eu consigo realizar. Ninguém me ensinou e não li isso em nenhum lugar. Foi algo que se manifestou ainda na infância e, ao longo do tempo, eu fui ganhando prática. Com a força do pensamento e do sentir, eu conquistei muito mais do que eu imaginava. E esse não é um poder especial só meu. Todo mundo pode transformar a sua vida a partir de uma força interna que tá aqui, em nós. Essa força tem vários nomes. Lei da Atração, Universo, fé ou, simplesmente, Deus.


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Geyze Diniz: A atriz, cantora e apresentadora Mariana Rios sempre procurou olhar pelo lado bom das coisas, e criou em si, como ela mesmo diz, uma personalidade à prova de tempo feio. Ao longo de sua vida, percebeu que tudo que desejava e sentia com o coração se realizava e esse Processo era algo muito transformador para não ser compartilhado. Conheça qual é o método de Mariana Rios para conquistar tudo aquilo que deseja. Ouça no final do episódio as reflexões da Neurocientista Claudia Feitosa-Santana para te ajudar a se conectar com a história e com você mesmo. Eu sou Geyze Diniz e esse é o podcast Plenae. Ouça e reconecte-se.


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Mariana Rios: Eu sofri o meu maior trauma aos 4 anos de idade: a morte do meu irmão. Naquele dia, a minha vida mudou. Minha mãe entrou em depressão e, a partir daí, eu me especializei em momentos de felicidade. Pra deixar a minha mãe feliz, eu cantava, dançava e imitava personagens da TV. E cada vez que uma visita falava sobre morte, a minha mãe ficava muito triste e eu entrava em ação. Então, eu subia na mesa e dizia pras pessoas: “Prestem atenção porque agora eu vou me apresentar”.


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A alegria que eu desejei transmitir à minha mãe e a força que eu demonstrava construíram em mim uma personalidade à prova de tempo feio, como eu gosto de falar. Já me disseram que eu joguei a sujeira pra debaixo do tapete, como uma forma de encobrir a dor. Mas eu não vejo dessa forma. Mais de 30 anos depois, ainda dói. A diferença é que eu aprendi a escolher a alegria, não o sofrimento. Eu percebi que o meu estado de espírito impactava as pessoas ao meu redor e por isso eu procurei maneiras de nutrir a positividade. 


Quando o meu irmão morreu, meus pais começaram a seguir a doutrina espírita kardecista, principalmente a minha mãe. E eu comecei a frequentar o centro junto com eles. No espiritismo, eu aprendi que a vida não acaba nesse plano. Que os laços da família não se rompem, nem após a morte. Que a gente não tá sozinho, nem mesmo quando acha que está. Aprendi que nós vivemos em constante estado de evolução, que essa não é e nem vai ser a nossa única passagem pela Terra. É claro que a compreensão disso tudo veio com o tempo, mas a semente foi plantada lá na infância e germinada conforme eu cresci.

 

Na prática, mais do que na teoria, eu aprendi também que a gente é aquilo que a gente emana, que a gente pensa e que a gente sente. Com a minha alegria, de alguma maneira eu conseguia concretizar os meus sonhos. Por exemplo, eu queria uma bicicleta, mas os meus pais não podiam comprar. Então, eu entendia muito bem isso, eu não ficava triste. Eu transformava dentro de mim, da minha imaginação aquela bicicleta em realidade, e pensava que eu já tinha a bicicleta, que ela me pertencia. Tempos depois, a bicicleta vinha, de alguma forma.


Vou dar outro exemplo. Aos 9 anos, eu senti um desejo enorme de comprar um microfone pra ligar no aparelho de som. Só que o microfone custava 100 reais, e a minha mãe explicou que não tinha nem 5 reais sobrando. Então, a minha resposta prra ela foi a de sempre: “Tudo bem, mãe, não tem problema”.


Todos os dias, eu saía da escola e passava na frente da loja que vendia o tal do microfone. Pedia para segurar, me imaginava cantando e a vendedora se divertia. E aí, o que aconteceu? Eu participei do meu primeiro festival de música, que tinha 3 prêmios: de 300 reais para o primeiro lugar, 200 pro segundo e 100 para o terceiro. Então eu mentalizei o terceiro prêmio. Quando eu me vi no palco, recebendo o envelope e o troféu como terceira colocada, eu senti a mesma alegria que eu já tinha produzido com a mentalização.


Daquele momento em diante, eu nunca mais deixei um sonho vagando sem rumo. 


A bicicleta e o microfone são só dois pequenos exemplos, mas eu conquistei incontáveis coisas na vida com a Lei da Atração. Foi com ela que eu consegui me mudar para o Rio de Janeiro, em busca do meu sonho de ser atriz e cantora. Foi com ela também que eu entrei pra TV e fiz parte da minha primeira novela: Malhação


[trilha sonora]


Há uns anos, eu senti que era a hora de me permitir concretizar um sonho especial: o de ser mãe. Quando eu procurei o médico, ele foi bem claro. Ele disse: “Mariana, você não vai engravidar em menos de um ano, por causa do tempo que você toma anticoncepcional”. Eu respondi pra ele, rindo: “Nada disso, eu vou engravidar logo, logo!”.


Imediatamente depois da consulta, o processo começou a se desenrolar em mim. Eu senti em todas as minhas células a alegria por estar grávida. Em vários momentos, quando eu estava almoçando, tocando piano, fazendo ginástica, por exemplo, o meu corpo era inundado por imagens e sensações dessa felicidade.


Foi aí que eu tive um sonho com o meu irmão, e foi bem estranho, porque eu nunca tinha sonhado com ele, apesar de ter rezado muitas vezes para que isso acontecesse. Eu sonhei que ele chegava em casa e eu ficava muito assustada. Então no sonho eu perguntei pro meu pai o que tava acontecendo, e ele me disse: “Descobriram uma maneira de fazer com que a pessoa volte à Terra, mas por apenas 24 horas. Então, nós temos um dia todo para aproveitar esse encontro, mas só esse dia”.


Meu irmão era um bebê no sonho. Eu peguei aquela coisinha frágil no colo. A gente ficou se olhando, sorrindo um pro outro, em silêncio, e aquilo pareceu muito tempo. Depois, ele fechou os olhos e eu disse pro meu pai, bem assustada, no sonho: “Pai, os olhos dele estão fechando. O que que eu faço!?”. 


Meu pai me respondeu: “Filha, quando ele chegou, eu avisei que ele ficaria aqui por 24 horas, e agora ele precisa ir.”


Eu aceitei e acordei, muito emocionada. Eu chorei tudo o que não tinha chorado em 30 anos depois da morte dele. A experiência foi tão real, que eu tive duas certezas: a primeira é que aquele sonho era um encontro de almas. A minha segunda certeza é de que eu tava grávida.

A verdade é que, lá no fundo do meu coração, eu sabia que aquele bebê ia ficar um pouquinho comigo, arrancar todos os meus sorrisos e ia embora. Mas eu não queria acreditar. Então, eu contei para as pessoas, eu fui super cumprimentada, fui abençoada por todos, e a sensação é que parecia que eu era um balão enorme de gás hélio sumindo no céu, cada vez mais alto.


Pouco tempo depois, eu soube num ultrassom de rotina que o coração do bebê tinha parado de bater. Na hora, eu não ouvia mais o médico falar. Eu só lembrava do sonho. Eu fui ao banheiro do consultório, chorei, mas eu entendi que eu precisava passar por aquela experiência. Por mais dolorida que ela fosse, ela ia me fazer crescer. A passagem do meu filho e do meu irmão me fizeram compreender que nós estamos aqui de passagem. Estamos num planeta-escola, onde a gente encarna pra evoluir espiritualmente. As coisas vão acontecer e você vai precisar lidar com elas. A escolha de como lidar com as adversidades é somente sua.


Cada segundo com aquele serzinho que viveu na minha barriga me fez amadurecer e perceber o amor acontecendo. Ele precisou partir, e eu não me sinto no direito de questionar a decisão de Deus. A única coisa que eu posso fazer é agradecer o presente e deixá-lo ir. 


[trilha sonora]


Essa percepção tá alinhada ao espiritismo, onde eu encontro respostas para questões existenciais, como a morte. Mas eu me reconheço em várias religiões. Eu gosto muito do budismo, por exemplo. Gosto de entrar numa igreja católica vazia, sentar e usar aquele templo para fazer uma oração. Em casa, eu tenho várias imagens de santos e de Jesus. Cada religião tem um lugar que conversa comigo.


E nesse combo de espiritualidade, eu entendi que nós somos a energia que emanamos. Por isso, todos nós temos o poder de sair de um estado de sofrimento. O vitimismo é uma casa quentinha e gostosa, onde todo mundo te olha com pena. Quem ocupa esse lugar não precisa se levantar pra vencer na vida. E a minha fé tá ligada à compreensão de que a gente tem as rédeas da existência nas mãos. Com o poder do pensamento e do sentir, nós podemos mudar a nossa energia e o olhar pras adversidades. 

 

Eu não sou expert em psicologia, neurociência ou em qualquer outra área do conhecimento humano que estude a aplicação do pensamento na conquista de metas. A minha certeza vem dos resultados que eu alcancei. Eu sei que nós não temos o menor controle do que está fora de nós. Mas a gente pode dominar o nosso mundo interno. E é nele que a gente deve investir tempo, energia e dedicação. A partir do nosso mundo interno, o que está fora se modifica. Essa é a Lei da Atração.


Quando a gente usa o nosso poder do pensar e do sentir para o bem da gente e dos outros, a gente condiciona a mente a estar onde nós queremos, onde nós desejamos estar. O nosso olhar diante a vida transforma o que desejamos ser. Quando sorrimos, por exemplo, o movimento da bochecha diz ao cérebro que estamos felizes. 


A gente tem o poder da mudança a partir da força de Deus, que está dentro de nós. Só você tem o poder sobre você, o outro não tem. Agarre com força seu sonho maior, defina as prioridades e trabalhe uma de cada vez. Você pode conseguir tudo o que deseja. Basta sentir!


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Claudia Feitosa-Santana: Mariana Rios nos revela seu combo de espiritualidade que a guia em como pensar e como dar mais sentido a sua vida. Todos partilhamos essa busca que faz parte da história humana e da qual surgem muitas crenças, todas de ordem metafísica. Por isso, se – como ela, cada religião tivesse um lugar pra conversar conosco, o planeta seria uma morada melhor.


E você, acredita que a sua vida tenha sentido? Se não, já pensou em cultivar uma relação espiritual? Ambos podem nos ajudar a encarar a vida com mais otimismo, reduzindo o sofrimento exacerbado pelo estresse e harmonizando os  paradoxos, os quais vivemos. Por isso, a espiritualidade pode fortalecer a sua vida e, se não prejudica ninguém, fortalece a humanidade também.


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Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.


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