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Felicidade promove vida longa e saudável, diz estudo

Homens e mulheres mais felizes tendem a envelhecer melhor e desfrutar de mais anos sem incapacidades

19 de Julho de 2019


A felicidade pode realmente ser um dos melhores remédios disponíveis para nós, sugere um novo estudo publicado no periódico JAMA Network Open . Pessoas que se declaram felizes consigo mesmas e com seu bem-estar tendem a viver vidas mais longas e saudáveis ​​do que aquelas que se dizem tristes, revelaram pesquisadores da Universidade College London, no Reino Unido.

Mulheres na faixa dos 50 anos que relataram curtir suas vidas tinham uma expectativa de vida estimada em quase 37 anos a mais, comparado a 31 anos daquelas que se sentiam deprimidas e infelizes. O mesmo aconteceu com os homens ao redor dos 50 anos.

Os que se declaravam felizes tinham uma expectativa de vida de 33 anos a mais, ante 27 anos dos que não se diziam contentes. Homens e mulheres mais felizes também tendem a envelhecer melhor e desfrutar de mais anos sem incapacidades e doenças crônicas.

Pesquisa

Os cientistas analisaram dados de quase 10 mil pessoas entre 2002 e 2013. Eles se concentraram especificamente na percepção de "bem-estar subjetivo", isto é, o quanto as pessoas estão aproveitando sua vida e como se sentem sobre sua própria saúde e humor. Em seguida, os pesquisadores confrontaram as declarações dos participantes com a saúde real deles.

Assim, concluíram que a felicidade está ligada a uma vida mais longeva e saudável. Ainda não há uma explicação clara para a associação entre felicidade e saúde, disseram os especialistas. “Uma possibilidade é que um estado constante de infelicidade produz muito estresse”, disse Nancy Mramor, psicóloga americana não envolvida no estudo. "Quando você pensa que sua saúde é ótima, mesmo que não seja, envia sinais positivos para o corpo."

Para James Maddux, professor de psicologia clínica da Universidade George Mason, nos Estados Unidos, a terapia cognitivo-comportamental e a psicoterapia podem ajudar os adultos a ajustar a maneira como vêem suas vidas e respondem ao estresse.

Fonte: Dennis Thompson, para HealthDay Reporter
Síntese: Equipe Plenae
Leia o artigo completo aqui .

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Para Inspirar

Luciana e Marcella Tranchesi em "A espiritualidade é qualquer caminho que te aproxima de Deus"

O terceiro episódio da décima quinta temporada do Podcast Plenae é das influenciadoras digitais Luciana e Marcella Tranchesi, representando o pilar Espírito

14 de Abril de 2024



[trilha sonora]

Marcella: Quando você é criança, você segue rituais religiosos porque te ensinaram a fazer aquilo. Depois que você cresce, incorpora ou não aquilo que faz sentido para você. O meu amadurecimento aconteceu junto com a doença da minha mãe. No meu momento de maior fragilidade, fui entendendo o que é a espiritualidade.

Luciana: Eu lembro que eu pedia muito, muito pra Deus me tirar tudo e devolver a minha mãe. Eu tinha 22 anos, eu sabia que isso não era possível, mas eu pedia como se fosse. Eu me imaginava morando na rua, mas com a minha mãe ao meu lado.

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Geyze Diniz: As irmãs Luciana e Marcella Tranchesi sempre foram muito unidas. Entre os muitos assuntos em comum, a fé também é um deles. A dupla foi criada em um ambiente católico e aprendeu desde cedo com a sua mãe, Eliana, que a espiritualidade tem que estar nas ações e não só nos pensamentos. Eu sou Geyze Diniz e esse é o podcast Plenae. Ouça e reconecte-se.

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Luciana: A espiritualidade pautou a minha vida desde o minuto em que eu nasci. Eu venho de uma família muito católica. A minha avó materna, Lúcia, era uma mulher de tanta fé, que ela quase não se casou pra ser freira. Ela só mudou de ideia porque foi convencida pelo meu avô, o Carlão, de que ela poderia continuar fazendo o bem e ensinando sobre Deus, mesmo sendo casada.

Eles tiveram 6 filhos: 5 homens e a minha mãe, Eliana. Todos sempre foram super espiritualizados. A minha mãe teve três filhos. Eu, Luciana, sou a do meio. Quando eu tinha nove meses, eu me afoguei na banheira da casa onde a gente morava. Eu entrei em coma por 5 horas, mas eu saí do coma sem nenhuma sequela. A minha tia foi me visitar no hospital e viu a imagem de Nossa Senhora. Minha mãe, super devota de Nossa Senhora das Graças, ficou ainda mais religiosa.

Marcella: A nossa família é muito unida. A gente vivia com os nossos tios e primos. Em qualquer celebração, tipo o aniversário de alguém, tinha uma missa ou uma benção pra agradecer a saúde, a família e mais um ano de vida. A gente se juntava também nos cenáculos, que são como uns grupos para rezar o terço de uma maneira mais completa. Nas férias do meio do ano, eu viajava com as minhas primas e minhas tias pra ficar uns 15 dias num convento, em Jauru, uma cidadezinha no interior do Mato Grosso.

A mamãe ensinou a gente a rezar. Todo santo dia a gente rezava com ela. Domingo era dia de missa, onde quer que estivéssemos. É engraçado que, quando a gente conversa com pessoas que não cresceram numa família religiosa, elas se lembram da primeira vez que elas participaram de algum ritual, tipo uma missa. Eu não tenho essa lembrança, assim como eu não lembro a primeira vez que eu pulei numa piscina. A fé foi crescendo com a gente de uma forma muito normal. Não era um grande acontecimento, era só parte da nossa rotina.

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Luciana: Na minha opinião, religião e espiritualidade são duas coisas um pouco diferentes, que não necessariamente andam juntas. Eu cresci religiosa, mas a minha noção de espiritualidade mesmo veio quando a minha mãe foi diagnosticada com câncer. Eu tinha 15 anos. E ela só tinha 50.

Eu me lembro de procurar, mais do que a religião, a espiritualidade em todas as religiões. Eu queria achar uma explicação pro que estava acontecendo. Essa busca foi também uma influência da minha mãe. Ela, apesar de sempre ter sido super católica, buscava acima de tudo a espiritualidade e a devoção incondicional a Deus.

Marcella: O meu amadurecimento aconteceu simultaneamente com a doença da mamãe. Eu sou um pouco mais nova que a Lu, tinha 13 anos na época e, claro, menos entendimento da real situação. Mas como o tratamento foi um processo longo, a gente cresceu na fé e na espiritualidade. Quando as coisas saem do nosso controle, a gente percebe que talvez não faça sentido se prender a conceitos tão racionais.

A mamãe sabia que ia morrer. Lógico, todo mundo sabe disso, mas ela sabia com uma precisão maior. Então, ela foi preparando a gente pra esse momento, espiritualmente falando. A minha mãe expandiu pra gente o conceito de religião. Ela mostrou que a espiritualidade tem que tá nas nossas ações, não só no nosso pensamento. É fazer o bem, é ser grato, é olhar no olho, é ser educado, é doar o seu tempo, o seu dinheiro e o seu carinho pra quem precisa.

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Luciana: O tratamento da mamãe durou 6 anos.

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Logo que ela morreu, eu tive uma depressão durante um ano e meio, dois. Eu só queria ficar deitada, fugindo de tudo que estava acontecendo, fugindo do tempo que parecia ser meu maior inimigo. Quanto mais ele passava, mais distante a lembrança, o cheiro e o toque da minha mãe ficavam.

Eu lembro que eu perguntei pro meu irmão: “Quanto tempo eu posso ficar aqui na cama?”. Ele falou: “Um mês”. Eu achei que seria suficiente mas eu passei muito mais tempo assim. Eu dormia o dia inteiro, que é um sintoma clássico de depressão, e eu comia muito. Eu não tinha energia pra nada. Até tomar banho era difícil. Eu não perdi a fé em Deus. Pelo contrário. Eu botei tanta fé Nele, que eu pedia algo impossível. Sem Ele teria sido muito mais difícil. Eu estava num fundo do poço tão grande e Ele era meu maior aliado, nunca deixei de rezar, de agradecer e de pedir força.

Marcella: Um ano antes da mamãe falecer, eu quase fui morar fora do Brasil. Não deu certo. Na época eu não entendi muito bem, mas foi a melhor coisa que aconteceu, porque senão eu teria passado os últimos oito meses de vida da minha mãe longe dela. Fiquei no Brasil e passei no vestibular. A mamãe morreu numa sexta-feira, 24 de fevereiro, numa emenda de Carnaval.

As aulas voltaram na segunda. Eu não tinha a menor vontade de ir, mas eu pensei: “Se eu me permitir folgar uma semana, eu já vou me permitir o primeiro mês. Se eu perder o primeiro mês, eu vou perder o primeiro semestre”. Ninguém falou nada, mas eu senti que a minha mãe gostaria que eu assumisse aquela responsabilidade. Eu faltei na segunda, mas na terça-feira eu fui pra faculdade. Foi um semestre insuportável. Como as aulas tinham acabado de começar, eu não conhecia ninguém.

A morte da mamãe repercutiu na mídia. Ela era uma empresária famosa, dona de uma butique também famosa, a Daslu, que ela herdou da mãe dela. Só que na minha classe ninguém sabia que eu era filha daquela mulher que apareceu no Fantástico. Eu não tinha com quem conversar, exceto a irmã do meu namorado na época que estudava em outra sala, e uma amiga do cursinho. Eu já tinha uma ideia de que eu não podia chegar pra pessoas de 18 anos e jogar no colo delas: “Oi! Minha mãe morreu tem três dias”.

Então, eu fiquei muda e fui sobrevivendo. Eu ia todo dia pra faculdade e assistia às aulas. E aí reparei que os professores iam lendo meu nome na chamada e percebendo quem era a minha mãe. Eu ia chorar no banheiro e fingia um resquício de vida normal que eu ainda tinha, pelo menos na parte da manhã, porque o resto do dia eu passava na frente da TV.

Fui me arrastando, fingindo que estava tudo bem e meio que engolindo aquele luto. Eu cheguei no final do semestre esgotadíssima de encenar aquele teatro que eu mesma criei. E aí a Dani, nossa querida madrasta, me levou no psiquiatra, e eu comecei a melhorar. Não foi a melhor forma de lidar com o luto, mas foi a que eu consegui pra não perder a faculdade.

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Luciana: A minha depressão estava se arrastando, mas a minha sorte é que eu tinha uma família, que sempre foi o alicerce da minha vida. Eu tinha meus dois irmãos, eu tinha meu pai e eu tinha minha madrasta. Eu e meus irmãos continuamos morando na casa da mamãe por uns seis, sete, oito meses, só nós três. Até que um dia meu pai falou: “Não, vocês precisam vir morar comigo”.

Foi nessa época que eu comecei a ir ao médico. A minha madrasta que marcava a consulta e me levava pela mão. Eu estava no fundo do poço, mas eu queria continuar ali. Eu não queria ir no médico. Eu não queria tomar remédio. Eu fingia que tomava o remédio e parava de tomar por minha conta. Eu dei muito trabalho pra minha família durante quase dois anos, entre altos e baixos que foram ficando cada vez menos extremos, até que eu engravidei. E aí, a minha vida voltou a ter sentido.

Ficar grávida do Antonio foi o que me deu razão pra viver. Ele foi uma virada de chave na minha vida, uma conexão espiritual muito grande, porque eu tenho certeza absoluta que a minha mãe e Deus me enviaram ele. Quando o Antonio tinha 2 anos, ele falou que ele tinha visto a vovó Eliana. Eu falei: “Filho, que legal! Foi um sonho?” Ele: “Não, mamãe, antes de vir para cá, pra esse mundo”. Esse é só um exemplo, mas tiveram vários episódios assim. Ele fala de uma conexão com ela, ele tem saudade dela, chora por ela.

Ele sempre se interessou muito pela minha mãe, perguntou muito por ela. Não acho que foi uma influência minha porque, inclusive quando ele era menor, eu nem trazia tanto a memória dela com receio de não conseguir segurar a emoção. Eu mal conseguia falar dela sem chorar. Na verdade, eu fui me acostumando a falar sobre luto pra conseguir suprir essa demanda do Antonio de querer saber tudo sobre ela.

Por isso que eu acredito muito que a alma dele foi escolhida e me foi enviada por Deus e pela minha mãe. O Antonio não é um simples acaso na minha vida. O Antonio pra mim é o meu propósito de vida.

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Marcella: Depois da morte da mamãe, não demorou muito pra gente retomar os rituais católicos. Eu levo muito a espiritualidade pro lado de fazer o bem, de ajudar o próximo, de buscar ser uma pessoa melhor, de não julgar o outro. Procuro também entender as mensagens bíblicas não necessariamente de maneira literal. Por exemplo, a gente ouvi muito que o mandamento mais fácil de seguir é “não matar”. Mas ele não diz respeito somente à morte física. É também não matar a reputação, a esperança de alguém.

Quando falamos da promessa de casamento de ser pra sempre, nossa mãe saiu das quatro linhas. Ela se separou do meu pai, mas eles continuaram amigos até a morte dela. Pra uma pessoa muito caxias, ela tava errada. Mas quando você olha sob a ótica da espiritualidade, que é de fazer o bem pro próximo, ela tirou de letra. Se o que uma pessoa faz é pecado ou não, não é um problema nosso. Cada um carrega Deus dentro de si. Mesmo com o julgamento alheio, eu me mantenho fiel à minha espiritualidade e à minha fé.

Luciana: Amai ao próximo como a ti mesmo é uma lição linda de amor e também de tolerância. Ela fala sobre amar o outro de maneira inteira, sobre ter compaixão e empatia pelo outro. Independente se a maneira do outro pecar é diferente da sua. E essa lição sempre foi muito falada e praticada durante a nossa infância. Eu cresci ouvindo que precisamos amar as pessoas independente das suas escolhas, religião, semelhanças ou diferenças. O amor e o respeito ao próximo pautaram nossa vida e estão presentes até hoje.

Procuro não julgar escolhas diferentes das minhas ou apontar os pecados dos outros. Eu seria incapaz de tirar uma pessoa da fila de comunhão apontando seus pecados, como uma vez aconteceu com a minha mãe por ter se divorciado e depois também comigo. Hoje eu entendo que cada um lida com as regras da Igreja de uma maneira, mas que nada pode me afastar de Deus. Somos todos humanos, da mesma maneira que eu tenho meus pecados e converso com Deus sobre eles, o outro também peca mas talvez de um maneira só diferente.

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Marcella: Eu me casei, formei um novo núcleo familiar e o meu marido passou a gostar de frequentar a missa. Era uma coisa que não fazia parte da vida dele. Diferente da gente que cresceu nesse ambiente religioso e como adulta escolhe ir à missa, ele nunca teve esse hábito. Mas isso passou a fazer sentido pra ele. Para mim foi muito bom, porque eu ganhei mais uma companhia. Eu faço as rezas católicas e me interesso por todos os credos. Eu sempre vou estar aberta a conversar com um sacerdote de outra religião. Sempre vou estar aberta a ouvir uma história de fé.

Luciana: Meu marido também aprendeu a gostar de missa, igual o marido da Ma. Ele não tinha essa rotina na família dele, e aí é um pouquinho mais desafiador. Mas eu jamais falaria: “Temos que ir na missa todo domingo”. Eu fui indo. Ele foi indo quando ele sentia que estava a fim. E eu acho que, por ser tão natural, ele começou a ir com prazer.

Aí ele começou a perceber todas as vezes que ele estava lá o quão bem fazia, ele se via inspirado pela fala do Padre, pelas passagens da Bíblia. São reflexões trazidas para a vida cotidiana que nos nutrem muito. A reza coletiva tem uma energia mais forte e eu percebi que meu marido também sente isso. Hoje em dia, muitos domingos a iniciativa de ir à missa parte dele.

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Todos os dias eu rezo com o Antonio. E além disso, a nossa família tem algumas fases de práticas mais intensas, de fazer novenas, que são coisas muito presentes na fé católica. Eu acredito que espiritualidade é, junto com a família, a coisa mais importante das nossas vidas.

Esses dois pilares são os guias que movem a gente, que guiam a nossa vida. A religião pautou a nossa infância e hoje, ela pauta a nossa vida adulta, porque a gente escolheu assim. Mas a espiritualidade é muito maior do que uma regra, um dogma. A espiritualidade é qualquer caminho que te aproxima de Deus.

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Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.

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